Não coma alimentos sobre os quais formigas andaram. Elas carregam mais doenças que as baratas!

Quem nunca se deparou com uma formiga caminhando sobre um alimento? Ou foi pegar um biscoito e deu de cara com o inseto? Essas situações são bem comuns já que qualquer migalha é suficiente para atrair esses bichinhos. Muitas vezes pensamos “é só uma formiguinha” e ignoramos alguns fatos importantes.

Podemos encontrar as formigas em qualquer lugar que habitamos, há uma estimativa de que exista 10.000.000.000.000.000 (dez quatrilhões) de formigas no planeta, divididas em cerca de 12.585 espécies. Com fácil adaptação, esse grupo representa cerca de 15% a 20% da biomassa animal terrestre. Além disso, acredita-se que elas habitem o planeta há mais de 100 milhões de anos, enquanto o homem teria feito o mesmo há singelos 195 mil anos.

As formigas também habitam lugares sujos como fezes, feridas, animais em decomposição e lixo. Por esse motivo, ignorar a presença delas nos alimentos é uma alternativa perigosa. Por caminharem em variados locais, elas carregam microrganismos patogênicos, como vírus, bactérias e fungos. A formiga é um grande transmissor de doenças infecciosas, além de poder causar gripe, tuberculose, verminoses, intoxicações alimentares, vômito, diarreia e até lepra.

Segundo um estudo publicado na Revista de Saúde e Biologia (SaBios), as formigas podem carregar uma imensa variedade de bactérias em suas patas, além de conseguirem percorrer até três centímetros por segundo. Os pesquisadores buscaram bactérias nas patas dos insetos em ambientes hospitalares e encontraram sete tipos variados de patógenos.

De acordo com outro estudo publicado na Neotropical Entomology em 2010, as formigas podem estar relacionadas a outros tipos de incômodos presentes em hospitais: rejeição, irritações e lesões na pele. Além disso, elas podem falsear resultados laboratoriais, passando de uma placa de Petri para outra.

É pouco provável que alguém coma um alimento sabendo que uma barata tenha passado sobre ele, mas costumamos ignorar a presença de formigas na comida. O que muitos não fazem ideia é que os riscos trazidos pelas formigas são tão grandes – ou até maiores – quanto os oferecidos pelas baratas. Quando uma barata é morta, quem elimina todos os resquícios de seu corpo é a formiga. Uma dissertação de mestrado da USP descobriu que a presença de Salmonella aureus e de enterobactérias resultante de amostras de formigas propõe que esses insetos interfiram completamente na qualidade higiênica dos alimentos.

Temperaturas mais quentes são as melhores para a reprodução desses insetos, ou seja, é praticamente impossível livrar-se totalmente deles. Caso não haja infestação, é possível evitar o problema protegendo os alimentos, removendo migalhas e utilizando detergente e sabão nos espaços em que eles transitam. Caso a situação não possa ser solucionada com essas medidas, o aconselhável é chamar uma equipe especializada.

 

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*Fonte: jornalciencia

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A linha tênue entre alcoolismo e hábito

Você saiu do trabalho e, como toda sexta-feira à tarde, parou para beber com os amigos. É quase uma tradição, e a sua única maneira de se manter em contato com as pessoas próximas. Mas esta tarde será diferente, um de seus amigos dará uma notícia que surpreenderá a todos: foi diagnosticado com alcoolismo e esse hábito de parar toda sexta-feira para beber é parte do problema.

Esta bomba faz com que você e seus amigos fiquem em “estado de choque”. Todos acham que é uma piada, mas não é, é um problema real e, infelizmente, muito comum, mas também muito difícil de entender. É difícil de entender porque você também bebe, também vai a essas reuniões com os amigos, participa desse hábito, mas você não é um alcoólatra, ou é assim que você pensa.

Então começam as dúvidas e as perguntas. O que o transforma em um alcoólatra? Por que algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras ao alcoolismo? Um hábito pode levar ao alcoolismo? Continue lendo e encontrará algumas respostas.

Alcoolismo ou hábito?

As classificações de diagnóstico, como o DSM-5, deixam o transtorno por consumo de álcool fora dos critérios necessários para o seu diagnóstico como “um grupo de sintomas físicos e comportamentais, incluindo os sintomas de abstinência, tolerância e intenso desejo de consumo”.

No entanto, entre os critérios, elas enfatizam a frequência e o consumo recorrente do álcool como uma parte essencial para o seu diagnóstico. Mas esse consumo recorrente poderia ser considerado um hábito?

O hábito pode se transformar em um vício? A resposta é um sonoro não. Um vício, neste caso, o alcoolismo, é uma doença que se desenvolve por causa de diversos fatores biopsicossociais, partindo de um simples hábito para o consumo abusivo, que altera a estrutura do cérebro e o comportamento da pessoa.

Ou seja, é uma combinação de fatores biológicos, sociais e comportamentais que fazem com que um hábito como beber com os amigos se transforme em algo mais grave, um vício. Isto é complicado porque existem alguns fatores que controlamos e outros que não conseguimos controlar. Além disso, é difícil prever quem irá desenvolver ou não o mesmo vício diante de uma situação semelhante.

Por que algumas pessoas desenvolvem o alcoolismo e outras não?

Então, por que dentro desse grupo de amigos de que falamos no início do artigo, um vai desenvolver o alcoolismo e os outros não? Os fatores que influenciam o desenvolvimento da dependência do álcool podem ser resumidos em:

 

Fatores biológicos

Os fatores biológicos que ajudam a desenvolver o alcoolismo vão desde a herança genética até a alteração de diferentes neurotransmissores e estruturas cerebrais promovidas pelo hábito do consumo do álcool, que nos casos de indivíduos com predisposição para o vício é uma mudança muito rápida.

O transtorno pelo uso de álcool é encontrado mais facilmente entre familiares: 40-60% do risco de sofrer de alcoolismo é explicado pelas influências genéticas. Além disso, o risco é entre três e quatro vezes maior para os filhos de pessoas com transtorno pelo uso de álcool.

No que se refere às estruturas cerebrais e os neurotransmissores, verificou-se que a dopamina está envolvida no início das dependências porque está relacionada ao prazer, assim como o chamado sistema de recompensa do cérebro, composto principalmente pela área tegmental ventral, entre outras estruturas.

Fatores psicológicos

A percepção que a própria pessoa tem do consumo de álcool e o uso que faz dele podem ser muito importantes. No grupo de amigos que falamos no início do artigo, aquele que desenvolveu o alcoolismo provavelmente era o que bebia muito mais do que os outros.

Além disso, colocou em risco a sua saúde gerando um hábito nocivo, que deixou de ser controlável para se tornar um vício. Portanto, os padrões de comportamento durante a adolescência, que é onde se inicia este tipo de hábito, devem ser controlados pelos adultos. Nesta fase, a necessidade de aceitação e validação social são muito importantes.

 

Fatores sociais

A percepção do comportamento de beber e a disponibilidade do álcool no ambiente em que a pessoa vive também é muito importante. Os estudos demonstram que, nas sociedades mais permissivas em relação ao álcool, existem níveis mais elevados de alcoolismo.

Por isso, devemos ressaltar que há uma linha tênue entre o hábito de beber e o alcoolismo. Nesta linha há fatores que estão sob o controle do própria pessoa, como o seu comportamento, e outros que não estão, como o risco biológico. É preciso ter muito cuidado e consumir álcool com moderação, e até mesmo evitar o seu consumo.

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*Fonte: amenteemaravilhosa