Dia: 24 de junho, 2018
Tomar cafeína antes de fazer exercícios pode prejudicar saúde
Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) estão de olho nos seus hábitos diários. Depois de mostrarem como a música instrumental pode melhorar os efeitos de remédios para hipertensão, os cientistas voltaram para avaliar como uma dose de cafeína antes de se exercitar pode afetar a sua recuperação após o esforço físico.
Para o estudo, 32 homens saudáveis e ativos de 18 a 25 anos foram acompanhados pela equipe, que registrou durante três dias como eles se recuperavam ao final de meia hora de corrida. No primeiro dia, os voluntários fizeram um teste de esforço máximo para que os pesquisadores identificassem qual era o limite de cada um. No segundo e terceiro dia, eles correram em intensidade moderada e, alternadamente, tomaram uma cápsula de cafeína e outra placebo — sem saber distinguir qual estavam ingerindo.
Ao final dos exercícios, os fisioterapeutas perceberam que, quando os voluntários tomavam a dose de cafeína (que era de 300mg, equivalente a 1,5 xícara de café), a atividade cardíaca deles demorava mais para voltar aos parâmetros de quando estavam em repouso.
“Quando isso ocorre, nós dizemos que há um aumento do risco de acontecer alguma complicação cardiovascular”, afirma Vitor Valenti, professor da Unesp e orientador do estudo. “Ficamos preocupados com o resultado, porque, se isso acontece com jovens saudáveis, talvez possa haver uma reação um pouco mais intensa em pessoas sedentárias e obesas, por exemplo.”
Este efeito foi observado porque a cafeína ativa receptores de adenosina, que liberam catecolaminas, substâncias envolvidas na aceleração do coração e no aumento da pressão arterial.
“As duas catecolaminas mais conhecidas são a adrenalina e noradrenalina. Com o aumento da liberação dessas catecolaminas, elas ativam os vasos sanguíneos e podem causar vasoconstrição”, explica Valenti.
Vale lembrar que não foram registradas alterações na pressão arterial dos voluntários e que o efeito foi observado apenas a curto prazo. “A literatura já tem fortes evidências de que, a longo prazo, tomar café pode colaborar para uma série de benefícios”, diz o professor.
Estudos a longo prazo
Em um estudo com mais de 185 mil participantes, foi observado ao longo de 16 anos que aqueles que tomavam pelo menos uma xícara de café por dia, tinham 12% menos chances de morrer por doenças cardíacas ou respiratórias, câncer, derrame, Parkinson, diabetes e outras doenças crônicas. Por isso, aponta o estudo, a expectativa de vida pode aumentar de acordo com a frequência e a quantidade de café que você consome.
No ano passado, pesquisadores britânicos mostraram que pessoas que têm o hábito de beber uma xícara de café por dia têm 20% menos chances de desenvolver câncer de fígado. Outro estudo concluiu que tomar três copos de café por dia reduz riscos de morte prematura.
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*Fonte: revistagalileu
Como os fins de semana de três dias podem contribuir para salvar o mundo
Quase todo mundo gosta de feriados. Um fim de semana de três dias significa mais tempo para passar com a família ou amigos, para sair e explorar o mundo e para relaxar das pressões do trabalho. Imaginem se tivéssemos um fim de semana de três dias por semana, em vez de tê-lo apenas de vez em quando ao longo do ano. Não é apenas uma ideia agradável. Além das possibilidades para o tempo livre, os fins de semana de três dias também podem ser um dos passos mais simples que podemos dar para reduzir radicalmente nosso impacto ambiental e preparar nossa economia para o futuro.
A redução do número de horas de trabalho, geralmente, está relacionada a uma redução significativa no consumo de energia, como argumentam os economistas David Rosnick e Mark Weisbrot. De fato, se os norte-americanos, por exemplo, tivessem os níveis de horas de trabalho europeus, estima-se que reduziria em cerca 20% o consumo de energia e, consequentemente, as emissões de carbono.
Com uma semana de quatro dias, um enorme número de deslocamentos para e do trabalho poderia ser evitado, assim como o gasto de energia dos locais em funcionamento. Em um momento em que precisamos reduzir as emissões de carbono em grande escala, implementar um fim de semana de três dias poderia ser a maneira mais simples e elegante de tornar nossa economia mais respeitosa em relação ao meio ambiente.
O exemplo de Utah
Isso já aconteceu antes. Por exemplo, em 2007, o Estado de Utah, nos Estados Unidos, redefiniu a semana de trabalho para os funcionários públicos, estendendo os horários de segunda a quinta-feira, podendo assim eliminar totalmente as sextas-feiras. Nos primeiros dez meses, a iniciativa economizou ao estado pelo menos 1,8 milhão de dólares (cerca de 5,9 milhões de reais) em custos de energia. Menos dias de trabalho eram equivalentes a menos iluminação dos escritórios, menos ar condicionado e menos tempo de funcionamento de computadores e outros equipamentos, tudo sem mesmo reduzir o número total de horas trabalhadas.
