Dia: 24 de junho, 2019
Pensar é difícil, é por isso que as pessoas preferem julgar
“Pensar é difícil, é por isso que as pessoas preferem julgar “, escreveu Carl Gustav Jung. Na época da opinião, onde tudo é julgado e criticado, muitas vezes sem uma base sólida, sem uma análise prévia e sem um profundo conhecimento da situação, as palavras de Jung assumem maior destaque, tornando-se quase proféticas.
Julgar nos empobrece
Identificar o ato de pensar com o ato de julgar pode nos levar a viver em um mundo distópico mais típico dos cenários imaginados por George Orwell do que da realidade. Quando os julgamentos suplantam o pensamento, qualquer indício se torna evidência, a interpretação subjetiva torna-se uma explicação objetiva e a mera conjectura adquire uma categoria de evidência.
À medida que nos afastamos da realidade e entramos na subjetividade, corremos o risco de confundir nossas opiniões com os fatos, tornando-nos juízes incontestáveis – e bastante parciais – de outros. Essa atitude empobrece o que julgamos e empobrecemos como pessoas.
Quando estamos muito focados em nós mesmos, quando deixamos de acalmar o ego, e ele adquire proporções excessivas, ou simplesmente temos muita pressa para nos impedir de pensar, preferimos julgar. Adicionamos rótulos duplos para catalogar coisas, eventos e pessoas em um espectro limitado de “bom” ou “ruim”, tomando como medida de comparação nossos desejos e expectativas.
Agir como juízes não apenas nos afasta da realidade, mas também nos impede de conhecê-la – e desfrutá-la – em sua riqueza e complexidade, transformando-nos em pessoas hostis – e não muito empáticos. Toda vez que julgamos algo, simplificamos a expressão mínima e fechamos uma porta para o conhecimento. Nós nos tornamos mero animalis iudicantis.
Pensar é um ato enriquecedor
Na sociedade líquida em que vivemos, é muito mais fácil julgar, criticar rapidamente e passar para o próximo julgamento. O que não ressoa em nosso sistema de crenças nós julgamos como inútil ou estúpido e passamos para o seguinte. Na era da gratificação instantânea, o pensamento exige um esforço que muitos não estão dispostos – ou não querem – a assumir.
O problema é que os juízos são tarefas interpretativas que damos a eventos, coisas ou pessoas. Cada julgamento é um rótulo que usamos para atribuir um valor – profundamente tendencioso – já que é um ato subjetivo baseado em nossos preconceitos, crenças e paradigmas. Julgamos com base em nossas experiências pessoais, o que significa que muitas críticas são um ato mais emocional que racional, a expressão de um desejo ou uma decepção.
Pensar, pelo contrário, exija reflexão e análise. Mais uma dose de empatia com o que foi pensado. É necessário separar o emocional dos fatos, lançar luz sobre a subjetividade adotando uma distância psicológica essencial.
Para Platão, o homem sábio é aquele que é capaz de observar tanto o fenômeno quanto sua essência. Uma pessoa sábia é aquela que não apenas analisa as circunstâncias contingentes, que geralmente são mutáveis, mas é capaz de rasgar o véu da superficialidade para alcançar o mais universal e essencial.
Portanto, o ato de pensar tem um enorme potencial enriquecedor. Através do pensamento, tentamos chegar à essência dos fenômenos e das coisas. Vamos além do percebido, superamos essa primeira impressão para mergulhar nas causas, efeitos e relacionamentos mais profundos. Isso exige uma árdua atividade intelectual através da qual crescemos como pessoas e expandimos nossa visão de mundo.
Pensar significa parar. Fazer silêncio. Prestar atenção. Controle o impulso de julgar precipitadamente. Pesar as possibilidades. Aprofundar nas coisas, com racionalidade e da empatia.
O segredo está em “ser curioso, não crítico”, como disse Walt Whitman.
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*Fonte: pensarcontemporaneo
Vídeo da Nasa revela ilhas de lixo no planeta
A garrafa vazia, a embalagem de comida, o bola que furou. Depois de um lindo dia na praia, muitas pessoas esquecem de recolher o lixo que ficou jogado ali na areia. Mas quando a maré sobe, todos estes dejetos acabam sendo levados para o mar. Assim como os banhistas, embarcações que navegam pelos mares também usam a água do mar como lixeira. E a cada novo resíduo descartado no oceano, aumentam ainda mais as imensas ilhas de lixo do planeta.
Recentemente, a Agência Espacial Americana (Nasa) divulgou um vídeo impressionante. Ele mostra como estas gigantescas lixeiras foram se formando em cinco pontos do oceano, ao longo dos últimos 35 anos. Estas áreas concentram uma quantidade enorme de detritos, que vão gradualmente aumentando sua extensão.
O que acreditava-se até pouco tempo era que estas ilhas eram móveis. Todavia, os pesquisadores sabem agora é que estão localizadas em cinco regiões subtropicais, onde as correntes marinhas se encontram. Nelas, o que há é principalmente resíduos de plásticos, micropartículas que já foram parcialmente decompostas pelos raios do sol.
ILHAS DE LIXO
Um estudo internacional, realizado no ano passado pela organização não-governamental 5 Gyres, denunciou que há mais de 5 trilhões de pedaços – grande e pequenos – de plásticos flutuando pelos oceanos do planeta. Seriam cerca de 269 mil toneladas de resíduos, que foram jogadas em nossos mares.
Segundo a pesquisa, que envolveu cientistas de seis países e coletou dados de 24 expedições ao redor do mundo, o plástico encontrado em maior quantidade é de redes de pesca e restos de boias. Mas os pesquisadores acharam também toneladas de garrafas, plásticos, escovas de dentes e uma série de outros detritos.
Além de matar peixes e outras espécies marinhas, o lixo acumulado nos mares contamina a água e acaba afetando também a qualidade do que comemos. É um grande círculo vicioso, já que estamos todos conectados. Por isso, evite usar embalagens plásticas e quando o fizer, sempre descarte no lugar certo.
*Por Suzana Camargo
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*Fonte: conexaoplaneta