Mês: setembro 2019
Hiperpoliglotas: como funciona a cabeça de quem fala dezenas de idiomas
Ler Dostoiévski em português é para os fracos. Carlos Freire queria devorar Crime e Castigo e outros clássicos russos no original. Aos 20 anos, ele mergulhou nos livros e se mudou para a casa de uma família russa em Porto Alegre. Em poucos meses, dispensou os tradutores. E não era seu primeiro idioma estrangeiro. Logo cedo, a proximidade com o Uruguai o deixou afiado no espanhol. Depois, aprendeu francês, latim e inglês. O caminho da faculdade era claro: Letras.
“Quanto mais idiomas você sabe, mais fácil aprender outros. Os 10 primeiros são os mais difíceis”, diz. Sim, 10. Aos 80 anos, Freire já estudou 135 línguas – de japonês a esperanto. É mais do que o padre italiano Giuseppe Mezzofanti, que ficou notório no século 18 por ouvir confissões na língua nativa dos estrangeiros. Especula-se que ele falava entre 61 e 72 idiomas e lia em 114.
Os dois integram um seleto time de pessoas que conseguem aprender dezenas de idiomas. Não são só poliglotas. Quem é fluente em mais de 6 línguas tem um título maior: hiperpoliglota. O termo foi definido em 2003 pelo linguista britânico Richard Hudson.
Ao estudar comunidades poliglotas, ele descobriu que o número máximo de idiomas falados em comum por todos os moradores é 6. Ainda não se sabe o motivo exato de serem 6 línguas. O que se sabe é que os hiperpoliglotas são diferentes de bilíngues ou meros falantes de 3 ou 4 línguas. E que os limites do cérebro deles podem ajudar a ciência a buscar os limites do nosso cérebro.
Idade é tudo
Mezzofanti entrou na escola aos 4 anos, onde aprendeu 3 idiomas. Aprender línguas na infância faz toda a diferença. Após a puberdade, os hormônios dificultam a reprodução de um sotaque mais autêntico. Se você aprende francês após os 14 anos, por mais que estude, provavelmente vai soar como um “brasileiro fluente em francês” – mas não como um francês.
Vários estudos comprovaram essa tese. Um deles selecionou 46 adultos chineses e coreanos que moraram nos Estados Unidos em diferentes fases da vida. Os que chegaram ao país até os 7 anos tiveram resultados semelhantes aos de nativos. Quem chegou aos EUA com mais de 15 anos teve desempenho pior.
Isso ocorre porque, com o tempo, o cérebro parece endurecer. Conforme crescemos, ele forma estruturas neurais confiáveis para orientar as ações que tomamos. É uma base de conhecimento que guia as experiências e responde às situações do dia a dia. À medida que mais estruturas neurais se formam, o cérebro perde flexibilidade. E ela é importante para aprender coisas complexas, como falar uma língua.
Pesquisadores acreditam que os hiperpoliglotas conseguem prolongar essa plasticidade. “Eles são como um experimento natural sobre os limites humanos”, diz Michael Erard, linguista e autor do livro recém-lançado Babel no More (inédito em português). Não é de se estranhar, portanto, que ainda hoje Freire mantenha o ritmo de aprender de dois a 3 idiomas por ano.
Falar pode parecer um ato simples, mas exige várias tarefas do cérebro: percepção auditiva, controle motor, memória semântica, sequenciamento de palavras. Para assimilar um novo idioma, o cérebro precisa entender as estruturas do som e das palavras. E, até chegar a isso, o aprendizado percorre um longo caminho pelos hemisférios esquerdo e direito do cérebro (veja mais na pág. 31).
Com vários pontos de parada, não é difícil perceber a complexidade disso tudo. E cada coisa nova que se aprende (como tocar um instrumento musical) não percorre exatamente o mesmo caminho. Já se sabe que aprendemos melhor uma língua na infância. Mas essa vantagem da juventude não se estende, necessariamente, a todos os outros aprendizados da vida. Ser um gênio no piano porque começou a tocar aos 5 anos pode não ter nada a ver com plasticidade.
“Não importa a idade, dizem que você precisa de 10 mil horas para tocar bem um instrumento. Ou seja, tocar melhor porque aprendeu aos 5 anos pode ser apenas uma vantagem incidental, porque teve mais tempo para estudar”, diz Diogo Almeida, professor de psicologia da Universidade de Nova York e especialista em linguística. Ou seja, por mais que hiperpoliglotas consigam adiar o enrijecimento do cérebro, a maior contribuição deles para a ciência é outra – e um tanto mais óbvia: acúmulo de conhecimento. Memória.
