Eu posso dizer que vivi o auge daquela fase do rock onde Guns & Roses era a banda mais perigosa do planeta (em todos os sentidos…rsrsrs), sem dúvida. Uma boa época. Tinha o grunge rolando, outras bandas mais pop, o rock inglês, funk-metal , o thash também estava em voga com o Metallica na linha de frente e por aí. Mas acho que apenas o Nirvana e talvez U2 foram tão grande$$$ assim naquele mesmo período. Saudades, mas o tempo passa. Mas sem fugir do assunto, o que queria mesmo mencionar é que enquanto todo mundo sempre fala de Axl e Slash, quando se trata de G&R, SQN – para mim os Gunner favoritos sempre foram o Izzy e o Duff. Tenho dito!
Então para comemorar os bons tempos, segue o baile com alguns vídeos do Izzy Stradlin em tempos de carreira solo, que servem para provar que “ele” era mesmo o cara rock’n roll da banda.
O dia nacional da poesia era em 14 de março, no aniversário de Castro Alves.
A partir de 2015, foi sancionada a lei 13.131, que mudou a data para o aniversário de Carlos Drummond de Andrade em 31 de outubro.
Ou seja, agora o dia nacional da poesia é em 31 de outubro.
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*Ano que vem mudam de novo para a data de nascimento de outro escritor…
Elogio da Sombra
A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.
Jorge Luis Borges
“Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo”
Você conhece esse poema?
Provavelmente já o leu ou alguém quem sabe, o tenha comentado algum dia com você. Se não o conhece, bem vale a leitura, é bom.
Mas acontece que erroneamente é considerado por muitos (há muitos anos), como sendo da autoria do escritor Jorge Luis Borges, mas na realidade não é. Nem se sabe ao certo o porque de atribuírem a ele, sua autoria.
Confira o texto abaixo de Elizabeth Lorenzotti que esclarece o assunto.
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Desvendado o enigma. Esta matéria saiu no jornal espanhol El Pais, de 10/5/99.
A autora da poesia é uma senhora americana, Nadine Stair. Quem está brava é a Maria Kodama, mas acho que brava demasiado. Afinal, essa poesia rodou o mundo, de repente. Eu fiquei procurando nas obras completas de Borges e nunca encontrei. Se ela rodou o mundo, é porque alguma função há de ter. E a poesia, como diz Anónio Scarmeta (O carteiro e o poeta) é para quem precisa dela.
Um abraço
Elizabeth
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“El poema que Borges nunca escribió”
Una poetisa norteamericana es la autora de unos versos falsamente atribuidos al insigne argentino Jorge Luis Borges.
FRANCISCO PEREGIL, Madrid
El siguiente poema ha sido inscrito hasta en camisetas y tazas de porcelana; algunos lectores de Jorge Luis Borges, como Alfonso Guerra, ex vicepresidente del Gobierno, lo han reproducido en su última felicitación navideña, aunque se cubrió las espaldas sobre la autoría del mismo atribuyéndoselo a un “anónimo borgiano”. E incluso un anuncio de una compañía de seguros que se ve estos días en televisión parafrasea su comienzo:
“Si pudiera vivir nuevamente mi vida,
en la próxima trataría de cometer más errores.
No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.
Sería más tonto de lo que he sido;
de hecho tomaría muy pocas cosas con seriedad.
Correría más riesgos, haría más viajes,
contemplaría más atardeceres,
subiría más montañas,
nadaría más ríos.
Iría a más lugares a donde nunca he ido,
comería más helados y más habas,
tendría más problemas reales y menos imaginarios
(…)”.
Pero también el anuncio en cuestión omite referirse al autor, que, según la creencia de la calle, sería Borges. Craso error, porque la verdadera
autora del apócrifo es una desconocida poetisa norteamericana llamada Nadine Stair, que lo publicó en 1978, ocho años antes de que Borges muriera, en Ginebra, a los 86 años.
La bola de nieve había comenzado a rodar en 1983. Aquel año, el escritor de best sellers Leo Buscaglia reproduce el citado poema en su libro Living,
loving & learning. Se lo atribuía a un hombre que sabía que iba a morir. En 1986, el estadounidense Harold Kushner, autor de libros como ¿Quién
necesita a Dios?, publica Cuando nada te basta, cómo dar sentido a tu vida, libro de la editorial Emecé en cuya página 162 se lee: “Recuerdo haber leído un reportaje sobre una mujer de los montes de Kentucky, en el cual se le pedía que pasara revista a su vida y reflexionara sobre todo lo que había aprendido. Con el típico toque de nostalgia que tiñe toda evolución del pasado, la anciana respondió: ‘Si pudiera vivir nuevamente mi vida (…) He sido de esas que nunca iban a ninguna parte sin un termómetro, una bolsa de agua caliente, un paraguas y un paracaídas”.
Después de muerto Borges, la revista argentina Uno Mismo, especializada en psicología, publicó el poema bajo el título Instantes y se lo atribuyó al poeta argentino. María Kodama, viuda del escritor, consiguió que Uno Mismo rectificara y que el Ministerio de Cultura y Educación publicara una gacetilla donde se aclarase quién fue la autora del poema. Pero en eso tardó ocho años.
Nadie sabía al principio de dónde procedían aquellas palabras. “Tardé demasiado tiempo en descubrir que ese poema fue publicado originariamente en inglés”, afirma Kodama. Cuando consiguió reparar el entuerto, el poema se había expandido a base de fotocopias por los
institutos y universidades de medio mundo.
El año pasado, en la librería de Alfonso Guerra en Sevilla, una mujer próxima al ex vicepresidente le confesó a María Kodama su admiración por esos versos, su identificación con el contenido. A lo cual, Kodama contestó: “Si Borges hubiera escrito eso yo habría dejado de estar enamorada de él en ese momento”.
“El poema, sin ningún valor literario”, ha escrito Kodama, “desvirtúa el mensaje de la obra de Borges. Amparándose en una firma famosa, se
intenta transmitir un sentido de la vida completamente materialista, sin ninguna busca de perfección espiritual ni inquietud intelectual”.
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*Fonte: jornaldapoesia