Wander Wildner, ontem no Anexo Pub em Venâncio Aires

Ontem, quinta-feira foi  dia de mais um pocket show do Wander Wildner em Venâncio Aires, novamente no Anexo Pub – um lugar legal prá caramba, justamente para esse tipo de show. Sobre o Wander não tenho muito o que comentar ou dizer, foi bem legal e teve aquela vibe  e pegada semi-punk com pitadas de letras romântica – enfim, a marca do Wander, não é!?

Também não sei dizer até onde o público local compreende na real o trabalho dele, afinal não tem solos nem muito menos fritação de guitarra, ele não estudou guitarra flamenca nem violão folk nos EUA, mas toca com a alma e faz uma coisa até bem simples, é verdade, mas que de um modo em que a maioria das pessoas jamais conseguiria fazer ou no mínimo ter uma mesma dose de sua mística e empatia. Coisa fundamental para ser um bom artista. O isso ele e de sombra!

Vejo sua carreira solo como tipo um menestrel com um recado urbano, que propositadamente parece simples mas é dotado de uma mensagem FORTE. E nisso tudo, uma espécie de mistura liquidificada de Iggy Pop, Nick Cave, Neil Young e Belchior, resultando disso tudo um sumo gaúcho-tupiniquim, de ótima cepa.

Quem foi, foi. Quem viu, viu. Eu particularmente gostei mais do show anterior dele aqui, que foi no final do ano passado, apesar de ter tocados logo de cara novas composições na abertura do show. Acho que o público esteve muito comportado dessa vez – aliás, mesmo que seja apenas ele sozinho no palco com suas composições cheias de romantismo e sua guitarra, não deixa de ser uma “festa punk”.

Nota bacanuda da noite! Sim, para a próxima vez já está marcado, vou fazer uma participação de leve tocando baixo junto com ele em algumas músicas. E também fiquei emocionado quando lá pelas tantas ele ao microfone cita meu nome e me oferece uma música. Mazáh! Eternamente grato por isso.

E sim, no final teve toda aquela resenha de primos e uma bela troca de ideias, bem mais longa do que nas vezes anteriores, tanto que ficamos de prosa até o bar fechar suas portas. Valeu. Keep on rock.

Abaixo algumas fotos de show de ontem. Poucas, afinal não vivo a ditadura do celular e das selfies, o lance ontem era curtir o momento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Veja o que as redes sociais e buscadores fazem com os dados dos usuários

O escândalo do Facebook despertou a preocupação e dúvidas dos internautas sobre o uso de seus dados recolhidos pelas redes sociais e os motores de busca.

Este é um resumo de como funcionam, em um momento em que o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, dá seu testemunho no Congresso dos Estados Unidos.

>> As redes sociais

DADOS QUE RECOLHEM: Tudo o que um usuário escreve, em sua página de Facebook ou nas de seus “amigos”, todas as fotos ou vídeos que publica, todas as suas “curtidas” na rede, tudo que compartilha, tudo que consulta, a identidade dos usuários com que interage, ou sua geolocalização. A mesma coisa acontece com o Instagram e o WhatsApp, subsidiárias do Facebook, Snapchat ou Twitter, embora o leque seja menor nestas últimas plataformas. Se o usuário autorizar, o Facebook também pode buscar informações nos sites que consulta enquanto está conectado à rede social.

DADOS QUE VENDEM: O Facebook assegura que não vende a seus clientes anunciantes os dados pessoais identificáveis ou os dados agregados. O que vende é a possibilidade de que um anunciante chegue, entre os usuários do Facebook, ao seu público-alvo, multiplicando assim a eficácia de uma campanha. “O Facebook não está no negócio da venda de dados, está no de venda de pixeis”, resume Ryan Matzner, cofundador do Fueled, uma empresa que cria aplicativos para clientes.

O Twitter, por sua vez, vende tuítes, ou o acesso a um motor de busca interna para ver todas as mensagens publicadas em um período dado.

