Dia: 15 de abril, 2019
Estudo aponta como nos tornamos sábios
A sabedoria vem da forma com a qual lidamos com situações difíceis da vida. Esta é a conclusão de estudo da Universidade do Estado de Oregon (EUA). Para muitos, a situação difícil, como morte ou divórcio, causou uma crise na noção de entendimento de mundo, levantando questionamentos sobre o mundo ao seu redor.
Essas crises levam à construção de conhecimento e sabedoria, diz Carolyn Aldwin, diretora do centro de pesquisa sobre envelhecimento saudável da universidade de Oregon. “A expressão costumava ser “com a idade vem o conhecimento”, mas isso não é bem verdade. Geralmente a pessoa que precisa trabalhar em algumas questões depois de uma situação difícil é a que consegue alcançar nova sabedoria”, diz ela.
Os resultados deste trabalho acabam de ser publicados na revista Journals of Gerontology: Series B. A autora principal do artigo é Heidi Igarashi, que trabalhou nesta pesquisa como parte de sua dissertação do doutorado.
O objetivo da pesquisa é entender melhor como a sabedoria é desenvolvida no contexto de adversidades como a morte de um ente querido, divórcio, problema grave de saúde ou perda de emprego. Entender como as pessoas lidam com essas adversidades e ficam mais sábias traz mais informações sobre o envelhecimento saudável.
“O que estamos procurando saber é ‘quando coisas ruins acontecem, o que acontece?’. A situação pode ser uma catalizadora para outras mudanças que vêm depois”, diz Aldwin.
No estudo de revisão, foram analisadas 50 entrevistas com adultos com idades entre 56 a 91 anos que passaram por pelo menos uma situação difícil na vida. Os participantes foram orientados a identificar eventos particularmente desafiadores, descrever como eles reagiram e se a experiência ajudou a mudar a visão do mundo.
“Uma coisa que logo se destacou é que quando questionados quais eram essas situações difíceis ou desafiadoras, as pessoas tinham a resposta na ponta da língua. Tempos difíceis são usados pelas pessoas para se definir.”
Os pesquisadores observaram que há três formas de reagir a estas situações: aceitar a situação como algo que não pode ser mudado sem questioner o sentido da vida; usar a inteligência, auto-controle e capacidade de planejamento para resolver problemas relacionados à situação; ou refletir sobre o sentido da vida, adquirindo novos valores ou crenças.
A maioria dos participantes (32 pessoas) indicou que a situação difícil interferiu no sentido de vida que eles tinham e fez com que a pessoa refletisse sobre si mesmo, sobre crenças fundamentais e sobre o entendimento do mundo.
Análises mais profundas mostraram que o ambiente social da pessoa também ajudou a formatar as respostas ao evento difícil. Essas interações sociais incluem conseguir ajuda de outros durante tempos difíceis; apoio não-solicitado de amigos, familiares ou desconhecidos; comparar a reação dela com a reação de outros; procurar ajuda profissional; procurar ajuda de pessoas com experiências semelhantes; formar novas conexões; e aprender mais sobre a sociedade em geral.
Aqueles que receberam ajuda não-solicitada desenvolveram conhecimento sobre compaixão e humildade. Procurar outros com experiências semelhantes expôs os participantes a novas ideias e interações.
“Fez diferença se a rede de contatos do participante esperava que ele se ajustasse ao evento rapidamente e ‘voltasse à vida normal’, ou se ele era encorajado a crescer e mudar como um resultado do evento”, diz Igarashi.
Mas como conseguir o melhor apoio das pessoas ao seu redor? “Tipicamente o tipo de apoio social que você consegue é aquele pelo qual você pede e permite. Mas estar aberto aos recursos da sua rede ou procurar grupos de apoio pode ser útil”, diz Igarashi. [Science Daily]
*Por Juliana Blume
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*Fonte: hypescience
Vietnamita usa capim para fabricar canudos compostáveis
O cerco está fechando para a indústria de plásticos. Ao passo que as legislações se tornam mais rigorosas, soluções das mais diversas empresas, especialmente as de pequeno porte, surgem para mostrar que é possível sim gerarmos menos resíduos plásticos. Exemplo disso, é a companhia Ống Hút Cỏ, que está fazendo canudinhos compostáveis com um tipo de grama selvagem local, similar ao junco, que já tem o formato de tubo.
Liderada pelo jovem empresário Tran Minh Tien, a ideia da empresa é aproveitar de um material abundante na região, o capim que cresce selvagemente ao longo do Delta do Rio Mecom, uma região no Vietnã. O produto ainda gera renda a um grupo de mulheres artesãs que residem na província de Long An.
Para produzir o acessório ecológico e seguro para alimentos, a espécie é colhida, lavada e cortada em tubos do tamanho de um canudinho normal. O passo seguinte é usar uma barra de ferro para limpar a parte interna dos canudos e finalmente passá-los por uma última lavagem. O produto final é vendido para restaurantes e pode ser comercializado de duas formas: seco ou verde.
Na versão fresca, o lote é vendido em um pacote de 100 canudos, que é apenas colhido e embrulhado em folhas de bananeira. Sem passar pelo processo mencionado acima. Estes, geralmente, duram cerca de duas semanas na geladeira, mas é possível aumentar a vida útil fervendo os canudinhos em casa com um pouco de sal, deixando-os secar e depois guardando em local fresco e seco.
Já no lote vendido seco, após a lavagem final, os canudos são deixados ao sol por dois ou três dias e depois assados no forno. Isso faz com que o tempo de vida útil do produto seja prolongado em até seis meses, se deixado em temperatura ambiente.
Secos ou frescos, os canudinhos são comestíveis, compostáveis, livres de produtos químicos e conservantes. Melhor que isso, só se deixar de usá-los mesmo. Especialmente no Brasil, que é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo e recicla apenas 1,28% do total produzido. Mas sabemos que os canudos podem ser úteis e são de grande ajuda em muitos casos.
Por enquanto, os canudinhos de grama são vendidos somente no Vietnã, mas já está em estudo e testes a possibilidade de ampliar o negócio para outros países.
*Por Marcia Sousa
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*Fonte: ciclovivo