Recusado por mais de cem editoras até ser lançado, em 1974, “Zen e a arte da manutenção de motocicletas” é um road trip existencial em duas rodas, que dura 17 dias entre o Minnesota e a California. O título é enganoso: embora a paixão pela moto esteja presente, não se trata de um manual sobre mecânica, mas um relato possivelmente autobiográfico (é difícil saber onde começa a ficção e onde termina a realidade) sobre a reflexão, a loucura e a reconciliação com a vida. O autor, um professor de escrita criativa, viaja com seu filho enquanto relembra o seu passado, discute a história da filosofia (que ele chama de “chautauqua”), e a busca pela “Qualidade” . Alternando lembranças e análises, o autor divide duas formas de apreensão do real: os valores “clássicos” – como os que constroem máquinas – e os “românticos” – como experimentar a beleza da paisagem na estrada.
Logo o leitor descobre que o autor tem transtornos mentais e que foi tratado com eletrochoques. A viagem do pai com o filho acaba se tornando uma forma de se reconciliar com o passado e com a própria paternidade.
Além de “Zen e a arte…”, Pirsig escreveu “Lila, uma investigação sobre a moral”. Como o seu personagem, ele foi uma criança superdotada que entrou rápido demais na universidade, apaixonou-se por motocicletas e acabou diagnosticado com esquizofrenia.
Depois de superar o ceticismo editorial, “Zen e a arte…”, que demorou cinco anos para ser concluído, se tornou um dos maiores sucessos da década de 1970. Publicado no crepúsculo da contracultura, o livro parecia feito na medida para sua geração, que buscava uma nova voz de revolta para preencher o vácuo deixado pelo movimento hippie, que começava a perder força. Ao juntar “clássico” e “romântico”, Pirsig trouxe poesia a um mundo cada vez mais tecno-científico.
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*Fonte: oglobo
*Banjomanbold:
Apesar de cultuar esse livro desde garoto, confesso que não o tenho em minha estante. e olha, que livro é coisa que não falta por aqui. Mas pretendo em breve dar um jeito nisso através do site Estante Virtual. Faço questão de que seja uma edição usada e com a capa original de suas primeiras impressões aqui no Brasil (aquela com a ilustração do capacete e um motor meio psicodélico).
*Este livre aqui já teve três versões diferentes de capas e essa da primeira leva continua sendo a minha preferida, as outras são feias prá cacete.
Mas em tempo, já li o livro sim, mas apenas em uma versão em PDF (free) que o meu amigo Pretto me deu há alguns anos atrás.
>> baixe ou leia AQUI:
https://pedropeixotoferreira.files.wordpress.com/2014/03/robert-pirsig-zen-e-a-arte-da-manutenc3a7c3a3o-de-motocicletas.pdf
Desde pequeno eu tenho o gosto pela leitura, coisa incentivada em minha casa pela minha mãe que foi professora primária. Não foram poucas as oportunidades em que em minha adolescência eu estive em livrarias – ah…. taí uma coisa que curto MUITO até hoje – com esse livro em minhas mãos. Mas sei lá, por algum motivo qualquer no final das contas acabava mesmo levando algum outro livro – (bocaberta).
Mesmo lendo a sua versão em PDF, já nos começo do livro me passou uma sensação muito boa. Sim, tem também algumas partes um pouco chatas mas que de forma alguma o torna um livro ruim. Não é como um “On The Road” do Jack Keruac, mas é legal. Tem um sutil toque filosófico mas passa longe de ser uma obra religiosa ou então sobre meditação transcendental. Nada disso. É uma ficção mas também de modo algum sob o aspecto de um Hell’s Angels….rsrsrs
Não vou comentar muito sobre o livro, mas espero que de alguma forma alguém que leia aqui o blog se sensibilize e acabe por lê-lo também. Tenho certeza de que se você for uma pessoa de espírito livre, vai curtir.
Talvez esse livro na realidade separe os “motociclistas de verdade”, daqueles que só pensam em acelerar e mesmo de capacete tem a cabeça “vazia”…
Abaixo separei dois pequenos trechos só para dar um aperitivo da leitura:
“Quando a gente passa as férias viajando de moto, vê as coisas de um jeito completamente diferente. De carro a gente está sempre confinada, e como já estamos acostumados, nem notamos que tudo que vemos pela janela não passa de mais um programa de televisão. Sentimo-nos como um espectador, a paisagem fica passando monotonamente na tela, fora do nosso alcance.”
“Já na motocicleta, não há limites. Fica-se inteiramente em contato com a paisagem. A gente faz parte da cena, não fica só assistindo, e a sensação de estar presente é esmagadora. Aquele concreto zunindo a uns quinze centímetros da sola dos pés é real, é o chão onde se pisa, está bem ali, tão indistinto devido à velocidade que nem se pode fixar a vista nele; e, no entanto, para tocá-lo basta esticar o pé. A gente nunca se desliga daquilo que está acontecendo.”
E lembre-se, por causa de livros como esse que várias pessoas do mundo todo resolveram subir em uma motocicleta e saírem por aí, mundo afora em sentimento de liberdade.
Tenha uma boa viagem Robert Pirsig.
Thanks! Meu muito obrigado. Sua obra foi uma grande influência para mim, com certeza. Nosa vida é feita de uma coletânea de momentos e novas experiências, não de acúmulo de dinheiro…