Aprender dezenas de línguas não é o mesmo que ser fluente em várias ao mesmo tempo. O americano Gregg Cox, citado no Guinness Book como “o maior linguista vivo” (64 línguas e 11 dialetos) conseguia se comunicar em apenas 7 idiomas ao mesmo tempo. Freire encarou um desafio maior em Moscou. Durante uma reunião com estrangeiros, teve de falar em 10 idiomas diferentes. E conseguiu. Michael Erard realizou uma pesquisa com 172 hiperpoliglotas e constatou que a maioria pode manter de 5 a 9 línguas ativas na memória.
As outras ficam guardadas em outra área, a memória de longo prazo, como se fossem arquivos comprimidos no computador. O conhecimento está lá, mas não pode ser acionado instantaneamente. Leva um tempo para reabri-los. Freire, por exemplo, explica que, para relembrar um idioma, ele precisa de uma semana de estudo.
“É possível ativar mais línguas, mas exigiria um tremendo esforço”, diz Erard. “Além do mais, essas pessoas têm outras coisas para fazer”. Quem volta do exterior falando outra língua em vez de português já passou por algo semelhante. Há uma reprogramação no cérebro. Agora imagine conversar em 10 idiomas ao mesmo tempo. Pois é.
Caixa elástica
Quando Freire saiu de um diálogo em russo para conversar em alemão, seu córtex pré-frontal mudou a chave da linguagem. Essa área do cérebro conta com a ajuda da memória ativa. A quantidade de línguas que um hiperpoliglota controla ao mesmo tempo dá uma dimensão do espaço da memória ativa. E, apesar de treino, expandir essa caixa não parece muito possível. Informações novas chegam, velhas vão para a memória de longo prazo. Ou somem.
Se por um lado a memória ativa guarda relativamente pouca coisa, a memória de longo prazo tem um espaço maior. E mais flexível. Na pesquisa de Erard, os entrevistados conseguiam, em média, aprender 30 idiomas. Perto das façanhas de Freire, Cox e Mezzofanti, parece pouco. Mas é aí que outros pontos entram em cena.
O primeiro é a genética. Segundo cientistas da Universidade de Münster, na Alemanha, a habilidade em aprender idiomas envolve diferenças genéticas nos neurotransmissores do hipocampo, a área que transforma informações temporárias em permanentes. As filhas de Freire, por exemplo, falam mais de 3 línguas. Têm facilidade, mas nunca quiseram aprender mais. E motivação é fundamental.
Freire aprendeu novas línguas porque queria ler os clássicos sem encarar tradutores. Mezzofanti usava a facilidade com idiomas dentro da religião – diz a lenda que ele, uma vez, aprendeu um novo idioma, em menos de um mês, apenas para ouvir a última confissão de um homem condenado à morte. A genética ajuda, mas o fator determinante é outro: a velha e batida vontade de aprender.
O jornalista americano Joshua Foer comprovou isso. Ele foi desafiado a fazer um treinamento intensivo para participar de um campeonato de memorização nos EUA. Foer era péssimo para lembrar coisas simples (onde deixou as chaves, por exemplo). Topou o desafio e, um ano depois, ganhou o campeonato. Basicamente, ele aprendeu a organizar as informações no cérebro e a traçar caminhos para encontrá-las.
Freire faz o mesmo. Há 50 anos, ele dedica pelo menos 3 horas diárias de estudo, com uma meta em mente: aprender 3 idiomas por ano. Essas pessoas mostram que é possível expandir a capacidade de guardar informações na caixinha de longo prazo, sem precisar de um QI acima da média. Se a memória ativa mostra um limite pouco mutável, a memória de longo prazo parece aumentar de acordo com a vontade de cada um. Mas, afinal, qual a vantagem em guardar tanta coisa?
Memória para quê?
Freire lê romances no original e ganha dinheiro com tradução e aulas. A neurocientista Ellen Bialystock, da Universidade de York, no Canadá, afirma que pessoas que falam mais línguas apresentam maior capacidade de concentração e se tornam mais distantes do Mal de Alzheimer. Ela estudou casos de 211 pacientes e concluiu que os bilíngues adiaram os sintomas da doença em até 5 anos, quando comparados a um monolíngue. Eles mantêm o cérebro ativo.
Mas com a internet no bolso e várias maneiras tecnológicas de guardar e acessar informação, qual é a utilidade prática da memorização? Precisamos decorar menos informações. E a nossa cabeça já está mudando. Estudos indicam que o Google modificou a memória das pessoas: deixamos de decorar quando sabemos que há uma fonte externa de armazenamento de informação. Pare e pense: quantos números de telefone você sabe de cor? Provavelmente bem menos do que sabia antes da popularização das agendas nos celulares.
