A vida é uma sequência de tapas na cara

É isso mesmo. Tapas na cara. Bofetadas estaladas e sem pudor que esfolam a carne das bochechas indefesas.

Não tem jeito, não tem saída. Quando se acha que está tudo bem, ela surge, intrépida, pra provar que “tudo bem” é só uma invenção que dissimula nossas falhas e temores. Se, num momento inocente, o caminho parece reto, é porque ela está na caixa de Pandora engenhando o próximo baile.

Tapas na cara são excelentes para eliminar certezas. O indivíduo está lá, todo convicto de sua estrada, gestando em si um bocado de verdades… Começa a se achar interessante; tocar um projetinho tímido; colocar um pé atrás do outro, numa frágil linha reta… Incauto! O cenário da segurança é o preferido da hospedeira. É porrada para todo lado.

Basta que se descuide das palavras, dos hormônios ou dos sonhos (ou de qualquer das fraquezas humanas). Dar a qualquer desses um instante de autonomia é a certeza de plantar o golpe certeiro. Falar demais é porrada certa. Falar de menos também. Obedecer ao corpo — tão cru, tão vil — é construir o próprio abismo. Dar vazão aos sonhos — esses tolos incansáveis — é subir bem alto só para mirar o vale de cima. O segredo é querer nada para ser livre.

As bofetadas vêm sob formas diversas: um amigo que decide liberar os cachorros, um familiar que cisma de puxar o tapete, uma oportunidade que dá as caras e se recolhe após causar frisson. Pode ser um livro cheio de carapuças prontinhas para ser usadas, ou uma situação embaraçosa que arranca todo mundo da inércia de uma só vez. Pode, ainda, ser a sutil ausência da palavra, aquela plácida nudez carregada de fel, que encontra na pele da cara uma morada incompetente.

Só que a gente, essa manada de bobocas, tem mania de mirar o queixo para o céu. E se levanta, e cospe poeira, e se irrita, e cai do precipício. Mas lá se manda o queixo para o céu de novo. Vai entender. A vida é tapa atrás de tapa. Mas a gente é cara de ferro e um dia entende que muito buscamos porque nada somos.

 

…………………………………………………………………………………..
*Fonte: revistabula/ Lara Brenner

Por que você deve ir além do Google? como fazer pesquisas na internet

Não é incomum encontrar estudantes de graduação e até mesmo pós graduação que não sabem fazer uma pesquisa acadêmica corretamente. As escolas e as universidades falham em não ensinar os alunos como fazerem pesquisas confiáveis na internet. A internet dispõe de um arsenal de dados que pode ser muito útil para sua pesquisa se você souber encontrá-los. Neste artigo irei dar dicas para uma pesquisa eficiente e exemplos de mecanismos de busca que podem ser muito úteis além do famoso Google.

O primeiro erro que algumas pessoas cometem ao usarem o Google é acharem que os primeiros resultados que aparecem são sempre os melhores para sua pesquisa. De fato, o mecanismo do Google seleciona os resultados que mais correspondem as palavras que você pesquisou. Mas, se sua descrição não for boa ou for ambígua, você terá maus resultados. Por tanto, tente ser objetivo na descrição do seu tópico de pesquisa e evite palavras de duplo sentido ou conceitos que podem significar mais de uma coisa sem especificar o sentido. Você deve pensar nas informações que quer obter e também naquelas que não precisa.

Escolha bem suas palavras chaves – Para identificá-las basta dividir seu tópico de pesquisa em assuntos. Suponha que você deseja entender as causas do desastre ambiental em Mariana-MG. Seu tópico de pesquisa poderá ser: Os erros que causaram a tragédia ambiental no município de Mariana.  Você deve descartar as palavras que descrevem as relações. Podendo ficar assim: Tragédia ambiental – município de Mariana – Causas.

É nessa hora que deve procurar sinônimos para essas palavras, afim de aprimorar os resultados nas suas pesquisas. Use termos semelhantes, pois nem todos os trabalhos que se referem diretamente ao seu problema usará as mesmas palavras que você usou. Mas veja, colocar no campo de busca apenas “Mariana” acabará em uma série de resultados indesejáveis para a sua pesquisa.  Por isso é importante conhecer os sinônimos de referência do objeto que você está pesquisando. O Google tem uma página de dicas para ajudar a encontrar informações de forma eficiente. Confira clicando aqui.

Se sua pesquisa requerer literatura acadêmica prefira o Google Scholar como mecanismo de busca, mas lembre-se de que ele possui limitações. Ao final do texto você encontrará outros links que podem ajudar a contornar isso.

Avaliando os resultados – Por que você deve ser cético em relação aos resultados de sua pesquisa? Primeiramente, porque qualquer um pode publicar qualquer coisa na internet. Além disso, informações distorcidas ou desatualizadas também são muito comuns. Relembrando o que eu mencionei nesse artigo – Seis maneiras de estimular o pensamento crítico – Veja quem escreveu, se há alguma inconsistência nas informações, se o autor coloca as fontes de seu trabalho, em que lugar foi publicado, para qual público é publicado, se o texto têm falácias, se ele não tem vieses explícitos. Seja cético! A qualidade do seu trabalho dependerá dessas fontes. Então, não ignore essas possibilidades.

Por que ir além do Google?

O Google é sem dúvidas um grande facilitador das nossas vidas. Mas, pela quantidade enorme de informações ele pode não ser ideal se sua pesquisa exigir rigor. Ele também pode ocultar informações mais antigas. Como alternativa, você pode usar mecanismos de busca com nichos específicos, onde poderá encontrar papers científicos com maior qualidade. Alguns bancos de dados científicos:

Sci-Hub: é um repositório online com mais de 51,000,000 artigos científicos, disponíveis no seu website.
Pub-Med: é um motor de busca de livre acesso à base de dados MEDLINE com informações relacionadas à saúde.
Web of Science: é uma base de dados que disponibiliza acesso a mais de 9.200 título de periódicos de diversas áreas do conhecimento.
GREENR: Um grande banco de dados focado em informações relacionadas as ciências do ambiente.
Wiley-Blackwell Cochrane: Uma biblioteca bem conhecido na comunidade médica por fornecer relatórios precisos e atualizados.
Stanford Encyclopedia of Philosophy: Um mecanismo de busca que dá acesso a um acervo de estudos sobre os mais variados temas filosóficos.
LibGen: é um mecanismo de busca de artigos e livros sobre vários tópicos, que permite o acesso livre a conteúdos pagos.
PsycInfo: é um grande banco de dados para todas as coisas relacionadas à psicologia.

Além disso, a Universidade de Briston disponibiliza um acervo de “databases” recomendados, confira AQUI.

 

………………………………………………………
*Fonte: universoracionalista