Um dia por semana, milhares de pessoas que viajam diariamente de casa para o local de trabalho poderiam ficar em casa. Se fosse incluída a redução das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo deslocamento, o estado calculou uma economia de mais de 12.000 toneladas de CO2 por ano.
Se os norte-americanos tivessem os níveis de horas de trabalho dos europeus, o consumo de energia seria reduzido em cerca de 20%
Utah desistiu do experimento em 2011, depois que os habitantes do Estado começaram a se queixar que não tinham mais acesso aos serviços às sextas-feiras. Parece que é um tipo de inovação que tem de ser acompanhada por uma mudança em nossas expectativas, de forma que a sexta-feira se torne o “terceiro dia do fim de semana”, em vez de um mero dia útil sem trabalho. O caso de Utah mostra que, reproduzido em um país inteiro, a semana de quatro dias poderia representar um progresso substancial em direção a uma economia que é menos prejudicial ao meio ambiente.
Mas também haveria outras vantagens. Trabalhar menos melhoraria o frágil equilíbrio entre a vida profissional e familiar, e nos ajudaria a recuperar nossa saúde mental e bem-estar físico. Além disso, permitiria ter mais tempo para se dedicar a atividades sociais, cuidar de crianças e idosos e interagir com nossas comunidades. Os experimentos com horas laborais reduzidas em locais de trabalho selecionados realizados na Suécia, em 2015, levaram a uma redução das doenças e até mesmo aumentaram a produtividade.
Destinar a melhoria da eficiência econômica a ter mais tempo livre e a reduzir o consumo de energia em vez de produzir mais bens poderia dar lugar a um mundo melhor e mais seguro no que se refere ao meio ambiente.
Uma objeção óbvia poderia ser: “Como vamos nos permitir isso?”. Mas há importantes razões econômicas e tecnológicas pelas quais tanto os Governos como os partidos políticos, as fundações e os movimentos sociais deveriam começar a pensar em defender a colocação em prática dos fins de semana de três dias.
Como argumentou recentemente o antropólogo David Graeber, muitos de nós trabalhamos em empregos que, ao que parece, não servem para nada. De fato, há tempos os economistas estão conscientes das horas supérfluas contidas em muitas jornadas de trabalho, nas quais os empregados estão efetivamente subutilizados em seu posto de serviço, mas não podem ir embora por causa da persistente questão do “presentismo”, pela qual os chefes valorizam os trabalhadores conforme as horas que passam no local de trabalho mais do que por sua produtividade. Em vez de trabalhar mais horas com poucos resultados produtivos poderíamos adotar uma semana laboral mais curta e contribuir para salvar nosso planeta e nosso bem-estar.
De uma perspectiva mais de longo prazo, prevê-se que, nas próximas décadas, uma nova onda de mecanização do trabalho na qual intervirão a robótica avançada e os sistemas de aprendizagem automática substitua 47% dos atuais postos de trabalho nos Estados Unidos e 54% na Europa. Nessas circunstâncias, nas quais se terá significativamente menos acesso ao emprego, adotar medidas como os fins de semana de três dias se torna algo essencial para que a vida seja viável em condições econômicas diferentes.
Os experimentos com horários de trabalho mais curtos em uma amostra de locais de trabalho realizados na Suécia em 2015 levaram à redução das doenças e até aumentaram a produtividade.
Como sustentamos em nosso livro Inventing the Future [Inventar o Futuro], logo a mecanização nos oferecerá a perspectiva de um mundo laboral muito diferente. Seu aumento incrementará a eficácia de muitos processos produtivos, utilizando menos energia e menos força de trabalho humana, até que, no final, fiquemos liberados em grande parte do trabalho.
A chave para colher os frutos da mecanização sem transtornos sociais drásticos depende em parte de que sejam postas em prática políticas que promovam a participação nos lucros. Isso significa uma semana laboral mais curta graças à ampliação do fim de semana, e ao mesmo tempo uma renda básica universal.
Nada disso acontecerá da noite para o dia. Mas, se estiverem no Reino Unido e tiverem a sorte de ter a segunda-feira livre, não se esqueçam de que esse dia extra em casa ou no parque não serve só para diversão, mas contribui para combater as mudanças climáticas.
Alex Williams. Professor convidado. Universidade da Cidade de Londres.
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*Fonte: elpais
Jeff Beck – 74 anos
Os votos de um Feliz Aniversário hoje vão para o super guitarrista Jeff Beck, que completa 74 anos. Keep on rock, man!