“Tornamo-nos dependentes dela [dessa fonte externa] no mesmo nível que somos dependentes de todo o conhecimento que recebemos dos amigos. Aí, perder a conexão parece perder um amigo”, diz o estudo. Ficamos apegados ao fato de que a tecnologia aumenta exponencialmente o acesso a informação e conhecimento. A internet parece cuidar cada vez mais disso. Expandir a memória é difícil, mas possível. O desafio maior é querer.
*Por Carol Castro
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*Fonte: superinteressante
Oceanos ficarão mais quentes e ácidos com aquecimento global, aponta ONU
Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira (25) traz dados preocupantes sobre como as mudanças climáticas vão afetar oceanos e a criosfera, área terrestre coberta por gelo.
Mais de 100 autores de 36 países avaliaram cerca de 7 mil publicações científicas para criar o relatório. Divulgado dois dias após o fim da Cúpula Climática da ONU, que aconteceu em Nova York entre os dias 21 e 23 de setembro, e os protestos globais pelo clima, os organizadores do documento querem reforçar a necessidade de atitudes mais radicais dos governos em torno das emissões de carbono.
“Se reduzirmos as emissões bruscamente, as consequências para as pessoas e seus meios de subsistência ainda serão desafiadoras, mas, potencialmente, mais gerenciáveis para os mais vulneráveis”, disse Hoesung Lee, membro do IPCC, em comunicado. “Aumentaremos nossa capacidade de criar resiliência e, assim, haveá mais benefícios para o desenvolvimento sustentável.”
O nível do mar
Uma das informações que mais chama atenção diz respeito ao aumento do nível do mar, que subiu 15 centímetros no século 20 – o que tem acontecido cada vez mais rápido nos últimos anos.
De acordo com o relatório, mesmo que as emissões de gases de efeito estufa sejam reduzidas e o aquecimento global seja limitado a, no máximo, 2 °C, o nível das águas aumentará entre 30 e 60 centímetros até 2100. Se nada for feito para conter o aquecimento global, esse crescimento pode chegar a 110 centímetros.
A elevação do nível do mar impactará diretamente fenômenos naturais que têm relação com os oceanos, como marés altas, tempestades e ciclones tropicais. Um exemplo disso é o furacão Dorian, que atingiu as Bahamas e os Estados Unidos no início de setembro e, segundo os especialistas, foi particularmente forte por conta das mudanças climáticas.
Cada vez mais, esses eventos colocarão em risco pessoas ao redor do planeta, principalmente quem vive em cidades costeiras e pequenas ilhas. Michael Meredith, da British Antarctic Survey, disse à NewScientist que mesmo os países desenvolvidos sofrerão com o aumento do nível das águas e terão de reforçar a defesa costeira.
Os ecossistemas
O relatório do IPCC também aponta que os oceanos absorveram mais de 90% do excesso de calor causado pelas mudanças climáticas. Isso significa que, mesmo que as emissões de carbono diminuam, até 2100 os mares absorverão de duas a quatro vezes mais calor do que entre 1970 e a atualidade. Entretanto, se o aquecimento global ultrapassar os 2 °C, essa quantidade pode ser até sete vezes maior.
O aumento da absroção de carbono pelas águas afeta diretamente a fauna e a flora dos biomas aquáticos, pois altera não apenas sua temperatura, mas também a acidificação da água e os níveis de oxigênio e nutrientes essenciais para a manutenção de um ecossistema equilibrado.
Isso também é prejudicial para os seres humanos, já que a dieta de diversas populações é baseada na pesca. “O corte das emissões de gases de efeito estufa limitará os impactos nos ecossistemas oceânicos, que nos fornecem alimentos, apoiam nossa saúde e moldam nossas culturas”, explicou Hans-Otto Pörtner, que fez parte da pesquisa.
O permafrost
O solo de permafrost, no Ártico, também está sofrendo com o aumento da temperatura da Terra. Congelado por muitos anos, essa camada de gelo está derretendo em um ritmo preocupante — até o fim do século 21, estima-se que ele deixará de existir.
Os pesquisadores estimam que, mesmo que o aquecimento global seja limitado a menos de 2 °C, cerca de 25% do permafrost próximo à superfície (3 a 4 metros de profundidade) derreterá até 2100. Entretanto, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem aumentando, até 70% dessa camada de gelo poderá ser perdida durante o período.
Como explicaram os membros do IPCC, o permafrost ártico e boreal é importante porque retém grandes quantidades de carbono orgânico. Logo, seu derretimento pode resultar em um aumento significativo de gases poluidores lançados na atmosfera.
É preciso agir agora
A conclusão dos especialistas após a publicação do novo documento não foi surpresa para ninguém: é preciso agir agora. “Só conseguiremos manter o aquecimento global bem abaixo de 2 °C (…) se efetuarmos transições sem precedentes em todos os aspectos da sociedade”, apontou Debra Roberts, uma das especialistas.
