O fim da propriedade

Na canção I Get Around, os Beach Boys iam de cidade em cidade arrasando brotinhos a bordo de seu carango que nunca fora batido. Onde houvesse música jovem nos anos 60 e 70, lá estaria o carro, símbolo máximo de independência. Beatles com Drive My Car, Deep Purple com Highway Star. Mas algo mudou. Desde 1990, jovens de países desenvolvidos como Reino Unido, Alemanha e Japão têm dirigido cada vez menos. O fenômeno até ganhou um nome japonês – kuruma banare, ou desmotorização. Uma década depois, veio o impensável: o kuruma banare americano. De 2001 a 2009, os jovens dirigiram 23% menos, andaram 24% mais de bicicleta, 16% a pé e 40% de transporte público nos EUA. Mesmo aqueles com renda familiar acima de US$ 70 mil anuais dobraram seu gasto com transporte público de 2001 a 2009.

É verdade que a crise econômica global tem seu papel aí – sem grana, jovens deixam para depois o casamento, os filhos e o financiamento da casa própria. Em vez disso, alugam um apartamento perto do transporte público, do trabalho, das compras e da diversão – ou simplesmente ficam na casa dos pais e continuam a pegar o carro do velho, como faziam aos 18 anos. Talvez eles voltem ao subúrbio quando a economia melhorar. Ou talvez não. Isso porque, junto com a economia, as aspirações de consumo entre os jovens urbanos de classe média também mudaram.

“O automóvel passou a ser identificado como um produto antigo – afinal, seus avós e pais já tinham um carro na garagem”, diz Adriana Marotti, professora da Faculdade de Economia e Administração da USP e pesquisadora de novas tecnologias na indústria automotiva. “Além disso, não tem o mesmo apelo tecnológico de smartphones e tablets, e é considerado vilão em questões ambientais.” Isso, somado aos custos de propriedade do veículo – impostos, combustível, estacionamento – e à grande disponibilidade de transporte público, faz o automóvel perder o apelo para os jovens em países desenvolvidos.

Algo parecido acontece com a casa própria. Nos EUA, três em cada dez adultos entre 25 e 34 anos moram com os pais, o número mais alto desde a década de 1950, segundo um relatório do Pew Research Center. E isso é pouco perto do que acontece na Itália, onde um em cada quatro adultos entre 30 e 44 anos vive com a “mamma”. Com o financiamento da faculdade, o salário inicial baixo no início de carreira e a vida de solteiro alargada, voltar para a casa dos pais depois da faculdade virou o caminho natural. Mesmo entre os que saem do ninho, o aluguel passa a ser mais atraente do que a casa própria. Novamente, a culpa não é apenas da crise econômica – o fenômeno, que pode ser observado em outros países desenvolvidos, começou já nos anos 80, embora tenha se acentuado depois de 2008.

E quais são os desejos dessa geração? Investir não em coisas, mas em si. O dinheiro que seria gasto com carro e casa é repartido em cursos (o principal motivo para americanos não saírem de casa é que estão pagando o financiamento da universidade), viagens (jovens fazem 190 milhões de viagens internacionais e, segundo a ONU, isso vai subir para 300 milhões em 2020), shows de música (de 1999 a 2009, a venda de ingressos nos EUA subiu de US$ 1,5 bilhão para US$ 4,6 bilhões), jantares, espetáculos bacanas, saltos de paraquedas… O jovem urbanita não precisa necessariamente de um carro para sair azarando, mas de um smartphone para saber onde se dará bem e de um táxi ou transporte público para chegar até lá. Voltemos ao pesadelo do carro. Se somarmos IPVA, seguro e depreciação de um carro popular, teremos algo por volta de R$ 6 mil em um ano – sem contar manutenção e combustível. Com esse dinheiro, dá para comprar uma passagem de ida e volta para a Alemanha (R$ 2 mil), cinco noites num hotel simples (R$ 500), ter fundos para comer e se divertir (R$ 1 mil) e, de quebra, mais dois dias de aluguel de um Porsche para dirigir sem limite de velocidade pelas Autobahnen (R$ 2 500). Agora, qual foto renderá mais “curtir” no Facebook – você lavando o carro 1.0 na frente de casa ou você ao volante do Porsche alugado? Pois é, o que conta na hora de compartilhar não é o “eu tenho”, mas contar: “Vim, vi e vivi”.

