Mês: outubro 2018
Como o aquecimento global pode levar à falta de cerveja no mundo
Não é que os cientistas estejam botando água no seu chope. Nem é que o aquecimento global vá terminar esquentando também seu copo. Na realidade, conforme mostra estudo publicado nesta segunda-feira, os fenômenos climáticos contemporâneos podem acabar com os estoques globais de cerveja.
A conclusão, publicada no periódico Nature Plants, é que as secas e ondas de calor concomitantes – que andam agravadas pelo aquecimento global provocado pelo homem – devem levar a declínios bruscos no rendimento das colheitas de cevada, gramínea cerealífera que é o principal ingrediente da apreciada bebida. Principalmente se os níveis de emissão de carbono continuarem como estão hoje.
A perda de produtividade nas colheitas de cevada pode chegar a 17%, o que deve fazer o preço da cerveja dobrar ou até mesmo triplicar em alguns lugares do mundo.
“Embora esse não seja o impacto futuro mais preocupante da mudança climática, extremos climáticos relacionados a isso podem ameaçar a oferta e a acessibilidade econômica da cerveja”, diz o estudo, desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia, da Universidade Chinesa de Pequim, da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, do Centro Internacional Mexicano para Melhorias do Milho e do Trigo e da Universidade de East Anglia (Inglaterra).
A primeira consequência dessa queda de produção, segundo os modelos matemáticos do estudo, será um intenso aumento nos preços da bebida. A pesquisa avaliou a situação de 34 regiões produtoras de cevada, antes e depois do ano de 2050.
“Chegamos a essa conclusão integrando em nossa pesquisa as informações das mudanças climáticas, das safras de cevada, do comércio internacional e de condições socioeconômicas”, explicou à BBC News Brasil o economista Dabo Guan, professor de Economia das Mudanças Climáticas da Universidade de East Anglia. “Com todos esses dados juntos, pudemos estimar o impacto que o cenário terá na cerveja, um produto essencial para uma quantidade significativa de pessoas no mundo.”
“Nosso estudo não quer dizer que as pessoas vão beber mais cerveja hoje do que amanhã, tampouco que precisaremos nos adaptar para um novo consumo de cerveja”, prossegue Guan. “Na realidade, pretendemos alertar as pessoas, especialmente nos países desenvolvidos, que a segurança alimentar é importante – e que a mudança climática vai afetar seu dia a dia e sua qualidade de vida.”
Ele lembra que, no cenário de aquecimento global, todas as culturas serão afetadas. “Mas neste estudo, utilizamos a cevada para ilustrar esse problema”.
O que priorizar?
Pelas projeções dos cientistas, o cenário considerou como estará o planeta no futuro próximo considerando os níveis atuais de queima de combustíveis fósseis e emissões de dióxido de carbono. Na pior das hipóteses, as regiões do mundo onde mais se cultiva cevada – como pradarias canadenses, regiões da Europa e da Austrália, e a estepe asiática – devem experimentar secas e ondas de calor cada vez mais frequentes.
É importante lembrar que apenas 17% da cevada produzida no mundo é usada para a fabricação da cerveja. O restante é colhido e se torna alimento para gado. Os pesquisadores se perguntam como será o conflito no futuro, diante da escassez da cevada: os produtores deverão priorizar animais com fome ou humanos com sede?
Aplicando o modelo matemático que considera sazonais produções históricas um pouco mais baixas, a conclusão dos cientistas foi que, sim, nessa queda de braço quem costuma ganhar é o gado, e não o homem. Os produtores tendem a privilegiar a cadeia estabelecida do negócio bovino, em vez de destinar os grãos para a cerveja.
Direito de imagem Professor Martin Jones, Universidade de Cambridge
Image caption Plantação em Qinghai, a 3,000 metros acima do nível do mar.
O mesmo modelo ainda aponta como diferentes regiões do mundo devem reagir a seu modo diante da redução da produtividade de cerveja. Países mais ricos e amantes da bebida, como Bélgica, Dinamarca, Polônia e Canadá, por exemplo, devem resolver a equação subindo o preço final.