“Quanto mais decisiva e rapidamente agirmos, mais capazes seremos de enfrentar mudanças inevitáveis, gerenciar riscos, melhorar nossas vidas e alcançar sustentabilidade para ecossistemas e pessoas ao redor do mundo — hoje e no futuro”, disse Roberts.

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*Fonte: revistagalileu
Retire a sua felicidade do palco, ela não sobrevive lá!
Muito pior que a exibição física, um dos grandes problemas do narcisismo é a ausência de empatia. Portanto, narcisismo vai muito além das aparências.
O escritor e psicólogo Rosandro Klinjey disse em uma de suas palestras que o motivo do Instagram ter inibido a contagem de curtidas é porque vários estudos mostraram a relação da quantidade de curtidas com transtornos psicológicos. E que em dez anos para cá, com o advento do Instagram comparando nossos bastidores com o palco editado das pessoas, nós tivemos um aumento de 43% do narcisismo no planeta e uma diminuição de 43% da empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar de outro e imaginar como o outro se sente com relação ao que estamos fazendo.
Muito pior que a exibição física, um dos grandes problemas do narcisismo é a ausência de empatia. Portanto, narcisismo vai muito além das aparências.
Costumamos ouvir que “Narciso acha feio o que não é espelho”, e não nos damos conta que ele também acha feio e repudia tudo o que é diferente do seu modo de pensar e agir.
Além das próprias fotos, passamos a postar também constantemente opiniões próprias, quase como uma imposição. E se alguém contraria nossa forma de pensar, os traços de narcisismo podem nos dominar, agredindo qualquer opinião divergente.
Uma pessoa em estado normal, por exemplo, não agride os outros com a sua sinceridade, pois faz uso dela com respeito e educação. Ao contrário dos narcisistas, que não se importam em agredir os outros em nome da sua grande “sinceridade”, exibição e ausência de empatia.
Todos nós temos traços de narcisismo, porém eles ficam latentes quando estamos bem conosco, levando uma vida satisfatória e sem competições, praticando um hobby e atividade física constantemente, trabalhando com foco, convivendo com pessoas boas, correndo atrás dos nossos objetivos e torcendo para a realização dos objetivos dos outros. Já quando convivemos ou simplesmente acreditamos em um narcisista patológico, nosso egoísmo, ou traços de narcisismo, podem ficar bastante aflorados, ao ponto até de esquecermos da nossa essência e dos nossos valores.
Portanto, Rosandro Klinjey informou que esse aumento do narcisismo, que ocorreu (e que continua ocorrendo) de uns anos para cá, está relacionado a um problema de saúde pública.
E que, por trás das postagens diárias e constantes das próprias fotos, pode existir um sentimento que o outro veja uma felicidade que nós não sentimos, porque o mais importante nas redes não é ser, e sim parecer ser.
A nossa felicidade e o nosso bem-estar não deveriam depender da quantidade de curtidas que nossas fotos possuem e muito menos da quantidade de pessoas que concordam, ou não, com nossas opiniões. Ela deveria depender do nível de satisfação com nós mesmos e com a nossa própria vida.
Por isso, o psicólogo nos faz esse convite para retirarmos nossa felicidade do “palco”. Ela não sobrevive nas redes sociais, muito pelo contrário. Nesse cenário, constantemente ela é substituída por tristeza e até depressão.
Claro que não há problema algum em postar fotos, assim como opiniões próprias. O problema é entrar na vibração competitiva de egos que nos abala psicologicamente e emocionalmente, quando damos muita atenção às opiniões alheias. Nosso bem-estar não deveria depender dessas pequenas coisas.
A felicidade é importante demais para ser apenas representada e dependente de plateia. Ela precisa ser vivida, sentida e realizada! Principalmente com aqueles que realmente torcem por nós e no silêncio da nossa alma consciente e em paz.
*Por Priscila Mattos
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*Fonte: osegredo
Novo propulsor hipersônico poderá voar de Londres a Sydney em 4 horas
SABRE pode se comportar como um motor a jato na atmosfera ou um foguete no espaço, e chegar a até 25 vezes a velocidade do som
A Agência Espacial Inglesa anunciou um acordo de cooperação com a Agência Espacial Australiana para o desenvolvimento de tecnologias que possam levar à criação de uma “ponte espacial” capaz de ligar Londres a Sydney com um vôo de apenas 4 horas, mais de 5 vezes mais rápido que os vôos atuais, que duram cerca de 22 horas.
O componente crucial para a realização deste sonho é o Synergetic Air-Breathing Rocket Engine (SABRE), um novo tipo de propulsor híbrido que pode se comportar como um motor a jato hipersônico na atmosfera, onde poderia chegar a 3,3 vezes a velocidade do som, ou como um motor a jato quando chegar no espaço, onde poderia alcançar 25 vezes a velocidade do som. Em comparação o Concorde, avião de passageiros mais rápido já criado, voava a no máximo 2,04 vezes a velocidade do som.
