Dia: 30 de dezembro, 2016
Sobre a vida e um conceito de envelhecer
Hoje estive pensando sobre a vida, justamente porque de forma repentina um amigo de infância faleceu enquanto jogava uma tranquila partida de pádel com amigos, ontem na tardinha. Logo ele, uma pessoa que sempre esteve ligado aos esportes: futebol (tinha até um campinho na sua casa), pádel, volei e recentemente o judô (grande incentivador local). Esse amigo de longa data é o Gerson Borgmann (45 anos), que nos deixa inesperadamente, bem como um filho e esposa, além é claro de toda sua família, parentes, amigos e colegas. É duro. É triste. E aqui pode-se afirmar com certeza – foi cedo demais. Um cara do bem. Conheço tanta gente que não vale a bóia que come e o Gerson nos deixa, assim, cedo demais. Em função de nossa pouca diferença de idade, crescemos e um ambiente em comum assim como tantos outros amigos, vai ficar uma saudades e lacuna muito grande. O que nos resta são as muitas boas lembranças, as risadas e os momentos divertidos desse convívio.
A vida é breve! Por isso eu pensava sobre um novo conceito de envelhecer.
Vamos ficando velhos ironicamente já a partir do momento em que nascemos. A morte, nossa companheira e única certeza do outro lado da moeda da vida, sempre a nossa espreita, nos cercando, nos testando enquanto a vida segue.
“Envelhecer é aprender a conviver com dores.”
Aqui primeiramente uma referência lógica às dores propriamente ditas do corpo, aquelas que são cicatrizes e efeito direto da ação do tempo em nossas jornadas, aquelas que tratamos com remédio ou algum auxílio especializado. Mas não é só isso, temos também de aprender a conviver com outras dores que nos machucam bastante também, como as dores de amores, as dores da alma, dores dos relacionamentos de família, de emprego, com colegas, vizinhos, estudos, profissão e até da fome e acima de tudo, a da perda – talvez seja essa a mais dolorida de todas.
São tantas dores. Envelhecer é ao menos tentar conseguir superar ou então ao menos assimilar cada uma dessas “tantas” dores. E no final, é simplesmente saber aprender e lidar com esses inúmeros percalços da vida que atingem a todos nós.
A vida segue, sabemos disso, mas ficamos sempre com aquele “sentido de amargura” porque sabemos que com cada um que parte, leva junto, se apaga, um tanto de histórias, expectativas, planos, sensações, ideias, pensamentos e o que nos resta, são enfim os inúmeros momentos que foram compartilhados e curtidos juntos.
Gerson – descanse em paz amigo!
*Uma foto de 10/02/2007 que encontrei hoje, da rapaziada com o Gerson (*sem camisa), quando fomos visitar um outro amigo, o Samuel, que havia aberto um mercadinho no Arroio Grande. Fica aqui essa homenagem de uma boa lembrança para esse amigo verdadeiramente “super gente boa”…