Nesse cenário, um pacote de seis cervejas comuns pode chegar a custar o equivalente a US$ 20 (R$ 75, na cotação atual), conforme estima o estudo – mesmo assim, populações de nações desenvolvidas talvez conseguissem absorver tal custo. Na média, conforme aponta o estudo, o preço da cerveja deve dobrar. A pesquisa considera que em casos de queda de 4% da produção de cevada, a bebida acaba custando 15% a mais.
Por outro lado, em países de população mais pobre, como a China e o Brasil, o consumo de cerveja tende a cair.
As projeções indicam que o fornecimento de cerveja em todo o mundo deve cair cerca de 16%. Segundo os pesquisadores, isso equivaleria a todo o consumo de cerveja dos Estados Unidos.
O que fazer a respeito?
A cerveja é considerada a terceira bebida mais consumida no mundo – e a primeira entre as alcoólicas -, só perdendo para a água e para o café. São 182 bilhões de litros por ano.
Se na média global, a produção de cerveja responde por 17% das lavouras de cevada, essa parcela varia muito conforme a região. No Brasil, por exemplo, onde não é comum alimentar gado com cevada, 83% do cereal cultivado é destinado para a produção da bebida. Na Austrália, esse número é de apenas 9%.
Direito de imagem Universidade Texas A&M
Image caption As projeções sindicam que o fornecimento de cerveja em todo o mundo deve reduzir em cerca de 16%. Segundo os pesquisadores, isto equivaleria a todo o consumo de cerveja dos Estados Unidos.
“Nosso estudo se concentrou na cevada, que é o principal ingrediente da cerveja. Analisamos a frequência com que vemos condições precárias para cultivar cevada em todo o mundo – anos com calor extremo e seca severa. Esses eventos extremos são muito mais difíceis para os agricultores se adaptarem do que as mudanças médias no clima”, disse à BBC News Brasil o pesquisador Nathan Mueller, professor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade da Califórnia.
“Descobrimos que a incidência e a gravidade dos eventos extremos aumentam substancialmente à medida que as temperaturas médias globais sobem. Combinando um modelo de safra e um modelo da economia global de alimentos, podemos estimar as mudanças nos preços e no consumo de cerveja em todo o mundo resultantes desses eventos extremos.”
Mueller dá uma solução para que a estiagem não chegue aos nossos pobres copos: conscientização ambiental.
“Se conseguirmos diminuir nossas emissões de gases de efeito estufa e limitar a magnitude geral das mudanças climáticas, ajudaremos a evitar os piores cenários que simulamos nesta análise”, vislumbra. “Note que, enquanto os aumentos de preço em uma garrafa de cerveja são modestos em uma perspectiva de baixas emissões de carbono, eles realmente aumentam substancialmente em um mundo de alta emissão.”
*Por Edison Veiga
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*Fonte: bbcbrasil
Qual é o tamanho atual do buraco na camada de ozônio?
Apesar da pouca atenção que tem recebido recentemente, o buraco na camada de ozônio ainda existe, embora a comunidade científica esteja otimista sobre a redução do seu tamanho.
O ozônio é um gás incolor que forma uma fina camada na atmosfera e absorve os componentes nocivos da luz solar, conhecidos como raios “ultravioleta B” ou “UV-B”, protegendo os seres humanos dos riscos de desenvolver câncer de pele ou catarata, entre outras doenças.
Mas nos últimos cem anos, a atividade do homem fez com que a camada de ozônio começasse a deteriorar.
É por isso que, em 1985, a descoberta de um buraco em cima no Polo Sul acendeu um alerta global. E o buraco na camada de ozônio passou a ser o maior ícone da luta pela preservação ambiental da época.
Dois anos depois, foi firmado o Protocolo de Montreal, em que os países signatários se comprometeram a reduzir a produção e comercialização de substâncias consideradas responsáveis pelo dano.
Com isso, a camada de ozônio começou a se recuperar. E, nas décadas seguintes, o tema perdeu protagonismo para outras questões ambientais, como o aquecimento global. O que não quer dizer que sua importância tenha diminuído.
Afinal, qual o estado atual da camada de ozônio?
De acordo com a última avaliação da Nasa, agência espacial americana, realizada em setembro de 2018, o tamanho do buraco na camada de ozônio é de 23 milhões de km², quase a mesma superfície da América do Norte (24,7 milhões de km²).
