Ouvir música no trabalho atrapalha a sua criatividade, diz pesquisa

Um novo estudo da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, aponta que escutar música enquanto você trabalha ou estuda diminui a sua criatividade verbal.

O pesquisador Neil McLatchie decidiu testar se as canções poderiam afetar a produtividade das pessoas. Na análise, participantes tiveram que observar três palavras que não estavam necessariamente relacionadas. Depois, eles precisaram encontrar uma palavra que combinava com os três termos.

Por exemplo, uma resposta aceita para “vestir”, “discar” e “florescer” seria “sol”. Essa técnica é usada frequentemente por psicológos para testar a criatividade verbal e quais condições a melhoram.

Os participantes participaram da avaliação em três momentos. Em algumas situações, o ambiente continha música; um estava silencioso; e no outro, havia somente pequenos ruídos comuns em bibliotecas, por exemplo.

Os resultados da pesquisa, publicada na revista Applied Cognitive Psychology, apontaram que na maximização do número de respostas que as pessoas podem fornecer, o silêncio sempre vence.

No primeiro experimento, 30 estudantes britânicos resolveram mais de 20% dos desafios sem ouvir nenhuma música. Já quando escutaram canções pop dos anos 1980 com letras em espanhol, os resultados foram menos satisfatórios.

Isso pode ser explicado pelo efeito da audição em sintonia com as letras que as pessoas não conseguiam entender (visto que estavam em espanhol). No entanto, quando 18 participantes ouviram música cantadas em inglês (mais fáceis de entender), a performance foi ainda menor.

De acordo com McLatchie, o ruído da biblioteca foi o “melhor barulho” de todos, embora a diferença em relação ao silêncio não fosse estatisticamente significativa.

Além das questões de criatividade, os participantes também avaliaram seu humor antes e depois dos experimentos. A maioria gostou das músicas e indicou que ficou mais animada em comparação quando o ambiente estava silencioso.

McLatchie reconheceu que a pesquisa não explica por que a música interfere com a criatividade verbal. Segundo ele, pode ser que o som reduza a atenção das pessoas para as tarefas.

É possível que a música seja boa para alguns tipos de criatividade e ruim para outras. Um estudo de 2017 indicou que músicas felizes, por exemplo, ajudam a estimular a criatividade – mas talvez seja melhor escutá-las no caminho para o trabalho, e não no meio do expediente.

 

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*Fonte: revistagalileu

Agricultores atraem aves e morcegos para campos para reduzir uso de pesticidas e aumentar produção

Os agricultores de diversos países estão a virar-se para a natureza para reduzir o uso e o impacto ambiental dos pesticidas e, em alguns casos, aumentar a produtividade das suas plantações.

O que isto significa, em concreto, é que estão a atrair aves e outros vertebrados para as suas explorações agrícolas, para que estes animais mantenham as pragas longe das suas culturas.

Um novo estudo, publicado na revista científica Agriculture, Ecosystems and Environment, apresenta alguns dos melhores exemplos desta prática no mundo.

Em Michigan, por exemplo, a instalação de caixas-ninho atraiu o peneireiro-americano – uma pequena espécie de falcão – para as explorações de mirtilos e para os pomares de cerejeiras. Os pequenos predadores alados alimentam-se de muitas espécies que prejudicam estas culturas, incluindo gafanhotos, roedores e estorninhos. Nos cerejais, os peneireiros-americanos reduziram significativamente a abundância de aves que comem as frutas.

Na Indonésia, as aves e os morcegos ajudam os agricultores a poupar grandes quantias de dinheiro na prevenção de pragas. Também se registou um aumento de 132 kg por acre nos rendimentos das plantações indonésias de cacau – igualando cerca de 240€ por acre –, graças à presença das aves e morcegos nos campos.

“A nossa análise de estudos mostra que os vertebrados consomem inúmeras pragas das culturas e reduzem os estragos provocados nas colheitas, o que é um serviço de ecossistema essencial”, disse a bióloga Catherine Lindell, que liderou o estudo.

Na Jamaica, o facto de as aves comerem um dos “inimigos” das plantações de café resultou em poupanças estimadas de 15€ a 102€ por acre, anualmente.

Na Espanha, a construção de caixas-abrigo perto dos arrozais aumentou a população de morcegos e reduziu as pragas locais.

Os viticultores neozelandeses ajudaram a restabelecer o falcão-de-nova-zelândia – uma espécie classificada pela UICN como “quase ameaçada” – nas regiões de planície usadas para o cultivo da vinha. Trabalhando em conjunto com a organização Marlborough Falcon Trust, estes agricultores estão a ajudar a conservar a população em declínio desta ave, através da educação, ativismo e angariação de fundos, enquanto protegem as suas vinhas.

“Agora que reunimos estes estudos, precisamos mesmo de definir uma agenda de investigação para quantificar as melhores práticas e tornar os resultados acessíveis para as principais partes interessadas, como os agricultores e os ambientalistas”, disse Catherine Lindell. “Espero que isto suscite um grande interesse.”

“Estes cientistas demonstraram uma situação vantajosa para os agricultores e para as aves”, afirmou Betsy Von Hole, da instituição científica que financiou o estudo. “O aumento das aves de rapina nativas nas zonas agrícolas pode ajudar a controlar as pragas de insetos que prejudicam as culturas, reduzindo, potencialmente, o uso dispendioso de pesticidas. Para espécies de aves com populações em declínio, estes esforços podem aumentar o sucesso reprodutivo das aves, ao mesmo tempo que se produzem culturas fruteiras atrativas para os consumidores.”

 

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*Fonte: theuniplanet