Dia: 22 de novembro, 2017
O remoto lugar na Terra para onde os satélites são enviados para ‘morrer’
A estação espacial chinesa Tiangong-1 está, atualmente, fora de controle. Espera-se que ela caia na Terra em algum momento do ano que vem, mas não exatamente no local onde outros módulos espaciais terminam seus dias.
Exploradores e aventureiros, em geral, gostam de procurar novos lugares para conquistar, já que os picos mais altos já foram escalados, os polos foram alcançados e os vastos oceanos e desertos já foram atravessados.
Alguns desses lugares são chamados polos de inacessibilidade.
Dois deles são especialmente interessantes. Um é o polo continental de inacessibilidade – o local na Terra mais longe do oceano. Existe uma discussão sobre sua posição exata, mas para muitos ele fica próximo ao chamado Passo de Alataw – uma passagem montanhosa na fronteira entre a China e o Cazaquistão.
O ponto equivalente no oceano – aquele que fica mais afastado de qualquer território em terra – fica no sul do Pacífico, cerca de 2.700 km ao sul das Ilhas Pitcairn – em algum lugar na “terra de ninguém” entre a Austrália, a Nova Zelândia e a América do Sul.
Onde os satélites vão para morrer
A brutal campanha anticorrupção do presidente chinês, o maior expurgo de funcionários do partido desde Mao
A luta de 200 brigadistas e poucos recursos contra incêndio sem precedentes no Cerrado brasileiro
Este polo de inacessibilidade oceânico não atrai apenas o interesse de exploradores – operadores de satélite também se interessam por ele.
Com o fim da vida útil de satélites e espaçonaves atualmente em órbita ao redor da Terra, a grande maioria destes artefatos irão voltar em algum momento. Mas, onde cairão?
Satélites menores geralmente se incendeiam ao entrar na atmosfera terrestre, porém alguns pedaços dos maiores conseguem sobreviver ao atrito e se chocam com o solo. Para evitar que caiam em áreas populosas, eles costumam ser conduzidos para a área em torno do ponto de inacessibilidade oceânica.
Uma área que se estende por aproximadamente 1.500 km² no leito oceânico está, aos poucos, sendo transformada num verdadeiro cemitério de espaçonaves construídas pelo homem. Na última contagem havia mais de 260 delas, a maioria russas.
Os destroços da estação espacial Mir, por exemplo, estão lá. Ela foi lançada ao espaço em 1986 e recebeu diversos cosmonautas russos e visitantes de várias nacionalidades.
Com uma massa de 120 toneladas, a estação não conseguiria queimar completamente na atmosfera. Por isso, ela foi direcionada à região em 2001, e chegou a ser vista por alguns pescadores locais como uma bola de destroços brilhantes se desintegrando enquanto percorria o céu.
Controle
Ao retornar à Terra, o módulo que leva suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) entra em combustão nessa região, incinerando também o lixo que traz da Estação.
Esta desintegração controlada de satélites e módulos espaciais em nossa atmosfera não causa perigo para ninguém.
A região desse polo de inacessibilidade também não costuma ser frequentada por pescadores, porque as correntes oceânicas não passam pela área e, portanto, não levam nutrientes para lá, o que torna escassa a vida marinha no local.
Uma das futuras habitantes deste ponto isolado será a própria Estação Espacial Internacional.
Os planos atuais são de que ela seja desativada na próxima década e seja conduzida para o polo oceânico de inacessibilidade. Com uma massa de 450 toneladas – quatro vezes maior do que a da estação russa Mir – sua volta à Terra provavelmente será um acontecimento espetacular.
No entanto, nem sempre é possível conduzir um satélite ou estação espacial para o sul do oceano Pacífico, pois os controladores podem perder contato com ele.
Foi exatamente isso o que aconteceu com a estação espacial Salyut 7, em 1991, que caiu na América do Sul, e também com a Skylab, primeira estação espacial americana, que atingiu a Austrália em 1979. Ninguém foi ferido e, até onde se sabe, ninguém jamais foi atingido por algum pedaço de um módulo espacial desativado.