Mas, apesar dessa lacuna, a quantidade de moléculas de ozônio na atmosfera ao redor do planeta é “bastante constante, com uma redução de cerca de 2% nos últimos anos”, diz Stephen Motzka, pesquisador químico da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).
“Embora não haja nenhum indício de uma recuperação completa da camada de ozônio, há certamente uma melhoria na diminuição da concentração dos gases que causam a destruição do ozônio”, diz Motzka à BBC.
Em 2017, a Nasa informou que o buraco atingiu o menor tamanho registrado desde 1988. Mas a melhora “excepcional”, segundo os cientistas, estaria relacionada a condições climáticas, e não às ações de conservação.
Os especialistas esperam que o buraco seja reduzido para os níveis de 1980 até o ano de 2070.
Por que o buraco está sobre a Antártida?
Em 1986, a pesquisadora americana Susan Solomon mostrou que o ozônio estava sendo destruído pela presença de moléculas que contêm cloro e bromo provenientes dos clorofluorcarbonetos (CFCs).
Esses gases eram encontrados em quase tudo – de sprays para cabelo e desodorantes a geladeiras e aparelhos de ar-condicionado – e foram proibidos em 2006.
Quando tentamos localizar no planeta onde está o dano à camada de ozônio, olhamos para a Antártida.
“Quando falamos sobre o buraco na camada de ozônio, nos referimos à Antártida porque é onde a redução do ozônio é mais flagrante e maior durante uma época específica do ano, quando é a primavera (setembro-novembro)”, explica Motzka.
O frio extremo da região e a grande quantidade de luz ajudam a produzir as chamadas nuvens estratosféricas polares.
Nestas nuvens frias, é produzida a reação química de cloro e bromo que destrói o ozônio.
Quais são os países mais afetados pelo buraco?
Com a destruição da camada de ozônio, os perigosos raios ultravioletas do Sol encontram o caminho livre para atingir a superfície da Terra.
É por isso que alguns países da América Latina são mais afetados que outros pelo aumento dos níveis de radiação.
“Países com altas latitudes no hemisfério sul podem ter uma exposição maior e ser mais afetados pelos danos da camada de ozônio sobre a Antártida”, diz Motzka.
Aqueles que estão mais próximos do buraco, como Argentina e Chile, são os mais vulneráveis, segundo o especialista.
Substâncias perigosas
Em maio deste ano, um estudo conduzido por Motzka mostrou que, em algum lugar da Ásia, estão sendo geradas emissões de produtos químicos proibidos nocivos à camada de ozônio.
As substâncias a que ele se refere são os mesmos clorofluorocarbonetos (CFC-11), uma combinação de flúor, carbono e cloro.
Poucos meses depois, a Agência de Pesquisa Ambiental (EIA), com sede no Reino Unido, afirmou que esses gases poderiam ser provenientes de espumas de isolamento térmico de poliuretano, produzidas na China para uso doméstico a um preço reduzido. Mas o caso ainda está sendo investigado.
Agora, ficará nas mãos dos países signatários do Protocolo de Montreal tomar medidas para contornar o problema na próxima reunião, que será em novembro deste ano no Equador.
“Para que a camada de ozônio se recupere, precisamos que os controles do Protocolo de Montreal sejam cumpridos”, disse Motzka à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.
Mas o especialista não perde a esperança.
“Ainda sou otimista sobre a recuperação da camada de ozônio no futuro”, diz ele.
*Por Analia Llorente
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*Fonte: bbcbrasil
Aprenda a não revidar, deixe que a vida faça isso por você
Aprenda a não revidar, deixe que a vida faça isso por você. E ela sempre fará, porque ninguém sai dessa vida sem pagar a devida conta de seus atos. Quando o erro não é seu, apenas relaxe.
Não é fácil mantermos a calma quando existe alguém nos incomodando com maldade, agressividade, falsidade ou tudo isso junto. Parece que a energia negativa da pessoa contamina o ambiente e quem estiver por perto, fazendo com que todo mundo ao seu redor fique se rebaixando ao seu nível. E isso não faz bem para ninguém.
