Dia: 17 de maio, 2018
Quem discute muito para provar sua sabedoria demonstra sua ignorância
Quem discute muito tentando provar sua sabedoria ou sua verdade universal, na maior parte das vezes só demonstra a sua ignorância. Porque inteligente não é quem ganha as discussões, inteligente é quem não as provoca e quem, por sua vez, sabe a hora de se afastar quando toma consciência de que há batalhas que não valem a pena.
Portanto, fica claro que a arte de discutir tem muito a ver com a própria personalidade. Além disso, a maneira através da qual nós realizamos este processo também se relaciona com a educação recebida e com as dinâmicas familiares em que crescemos. Nestes micro-universos tão variados e ao mesmo tempo complexos, muitas vezes as pessoas acabam integrando a crença de que quem grita mais alto é quem leva a razão.
“Conserve a calma nas discussões, porque se exaltar pode converter o erro em culpa e a verdade em falta de cortesia.”
-Herbert Spencer-
Quem discute, poucas vezes o faz para mostrar posições diferentes. A pessoa procura desarmar, ouve para responder e não para entender, ampliando, assim, mal-entendidos até criar um ambiente marcado de negatividade e tensões. Se desde crianças vimos nossos pais protagonizarem verdadeiras disputas baseadas apenas na troca de rancores, entenderemos por que este tipo de dinâmica se cristaliza de geração em geração.
Sem dúvida não há ninguém para nos apresentar à arte das boas discussões. Tudo isso faz com que não seja nada fácil gerir essas situações se a pessoa diante de nós é o nosso parceiro ou um familiar próximo. Porque quanto maior for a proximidade emocional, maiores serão os efeitos colaterais e mais nocivos serão os arsenais de repreensão.
A teoria dos 5% nas discussões entre casais
Todos sabemos que as discussões mais complexas são as que ocorrem entre os casais. É um cenário complicado, amargo e intenso onde as emoções ficam à flor da pele. Apesar disso, a obstinação de impor o nosso ponto de vista ao mesmo tempo em que sentimos a necessidade – um tanto desesperada – de sermos compreendidos, faz com que os nossos argumentos não sejam sempre tão claros ou construtivos como gostaríamos que fossem.
Na terapia de casais existe uma teoria que nunca falha no que se refere a discussões. É a regra dos 5%. Dentro de todo esse emaranhado de tensões e diferenças desmedidas existe sempre um pequeno canto em que podemos confluir. Reconhecer esses 5% onde ambos estamos de acordo não significa em absoluto que devemos abandonar a nossa posição em relação aos outros 95%.
É, por assim dizer, uma “ilha de refúgio”, onde o casal pode se sentar para chegar a acordos. Não podemos esquecer que o objetivo final nas nossas discussões com o nosso parceiro não é “ganhar”, mas sim “construir”. Algo que só pode ser realizado através de uma inteligência emocional adequada, do respeito e do princípio da reciprocidade.
“Eu tenho consciência de que as nossas dificuldades financeiras preocupam a nós os dois, mas acho que você deveria compartilhar comigo os seus pensamentos e não se fechar dessa forma. Seu isolamento me deixa de mau humor, e você também acaba ficando. Ambos alimentamos um círculo vicioso que tem que terminar”.
Quem discute para ter razão perde tudo
Certamente alguma vez você já agitou uma garrafa de refrigerante. Quando retiramos a tampa, o líquido do interior vai estourar, derramando tudo. É exatamente isso que acontece nessas discussões acaloradas, onde em apenas cinco segundos podemos perder tudo. Nos deixarmos levar por um momento de raiva pode nos custar uma vida de arrependimento.
As emoções são como o refrigerante. Se as retemos um dia após o outro ao beber e calar, ao baixar o rosto e engolir, chegará o dia em que, simplesmente, iremos explodir no pior momento. Reagir a algo no mesmo segundo traz efeitos colaterais. Calar-se e aguentar também não é uma boa opção.
Propomos que você reflita a seguir sobre as estratégias que podemos utilizar para gerir um pouco melhor as nossas discussões.
A arte de discutir com serenidade e inteligência
Uma pessoa pode tentar manter a calma e dizer aquilo que não vale a pena dizer. No entanto, todos temos um “botão de alarme” que gere o nosso sistema límbico. Trata-se de uma estrutura cerebral que rege a nossa essência mais instintiva e nos sussurra a mensagem “reaja, você está diante de uma ameaça”.