Para ter acesso às coisas sem precisar possuí-las, jovens começam a substituir a propriedade por serviços ou trocas. Isso deu espaço para um novo tipo de mercado, que teve seu embrião no fim da década de 1990, com o compartilhamento de músicas nos tempos do Napster, encontrou o meio ideal em meados dos anos 2000, com o Ebay e as redes sociais, e teve finalmente uma motivação econômica com a crise de 2008 – a economia do compartilhamento. Com a ajuda de sites e apps, é possível pegar emprestado desde uma serra tico-tico até um apartamento em Ipanema a preços módicos. O site Airbnb, por exemplo, permite que pessoas ofereçam para aluguel um imóvel durante a temporada em que não forem usá-lo – por exemplo, quando estiverem em férias. Fundada em 2008, a empresa já funciona com mais de 200 mil imóveis em 26 mil cidades de 192 países.

Camaro amarelo
O funkeiro paulista MC Danado não parece concordar. Para ele, “vida é ter um Hyundai”. Já a dupla sertaneja universitária Munhoz e Mariano ficou doce igual caramelo tirando onda de Camaro amarelo comprado com a herança do véio. “Tá sobrando mulher”, conclui a letra da dupla. A verdade é que, enquanto as economias avançadas veem o declínio da posse, em mercados emergentes como o brasileiro jovens recém-ascendidos à classe média estão dispostos a viver seu momento Beach Boys, com atraso de meio século. Eles acabam de ingressar no mercado de consumo e, pela primeira vez na vida deles e de sua família, podem comprar bens relativamente caros.

O resultado é que, com 405 mil emplacamentos, o Brasil superou o Japão em outubro de 2012 como o 3º maior mercado automobilístico do mundo, atrás de China e EUA. No top 10 estão ainda Rússia, Índia e Tailândia. É uma indústria que representa 22,5% da indústria brasileira e 5,2% do PIB, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Automotores. Não é então de espantar que uma das medidas do governo federal para evitar um impacto maior da crise no País tenha sido facilitar o crédito e diminuir o IPI. A economia brasileira é movida a quatro rodas, e brasileiros gostam disso. Com pouca disponibilidade e baixa qualidade do transporte público, o desejo de ter um carro se transforma em necessidade. Já em cidades onde o transporte público leva o passageiro rapidamente a muitos lugares, sem a dor de cabeça de enfrentar o trânsito e gastar com estacionamento, ele se torna uma alternativa mais atraente do que o carro. E com o dinheiro que sobra ao deixar de comprar um carro, pode-se gastar com outras aspirações: em vez de levar a moça de Camaro amarelo à lanchonete, ir com ela de metrô ao restaurante com estrela Michelin.

Uma nova economia
Tudo isso também representa um desafio para os países desenvolvidos. E que desafio: mudar as bases de suas economias. A indústria automobilística, por exemplo, sempre foi o pilar econômico da Alemanha, orgulhosa de seus Audis, Mercedes, BMWs, Porsches e Volkswagens. Com menos gente dirigindo, esse pilar pode acabar fraco demais para sustentar todo o resto. A construção de novas casas, apartamentos e prédios de escritório criou booms imobiliários nos EUA, no Japão, na Espanha. Booms que mais tarde dariam em bolhas, mas que mesmo assim foram fundamentais para enriquecer esses países. Com menos gente comprando casa na praia (e preferindo alugar imóveis que, obviamente, já estão construídos), e menos gente saindo da casa dos pais, a demanda por casas e prédios novos também diminui. A construção civil sofre. E mais um pilar tradicional das economias perde força. E agora?

Bom, talvez a resposta esteja embutida na própria crise da economia tradicional. Se algumas áreas definham, outras crescem e aparecem. É o caso dos “serviços conectados”, como o do Airbnb. “Conectados” porque não teriam como existir sem a internet onipresente de hoje. O que esses serviços novos fazem é transformar essa onipresença em onipotência – o acesso à rede (e a posse de um cartão de crédito) já garante casa e carro prét-à-porter em qualquer grande centro. Mas o fato é que ainda há muito o que expandir nessa área. Muito a criar. E é nesse terreno fértil e ainda pouco explorado que podem estar os alicerces de uma nova economia.