Um dos maiores favores que conseguiremos fazer para nós mesmos será conseguirmos ignorar, deixar quieto, deixar pra lá. Silenciarmos, enquanto o outro espera que gritemos e nos desequilibremos, tem uma incrível capacidade de neutralizar o peso que gente ruim carrega para lá e para cá. Como ocorre com tudo nessa vida, o mal, ao não encontrar reciprocidade, vai embora.
A vida anda difícil, sobrecarregada, retirando-nos as forças, enquanto nos equilibramos em meio à correria célere do cotidiano esmagador que nos preenche os dias. Poucos conseguem obter real prazer enquanto se dedica ao trabalho, num ambiente em que as pessoas estão se tornando cada vez mais complicadas. O mundo policia cada um de nossos atos, cada palavra que falamos e escrevemos, aguardando algum possível deslize que possa ser usado contra nós.
Com isso, confiamos pouco no outro, quase não nos abrimos com as pessoas, por medo, insegurança e cautela. E isso tudo vai se acumulando dentro da gente, tornando nossos passos cada vez mais pesados e solitários. A gente acaba não aguentando tanto sentimento represado dentro do peito e, muitas vezes, desconta em quem não merece. A gente se isola e vive a solidão em meio a uma multidão solitária.
Isso contribui para que laços afetivos não se firmem, ou seja, não construímos um relacionamento verdadeiro com as pessoas. Assim, pouco nos importamos com os sentimentos do outro, pouco nos colocamos no lugar de alguém, pouco nos importa que magoemos as pessoas. Para muitos, o outro é apenas alguém que pode vir a ser interessante, caso possa ser usado em seu favor de alguma forma.
Há, como se vê, uma urgente necessidade de não propagar essa ausência de afeto que paira sobre nós, não entrando no jogo de quem só quer disseminar discórdia. Aprenda a não revidar, deixe que a vida faça isso por você. E ela sempre fará, porque ninguém sai dessa vida sem pagar a devida conta de seus atos. Quando o erro não é seu, apenas relaxe.
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*Fonte: resilienciamag
A gente sempre acha que terá tempo de sobra…
Recentemente recebi um texto lindo por Whatsapp intitulado “Vá aos encontros felizes”. Nele, a autora, Monica Moro Harger, fazia uma bela reflexão acerca da necessidade de irmos ao encontro daqueles que amamos, aproveitando as boas oportunidades de nos reunirmos na alegria, e não somente nos momentos tristes. Como ela ressaltava, “nos encontros tristes você irá. Quando alguém morre, todos vão. Por protocolo, por obrigação ou por amor (e dor). Mas é bom que seja assim também, e, principalmente, nos momentos felizes”.
O texto de Monica é perfeito, singular, redondo. Não quero aqui acrescentar nada ao que ela já disse, pois seria desnecessário. O texto _ curto, certeiro e muito bonito_ é um alerta àqueles que acham que têm tempo de sobra, tempo demais para brindarem a vida junto àqueles que amam ou simplesmente abraçar as pessoas que lhes são caras. Infelizmente, a verdade é que nunca há tempo suficiente.
Tive um namorado “muito confiante” que dizia que teríamos o resto da vida juntos, e por isso priorizava os amigos à nossa relação. Certamente era uma desculpa dele, mas o fato é que escolhemos aquilo que queremos priorizar, e muitas vezes deixamos para depois pessoas e momentos importantes que nunca mais irão voltar. Meu namoro não durou, é claro, mas o fato dele achar que teríamos tempo de sobra no futuro, fez com que o presente fosse deixado de lado, e isso contribuiu para nosso rompimento.
Como eu disse, nós escolhemos nossas prioridades. Escolhemos colocar trabalho à frente de família, rede social à frente de amigos verdadeiros, sofá à frente de oportunidades de brindar à vida. Nos acomodamos em nossas desculpas e argumentos vagos e não percebemos que nem tudo estará ao nosso alcance por muito tempo. Os filhos crescem, as pessoas se despedem, os amigos vão embora, as oportunidades de abraçar aqueles que amamos se esgotam.
