Michael Jackson | Como o ícone do pop quase comprou a Marvel

Michael Jackson foi um dos maiores artistas da história. Idolatrado por sua música, dança e originalidade, o cantor também era muito conhecido por suas… peculiaridades. Fã de histórias de fantasia, ele tentou comprar nada menos que a Marvel nos anos 90 e quase interpretou alguns heróis clássicos da Casa de Ideias no início dos anos 2000.

O sucesso aconteceu muito rápido para Jackson. No começo dos anos 70, quando tinha apenas 14 anos, ele lançou seu primeiro disco ao lado do grupo que tinha com seus irmãos, o Jackson 5. Vocalista principal e estrela desde o princípio, o garoto se desenvolveu em um dos maiores astros do pop em pouco tempo e dominou as paradas de sucesso dos anos 80 graças ao clássico Thriller, um dos álbuns mais vendidos da história.

O cantor rapidamente arrecadou uma grande quantia em dinheiro e isso o ajudou em duas coisas que marcaram sua vida. A primeira foi a liberdade de explorar sua criatividade como artista. Jackson revolucionou os clipes musicais com verdadeiros curta-metragens – com destaque para Thriller e Bad (que foi dirigido por ninguém menos que Martin Scorsese) – e até se arriscou em projetos cinematográficos como Moonwalker.

Além disso, se destacou pelas excentricidades. Michael comprou uma casa chamada Neverland em homenagem a Peter Pan, montou um zoológico particular, instalou um trem que rodava o local e a recheou de brinquedos que sempre quis em comprar, como estátuas em tamanho real do Batman e do Homem-Aranha – um dos seus heróis favoritos. Fã de quadrinhos, ele sonhava em ver os personagens da Marvel nos cinemas e estava disposto a fazer de tudo para tentar se tornar um deles.

A editora passava por um momento de dificuldades em meados dos anos 90. Os quadrinhos estavam em baixa e filmes baseados nos personagens da Casa de Ideias não emplacavam nos cinemas. Com isso, o artista decidiu entrar em contato com Stan Lee para ver a possibilidade de adquirir os direitos cinematográficos do Homem-Aranha.

“Ele queria ser o Homem-Aranha. Ele queria comprar os direitos do herói e acredito que ele queria viver o Peter Parker. Ele nunca disse, mas eu tinha certeza disso”, afirmou Lee em entrevista à AP.

O criador do personagem tentou ser o mais sincero possível e afirmou que, provavelmente, a empresa não negociaria com ele os direitos. Então, Michael decidiu tomar uma atitude extrema. “Ele disse: ‘Muito bem, então eu vou comprar a Marvel’. Eu não sei o que aconteceu. Obviamente ele não conseguiu, mas ele queria muito’”, completou o autor.

O negócio acabou não indo para frente, mas mesmo assim Jackson estava disposto a participar de um filme da empresa. Quando a Fox anunciou que faria um longa baseado em X-Men, Jackson tentou mais uma vez se envolver com o projeto. “Os produtores revelaram que ele tentou de todas as maneiras interpretar o Professor X. Eu nem sabia que ele queria ser o Xavier. Eu o conhecia muito bem e ele nunca havia discutido qualquer coisa dos X-Men comigo”, disse Lee em entrevista ao Moviefone.

Jackson acabou nunca aparecendo em um filme da Marvel, mas os contatos com Lee continuaram. O cantor chegou a visitar os estúdios da Casa de Ideias – com tour guiado pelo próprio Lee – e os dois acabaram como grandes amigos. “Nos encontramos diversas vezes. Na verdade, ele chegou a visitar minha casa uma vez com o filho e minha esposa tomou conta do garoto enquanto eu e Michael conversávamos”, afirmou Lee ao The Telegraph.

Jackson, que completaria neste dia 29 de agosto 59 anos, era acima de tudo um fã. E como qualquer fã, o simples fato de estar perto do ídolo, para ele, já era especial. “Ele [Lee] é um dos maiores criadores dos quadrinhos. Diferente dos outros, ele sempre foi muito produtivo. Cresci lendo seus quadrinhos e fico feliz de estarmos falando, trabalhando e pensando em fazer algo juntos”, disse Michael em uma de suas visitas ao estúdio Marvel.