O QUE COMPARTILHAM: A imensa maioria das redes sociais abre suas portas a companhias externas que criam aplicativos que se alimentam em parte ou totalmente da exploração dos dados de usuários dessas redes.

No caso do Facebook, a parte pública, ou seja, toda a página para alguns, apenas o nome, sobrenome e a foto do perfil para outros, não necessita autorização do usuário, explica Ryan Matzner. Já a utilização do resto requer o consentimento do interessado, afirma.

Apenas os dados bancários ou de pagamento que o Facebook possui estão fora do limite. No entanto, aponta Matzner, “muitas coisas que eram possíveis há cinco, seis ou sete anos já não são porque o Facebook era mais aberto nessa época”.

Mas quando os dados são recolhidos por estes aplicativos, escapam ao Facebook ou a outras redes sociais.

“É como aplicar uma regra sobre a qual o Facebook não tem jurisdição ou interesse. E não há ferramentas (para recuperá-las), embora alguém prometa isso”, explica Chirag Shah, professor da Universidade de Rutgers e especialista em dados nas redes sociais.

“Quando alguém acessa esses dados, o Facebook não tem como saber o que fará com eles”, afirma Matzner. “Só podem acreditar em sua palavra. É como enviar um e-mail e se perguntar o que o destinatário fará com ele. Você não sabe”.

>> Os motores de busca

O QUE RECOLHEM: Todos os dados que dizem respeito às buscas, à geolocalização ou outros dados consultados. Como Google, Yahoo! (grupo Oath) e Bing (Microsoft), os principais motores de busca estão integrados nos gigantes da internet que propõem vários outros serviços aos internautas. Através deles, os grupos recolhem dados adicionais, que cruzados com os coletados pelos motores de busca traçam um perfil ainda mais preciso do internauta. “Você não precisa dizer ao Google sua idade ou seu sexo”, explica Chirag Shah. “Eles podem determinar isso graças a muitos outros fatores”.

O QUE VENDEM: Assim como as redes sociais, seus rendimentos provêm, em grande parte, da publicidade. Não vendem dados, mas sim o acesso a um consumidor de características muito precisas, fruto do cruzamento de dados do motor de busca – e também, no caso do Google, de todas as buscas e conteúdos vistos no YouTube, sua subsidiária. Inclusive o Google há algum tempo explora o conteúdo das mensagens eletrônicas dos internautas que têm uma conta Gmail, mas em junho passado anunciou que não fará mais isso.

O QUE COMPARTILHAM: Abrem as portas a desenvolvedores e aplicativos, como as redes sociais.

>> Há limites?

Nos Estados Unidos não existe quase nenhuma lei que proteja a utilização de dados provenientes das redes sociais ou motores de busca. Mas a autoridade reguladora, a Federal Trade Commission (FTC), as monitora e sancionou o Facebook a partir de 2011 por sua gestão de dados pessoais. Também concluiu um acordo com o Google em 2013 por práticas que atentavam contra a concorrência.

No Canadá e Europa, há limites para o uso de dados, sobretudo no que diz respeito a informações ligadas à saúde, explica Ryan Berger, da filial canadense do escritório Norton Rose Fulbright. Ressalta, no entanto, que a jurisprudência sobre estes assuntos é quase inexistente.

Na Europa, o Facebook foi sancionado em 2017 com uma multa de 135 milhões de dólares pela Comissão Europeia por compartilhar dados pessoais com o WhatsApp.

Na França, a Comissão Nacional de Informática e Liberdades (CNIL) aplicou em maio de 2017 uma multa de 185.000 dólares ao Facebook por “faltas” em sua gestão de dados dos usuários.

O novo regulamento geral sobre a proteção de dados (RGPD), um texto europeu que entrará em vigor em 25 de maio, definirá normas mais claras para a coleta de dados.

………………………………………………………..
*Fonte: exame

Como as bactérias que você carrega podem estar afetando seu estado de espírito

Se há algo que nos torna humanos são nossas mentes, pensamentos e emoções.