No primeiro fim de semana de agosto terei meu anual encontro de turma. Lá se vão vinte e dois anos de formados, e me reabasteço a cada reunião. Sinto orgulho dos colegas que viajam centenas de quilômetros para estarem conosco. Alguns vêm de avião, outros, acompanhados de seus filhos pequenos, cortam estados inteiros na estrada para passarmos dois dias juntos. Ano passado, um dos nossos grandes amigos saiu do hospital, depois de um infarto, direto para o encontro! No olhar de cada um, enxergo a resolução de que nossas reuniões sejam prioridade. Apesar do cansaço, dos afazeres, da vida corrida e da falta de grana, uma vez por ano reservamos um fim de semana para estarmos juntos. Uma vez por ano, abrimos mão de tudo que poderíamos estar fazendo e declaramos que o mais importante é rever nossa velha família e voltar a ser quem éramos aos vinte anos.
Doutora Ana Claudia Quintana Arantes, médica especialista em cuidados paliativos, cita que, entre os cinco maiores arrependimentos das pessoas antes de morrer, estão: “Eu gostaria de não ter trabalhado tanto” _ Ela conta que ouviu isso de todos os pacientes homens com quem trabalhou. Eles sentiam falta de ter aproveitado mais a juventude dos filhos e a companhia de suas parceiras_ e “Eu gostaria de ter ficado em contato com meus amigos”. Segundo Ana Cláudia, “muitos tiveram muitos arrependimentos profundos por não ter dedicado tempo e esforço às amizades. Todo mundo sente falta dos amigos quando está morrendo.”
Assim, acredito que quando você diz que “não tem tempo” para alguma coisa, na verdade você está dizendo que não escolhe aquilo como prioridade. Simples assim.
“Falta de tempo” já virou desculpa para muita coisa: desinteresse, desimportância, descaso, desapego. As pessoas reservam vagas na agenda para aquilo que acham que merece atenção, envolvimento, tempo. Nem sempre fazem escolhas acertadas, e um dia, tarde demais, podem perceber que privilegiaram coisas supérfluas às coisas importantes.
A gente sempre acha que terá tempo de sobra, mas a verdade é que ninguém tem. De uma hora para outra percebemos que o correr da vida nos engole por completo, e por isso é urgente não adiar nem tardar o perdão, as manifestações de afeto, a nossa presença plena e integral junto àqueles que amamos.
No dicionário, priorizar é definido como “privilegiar”, “garantir vantagem”. Que você privilegie as coisas certas, eternas, valiosas. Que dê vantagem àquilo que realmente é importante, que não pode ser ignorado, que é relevante demais para ser considerado segunda opção. Que nunca se engane com a ordem das coisas, e coloque em primeiro lugar o que torna-se primordial hoje e nunca, jamais, poderá ser resgatado depois.
Pois depois… Depois a casa fica vazia, as marcas na parede denunciando o crescimento do menino se apagam, as músicas do velho amor são substituídas por uma batida barulhenta nova. Depois a porcelana quebra, a prata escurece e os guardanapos de uma noite feliz voltam para a gaveta. Depois os quintais perdem o encanto, os porta retratos empoeiram e a certeza de que a visita do tempo é implacável se consolida.
Então não deixe para depois o que merece ser reverenciado, amado, vivido. Não adie as mãos dadas, o beijo de boa noite, a conversa de boteco, a receita de família enchendo a cozinha de vapores. Não recuse a bola no quintal, a oração na cama dos pequenos, o ritual de enxugar a louça enquanto sua mãe lava. Troque o sofá pelos “encontros felizes” e nunca se esqueça que a contabilidade que realmente importa é baseada nas experiências vividas, nos laços criados e nas prioridades assumidas.
*Por Fabíola Simões
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*Fonte: psicologiadobrasil
FAO desenvolve metodologia para mensurar desperdício de alimentos no mundo
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) está desenvolvendo uma metodologia para criar um novo índice, o Food Lost Index, com o objetivo de mensurar de maneira mais precisa o desperdício de alimentos no mundo, disse na quarta-feira (10) o diretor-geral da agência, José Graziano da Silva.
Em mensagem de vídeo gravada para o fórum “Perdas e desperdícios de alimentos: contribuição da tecnologia pós-colheita e um olhar para o futuro”, que aconteceu na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Graziano disse que a FAO também analisa a eficácia de políticas como incentivos econômicos para empresas e consumidores que combaterem o desperdício.