O motor está sendo desenvolvido pela Reaction Engines, uma empresa inglesa com sede em Oxford. Atualmente componentes do motor como o precooler, que resfria o ar antes que entre no motor, já foram testados em solo com sucesso.
A tecnologia vem gerando tanto interesse que a Reaction Engines já recebeu investimento de mais de US$ 130 milhões nos últimos quatro anos, o que inclui investimentos de gigantes da indústria aeroespacial como a BAE Systems, Rolls-Royce e Boeing HorizonX.
A expectativa da fabricante é que as primeiras aeronaves equipadas com o SABRE estejam em operação já em 2030.
*Por Rafael Rigues
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*Fonte: olhardigital
O que são os esqueumorfos e por que estão em toda parte
Você já ouviu – ou pronunciou – a palavra esqueumorfo?
Você pode não estar familiarizado com ela, mas se você olhar em volta, não será difícil saber do que se trata: os esqueuomorfos estão em toda parte.
Mas o que eles são?
A palavra vem do grego: skeuos, que significa ferramenta ou recipiente; e morphé (forma). No entanto, o termo é usado há muito tempo, principalmente pelos historiadores e arqueólogos.
Ela se refere à “presença em um objeto de características formais que carecem de motivação em relação às suas funções ou condições de sua produção e que só podem ser explicadas como atavismos em relação a um modelo diversificado em seu uso ou em condições técnicas”, conforme explicou especialista em Idade Média Serafín Moralejo Álvarez, em seu livro Eloquent Forms.
Ainda não está muito claro? E a foto acima, mais do que esclarecer, confunde você?
Bem, não se preocupe: com alguns exemplos, você identificará os esqueuomorfos sem dificuldade. Vamos começar por essa foto
Na calça jeans da foto, e talvez na sua também, os esqueuomorfos são os rebites, aquelas peças estranhas e familiares de metal.
Por quê?
Porque eles são uma herança estética de uma época em que os jeans eram muito grossos para serem unido apenas com linhas. Embora mais tarde eles não fossem mais necessários, ainda eram usados rebites de metal… e isso é um esqueuomorfo.
Eles são, como Moralejo escreveu, “o testemunho mais espetacular das raízes profundas do instinto figurativo da consciência e subconsciência humanas”.
Os esqueuomorfos são produzidos, explica ele, “porque as formas, ligadas por gerações a certos usos, acabam parecendo inatas”.
Pense em um carro e em sua rodas.
As rodas de carroças do passado e de bicicletas precisavam de aros (aquelas linhas dentro do círculo), mas as rodas dos carros, não. Porém, muitos veículos ainda assim usam os aros apenas pela aparência.
É como se as rodas sem os aros não fossem rodas.
Por outro lado, os motores dos carros foram originalmente colocados na frente dos carros porque os cavalos puxavam as carroças e carruagens pela parte da frente.
O “cavalo-vapor”, unidade de medida da potência, ficou conhecido entre nós muito tempo depois de libertarmos os cavalos dessa tarefa.
E há mais um exemplo em carros de luxo: ornamentos de capô, que costumavam ser simples tampas de radiador.
Um exemplo clássico de esqueumorfismo é encontrado nas decorações das pedras dos antigos templos gregos.
Os triglifos dóricos, aqueles desenhos com três faixas verticais separadas por sulcos, eram derivados dos templos de madeira anteriores e criados exclusivamente para fins ornamentais.
Os triglifos na pedra estão no lugar que costumava ser as extremidades das vigas com as quais os telhados das casas eram feitos. Embora a madeira tenha deixado de ser usada, sua marca permaneceu, como decoração, na pedra.
“A forma de um objeto é mais do que sua forma”, disse Serafín Moralejo Álvarez, historiador da arte.
Tríglifo são apenas uma das várias memórias deixadas pelas vigas de madeira nos templos gregos de pedra
Agora você vai vê-los em todos os lugares
Embora os esqueuomorfos nos acompanhem desde os tempos pré-históricos, eles se tornaram comuns no século 20.
Eles se esgueiram por todas as fendas… mesmo nos lugares de cultos religiosos.
Você já reparou que, em muitas igrejas, as velas nos altares não são mais de cera, e sim elétricas? O costume de fazer oferendas acendendo velas permanece, embora essas “velas” continuem apenas por sua forma simbólica.
Assim, existem muitos outros exemplos no mundo físico, mas é no mundo digital que vemos a maioria dos esqueuomorfos hoje em dia.
Na tela
Com a proliferação de computadores na década de 1980, um novo mundo de esqueuomorfos foi aberto como um meio de tornar os sistemas operacionais mais “amigáveis”, criando um vínculo intuitivo com o passado.
