Dia: 20 de julho, 2019
O que realmente nos faz felizes? As lições de uma pesquisa de Harvard que há quase oito décadas tenta responder a essa pergunta
O que realmente nos faz felizes na vida?
Por 76 anos, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, têm procurado uma resposta.
O Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto (Study of Adult Development, no original em inglês) começou em 1938, analisando 700 rapazes – entre estudantes da renomada universidade e moradores de bairros pobres de Boston.
A pesquisa acompanhou esses jovens durante toda a vida, monitorando seu estado mental, físico e emocional. O estudo continua agora com mais de mil homens e mulheres, filhos dos participantes originais.
O atual diretor do estudo, o quarto desde o início, é o psiquiatra americano Robert Waldinger, que também é um sacerdote zen. Sua palestra no TED (sigla em inglês para Tecnologia, Entretenimento, Design): “O que torna uma vida boa? Lições do estudo mais longo sobre a felicidade”, viralizou na internet. O vídeo da conferência já foi baixado mais de 11 milhões de vezes.
“Há muitas conclusões deste estudo”, disse Waldinger à BBC. “Mas o fundamental, que ouvimos uma vez ou outra, é que o importante para nos mantermos felizes e saudáveis ao longo da vida, é a qualidade dos nossos relacionamentos”.
Conectados
“O que descobrimos é que, no caso das pessoas mais satisfeitas em seus relacionamentos, mais conectadas ao outro, seu corpo e cérebro permanecem saudáveis por mais tempo”, afirma o acadêmico americano.
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Image caption Para Waldinger, uma relação de qualidade é aquela em que você se sente à vontade
“Uma relação de qualidade é uma relação em que você se sente seguro, em que você pode ser você mesmo. Claro que nenhum relacionamento é perfeito, mas essas são qualidades que fazem com que a gente floresça”.
No outro extremo, há a experiência da solidão, sentimento subjetivo de sermos menos conectados do que gostaríamos.
“Estou fazendo as coisas que têm significado para mim? Esse é o tipo de pergunta que devemos nos fazer quando falamos de felicidade”, sugere Waldinger.
“Não se trata de ser feliz em todos os momentos, porque isso é impossível, e todos nós temos dias, semanas ou anos difíceis”.
E a fama?
“Não é que seja ruim, há celebridades felizes e também infelizes”, avalia.
O mesmo vale para o dinheiro. O estudo mostra que, além de um nível onde as nossas necessidades são satisfeitas, o aumento da renda não necessariamente traz felicidade.
“Nós não estamos dizendo que você não pode querer ganhar mais dinheiro ou estar orgulhoso do seu trabalho. Mas é importante não esperar que sua felicidade dependa dessas coisas”, destaca.
Registros médicos
Os participantes do estudo responderam, ao longo de décadas, questionários sobre sua família, seu trabalho e sua vida social.
“Também tivemos acesso aos seus registros médicos, de modo a avaliar a saúde deles, não só pelo que diziam, mas também pelo que seus médicos e exames relatavam”, explica.
Ele conta que, quando começou a trabalhar no estudo, em 2003, também gravou vídeos dos participantes falando com suas esposas sobre suas preocupações mais profundas.
“E enviamos a seus filhos perguntas sobre o relacionamento com seus pais”, acrescenta.
Os participantes foram submetidos ainda a exames de sangue para checagem de indicadores de saúde e, inclusive, análise de DNA.
“Alguns autorizaram escanear seu cérebro e doaram o órgão para que pudéssemos estudá-lo em relação a todos os outros dados que já tínhamos coletado sobre sua vida”, contou.
‘Na minha própria vida’
Quando a palestra de Waldinger se tornou viral, o acadêmico resolveu fazer um retiro por três semanas.
“A tradição Zen sustenta que a contemplação nos ajuda a manter os pés no chão e focar no que é mais importante na vida”, escreveu Waldinger, na ocasião.
Diante da enorme repercussão, o acadêmico criou um blog na internet sobre o estudo. E revela que a pesquisa também teve um impacto profundo na sua vida.