“A estratégia da FAO está construída sobre quatro pilares: a conscientização sobre o impacto do desperdício; a identificação de onde ocorrem as perdas; a sugestão de soluções viáveis e o apoio ao investimento nos setores público e privado para reduzir as perdas e os desperdícios”, explicou.
Além de considerações econômicas, as perdas e desperdícios de alimentos tem também uma grande dimensão ética e ambiental. Enquanto 8,21 milhões de pessoas no mundo estão em estado de insegurança alimentar, um terço de toda a produção alimentar do mundo é desperdiçada diariamente.
A estimativa é de que, anualmente, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de comida seja descartada. “O ODS número 12.3 espera reduzir pela metade, até 2030, o desperdício do consumo final de alimentos per capita, bem como reduzir todas as perdas ao longo das cadeias de produção e abastecimento”, lembrou o diretor-geral da FAO.
No quesito ambiental, em consonância com a ODS 12 (produção e consumo responsáveis) e a ODS 13 (ação contra a mudança global do clima), as perdas também têm um um impacto importante. A emissão de gases dos alimentos desperdiçados é igual à poluição por dióxido de carbono de todo o parque automotivo do mundo, como explicou o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, que ministrou a conferência na UNICAMP.
O óxido nitroso e o metano, resultantes da degradação, são muito mais nocivos à camada de ozônio do que o CO2, nas razões de 300 por 1 e 20 por 1, respectivamente. “Além do forte impacto na saúde pública, com transmissão de enfermidades, o apodrecimento de alimentos tem alto custo. São consumidos recursos e energia na produção e um terço disso se perde”, disse Alan Bojanic.
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*Fonte: ciclovivo
4 ensinamentos do Tao para lidar com pessoas difíceis
Dentro dos ensinamentos do Tao estão também aqueles sábios conselhos para tratar e lidar com pessoas difíceis, aquelas presenças que nos roubam energia e que muitas vezes colocam uma cerca nos nossos caminhos. De acordo com os princípios de Lao-Tse, nestes casos, é melhor manter a serenidade, esvaziada de emoções negativas e remover o poder de quem gosta de arrebatar a calma.
Se dermos uma olhada nas publicações mais recentes que falam sobre como melhorar nosso estilo de comunicação e como alcançar o sucesso no trabalho, há um tema recorrente: a necessidade de aprender a gerenciar pessoas difíceis. Agora, estamos cientes de que este rótulo dá nome a uma pequena caixa de desastre e que, portanto, é conveniente definir, em primeiro lugar, o que entendemos por personalidades difíceis.
Dentro do mundo dos negócios e do coaching, temos a prova de que, para sobreviver em nossos contextos sociais, devemos coexistir vigorosamente com perfis de personalidade muito específicos. Referimo-nos a pessoas passivo-agressivas e pessoas narcisistas. São presenças que pululam em quase todos os cenários, que fazem uso do abuso verbal, da manipulação e que, às vezes, sua mera presença já nos obscurece.
Nos últimos anos, muitas das publicações que visam nos ensinar como lidar com esse tipo de situação são nutridas pelos ensinamentos do Tao por várias razões. O primeiro pelo bom manejo das emoções, o segundo pelo manejo adequado dos estados com os quais podemos, em última análise, enfrentar o abuso de poder, estabelecer limites e melhorar nossos estilos de comunicação.
Não importa que os textos de Lao-Tse tenham tantos séculos. Este legado continua sendo muito útil.
1. Controle pessoas difíceis sem ter que lutar com elas
“Controlar o inimigo sem lutar com ele é a maior habilidade.”
-Gichin Funakoshi-
Dentro dos ensinamentos do Taoísmo é exaltado o símile de que viver é como fluir através de um rio. Deixar-nos guiar pelo seu canal sem resistência faz parte dessa harmonia que todos devemos desfrutar.
No entanto, conceitos como luta, confronto ou resistência são a antítese dessa ideia, desse conceito em que somos simplesmente encorajados a avançar com coragem e flexibilidade. Assim, quem escolher, por exemplo, fazer uso da discussão, da constante afronta com pessoas difíceis, só terá mais desânimo e tremenda frustração.