Um de seus grandes promotores foi Steve Jobs, fundador da Apple e pioneiro da revolução dos microcomputadores nos anos 70 e 80. Ele acreditava firmemente que os equipamentos deveriam ser tão simples de usar que um novato poderia dominá-los com base apenas em seu instinto.
Portanto, se você deseja excluir um arquivo, é necessário arrastá-lo para uma representação de um lixo real e, se você deseja armazená-lo, coloca-o em pastas semelhantes às pastas normais, físicas.
E, falando em eliminar, em vários casos, os projetistas dos esqueuomorfos usam precisamente os objetos que a inovação está enviando ao esquecimento.
Quantos envelopes foram deixados sem uso com a chegada do e-mail, cujo ícone é um envelope?
O que a moda levou e a intuição resgatou
Enquanto isso, no campo do design de interface gráfica, surgiu outro modelo – o Flat- como uma alternativa ao esquema esquomomórfico. O Flat design utiliza menos elementos que dão sensação de tridimensionalidade.
Essa tendência tornou-se moda e conseguiu destronar o esqueumorfismo como um paradigma no design de interfaces.
No entanto, talvez seja mais apropriado, nesse caso, usar o outro nome que os designers usam para o esqueumorfismo – design realista – porque nem sempre é fácil dizer que o design Flat deixou para trás o esqueumorfismo.
De qualquer forma, quando o uso de smartphones se generalizou, o esqueumorfismo retornou fortemente.
Um novo léxico do esqueumorfismo foi usado para tornar nossa mudança para essa nova tecnologia muito mais fácil.
Ironicamente, o ícone clássico do telefone agora representa a funcionalidade da ligação. Ou pense no carrinho de compras ou nas cestas que encontramos quando compramos on-line.
E o futuro?
Embora o design criativo possa nos levar a um território mais abstrato, parece haver uma familiaridade reconfortante sobre o esqueumorfismo.
No final, é esse estranho desejo por como as coisas costumavam ser.
*Por Dalia Ventura
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*Fonte: bbc-brasil
Aquele sábado maroto de sol
Na expectativa do sábado chegar logo para poder pegar a estrada, já pela manhã como previsto, o dia já dava sinais de que seria um belo de um sábado de sol. Mas como tive que resolver algumas coisas ainda pela manhã, já que fui deixando-as de lado ao longo da semana, acabaram assim, por me impossibilitar de fazer algum programa de viagem mais longo, que er a o que eu inicialmente queria fazer. Tudo bem, fica para uma outra oportunidade.
Tive de me contentar com uma volta mais curta e tradicional mesmo. O que eu resolvi agora chamar de “VRP”, ou seja – Volta Rápida Padrão. Rsrsrsrsrsrs. Uma volta de moto apenas para tomar um sol, vento na cara e andar por locais que já conheço muito bem e que de alguma forma não ficam tão distantes e assim. Isso não atrapalharia a minha programação par ao resto do dia (que tbém andou mudando de última hora). Ou seja, hoje a coisa acabou sendo meio que na marra mesmo, não tinha como perder de pegar a estrada com esse sol, mesmo que por pouco tempo e uma distância não tão longa.
Hoje fui sozinho, o Pretto ainda está no estaleiro se recuperando de uma cirurgia (melhoras aí!) e a dupla Rafa & Luís não deram sinal de vida (trabalho provavelmente). Então fui por conta própria. Tudo tranquilo, tudo certo, até parei algumas vezes no caminho mesmo que nem precisasse. Gosto disso. Faço o meu caminho e o meu tempo quando estou de moto! Acabei indo até Santa Cruz do Sul, ainda passei no autódromo (não fiz fotos de várias coisas), fui até Rio Pardo e voltei. Tudo de boa e na tranquilidade. Apenas o fato de um Gol , que num determinando trevo, converge e entra bem na minha frente, só que tem um dos passageiros descascando bergamota e atirando as cascas pela janela do carro. É claro que as tais cascas voavam e vinham direto na minha direção e da moto. Cada uma….kkkkkk
Abaixo, como de costume, alguns registros do passeio de hoje:
Chamar as mulheres de loucas: uma forma de violência que vem de longa data e ainda se faz presente
Tidas como loucas ou internadas para curar doenças inexistentes: ao longo dos séculos, esse sempre foi o tratamento dispensado a mulheres que não correspondiam às expectativas das sociedades em que viviam e se comportavam, sentiam ou viam o mundo de uma forma diferente daquela prescrita por determinados tempos e lugares. Infelizmente, esse quadro não é coisa do passado e vem se perpetuando em pleno século 21.