A chave para discutir com inteligência é não permitir que nos levem até essa fase. Devemos evitar essa etapa em que a nossa vontade fica sob as rédeas do sistema límbico. Porque é o momento em que vai surgir a raiva, o desespero e a falta de controle.
Não deixe que as discussões fiquem acaloradas. Alargue os tempos de resposta, visualize uma sala de luz branca e serena onde pode entrar de vez em quando para tomar distância, para continuar vendo as coisas com clareza.
No momento em que deixam de existir argumentos válidos para dar lugar às queixas, é hora de parar. Nesta fase, toda a discussão deixa de ter sentido para se transformar em um campo de batalha.
Quem discute com calma, inteligência e construtividade esconde, na verdade, toda uma aprendizagem prévia. É alguém que gere as suas emoções e que, acima de tudo, tem um bom autoconhecimento e uma plena segurança na sua pessoa.
Sabemos que no nosso idioma a palavra “discutir” tem uma conotação negativa. No entanto, há discussões que vale a pena ter se com elas, mediante o respeito e a atenção, for possível chegar a acordos. Algo assim só é possível se ambas as partes investirem em um aspecto essencial: a boa vontade.
……………………………………………………………..
*Fonte: psicologiasdobrasil
Funcionários do Google se demitem em protesto contra projeto militar
Há pouco mais de um mês, três mil empregados do Google assinaram uma carta pedindo que a companhia deixe de colaborar com o Pentágono em um projeto militar chamado Maven. Diante da negativa, alguns deles deram o passo seguinte no protesto: pediram demissão. Pelo menos 12 funcionários renunciaram aos seus cargos.
Todos eles, declaradamente, saíram por conta da insistência do Google com o Maven. Apesar de a oposição ao projeto ter aumentado para quase quatro mil funcionários nas últimas semanas, a empresa não desistiu da participação, pelo contrário: defendeu a sua permanência na parceria com o Pentágono.
Mas o que é o Maven? O projeto surgiu formalmente no ano passado como um programa para encontrar formas de acelerar o uso da inteligência artificial em aplicações militares. A iniciativa visa, sobretudo, aplicar a tecnologia na identificação de objetos em imagens capturadas pelos drones das forças armadas.
Basicamente, o Google tem contribuído com o Maven dando acesso e suporte ao Pentágono para uso do TensorFlow, sua biblioteca de código aberto para aprendizagem de máquina. Apesar de a companhia reiterar que a sua tecnologia vai ajudar o Pentágono a identificar ameaças e prevenir a morte de pessoas inocentes, os funcionários que assinaram a carta não ficaram convencidos.
Para começar, há o temor de que, mesmo que o Google se posicione contra, os militares apliquem a tecnologia em ações que podem causar morte de pessoas. Além disso, os funcionários acreditam que a participação contradiz os princípios do Google de trabalhar em prol do bem-estar geral.
Também há questionamentos éticos. O Google começou a colaborar com o Pentágono de um modo um tanto silencioso. Só no final de fevereiro é que a notícia do envolvimento da empresa no Maven começou a se espalhar internamente.
Pressionado, o Google prometeu atualizar os funcionários sobre seu posicionamento ético, mas até agora não o fez. Para um dos que pediram demissão, seria tarde de qualquer forma: “preocupações éticas deveriam ter sido abordadas antes de entrarmos nesse contrato”.
Alguns funcionários decidiram sair não só como forma de protesto, mas também por se sentirem desconfortáveis. “Em algum momento, percebi que eu não poderia, de boa vontade, recomendar que alguém entrasse para o Google, sabendo o que eu sei. Percebi que, se não posso recomendar às pessoas que trabalhem aqui, por que devo continuar?”, disse um deles.
Não deve haver uma debandada massiva. De todo modo, o protesto conseguiu gerar alguma mobilização. Uma nova carta aberta dirigida aos principais executivos do Google pede que a companhia deixe de colaborar com o Maven. A maior diferença em relação à primeira é que esta foi assinada por cerca de 400 especialistas, pesquisadores e acadêmicos de várias partes do mundo.
O Google não se pronunciou sobre os funcionários que pediram demissão, pelo menos até o momento.
*Por: Emerson Alecrim
…………………………………………………………..
*Fonte: tecnoblog