Um novo conceito controverso que está surgindo, contudo, aponta que as bactérias do intestino também têm um papel importante nisso: elas agiriam como uma espécie de mão invisível em nossos cérebros.

É nesse campo que pesquisadores estão trabalhando ao investigar como os trilhões de micróbios que sobrevivem em nós e nos habitam – o que é chamado de nosso microbioma – afetam a nossa saúde física.

Até mesmo transtornos como depressão, autismo e doenças neurodegenerativas, como o mal de Parkinson, podem de alguma forma estar relacionadas a essas pequenas criaturas.

Nós sabemos há séculos que o modo como nos sentimos afeta o nosso intestino – apenas pense no que acontece com você antes de uma prova ou de uma entrevista de emprego -, mas agora isso está sendo visto como uma via de mão dupla.

Grupos de pesquisadores acreditam estar à beira de uma revolução que usa “micróbios do humor” ou “psicobióticos” para melhorar a saúde mental.

O estudo que deu a partida para esse conceito foi realizado na Universidade de Kyushu, no Japão, em 2004.

Cientistas demonstraram que camundongos “livres de germes” – aqueles que nunca tiveram contato com micróbios – produziram duas vezes a quantidade de hormônio do estresse quando afligidos do que os camundongos normais.

Os animais eram idênticos, exceto pelos micróbios. Isso foi considerado um forte indício de que a diferença era resultado de seus micro-organismos. E o trabalho se tornou a primeira pista do impacto que a medicina microbiana teria na saúde mental.

“Todos nós voltamos sempre àquele primeiro artigo, à primeira leva de neurocientistas japoneses que estudaram os micróbios”, diz Jane Foster, neuropsiquiatra da Universidade McMaster, no Canadá. “Foi realmente muito importante para nós que estavámos estudando depressão e ansiedade.”

Há agora uma rica corrente de pesquisa relacionando camundongos sem germes a mudanças no comportamento e até mesmo na estrutura do cérebro.

Mas a vida completamente estéril deles não é nada parecida ao mundo real. Estamos constantemente entrando em contato com micróbios em nosso meio ambiente – nenhum de nós é livre de germes.

No Hospital Universitário de Cork na Irlanda, o professor Ted Dinan está tentando descobrir o que acontece com o microbioma de seus pacientes deprimidos.

Para os médicos, um microbioma saudável é um microbioma diverso, que contém uma grande variedade de espécies diferentes de micro-organismos.

“Se você comparar alguém que está clinicamente deprimido com alguém que está saudável, há uma diminuição na diversidade da microbiota (flora intestinal)”, diz Dinan.

“Não estou sugerindo que esta seja a única causa da depressão, mas acredito que, para muitos indivíduos, ela contribui para o surgimento da doença.”

O pesquisador argumenta ainda que alguns estilos de vida que enfraquecem nossas bactérias intestinais, como uma dieta pobre em fibras, pode nos tornar mais vulneráveis.

 

Uma pesquisa recente mostra que as pessoas são mais micróbios do que humanas – se você contar todas as células do seu corpo, apenas 43% pertencem à espécie humana.

O resto é o microbioma e inclui bactérias, vírus, fungos e arquea (organismos que eram classificados de forma equivocada como bactérias, mas que têm características genéticas e bioquímicas diferentes).

Isto é conhecido como o “segundo genoma” e também está sendo associado a doenças como Mal de Parkinson, doença inflamatória intestinal, depressão, autismo e ao funcionamento de drogas contra o câncer.

O mistério da depressão

A possível relação de um desequilíbrio no microbioma intestinal com a depressão também é um conceito intrigante.

Para testar esta hipótese, os cientistas do centro de microbiomas APC, na Universidade College Cork, começaram a transplantar o microbioma de pacientes deprimidos para animais. O procedimento é conhecido como transplante fecal.

Ele mostrou que, se você transfere as bactérias, também transfere o comportamento.