No ano que vem, este problema se repetirá. Entre os meses de janeiro e abril, a estação chinesa Tiangong-1 voltará à Terra, em sua última viagem. Ela foi lançada em 2011, como a primeira estação espacial da China. No ano seguinte, recebeu a visita da primeira mulher astronauta chinesa, Liu Yang.
A órbita da Tiangong-1 vem declinando à medida que ela se aproxima do ponto de reentrada na atmosfera terrestre. Mas, os engenheiros chineses perderam o controle de sua trajetória e não estão conseguindo ligar seus propulsores para guiá-la até o Pacífico Sul.
Com isso, calculam que a estação cairá na Terra em algum local entre as latitudes do norte da Espanha e o sul da Austrália. Não será possível ter uma localização mais precisa de sua queda até poucas horas antes da Tiangong-1 entrar em combustão.
Mas o mais provável é que ela não se junte a suas companheiras no “cemitério de satélites”.
*David Whitehouse foi correspondente de ciência da BBC de 1988 até 2006, editor de ciência do site da BBC News.
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*Fonte: BBC Brasil
O fim da barba está próximo
De acordo com biólogos evolucionários (não com estilistas de moda), o fim da barba está próximo. O decreto deve durar só uns 30 anos, no entanto.
Cientistas australianos descobriram que, conforme o pelo facial se torna mais comum, também fica menos atraente, e assim o “look” barbeado torna-se mais desejável para potenciais companheiras(os).
Anos mais tarde, no entanto, se todos os homens tiverem a cara lisa, a barba pode voltar a ter mais apelo sexual.
O experimento
No experimento feito pelos pesquisadores da Universidade de New South Wales, 1.453 mulheres e 213 homens foram convidados a avaliar faces diferentes.
Os participantes viram 36 imagens de rostos de homens. As primeiras 24 fotos destacavam homens totalmente barbudos ou sem nenhuma barba, ou uma mistura dos dois. As 12 imagens finais, em seguida, mostravam homens com barbas de vários níveis, e os voluntários tinham que avaliar sua atratividade.
Tanto as mulheres como os homens julgaram a barba cheia (ou barba completa) como mais atraente quando elas eram raras. A mesma coisa ocorreu com rostos barbeados.
Segundo os cientistas, esse padrão reflete um fenômeno evolutivo, da “seleção sexual dependente da frequência negativa”. Em outras palavras, a evolução dá uma vantagem para traços raros – quem os têm se torna então preferido por potenciais parceiros para a procriação.
Ciclo
Essa preferência dependente da frequência negativa pode, portanto, contribuir para um fim próximo da barba, que anda na moda atualmente.
Os cientistas dizem que, neste momento, chegamos ao “auge das barbas”, já que até profissões naturalmente associadas a um queixo limpo – banqueiros, estrelas de cinema e jogadores de futebol – começaram a ostentar pelos faciais.
Se a biologia estiver certa, então, o fim da cara peluda nada rara está decretado.
“Nós sabemos que as barbas passam por modas cíclicas. Pessoas costumam falar de uma escala de tempo de 30 anos”, disse o professor Rob Brooks, um dos pesquisadores do estudo. “Há uma pesquisa maravilhosa que analisou fotografias de homens entre 1871 e 1972 no Illustrated London News. Costeletas mudaram para bigodes e, em seguida, para barbas cheias”.
De fato, a década de 1970 foi a dos bigodes finos. Nos anos 80, a moda era bigodes grossos. Nos anos 90, os homens assumiram o look bunda de bebê, até a volta das grandes barbas nos recentemente.
Brooks sugere que esse “boom” pode ter suas raízes na crise financeira de 2008. “Eu acho que uma das razões para a barba voltar é que agora é um momento difícil. Os jovens estão competindo para atrair alguém, quando emprego não é fácil de encontrar”.
O problema com querer se sobressair usando uma barba é que em breve isso provavelmente já não será possível, devido ao seu uso generalizado pelo mundo todo. Logo, se você, homem, quiser se destacar na multidão, é melhor comprar uma lâmina de barbear. [BBC, Express]
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*Fonte: hypescience