Dia: 30 de abril, 2019
Por uma educação que nos ensine a pensar e não a obedecer
Na escola, nós aprendemos que a filosofia é a mãe de todas as ciências. Aprendemos sobre a importância da filosofia na formação do pensar humano em todas as vertentes, desde das questões sobre o homem e o universo, até discussões acerca do amor e da política. Dada a sua importância, deveríamos ter uma educação com viés filosófico. Ou seja, uma educação que buscasse desenvolver em nós um olhar crítico para o mundo que nos cerca e o nosso mundo interior. Entretanto, o que recebemos de forma contrária, é uma educação acrítica e completamente tecnicista, que tem como função primordial criar soldados bem treinados para o famoso “mercado de trabalho” ou em uma tradução livre – “campo de batalha do capitalismo selvagem”.
A polêmica reforma no ensino médio promovida recentemente pelo Governo Temer, para muitos – professores, inclusive – é de se temer, com o perdão do trocadilho. Uma mudança tão significativa na sociedade (já que a educação é ou pelo menos deveria ser vista como o principal vetor de transformação social) deveria passar por uma discussão mais profunda, com ampla participação dos principais interessados, estudantes e professores. O que não ocorreu em momento algum, mesmo sob fortes protestos dos excluídos da sua própria pauta, levando-nos, até mesmo, a pensar na nossa fragilidade democrática.
Mas o fato é que ela foi aprovada e está apta para entrar em prática. E, é bom que se diga, a educação de fato precisava de mudanças, transformações. Digo mais, não só no ensino médio, mas na educação como um todo. No entanto, essa reforma vai tornar a educação melhor em que sentido? No sentido filosófico ou tecnicista?
Não há problema em preparar os jovens para o mercado de trabalho, mas uma educação transformadora, vai muito além disso. Dessa maneira, por mais que a reforma no ensino médio torne a educação mais eficaz na preparação técnica dos jovens, sobretudo, por haver uma divisão do trabalho, digo, estudo em áreas do conhecimento específicas; ela apagará totalmente a brasa da esperança de uma educação crítica. Isso ocorrerá porque não há como pensar filosoficamente sem que todas as áreas do conhecimento possuam a mesma importância e valorização, sem interdisciplinaridade (a base no Enem), sem a provocação para o aluno e que a partir disso o levará ao aprofundamento de certa área ou certo saber que mais lhe apraz e o faz se sentir vivo enquanto sujeito individual e coletivo.
Ao subjugar alguns saberes, como filosofia, sociologia e história, mas não apenas estes, a um patamar de inferioridade em relação à língua portuguesa e inglês, por exemplo, a mensagem que o governo passa é de que o importante é saber fazer alguma coisa, isto é, aprender os “comos”, deixando de lados os “porquês”. Isso me lembra o mundo distópico de Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, em que os livros e todo o pensamento crítico e poético incutido neles são queimados, a fim de haja a manutenção da ordem em uma sociedade tecnicista em que fazer perguntas é coisa de gente “maluca”.
Sendo assim, perdemos mais uma oportunidade de promover modificações realmente significativas na educação brasileira. E não adianta dizer que perguntas não ajudam ninguém a arrumar um trabalho, já que isso é uma constatação óbvia, afinal, o que o mercado quer são profissionais excelentes na arte de obedecer, sem jamais questionar. Mas o que você, caro ser “pensante”, não consegue perceber é quão necessárias são as perguntas para que se questione todas as problemáticas existentes na sociedade e, assim, se consiga combater os males na origem, ao invés de ficar comprando verdades como mentiras, como dizia Orwell.
Certa feita foi dito no cinema por um professor que palavras e ideias podem mudar o mundo. Bom, eu acredito nisso e, portanto, acredito em uma educação filosófica, em que todos os saberes e todas as ciências sejam importantes e utilizados na formação de mais do que estudantes, de indivíduos capazes de se perceberem enquanto agentes sociais imprescindíveis para que o mundo continue em uma rota evolutiva. Apesar disso, muitos continuarão acreditando que o que precisamos mesmo é de mais soldados capazes de manter o campo de batalha intacto, protegido e sem ataques. Assim, só me restam as palavras de Símon Bolívar, duras e mais do que nunca, verdadeiras, já que:
“Um povo ignorante é o instrumento cego da sua própria destruição. ”
*Por Erick Morais Morais
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*Fonte: revistapazes
Black Metal Barbie
Filhas da Escuridão Nórdica, livre tradução de DAUGHTERS OF NORTHERN DARKNESS, é uma celebração e satirização dos comerciais da Barbie dos anos 1980 e 1990.
O vídeo foi exibido em 2018 no Instituro de Artes da Califórnia como parte de uma espécie de TCC. A obra está inteiramente calcada no humor para criar espaço para as mulheres e para ampliar os elementos da feminilidade dentro do mundo do Black Metal.
Tudo isso dentro de um contexto fictício onde algo extremo se torna mainstream mesmo sendo um subgênero. Ao mesmo tempo que é uma carta de amor ao brinquedo também é uma crítica verdadeira ao Black Metal norueguês que prega pureza acima de tudo, conforme um texto publicado pelos produtores.