Optar por “não lutar” não significa ceder ou deixar-se sobrecarregar. Significa, acima de tudo, não dar poder àqueles que não o merecem, escolhendo a sabedoria sobre a violência e optando pela calma antes de abrir as comportas, bem abertas, para que a ansiedade nos inunde.
2. Esvazie sua taça de emoções negativas
“O vazio é o melhor ponto de partida … Então abandone todos os seus preconceitos e seja neutro. Você sabe por que esse copo é tão útil? Porque está vazio. ”
-Bruce Lee-
Pessoas difíceis muitas vezes estragam nosso dia com uma única palavra ou um comentário. Não importa quão irracional seja sua mensagem, a inadequação de suas ações nos afeta sim ou sim. Uma das dicas que transmite os ensinamentos do Tao é que quanto menos reativos somos, mais espaço teremos para fazer uso do julgamento.
Vamos, portanto, tentar controlar a angústia, as emoções negativas. Uma vez que a pessoa difícil tenha realizado sua manobra, contaremos até 10 e respiraremos profundamente. Ninguém tem o direito de estragar o nosso dia, por isso vamos nos esvaziar de raiva, despeito e mau humor, um por um …
A mente deve permanecer como uma sala clara, onde o vento contaminado entra através de um portal e desaparece no segundo através do outro.
3. Seja proativo, não reativo
Pessoas difíceis às vezes nos fazem vítimas de suas artes doentias. Pouco a pouco, acumulamos tanto ódio, desconforto e frustração que corremos o risco de reagir da pior maneira possível. Não é adequado. Mais cedo ou mais tarde, vamos nos arrepender dessa reação e, especialmente, não ter definido limites de antemão.
“Não seja escravo de nada nem de ninguém, alcance a verdadeira liberdade.”
-Certo do Jeet Kune Do-
O Tao recomenda que aprendamos a ser proativos. O que isso significa exatamente? Isso significa que devemos aprender a assumir o controle dos eventos, em vez de observar as coisas acontecerem.
Um conselho que Tao nos ensina é que toda vez que vemos uma pessoa difícil, tentemos nos colocar em seu lugar usando a seguinte frase: “não deve ser fácil”.
Essa frase pode nos ajudar a entender muitas coisas: “Não deve ser fácil para o meu colega de trabalho adoecer a todos, ter tão pouca paciência e tão pouco controle de suas emoções”. “Não deveria ser fácil para o meu irmão ficar sem trabalho, com uma dívida e também ter aquele caráter complicado”.
Compreender a perspectiva dos outros nos permitirá estar preparados para controlar melhor a situação. Isso fará com que, quando estivermos prontos para dar ajuda, isso seja mais oportuno do que quando fazemos uma crítica construtiva … isso é mais preciso e motivador.
4. A força do bambu
“Há momentos em que, quando tudo o mais falha, não há escolha senão ser contundente. Como o bambu que ganha força depois de ser dobrado “.
O Tao da Liderança
Às vezes acontece, nossas circunstâncias com pessoas difíceis atingem um limite e nós não somos apenas encurralados, mas nos sentimos inclinados, até mesmo completamente humilhados. Nesses momentos, o Tao nos recomenda visualizar um bambu.
Eles também se dobram, eles também recebem o impacto do vento forte que quer controlá-los e tê-los sob seu poder. No entanto, isso nunca acontece, porque o bambu obtém sua força de sua flexibilidade. O fato de que ele se inclina torna mais forte a reação.
Nós também podemos fazer isso. Quando sentimos que alcançamos o limite, é hora de subir com mais força para gerar uma mudança. Não usaremos violência, porque força não é violência, é capacidade de resposta, é saber nos posicionar com coragem diante daqueles que ousam nos tornar algo que não somos: pessoas fracas.
Para concluir, os ensinamentos do Tao contêm maravilhosas brasas de conhecimento que continuam a inflamar nossa capacidade de aprender, iluminando-nos com sua temperança para lidar com maior sabedoria com as complexidades do mundo de hoje.
