Inteligência artificial está escrevendo o fim de Game of Thrones

Ser fã de Game of Thrones não é uma tarefa fácil. Apesar dos corvos na última temporada parecerem supersônicos, fora de Westeros as coisas demoram para acontecer. Ainda mais agora, que a data de estreia da oitava temporada ainda não foi anunciada – parece que só voltaremos a ver Jon Snow, Tyrion e Daenerys em 2019.

Para os fãs dos livros, então, a espera é ainda mais difícil. George R.R. Martin começou a escrever a saga em 1996, anunciou que seriam sete livros e por enquanto só lançou cinco. O título do próximo capítulo já sabemos, é The Winds of Winter – e o escritor já falou que acha que irá lançá-lo em 2018. Assim, sem muitas certezas, até porque essa mesma promessa já havia sido feita em 2016 e 2017 (o que nos faz pensar se ele vai ser publicado algum dia). A solução para nossos problemas, então, foi exatamente a mesma que tomamos sempre que aparece alguma coisa que os humanos não estão conseguindo fazer: construímos uma máquina que está escrevendo o final de Game of Thrones. Pode voltar a fazer nada, George.

A ideia é do americano Zack Thoutt. Engenheiro de softwares, ele se aproveitou de uma tecnologia que acabou se tornando a queridinha dos programadores nos últimos anos: as redes neurais. Resumindo bastante o conceito da ferramenta, essas redes conseguem analisar um montante gigantesco de dados e aprender com eles para criar produtos novos. Entre as possibilidades estão ações que até então eram tidas como exclusivas para a raça humana, como escrever. “A rede neural compara o material que ela produz com os dados que você usou para alimentá-la. Assim, ela se atualiza e aprende a imitar melhor seus objetivos”, explica Thoutt à Motherboard. Para transformar teoria em prática, ele alimentou uma rede neural com todas as 5.376 páginas que Martin publicou em seus primeiros cinco livros, e pediu para o robozinho escrever. Assim ele o fez.

O algoritmo já é autor de cinco capítulos – e eles confirmam várias teorias dos fãs. Segundo a máquina [spoiler: se você não quer saber das teorias, melhor pular para o próximo parágrafo], Jon vai montar um dragão, Varys vai envenenar Daenerys e, sim, Jaime mata Cersei. A confirmação das teorias não teve nenhum tipo de direcionamento programado – ninguém incluiu comentários retirados de fóruns de discussão ou matérias especulativas. A única ação de Thoutt foi determinar a quantidade de palavras que um capítulo teria e escolher uma só, que serviria de base para o computador trabalhar. Seguindo o conceito de que sempre um personagem seria a figura principal de cada trecho, Thoutt elegeu como palavra-chave o nome de alguma figura de Westeros (o que acabou virando o nome dos capítulos). “Acho que isso valida que qualquer coisa pode acontecer em Game of Thrones. Eu não alimentei ela com nada vindo de fãs, apenas com os livros”, diz Thoutt.

O computador conseguiu ir além das teorias já populares na internet. Ele criou novos plot twists, até então inéditos. Um deles é que Sansa Stark, na verdade, é uma Baratheon. “Foi, literalmente, a primeira frase que o algoritmo escreveu. Eu achei muito engraçado”, conta Thoutt. A máquina ainda criou um novo personagem, uma espécie de pirata chamado Greenbeard [Barbaverde, se imaginarmos a tradução para português]. E Hodor (que ainda está vivo nos livros) falou algo que não é, bem, seu próprio nome: “Hodor olhou para eles, gritando ‘qual caminho você deveria estar em casa’”.

A frase de Hodor não faz muito sentido, assim como diversos acontecimentos. Ned Stark, por exemplo, reaparece no texto como se nunca tivesse morrido. A falta de coerência tem duas principais razões: 1) o fato de Martin ter escrito muito, mas não o bastante. As Crônicas de Gelo e Fogo possuem 32 mil palavras; para alimentar uma rede neural de forma satisfatória, seria necessário um número 100 vezes maior. 2) A inventividade dos livros. Apesar de não ser um texto grande o suficiente, Martin é extremamente descritivo, e adjetivos acabam confundindo redes neurais. Isso, somado a locais fictícios e títulos que não existem (como Meistre e Sor) atrapalham ainda mais o algoritmo.