A direção, letra da música, melodia e design de produção é de Gwenmarie White. A direção de fotografia é de Ross Constable e o editor é Brandon Johnson.
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*Fonte: ideafixa
Os 8 ciclos que você precisa fechar durante toda a sua vida
Todos nós passamos por várias crises existências ao longo de toda a nossa vida e estamos habituados a vê-las como algo negativo. No entanto, para Erik Erikson, as crises são processos que nos levam à evolução e a mudanças. São circunstâncias que nos permitem transcender, crescer e tornar-nos conscientes de nós mesmos. Erik Homburger Erikson foi um psicanalista norte-americano que desenvolveu uma teoria do desenvolvimento da personalidade de ampla aceitação e divulgação. Embora inicialmente tenha se baseado nos conceitos de Freud, ele se distanciou dos mesmos ao perceber que a influência cultural tinha muito mais importância do que Freud havia mencionado.
Erikson, postulou a visão do desenvolvimento a partir de uma perspectiva global e nos fornece informações muito úteis acerca das etapas da vida de um indivíduo, desde o seu nascimento até a sua morte. O doutor Erikson se transformou em um dos precursores do estudo do ciclo da vida. E, apesar de sua obra ser extensa, este estudo é o que mais recebeu reconhecimento.
Segundo Erik Erikson, o nosso caminho pela vida é composto por oito idades ou ciclos, e cada um deles é marcado por um conflito específico. Mas nunca se esqueça que cada etapa se baseia em habilidades aprendidas nas etapas anteriores. Confira:
1 – Confiança vs. Desconfiança
A primeira etapa da teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson ocorre entre o nascimento e um ano de idade e é a fase mais fundamental na vida.
Uma criança é totalmente dependente. O desenvolvimento da confiança é baseado na confiabilidade e qualidade dos cuidadores da criança. Neste ponto do desenvolvimento, a criança é totalmente dependente de cuidadores adultos para tudo o que ela precisa para sobreviver, incluindo comida, amor, carinho, segurança. Tudo. Se um cuidador não fornece cuidado e amor adequado, a criança sentirá que não pode confiar ou depender dos adultos em sua vida.
Se uma criança se desenvolve com sucesso a confiança, sentir-se-a segura no mundo. Os cuidadores que são inconsistentes em suas emoções, são indisponíveis e/ou rejeitam; contribuem para sentimentos de desconfiança nas crianças que cuidam. A incapacidade de desenvolver a confiança resultará em medo e uma crença de que todos são indignos de confiabilidade.
Claro, nenhuma criança desenvolverá um senso de 100% de confiança ou 100% dúvida. Erikson acredita que o desenvolvimento bem sucedido se baseia sobre um equilíbrio entre os dois lados opostos. Quando isso acontece, as crianças adquirem a esperança, que Erikson descreveu como uma abertura à experiência temperada por algum receio de que o perigo possa se apresentar.
2 – Autonomia vs. Vergonha e Dúvida
Nesse ponto do desenvolvimento, que ocorre entre os 3 anos, as crianças estão apenas começando a ganhar um pouco de independência. Elas estão começando a executar ações básicas por conta própria e a tomar decisões simples sobre o que elas preferem. Ao permitir que as crianças façam escolhas e tomem o controle, os pais e/ou os cuidadores podem ajudar as crianças a desenvolverem um senso de autonomia.
Como Freud, Erikson acredita que o treinamento do toalete era uma parte vital desse processo. No entanto, o raciocínio de Erikson foi muito diferente do de Freud. Erikson acreditava que aprender a controlar as funções corporais leva a uma sensação de controle e um senso de independência.
Outros eventos importantes incluem ganhar mais controle sobre as escolhas alimentares, preferências de brinquedo, e seleção de roupas.
Crianças que concluem com êxito esta fase se sentem seguras e confiantes, enquanto que aquelas que não o fazem são deixadas com um sentimento de inadequação e insegurança.
Erikson acredita que a obtenção de um equilíbrio entre a autonomia e a vergonha, e a dúvida, levaria a vontade, que é a crença de que as crianças podem agir com intenção, dentro da razão e limites.
3 – Iniciativa vs. Culpa
A terceira etapa do desenvolvimento psicossocial tem lugar durante os anos pré-escolares, entre os 4 e 6 anos.
Nesse ponto no desenvolvimento psicossocial, as crianças começam a afirmar o seu poder e controle sobre o mundo através de liderar o jogo e outras interações sociais. As crianças que são bem sucedidas nessa fase se sentem capazes de conduzir os outros. Aquelas que não conseguem adquirir essas habilidades começa a experienciar o sentimento de culpa, auto-dúvida e falta de iniciativa, por causa das exigências impostas socialmente.
Quando um equilíbrio ideal entre a iniciativa individual e uma vontade de trabalhar com outras pessoas é alcançado, a qualidade do ego como finalidade, emerge.
