Dia: 3 de dezembro, 2018
A triste geração que virou escrava da própria carreira
E a juventude vai escoando entre os dedos.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre.
Tinha pena dos avós, que casaram cedo e nunca viajaram para a Europa.
Tinha pena dos pais, que tiveram que camelar em empreguinhos ingratos e suar muitas camisas para pagar o aluguel, a escola e as viagens em família para pousadas no interior.
Tinha pena de todos os que não falavam inglês fluentemente.
Era uma vez uma geração que crescia quase bilíngue. Depois vinham noções de francês, italiano, espanhol, alemão, mandarim.
Frequentou as melhores escolas.
Entrou nas melhores faculdades.
Passou no processo seletivo dos melhores estágios.
Foram efetivados. Ficaram orgulhosos, com razão.
E veio pós, especialização, mestrado, MBA. Os diplomas foram subindo pelas paredes.
Era uma vez uma geração que aos 20 ganhava o que não precisava. Aos 25 ganhava o que os pais ganharam aos 45. Aos 30 ganhava o que os pais ganharam na vida toda. Aos 35 ganhava o que os pais nunca sonharam ganhar.
Ninguém podia os deter. A experiência crescia diariamente, a carreira era meteórica, a conta bancária estava cada dia mais bonita.
O problema era que o auge estava cada vez mais longe. A meta estava cada vez mais distante. Algo como o burro que persegue a cenoura ou o cão que corre atrás do próprio rabo.
O problema era uma nebulosa na qual já não se podia distinguir o que era meta, o que era sonho, o que era gana, o que era ambição, o que era ganância, o que necessário e o que era vício.
O dinheiro que estava na conta dava para muitas viagens. Dava para visitar aquele amigo querido que estava em Barcelona. Dava para realizar o sonho de conhecer a Tailândia. Dava para voar bem alto.
Mas, sabe como é, né? Prioridades. Acabavam sempre ficando ao invés de sempre ir.
Essa geração tentava se convencer de que podia comprar saúde em caixinhas. Chegava a acreditar que uma hora de corrida podia mesmo compensar todo o dano que fazia diariamente ao próprio corpo.
Aos 20: ibuprofeno. Aos 25: omeprazol. Aos 30: rivotril. Aos 35: stent.
Uma estranha geração que tomava café para ficar acordada e comprimidos para dormir.
Oscilavam entre o sim e o não. Você dá conta? Sim. Cumpre o prazo? Sim. Chega mais cedo? Sim. Sai mais tarde? Sim. Quer se destacar na equipe? Sim.
Mas para a vida, costumava ser não:
Aos 20 eles não conseguiram estudar para as provas da faculdade porque o estágio demandava muito.
Aos 25 eles não foram morar fora porque havia uma perspectiva muito boa de promoção na empresa.
Aos 30 eles não foram no aniversário de um velho amigo porque ficaram até as 2 da manhã no escritório.
Aos 35 eles não viram o filho andar pela primeira vez. Quando chegavam, ele já tinha dormido, quando saíam ele não tinha acordado.
Às vezes, choravam no carro e, descuidadamente começavam a se perguntar se a vida dos pais e dos avós tinha sido mesmo tão ruim como parecia.
Por um instante, chegavam a pensar que talvez uma casinha pequena, um carro popular dividido entre o casal e férias em um hotel fazenda pudessem fazer algum sentido.
Mas não dava mais tempo. Já eram escravos do câmbio automático, do vinho francês, dos resorts, das imagens, das expectativas da empresa, dos olhares curiosos dos “amigos”.
Era uma vez uma geração que se achava muito livre. Afinal tinha conhecimento, tinha poder, tinha os melhores cargos, tinha dinheiro.
Só não tinha controle do próprio tempo.
Só não via que os dias estavam passando.
Só não percebia que a juventude estava escoando entre os dedos e que os bônus do final do ano não comprariam os anos de volta.