“Me fez prestar mais atenção nos meus próprios relacionamentos, não só em casa, mas no trabalho e na sociedade”, contou à BBC.
“Percebi que meus relacionamentos me dão energia quando invisto neles, quando lhes dedico tempo. Se tornam mais vivos e não desgastantes”, acrescentou.
“A tendência é nos isolarmos, ficar em casa para ver televisão ou nas redes sociais. Mas, na minha própria vida, eu percebi que sou mais feliz quando não estou fazendo isso”.
Oferecer nossa presença
Para Waldinger, investir em um relacionamento significa estar presente.
“Isso faz parte da minha vida como praticante Zen. O que eu percebo é que, quando oferecemos nossa atenção total, nos sentimos mais conectados uns aos outros, e isso também acontece no ambiente de trabalho”.
“Não se trata de passar mais tempo no trabalho, mas de prestar mais atenção no outro, para se conectar mais com as pessoas, em vez de dar como certo que o outro estará sempre ali”, explica.
Conflitos
Waldinger reconhece que pode ser difícil não perder de vista o que realmente importa.
Em parte, isso se deve ao bombardeio de mensagens que recebemos – anúncios de publicidade dizendo, diariamente, que se comprarmos algo seremos mais felizes ou amados.
“E, nos últimos 30 ou 40 anos, se glorificou a riqueza. Há bilionários que são heróis só porque são bilionários. Essa medida parece mais fácil porque as relações são difíceis, mudam, são complicadas”.
Qual a mensagem final de Waldinger para os leitores da BBC?
“Eu diria que eles devem tentar construir laços com as outras pessoas. E é particularmente importante fazer isso com quem se tem algum conflito”.
De acordo com o psiquiatra americano, o estudo deixou claro algo que é importante lembrar:
“Conflitos minam, de fato, a nossa energia. E acabam com a nossa saúde.”
*Por Alejandra Martins
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*Fonte: bbc-brasil
Cientistas descobrem como usar qualquer plástico para produzir eletricidade
Como você deve saber, não são absolutamente todos os tipos de plástico que podem ser reciclados, o que significa que, mesmo que uma parte possa ser processada e reutilizada, existe uma parcela que não – e que tem ainda mais chances de não ter um descarte adequado e parar na natureza. Evidentemente, há tempos os cientistas tentavam encontrar soluções para esse problema e, recentemente, uma equipe da Universidade de Chester, na Inglaterra, anunciou ter desenvolvido uma alternativa.
Saída interessante
De acordo com Alfredo Carpineti, do site IFLScience!, os pesquisadores encontraram uma forma de usar todo tipo de plástico – reciclável ou não – para produzir eletricidade, técnica esta que, além de reduzir o volume de resíduos, pode potencialmente levar a uma menor exploração de recursos naturais. E não é só isso!
Segundo Afredo, o processo – batizado de “W2T”, sigla de Waste2Tricity – envolve uma baixa criação de resíduos sólidos ou líquidos e não gera liberação de gases na atmosfera e, sendo assim, comparado às tecnologias tradicionais de incineração, o novo sistema produz muito menos emissões. Como funciona o método?
O W2T consiste em usar uma câmara de conversão térmica para vaporizar o plástico. Com isso, é possível obter hidrogênio a partir de um gás que os cientistas chamaram se Syngas e que seria como o gás natural, só que sintético. Esse material, por sua vez, pode ser usado para a produção de eletricidade e ser usado como combustível, e todo o sistema vem sendo testado e aprimorado na universidade para que, em breve, seja criada uma planta de processamento de plástico em larga escala.
O primeiro desses estabelecimentos deve ser construído na Inglaterra, mas, se tudo correr bem e o método provar ser eficiente mesmo, o objetivo é o de criar plantas em todo o mundo. A estimativa é a de que cada tonelada de resíduos plásticos possa valer cerca de US$ 50 – pouco menos de R$ 190 –, o que pode servir de incentivo (financeiro) para que a indústria e a população não descartem esse material nos oceanos ou de forma inadequada.
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*Fonte: megacurioso