4 – Construtividade vs. Inferioridade
A quarta etapa psicossocial tem lugar durante os primeiros anos escolares, cerca de 6 anos de idade a 11.
Por meio de interações sociais, as crianças começam a desenvolver um sentimento de orgulho em suas realizações e habilidades. Quando são encorajadas e elogiadas pelos pais e professores desenvolvem um sentimento de competência e crença em suas habilidades. Aquelas que recebem pouco ou nenhum incentivo de pais, professores ou colegas, vão duvidar de suas habilidades em serem bem sucedidas.O sucesso no equilíbrio dessa fase, pode levar à força conhecida como a competência ou a crença de nossas próprias capacidades para lidar com as tarefas definidas por outros.
5 – Identidade vs. Confusão
O quinto estágio psicossocial ocorre durante a adolescência, às vezes turbulenta. Esta fase tem um papel essencial no desenvolvimento de um senso de identidade pessoal que continuará a influenciar o comportamento e desenvolvimento para o resto da vida de uma pessoa.
Durante a adolescência, as crianças exploram a sua independência e desenvolvem um sentido de si.
Aquelas que recebem incentivo e reforço adequados por meio da exploração pessoal vão emergir desta fase com um forte senso de si mesmas e uma sensação de independência e controle. Aquelas que permanecem inseguras de suas crenças e desejos, seguirão inseguras e confusas sobre si mesmas, sobre os outros, sobre o seu futuro. Se essa etapa for concluída com sucesso para a fidelidade, o adolescente terá capacidade de viver de acordo com as normas e as expectativas da sociedade.
6 – Intimidade vs. Isolamento
Essa etapa abrange o período em que os indivíduos estão explorando as relações pessoais, entre os 21 e 35 anos, e é a fase mais difícil de toda a nossa existência, pois é quando o nosso cérebro passa pelo processo de poda da vida jovem para a vida adulta.
Erikson acreditava que nessa fase, é vital que as pessoas desenvolvam relações estreitas e comprometidas com outras pessoas. Aquelas que são bem sucedidas nessa etapa terão relacionamentos duradouros e seguros. Nunca se esqueça de que cada etapa se baseia em habilidades aprendidas nas etapas anteriores. Erikson postulou que um forte senso de identidade pessoal é muito importante para o desenvolvimento de relações íntimas. Estudos têm demonstrado que as pessoas com um mau senso de si tendem a ter relações menos comprometidas e são mais propensas a sofrer isolamento emocional, solidão e depressão. O fechamento bem sucedido dessa etapa difícil, resulta na força conhecida como amor próprio para amar o outro. Ela é marcada pela capacidade de formar relacionamentos duradouros e significativos consigo mesmo e consequentemente com outras pessoas.
7 – Produtividade vs. Estagnação
Durante a idade adulta, continuamos a construir nossas vidas, com foco em nossa carreira e família. Entre os 36 e 55 anos.
Aqueles que são bem sucedidos durante essa fase, se sentirão – por serem ativos em sua casa e na comunidade – como indivíduos uteis para o mundo. Aqueles que não conseguem atingir essa habilidade se sentirão improdutivos e não envolvidos com os acontecimentos comuns a todos. Como se não houvesse lugar para eles no mundo. Essa etapa da vida é quando ocorre a metanoia: onde uma revolução pode acontecer em nossas vidas.
Cuidado é a virtude alcançada quando esse estágio é tratado com sucesso. Ser orgulhoso de suas realizações, ver os seus filhos se tornam adultos, e exercitar mútua sintonia com a pessoa amada, e principalmente consigo mesmo, são realizações importantes dessa fase.
8 – Integridade vs. Desespero
O estágio psicossocial final ocorre durante o início da velhice até o estágio final e está focado em serenar a existência ou lamentá-la profundamente. Ocorre a partir dos 60 anos.
Nesse ponto do desenvolvimento, o indivíduo começa a uma incessante busca por serenidade. A serenidade não é feita nem de troça nem de narcisismo, é conhecimento supremo e amor, afirmação da realidade, atenção desperta junto à borda dos grandes fundos e de todos os abismos; é uma virtude dos santos e dos cavaleiros, é indestrutível e cresce com a idade e a aproximação da morte. É o segredo da beleza e a verdadeira substância de toda a arte. Se a pessoa conseguiu fechar todos os ciclos anteriores, ou pelo menos a maioria deles, se sentirá plena o bastante para usufruir dos benefícios de seu autoconhecimento.
Mas se algum ciclo que não foi vivenciado com consciência, for um enorme abismo para si, isso poderá ocasionar uma velhice doentia, depressiva e com grandes riscos de desenvolver transtornos mentais do tipo: depressão, Alzheimer, ansiedade e até suicídio. O isolamento é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa nessa fase. Os mais jovens têm a obrigação de fazer companhia e conversar com os seus pais: quanto mais você conversar com os seus pais, mais eles viverão. E mesmo que não esteja preparado para ser pais de seus pais, é importante observar o comportamento deles: se eles estão buscando a serenidade ou têm se desesperado sempre que relembram o passado com perspectiva à morte.
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*Fonte: portalraizes