*Por Ruth Manus
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*Fonte: provocacoesfilosoficas
Banjogirl Novembro 2018
A escolhida da vez com o título de banjogirl, foi a atriz Lucy Boynton. Atriz americana de televisão e cinema, nascida em New York em 17/01/94, mas que se mudou com a família para a Inglaterra quando ainda pequena. Atuou em vários seriados e recentemente podemos assisti-la em filmes de sucesso do cinema como, “O Assassinato no expresso Oriente” (Condessa Adrenyi) e “Bohemian Rhapsody” (Mary Austin). Ainda jovem e com uma ótimo começo de carreira, com certeza ainda veremos muita coisa boa de Lucy Boyton, a nossa Banjogirl de Novembro de 2018!
Por que as pessoas traem?
Partindo do princípio de que a maioria das pessoas prefere não causar o sofrimento alheio, tentamos averiguar o motivo de tanta gente ser infiel mesmo assim — sabendo que pode magoar profundamente o outro. E sabe o que nós descobrimos? Que a questão da infidelidade é bem mais complexa do que parece.
A Ciência tenta explicar
A traição já foi tema de inúmeros estudos científicos, e vários deles apontaram que existem certos aspectos primários que parecem tornar as pessoas mais propensas a serem infiéis. Um desses aspectos seria o gênero, já que os homens — por produzirem mais testosterona do que as mulheres — têm maior desejo sexual, o que, por sua vez, os torna mais inclinados a trair suas parceiras.
Além disso, algumas pesquisas revelaram, por exemplo, que existe a possibilidade de que determinadas variações genéticas tornem alguns indivíduos mais — ou menos — inclinados a serem infiéis com seus companheiros. Quanto às mulheres, há cientistas que acreditam que em muitos casos as “traidoras” são descendentes de pais mulherengos e herdaram esse comportamento de seus progenitores.
Uma pesquisa apontou ainda que determinadas pessoas — normalmente mais homens do que mulheres — traem pela necessidade de sentir que estão no controle, o faz com que elas se sintam poderosas.
Evolutivamente falando
De acordo com a teoria evolutiva, a propensão de os homens serem mais promíscuos teria sido fortemente influenciada pela necessidade de espalhar as suas “sementes”. As mulheres, por outro lado, seriam motivadas pela busca de parceiros com qualidades genéticas que pudessem garantir uma prole saudável.
Mas não pense que as nossas ancestrais não tinham mais de um parceiro também! A diferença é que elas os buscavam no intuito de criar uma espécie de “plano b” — ou seja, para que elas tivessem um substituto que pudesse fornecer comida, abrigo e proteção no caso de que os seus companheiros morressem.
Além disso, as mulheres que tinham mais de um parceiro tinham acesso a mais recursos — como alimentos e outras provisões — e talvez até gerassem mais filhos, criando uma maior variação genética em sua linhagem. Você percebe aqui a diferença nas motivações que levavam os nossos antepassados a serem promíscuos?
Mais explicações
De acordo com uma série de levantamentos, pessoas com orientações políticas mais conservadoras ou muito religiosas são menos propensas a serem infiéis, justamente por terem valores mais rígidos. Além disso, a personalidade exerce uma forte influência na hora da traição, já que indivíduos menos escrupulosos ou com determinados perfis costumam ser menos fiéis.
Pode acontecer também de uma pessoa não ser especialmente inclinada a trair e até estar superfeliz com seu relacionamento. No entanto, novos fatores podem surgir em sua vida, tornando-a mais vulnerável a cair na tentação. Algumas situações podem ser mais tentadoras do que outras, como o tipo e o ambiente de trabalho, por exemplo.
Nesse sentido, locais de trabalho com homens ou mulheres demais podem ser um fator de risco, assim como atividades que envolvam tocar outras pessoas, passar muito tempo a sós com alguém ou, ainda, que incluam a necessidade de conversas muito pessoais.
Ademais, quando o assunto é “pular a cerca”, pessoas que vivem em regiões urbanas costumam ser mais liberais do que aquelas de áreas rurais ou cidades pequenas. As grandes metrópoles, por serem muito mais populosas, também proporcionam um ambiente de maior anonimato, além de oferecer uma maior variedade de parceiros em potencial para possíveis aventuras amorosas.
Problemas no próprio relacionamento também podem levar à traição, e a falta de compatibilidade — seja em termos de personalidade, nível de educação e insatisfação, por exemplo — entre os parceiros é um fator muito importante, já que pode provocar conflitos que levam à infidelidade. Entretanto, apesar da influência genética e social, a verdade é que a traição é uma questão de escolha.