MENOS É MAIS
A posse de bens diminui no exterior. E o dinheiro vai para restaurantes, viagens, shows…

MAIS É MENOS
No Brasil, a tendência ainda é gastar com carrões. E não sobrar muito para o resto.

Edição: Alexandre Versignassi Reportagem: Maurício Horta
*Fonte / Textos: SuperInteressante

viajar32

7 coisas que você não sabia sobre o seu cachorro

Quem convive com um cachorro sabe bem que existem muitos mitos sobre a saúde e o comportamento desses animais. Afinal, os cães entendem o que seus donos falam? Nariz quente significa que eles estão doentes?

Para ajudar você a entender mais sobre o universo dos pets, desvende mitos e descubra 7 coisas que você não imaginava sobre o seu cachorro:

1. Os cães podem ser tão inteligentes quanto crianças de dois anos
Dependendo da raça sim. As cinco raças mais inteligentes são o border collie, os poodles, os pastores alemães, o golden retriever e os dobermans.

2. Existem animais que não gostam de crianças
Algumas crianças, por serem pequenas e não terem muita noção de sua força, apertam, pegam e puxam o animal de forma errada. Dessa forma, os cães podem associar crianças com dor e procurar evitá-las.

3. Cães enxergam somente em preto e branco?
Isso não é verdade. Eles enxergam menos tons de cores, mas não em preto e branco.

4. Cães de raça apresentam mais problemas de saúde do que os vira-latas?
Sim. Animais sem raça definida são mais resistentes do que os animais de raça.

5. Animais entendem o que seus donos falam
Os cães entendem, principalmente, o tom da voz e, consequentemente, a intenção do dono. Quando o dono vai dar uma bronca, por exemplo, ele usa um tom mais alto e forte que pode ser reconhecido pelo animal.

6. Cada ano humano equivale a 7 anos para um animal?
Na verdade, essa é apenas uma uma média, mas existe uma variação grande entre os diferentes portes de animais.

7. Quando o nariz do cachorro fica quente e seco significa que ele está doente?
Nem sempre. O natural é o nariz estar úmido e mais frio, mas em alguns momentos o nariz pode ficar mais seco ou quente e isso não significa que ele está doente. Além de verificar a temperatura do nariz, verifique outros sintomas e o comportamento do animal.

 

cao11

Zakk Wylde – Till The End

*Versão original…

 

*Versão da trilha do seriado Sons of Anarchy:

 

OBS:
1. Hey! O baixista tá empolgadão demais ali naquela versão original. Veijeim!
Mas ok, tá com um baixo Gibson SG azul… putz! De dar inveja. Tô babando aqui. Mas ainda acho que é muita firula.

2. Curto o Zacarias Selvagem tocando piano. Acho que é até melhor do que ele “fritando” zilhões de notas sem graça na guitarra.
Em tempo… sou muito fan do Zakk Wylde, acho que o o Pride & Glory e o The Book of Shadows foram os álbuns que mais vezes escutei em minha vida.

3. Quero um dia ter uma barba igual (ou ao menos parecida) com a do Opie, um dia. Isso é uma promessa!!!

4. Minha vida de motociclista pouco ou nada tem a ver com  seriado do S.O.A. Pronto! Falei…

Jeff Buckley: Veja o clipe interativo de “Just Like a Woman”

Veja no link abixo o vídeo interativo da gravação de Jeff Buckley para a música Just Like a Woman (Bob Dylan).

  •  O cover feito por Jeff Buckley de “Just Like a Woman” de Bob Dylan ganhou um vídeo feito por dois estúdios de design, Interlude e Blind. O clipe é uma narrativa sobre a vida de um casal. O público decide o destino da narrativa a partir da interatividade. Isso permite centenas de possibilidades para o mesmo clipe.O cover faz parte do álbum póstumo “You and I”, lançado em 11 de março de 2016.

 

>>> Vídeo

http://www.gringsmemorabilia.com.br/2016/04/reproducao-o-cover-feito-por.html

 

reproducao1