Os problemas, no entanto, estão longe de ser uma preocupação. Tudo não passa de um grande experimento sem pretensões de substituir os livros do verdadeiro autor. “Obviamente não é perfeito. Não está construindo uma história a longo-termo e a gramática não é perfeita. Mas o sistema é capaz de aprender o básico da língua inglesa e a própria estrutura do estilo de George R. R. Martin”, afirma Thoutt. Deve bastar – pelo menos até a próxima temporada.

 

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*Fonte: superinteressante

É simples descobrir se alguém sente atração por você

Todo mundo já conhece alguns sinais visuais de que uma outra pessoa está se sentindo atraída por nós. O olhar, movimentação das mãos e até a direção dos pés denunciam o que a pessoa está pensando ou até mesmo o que nem ela se deu conta que está sentindo. Mas tem um outro sinal de que está rolando uma química: o tom de voz.

A diferença biológica entre a voz de homens e mulheres é muito clara. Mulheres têm um tom mais agudo e homens têm um tom mais grave. Essas diferenças foram acontecendo através dos milênios para ajudar na reprodução da espécie. Ao deixar a voz mais grave, homens podem mostrar sua dominância física para seus competidores e parecer um candidato à parceiro sexual mais interessante para as mulheres.

Como resultado, mulheres tentem a achar vozes mais graves mais atraentes. É o oposto para homens, que sentem mais atração por vozes mais agudas, que são percebidas como mais femininas.

Em pesquisas, essas preferências são observadas ao pedir que os voluntários classifiquem vozes de pessoas que nunca viram como atraentes ou não-atraentes.

Usando este método, um estudo da Universidade Estadual de Nova York realizado em 2004 mostrou que pessoas que relatam maior experiência e atividade sexual tendem a ser classificadas como donas de vozes mais atraentes por desconhecidos. Isso quer dizer que o comportamento sexual da pessoa era percebido pelo tom de voz por estranhos.

Além disso, outros estudos da mesma universidade observaram que as pessoas conseguem mudar o tom de voz dependendo de situações internas ou externas a ela. As mulheres mudam o tom da voz dependendo das diferentes fases do ciclo menstrual, apresentando uma voz mais atraente no período fértil, enquanto os homens ficam com uma voz mais grave quando são confrontados por competidores em potencial em cenários de namoro.

Mudamos nossa voz se passamos muito tempo com alguém

Outro fenômeno que também pode causar diferenças na forma que falamos é chamada de “convergência fonética”. Pessoas que passam muito tempo conversando com alguém tendem a falar de forma semelhante sem nem perceber.

Essas diferenças incluem velocidade, tom de voz ou padrões de entonação, e até a forma como produzimos palavras específicas ou sons. Essa adaptação ocorre através dos meses ou anos, mas também já foi observada em estudos de poucas horas realizados em laboratório.

Um estudo da Universidade Estadual Montclair em conjunto com a Weill Cornell Medical College e Columbia College (EUA)
comparou cinco pares de companheiros de dormitório que haviam acabado de se conhecer no início do ano letivo. No início e fim do primeiro semestre, os pesquisadores gravaram a fala de cada pessoa e pediram para elas dizerem o que pensavam sobre os companheiros. A conclusão foi que aqueles que classificaram os outros alunos como legais acabaram sofrendo convergência fonética, e passaram a falar de forma semelhante.

Isso também pode acontecer com aquela pessoa que você gosta. Em um esforço inconsciente para ser mais parecido com ele ou com ela, você pode mudar a sua forma de falar.

O oposto também pode acontecer. Ao interagir com alguém que não gostamos, tendemos a falar de forma diferente dessa pessoa para nos distanciarmos dela. Isso se chama divergência fonética.

Outro estudo interessante envolveu mapas e uma dupla de pessoas tentando entender uma rota. Uma das pessoas tinha um mapa com um percurso desenhado, enquanto a outra não tinha essa marcação. A primeira tinha que passar instruções para que a segunda desenhasse o mesmo percurso, mas não poderia apontar ou usar gestos. Na tentativa desesperada de fazer a comunicação verbal ser eficaz, as pessoas passavam a ter convergência na fala, utilizando termos e palavras e até ritmo do parceiro para se fazer entender. Tudo isso acontece de forma automática e inconsciente. [MedicalXpress]

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*Fonte: hypescience