Mulheres abusadas psicologicamente por serem demasiado sensíveis, inteligentes, diferentes ou rebeldes, que não aceitavam determinadas situações. Em suma, consideradas loucas por simplesmente remarem contra a maré. Raramente um homem receberia um tratamento desse tipo.
Em famílias tradicionais, havendo dentro de casa um homem de personalidade violenta, autoritária ou até mesmo com algum distúrbio psicológico não diagnosticado, eram grandes as chances de uma mulher exuberante entrar em choque com a cultura machista que lhe era imposta. Na história, sempre houve estereótipos e clichês para rotular essas mulheres: loucas, histéricas, burras, bruxas…
Embora muitos acreditem que a violência contra a mulher seja exclusividade países subdesenvolvidos e “culturas retrógradas”, infelizmente a realidade é outra. Mulheres no mundo inteiro seguem sendo taxadas de loucas — e nem sempre elas simplesmente decidem “botar a boca no trombone” ou mostrar a força existente dentro delas. Há certos abusos psicológicos dos quais ainda pouco se fala, mas não são de hoje e continuam causando sofrimento nos nossos dias.
Gaslighting
De acordo com reportagem publicada pelo jornal El País, em novembro de 2017, especialistas alegam estar atendendo a um número cada vez maior de casos de gaslighting. Esse tipo específico de abuso psicológico direcionado às mulheres – que consiste em duvidar de todos os seus pensamentos, sentimentos e percepções –, muitas vezes escapa à compreensão das famílias, dos amigos, das autoridades e, claro, da própria vítima.
“Ele discutia sobre tudo. Tudo colocava em dúvida. Até as coisas que não têm discussão, como meu estado de espírito ou meus sentimentos. Tudo era um exagero meu, uma invenção ou uma paranoia. Tudo estava em minha cabeça, então acabei acreditando. Acabei acreditando que era eu que não estava à altura e, para não continuar decepcionando-o, me calava. Parei de opinar, parei de responder e simplesmente de me expressar. Fiquei completamente anulada como pessoa e ele tinha controle total sobre mim […] Fiquei sem forças, sem energia, todo dia preocupada em não aborrecê-lo, em não decepcioná-lo. Até que compreendi que aquilo não era normal, que não podia viver assim e que alguma coisa estava acontecendo”, relatou uma mulher, sob o pseudônimo de Marina, ao El País.
Origem do termo
Por não envolver agressão física ou verbal explícita, esse tipo de abuso é difícil de ser identificado pela vítima, por pessoas próximas ou mesmo pelas autoridades competentes. No entanto, um filme de 1944, Gaslight, (conhecido em português como À meia-luz) retratou tão bem a situação que acabou por emprestar seu nome à essa forma de violência. Na obra, o personagem Gregory Anton, representado pelo ator Charles Boyer, é o marido experiente da jovem Paula Alquist (Ingrid Bergman). Ele altera o ambiente, esconde objetos e até muda a iluminação da casa para manipular a mulher e fazê-la acreditar que está ficando louca.
Segundo a consultora especializada em gênero, Beatriz Villanueva, o abuso é tão frequente quanto invisível:
“É um tipo de violência que encontro muito nas consultas. São mulheres que chegam esgotadas. A maioria vem sem ter consciência de que estão sofrendo maus-tratos psicológicos. Vêm porque estão cansadas, para baixo, anuladas. E é falando, raspando, que se dão conta de que estão o dia todo tentando se defender, tentando fazer valer seu ponto de vista, mas não conseguem nunca. E chegam a considerar que não valem nada”, declarou ao El País.
Para que os abusos possam ser melhor detectados e as vítimas recebam o atendimento adequado, a psicóloga Bárbara Zorrilla, também entrevistada pela publicação, acredita que é preciso haver uma melhoria e ampliação na formação acerca da violência de gênero:
“As mulheres precisam que tanto seu entorno como a administração pública, por meio de seus recursos de atenção especializada, as ajudem a identificar essa violência, sua intencionalidade, seus mecanismos e suas consequências. Para isso é preciso continuar trabalhando na sensibilização da população em geral e na formação de todos os profissionais que as atendem, não só no âmbito judicial, mas médico, policial… para que possam acompanhá-las, ajudá-las a construir seu relato, dotá-las de credibilidade e devolver-lhes a liberdade que lhes hão roubado”, pontuou.
*Por Gisele Maia
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*Fonte: greenme
Estudante cria plástico biodegradável com escamas e peles de peixes que normalmente vão para o lixo
Durante uma visita a um mercado atacadista de peixes, a estudante de Design de Produtos, Lucy Hughes, de 23 anos, viu uma enorme quantidade de resíduos que eram jogados no lixo, como peles e escamas. Apesar de serem considerados ‘lixo‘, e geralmente descartados, ela sabia que eles contêm substâncias e propriedades importantes que podem ser usados na fabricação de outros produtos.