Motivações
De acordo com diversos especialistas, algumas das principais razões que levam homens e mulheres a trair são o tédio, a solidão, a vingança, a excitação que a situação desperta, a busca de liberdade e intensidade sexual — entre outras tantas. Contudo, as motivações que conduzem homens e mulheres à infidelidade são bem diferentes.
Quando o assunto são as emoções, os homens e as mulheres “funcionam” de forma bem distinta. Eles, quando traem suas companheiras, normalmente estão em busca de sexo e atenção, e não de um relacionamento afetivo. Os rapazes também tendem a pensar menos a respeito da situação e conseguem sair dela com mais facilidade. Sem falar que eles se arriscam mais e se preocupam menos com a possibilidade de serem descobertos.
As mulheres, em contrapartida, geralmente avaliam mais a situação e traem na tentativa de preencher lacunas emocionais. Sendo assim, elas muitas vezes criam laços afetivos com seus amantes e, além de pensarem mais antes de decidir ter um caso, as mulheres conseguem identificar o perigo de perderem seus companheiros se forem pegas.
Ainda sobre as motivações das mulheres, segundo os especialistas, muitas vezes elas são infiéis durante períodos de transição, quando desejam sair de um relacionamento ruim. As traições também acontecem com frequência em momentos de grande vulnerabilidade ou mudanças importantes — como a perda de alguém querido ou o surgimento de alguma doença grave na família, por exemplo.
E por que ela é tão dolorosa?
De acordo com Esther Perel — que apresentou a inspiradora palestra que você pode assistir acima (recomendamos fortemente que você assista!) —, o conceito de monogamia, assim como o de felicidade e o que os relacionamentos representam — bem como o que esperamos deles —, mudaram bastante ao longo da História.
Hoje em dia, quando buscamos um parceiro, nós não queremos um simples companheiro. Nós esperamos que o outro preencha uma longa lista de necessidades e que ele se torne o nosso amante, melhor amigo, companheiro emocional, confidente, par intelectual etc. Ao mesmo tempo, acreditamos que somos insubstituíveis, indispensáveis e únicos para o outro — e o problema é que a infidelidade prova que não somos nada dessas coisas.
Portanto, quando a traição acontece, invariavelmente nós vamos nos questionar sobre o que poderia haver de errado com o nosso relacionamento ou, pior, sobre o que há de errado conosco. Assim, segundo Esther, a traição sempre foi dolorosa. Entretanto, atualmente ela se tornou especialmente traumática porque ameaça a nossa autoestima, viola a nossa confiança e pode inclusive nos levar a ter crises de identidade.
Curando o coração
Infelizmente, em se tratando de relacionamentos, a verdade é que nós somos incapazes de controlar as vontades e as ações dos nossos parceiros. E, por mais que a gente tente completar a outra pessoa e fazê-la feliz, no fim das contas, se ela decidir nos trair, não há muito que possamos fazer a respeito.
No entanto, um bom começo é ter uma conversa franca com o seu parceiro, para que cada um de vocês defina o que é considerado como traição — sair para almoçar com outra pessoa sem avisar, ter conversas íntimas online com desconhecidos, trocar beijos, fazer sexo? Dessa forma, fica mais fácil identificar e estabelecer os limites da relação e, assim, causar menos sofrimento para os dois.
Por outro lado, se a traição acontecer, conforme disse Esther na palestra, para alguns relacionamentos, a infidelidade é um sinal de que eles já estão morrendo, enquanto, para outros, ela é o choque que serve de motivação para a busca de novas possibilidades.
Além disso, há quem consiga transformar a crise em uma nova oportunidade e, se vale de consolo, pense que a maioria dos casais que já passaram por esse tipo de experiência permaneceram juntos.
E mais: a traição nunca deixará de existir, e é importante lembrar que há muitas outras formas de trair o seu parceiro — através de violência, da negligência, do desprezo e da indiferença. Isso significa que a vítima da traição nem sempre é a vítima do relacionamento, portanto fique ligado!
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*Fonte: provocacoesfilosoficas