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*Fonte: pensamentocontemporaneo
Experimento faz tempo andar para trás
Seta do tempo relativa Uma equipe internacional, liderada por físicos brasileiros, realizou um experimento que mostra que a seta do tempo – o desenrolar contínuo do tempo do passado rumo ao futuro – é…
Seta do tempo relativa
Uma equipe internacional, liderada por físicos brasileiros, realizou um experimento que mostra que a seta do tempo – o desenrolar contínuo do tempo do passado rumo ao futuro – é um conceito relativo, e não absoluto.
Em um artigo ainda sendo revisado para publicação, a equipe descreve o experimento e o resultado, e também explica por que suas descobertas não violam a segunda lei da termodinâmica.
O estudo, apesar de não viabilizar uma viagem no tempo propriamente dita, pode ajudar a ciência a compreender melhor por que o universo e tudo o que há nele somente caminha em uma direção, quando o assunto é o tempo. Para o experimento, os pesquisadores decidiram analisar o movimento da energia, seguindo os princípios da entropia.
A segunda lei da termodinâmica estabelece que a entropia, ou desordem, tende a aumentar ao longo do tempo, e é por isso que todo o mundo que nos rodeia parece se desdobrar tempo adiante, nunca dando marcha-a-ré. Ela também explica por que o café quente sempre esfria e nunca se aquece, e coisas desse tipo.
Kaonan Micadei e seus colegas parecem agora ter encontrado uma exceção a essa regra – e uma exceção que funciona de forma a não violar as regras conhecidas da física.
Partículas correlacionadas
A ideia de partículas emaranhadas, ou entrelaçadas, já é bastante conhecida, graças em parte aos esforços para transformá-las em qubits para computadores quânticos.
Mas há uma outra propriedade menos conhecida das partículas subatômicas, ligeiramente diferente do entrelaçamento. É quando as partículas estão correlacionadas, o que significa que elas se ligam de modos que não acontecem no mundo em escala humana. As partículas correlacionadas também compartilham informações, como as partículas entrelaçadas, embora por meio de uma ligação que não é tão forte.
Em seu experimento, os pesquisadores usaram essa propriedade do correlacionamento para mudar a direção da seta do tempo.
O experimento consistiu em mudar a temperatura dos núcleos em dois dos átomos de uma molécula de triclorometano – hidrogênio e carbono – , de modo que a temperatura ficou mais alta no núcleo de hidrogênio do que no núcleo de carbono. Em seguida, a equipe ficou observando como o calor fluía de um núcleo atômico para o outro.
A equipe verificou que, quando os núcleos dos dois átomos não estavam correlacionados, o calor fluiu como esperado, do núcleo mais quente de hidrogênio para o núcleo mais frio de carbono.
Mas, quando os dois estavam correlacionados, ocorreu o oposto – o calor fluiu para trás em relação ao que normalmente é observado. O núcleo quente ficou ainda mais quente, enquanto o núcleo frio ficou mais frio.
Tempo andando para trás
Como é a própria assimetria do fluxo de calor no tempo – a entropia – que determina a seta do tempo, conforme descrito por Arthur Eddington há quase 100 anos, a equipe concluiu que seu experimento inverteu a seta do tempo. Em outras palavras, fez o tempo correr para trás.
“O calor flui neste caso do qubit frio para o quente: a seta do tempo é invertida. Nós caracterizamos quantitativamente a ocorrência dessa inversão calculando o calor real a cada momento,” escreveram Micadei e seus colegas.
“Isso abre a possibilidade de controlar ou até mesmo inverter a seta do tempo dependendo das condições iniciais,” acrescentaram.
Segundo a equipe, seu experimento não violou a segunda lei da termodinâmica porque a segunda lei pressupõe que não existam correlações entre as partículas – e a correlação foi essencial para que o tempo corresse para trás durante o experimento.
Traduzindo a coisa toda, o estudo descobriu um equivalente termodinâmico da reversão do tempo, ainda que limitado a uma escala microscópica. Ainda que a descoberta possivelmente não proporcione estudos que levarão à criação de uma máquina do tempo, o estudo revela que o tempo não caminha absolutamente somente para frente, podendo ser manipulado em condições específicas.
Participaram do trabalho físicos das universidades Federal do ABC, CBPF, USP (Brasil), Nacional de Cingapura, York (Reino Unido) e Erlangen-Nürnberg (Alemanha).
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*Fonte: socientifica