Durante meses, Lucy fez diversos experimentos utilizando esses resíduos orgânicos até que finalmente, conseguiu obter o que queria: um plástico biodegradável, mais resistente do que o tradicional, mas que se descartado no meio ambiente ou compostado, se desintegrará em quatro a seis semanas. E o melhor, sem deixar toxinas no solo.
O bioplástico criado pela estudante britânica, e chamado de Marinatex, foi o grande campeão do James Dyson Award, em 2019.
“Não faz sentido que usemos plástico, um material incrivelmente durável, para produtos com ciclo de vida inferior a um dia. E não sou só eu, há uma comunidade crescente de bioplásticos pioneiros, que estão trabalhando para encontrar alternativas à nossa dependência a esse material”, diz Lucy.
“Com Marinatex, estamos transformando um fluxo de resíduos no principal componente de um novo produto. Ao fazer isso, criamos um material consistente, transparente e ‘plástico’, com um ciclo de vida mais adequado ao planeta e ao uso como embalagens”.
Além das escamas e peles de peixes, a designer também adiciou à mistura algas vermelhas, que dão a liga final para que o bioplástico fique mais resistente.
Estudante cria plástico biodegradável com escamas e peles de peixes que normalmente vão para o lixo
“Os bioplásticos feitos apenas com algas se tornaram mais comuns, mas o problema que enfrentei durante o desenvolvimento das lâminas que fiz sem os resíduos de peixe (escamas e peles) pareciam simplesmente uma espécie de alga amassada”, conta a estudante.
“Eu precisava encontrar um material que deixasse a fórmula mais consistente. Minhas experiências iniciais envolveram outros tipos de dejetos de peixes, como conchas de mexilhão e esqueletos de crustáceos, antes de se fixarem nos resíduos de peixes. O resultado foi uma solução marinha de origem local”.
Segundo a Universidade de Sussex, onde Lucy estuda, pesquisas recentes têm demonstrado que alguns bioplásticos, como aqueles produzidos a partir de amido de milho fermentado, acabam não sendo compostáveis ou biodegradáveis, como prometido, permanecendo intactos após mais de três anos.
Além de se desintegrar mais rapidamente, o Marinatex tem um custo menor de produção e não requer um esquema de reciclagem novo para seu descarte.
*Por Suzana Camargo
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*Fonte: conexaoplaneta
É por isso que você nunca deve tomar decisões importantes com o estômago vazio
Nunca tome decisões importantes com o estômago vazio. Se a ciência faz essa afirmação, endossando os ditados populares, é melhor encher a barriga para só então pensar no que fazer.
O estudo que tratou de investigar a árdua questão, publicado na revista Psychonomic Bulletin & Review, revelou que, com o estômago vazio, é melhor evitar qualquer tipo de decisão, não apenas aquelas relacionadas aos alimentos.
Todos sabem que ir às compras com fome é uma péssima ideia, uma vez que é mais difícil resistir à tentação de consumir junk food. O que não se sabia é que a regra de encher a barriga antes também vale para outros setores.
De acordo com o dr. Benjamin Vincent, psicólogo da Universidade de Dundee e um dos pesquisadores envolvidos no estudo realizado pela instituição na Escócia, as preferências das pessoas mudam radicalmente quando estão com fome em comparação com o estômago cheio, o que periga ser explorado por profissionais de marketing.
O estudo
Mas, afinal, como os pesquisadores obtiveram esses resultados? Envolvendo 50 participantes no estudo e fazendo perguntas a eles sobre comida, dinheiro e outros tópicos baseados em recompensa. A mesma pergunta foi feita em dois diferentes momentos: quando eles estavam com fome e quando estavam satisfeitos.
Ao responder a perguntas relacionadas a alimentos, com o estômago vazio, a maior parte dos indivíduos optou por consumir uma refeição imediatamente, ainda que mais pobre, em vez de esperar para ter uma refeição mais abundante.
E quando tiveram que responder perguntas sobre outras formas de recompensa, o mecanismo de escolha permaneceu o mesmo: com o estômago vazio, os indivíduos entrevistados se contentavam mais facilmente com recompensas imediatas, embora menos satisfatórias.
Por exemplo, ao falar sobre prêmios, os participantes famintos costumavam escolher prêmios hipotéticos menores, mas atribuídos imediatamente, em vez de prêmios maiores que exigiam um pouco de espera.
De acordo com os pesquisadores, o estudo evidencia que a fome é capaz de alterar nossas escolhas em qualquer esfera, tornando-nos mais impacientes e menos razoáveis.
Estar ciente disso não é pouca coisa, porque poderia nos ajudar a evitar tomar decisões importantes enquanto o estômago está rocando, adiando-as para melhores momentos!
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*Fonte: greenme