Infelizmente, a parceria nunca aconteceu. Porém, Lee relembra da amizade com carinho até os dias de hoje. “Eu lembro que uma vez ele me chamou para uma gravação. Ele estava gravando em Jersey em um aeroporto abandonado. Tinha umas 300 pessoas ali. Eu cheguei pela porta dos fundos e ele estava no palco. De repente, ele diz, ‘Parem. Stan, Stan, vem aqui’. Eu me senti a pessoa mais importante do mundo! Michael Jackson parou o que ele estava fazendo e disse, ‘Stan, vem aqui’. Eu nunca vou esquecer isso’”, finalizou ao THR.

 

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*Fonte: omelete

Você pensa por si mesmo ou como a mídia quer que você pense?

Várias obras da literatura e do cinema destacam o papel da mídia como um instrumento importante no controle social. Sabendo que somos seres significantes, isto é, que constroem a consciência a partir da atribuição de juízos de valor e signos em relação às coisas, é notório que os meios de comunicação possuam enorme importância na formação desses signos. Sendo assim, de que modo se constrói a liberdade do pensar humano em um mundo cada vez mais dominado pela força da mídia?

Essa problemática aparece, por exemplo, no filme (baseado em uma HQ) “V de Vingança”, em que V (Hugo Weaving) diz em dado momento a seguinte frase: “Pensa por você mesmo ou como eles querem que você pense?”. Na sociedade do filme, a mídia é totalmente subserviente às vontades da ordem estabelecida. Na nossa, parece-me, que as coisas não são tão diferentes. Somos bombardeados diariamente com toneladas de informações que repetem à exaustão a mesma coisa, a saber, as vontades da ordem dominante e, consequentemente, do capitalismo consumista.

Dessa maneira, a consciência do indivíduo é formada através de informações ideologizadas em um único sentido, de modo tiranizado, lembrando Milton Santos, embora estejam fantasiadas de uma pseudodemocracia libertária. Obviamente, nenhuma ideia é desprovida de ideologia, todo pensamento existe a partir de um determinado viés ideológico. No entanto, o grande problema se estrutura na medida em que o sujeito recebe apenas um tipo de “informação”, dada como se fosse a única forma de pensar e agir, sem a existência de outras possibilidades. Ou seja, a cosmovisão ou consciência do sujeito é limitada aos valores sígnicos que recebe, valores estes unilaterais e impostos por pessoas que se beneficiam da homogeneização social.

Com a criação de uma espécie de consciência que funciona em uníssono, há uma padronização, em que todos devem agir, se comportar, falar e, sobretudo, comprar igualmente. Como disse, nenhuma ideia será desprovida de ideologia, mas, novamente, o problema está em apresentar uma única saída, como se todos fossem iguais, como se a liberdade do indivíduo não possuísse valor e, portanto, devesse ser extirpada, colocando em seu lugar grilhões que fazem com que todos caminhem sempre na mesma direção, afinal, para os donos do poder, como aparece em “Robocop (2014)”: “As pessoas não sabem o que querem até dizermos o que querem”.

Nesse prisma, o indivíduo deixa de pensar por si mesmo ou de, pelo menos, fazer uma escolha baseada em sua capacidade reflexiva, para ser somente um servo do sistema, que age como tirano ao mesmo tempo em que faz com que o sujeito acredite ter o controle pleno de todas as suas ações.

“Quando a máquina luta, sinais são enviados ao cérebro do Alex e ele pensa que está no controle, mas não está. É uma ilusão.” (Robocop, 2014)

Diante disso, a liberdade no contexto contemporâneo se tornou um elemento extremamente frágil, uma vez que o desenvolvimento tecnológico possibilitou a exponencialização da capacidade de interferência ingerente em todos os setores da vida de uma pessoa e como todos estão submetidos, mais ou menos, à vida em sociedade, todos de algum modo acabam sendo permissivos e/ou omissos em relação ao domínio da “máquina”.

Assim, a grande questão em relação a toda essa discussão, a meu ver, é perceber de um lado o exercício do poder por meio da linguagem, porque informação/mídia/publicidade também é linguagem, e, por outro lado, a diminuição da capacidade reflexiva do homem, que ao estar submetido a um estilo de vida que ele próprio consentiu, tornou-se mais automatizado e cansado, de modo a digerir e executar com enorme facilidade tudo que consome, como se os olhos ao ver, não enxergassem; cegueira típica de quem se acostumou tanto a desligar o cérebro, que já não lembra como fazê-lo voltar a funcionar.

 

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*Fonte: genialmentelouco