“Ficamos muito surpresos com a possibilidade de, apenas pegando amostras de microbioma, reproduzir muitas das características de um indivíduo deprimido em um rato”, diz o professor John Cryan à BBC.

Estas características incluíam, por exemplo, a anedonia – o modo como a depressão pode levar as pessoas a perderem o interesse pelo que normalmente consideram prazeroso.

Para os ratos, esse prazer era obtido com uma água com açúcar que eles queriam beber cada vez mais, mas com a qual passaram a não se importar quando receberam o microbioma de um indivíduo deprimido, diz Cryan.

Evidências semelhantes da relação entre o microbioma, o intestino e o cérebro também estão emergindo em relação ao mal de Parkinson.

A doença é claramente um distúrbio cerebral. Os pacientes perdem o controle de seus músculos à medida que as células cerebrais morrem, e isso os leva a apresentar um tremor característico.

Agora, o professor Sarkis Mazmanian, microbiologista médico do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), tem argumentado que as bactérias intestinais parecem ter um papel nisso.

“Os neurocientistas clássicos considerariam uma heresia pensar que é possível entender os eventos no cérebro pesquisando o intestino”, diz ele, que no entanto encontrou diferenças “muito fortes” entre os microbiomas de pessoas com Parkinson e daquelas sem a doença.

Estudos em animais geneticamente programados para desenvolver o Parkinson mostram que as bactérias intestinais estão ligadas ao surgimento da doença.

E quando as fezes foram transplantadas de pacientes com Parkinson para ratos, estes desenvolveram sintomas “muito piores” do que quando foram usadas fezes provenientes de um indivíduo saudável.

Mazmanian diz à BBC que “as mudanças no microbioma parecem estar induzindo os sintomas motores do Parkinson.”

“Estamos muito animados com isso porque nos permite apontar o microbioma como um caminho para novas terapias”, afirma.

Ainda que fascinante, a evidência que liga o microbioma ao cérebro é, por enquanto, preliminar.

Os pioneiros desse campo de pesquisa veem, entretanto, uma perspectiva interessante no horizonte – uma maneira totalmente nova de influenciar nossa saúde e bem-estar.

Se os micróbios influenciam nossos cérebros, então talvez possamos mudar nossos micróbios para melhor.

Mais estudos necessários

Mas será que alterar as bactérias no intestino de pacientes de Parkinson pode mudar o curso da doença?

Fala-se de psiquiatras que prescrevem micróbios do humor ou psicobióticos – efetivamente um coquetel probiótico de bactérias saudáveis – para impulsionar nossa saúde mental.

A pesquisadora Kirsten Tillisch, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, questiona: “Se mudarmos as bactérias, podemos mudar o modo como reagimos?”.

Ela diz, entretanto, que são necessários estudos muito maiores que realmente investiguem quais espécie e até subespécies de bactérias podem estar exercendo efeito sobre o cérebro e o que elas estão produzindo no intestino.

“Há conexões claras aqui. Acho que nosso entusiasmo e nossa empolgação se explicam porque não tivemos, até agora, tratamentos ótimos (para males como Parkinson). Então é muito empolgante pensar que há um caminho totalmente novo que podemos estudar e com o qual podemos ajudar as pessoas, talvez até para prevenir doenças.”

O microbioma – nosso segundo genoma – está abrindo uma maneira inteiramente nova de se fazer medicina, e seu papel está sendo investigado em quase todas as doenças que se pode imaginar, incluindo alergias, câncer e obesidade.

Impressiona o quão maleável esse segundo genoma é e como isso está em contraste com o nosso próprio DNA.

A comida que comemos, os animais de estimação que temos, os medicamentos que tomamos, como nascemos – tudo modifica nossos habitantes microbianos.

“Prevejo que nos próximos cinco anos, quando você for ao médico fazer seu exame de colesterol, por exemplo, você também vai ter o seu microbioma avaliado. O microbioma é o futuro fundamental da medicina personalizada”, afirma John Cryan.

*Por: James Gallagher

…………………………………………………………………..
*Fonte: bbc