Dia: 5 de outubro, 2019
Amnésia infantil: Por que não nos lembramos dos primeiros anos de vida?
Qual é a sua primeira memória? A resposta a esta questão será, na maioria dos casos, uma situação ou uma imagem breve de algum evento ou sensação que experimentamos na nossa infância, correspondendo principalmente à época em que tínhamos entre três e cinco anos de idade.
Mas naquela época você já estava vivo há vários anos. Nossos cérebros já processavam a informação do meio ambiente e até conseguíamos aprender habilidades, informações e formas de atuação.
O que aconteceu antes dessa primeira memória? Por que não conseguimos lembrar de algo anterior, como quando aprendemos a caminhar ou falar? A explicação para este vazio de memórias tem um nome: é chamado de amnésia infantil.
O que é amnésia infantil?
A amnésia infantil é definida como a incapacidade de lembrar os fenômenos e situações que ocorreram na nossa infância, em um nível autobiográfico. Ou seja, nós conservamos, por exemplo, as habilidades adquiridas nesta etapa (por exemplo, caminhar ou falar), mas não como as fizemos.
Esta amnésia geralmente afeta memórias que ocorreram antes dos três anos de idade. Na verdade, quando nos perguntam sobre nossas primeiras memórias, a maioria das pessoas geralmente indica algum tipo de elemento ou situação que elas experimentaram a partir dessa idade. Ocasionalmente, é possível lembrar de algum elemento anterior, mas isso não é frequente e se limitaria a algum fenômeno muito significativo ou a uma sensação ou imagem.
Comprovou-se que os bebês têm a capacidade de gerar memórias, mas esquecem-se rapidamente. E mesmo em um nível autobiográfico: crianças de cinco anos podem identificar e lembrar uma situação que aconteceu quando tinham dois anos. Não é que as crianças com menos de três anos não tenham memória: elas são capazes de lembrar o que aconteceu com elas. Essas memórias simplesmente desaparecem com o tempo. Assim, o que aconteceu foi uma amnésia autêntica, uma vez que as memórias existem, mas desapareceram com o tempo.
Há casos de pessoas que afirmam se lembrar vividamente de fenômenos anteriores. Embora em alguns casos isso possa acontecer, na maioria das vezes não estaremos diante de uma memória real, mas de uma elaboração gerada a partir da informação que temos no presente (por exemplo, com base no que nossos pais disseram sobre o que aconteceu). E, em muitos casos, quem fala sobre a lembrança não está mentindo, ele apenas gerou uma falsa memória que é vivida como verdade.
Quando é que aparece?
Esta amnésia dos primeiros anos sempre foi observada em adultos, mas a pesquisa mostrou que a amnésia já é visível na infância. Especificamente, os experimentos e investigações de Bauer e Larkina em 2013 indicam que a amnésia infantil geralmente aparece aproximadamente após os sete anos de idade.
Além disso, essas investigações nos permitiram observar que crianças menores são capazes de ter mais lembranças, mas, no entanto, elas são menos claras e detalhadas, enquanto as mais velhas conseguiam descrever fenômenos de maneira muito mais extensa, exata e detalhada, apesar de não se lembrarem dos seus primeiros anos de vida.
Por que não recordamos nada de nossos primeiros anos?
O motivo da amnésia infantil é algo que tem intrigado pesquisadores dedicados a essa área, e gerou muita pesquisa nesse sentido. Embora ainda não haja um consenso completo sobre as causas exatas para as quais não conseguimos lembrar praticamente nada de nossos primeiros anos de vida, existem várias hipóteses a este respeito. Alguns dos mais conhecidos são os seguintes.
1. Hipótese linguística
Alguns autores consideram que a amnésia da infância deve-se à falta de codificação adequada, devido à ausência ou falta de desenvolvimento de linguagem, que é a estrutura que permite organizar as informações. Até o desenvolvimento dessa habilidade, utilizamos uma representação icônica da qual nos recordaríamos através de imagens, mas uma vez que a memória começa a ser codificada e organizada através da linguagem, essas primeiras memórias acabariam por enfraquecer até se perderem totalmente.
2. Hipótese neurológica
Há também hipóteses neurológicas. Neste sentido, algumas pesquisas recentes parecem indicar que a ausência de memória desse período poderia estar ligada à imaturidade do nosso cérebro e à superpopulação neuronal que temos nos primeiros anos de vida.
Durante a primeira infância nosso hipocampo é submerso em um processo de neurogênese constante, aumentando dramaticamente o número de neurônios. Esse crescimento constante torna difícil o registro de informações consistentes e estáveis, perdendo a informação autobiográfica.
A razão para isso pode estar na degradação das memórias ao substituir as conexões pré-existentes dos neurônios ou no fato de que as novas são mais excitáveis e mais ativadas do que as que já estavam no cérebro.
Também pode haver uma conexão entre esse esquecimento e a poda neural, em que parte dos neurônios do nosso cérebro são pré-programados para morrerem, para melhorar a eficiência do nosso sistema nervoso e deixar apenas as conexões mais poderosas e reforçadas.
3. Hipótese sobre a formação do Eu
Outra das explicações propostas sugere que somos incapazes de nos lembrar dos nossos primeiros anos da nossa história porque nessa idade ainda não temos um autoconceito ou identidade: não sabemos quem somos, que existimos, então não existe um “eu” a partir do qual podemos elaborar uma biografia.
4. Outras hipóteses
Além disso, podemos encontrar muitas outras hipóteses que foram superadas pelo desenvolvimento da Psicologia. Por exemplo, no modelo psicanalítico clássico foi proposto que o esquecimento se deve à repressão de nossos instintos e ao conflito de Édipo.
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*Fonte: psiconlinews
Metadados: suas fotos online revelam mais informações do que você imagina
frase “uma imagem vale mais que mil palavras” nunca fez tanto sentido quanto na internet. Isso porque os arquivos de fotos online armazenam metadados que revelam muitas informações, como data e horário em que a foto foi tirada, além da marca do equipamento utilizado na captura. Quando o dispositivo possui GPS, os metadados ainda informam a localização exata de onde a fotografia foi registrada.
É verdade que essa série de dados ajuda profissionais e usuários a organizar melhor seus álbuns. No entanto, essas mesmas informações podem ser usadas para expor a sua privacidade. Quem tiver acesso a elas pode saber qual é a sua rotina, os locais que você mais frequenta, o endereço da sua casa e por aí vai.
E a pessoa não precisa ter acesso direto ao dispositivo para ter conhecimento dos metadados. Se você publicar uma foto em algum blog sem ocultar essas informações, é possível que qualquer usuário acesse os metadados dela. Nesse sentido, antes de publicar ou enviar fotos para alguma pessoa na internet, procure limpar esses dados. Veja como fazer isso abaixo:
Acessando os metadados
Primeiramente, é importante saber o caminho para encontrar os metadados das fotos armazenadas em seu dispositivo. Em um computador Windows, por exemplo, basta clicar com o botão direito no mouse sobre o arquivo de imagem. Lá, vá até a opção “Propriedades” e, na sequência, “Detalhes”. Nessa seção é possível visualizar informações do equipamento, data, horário e até a localização de onde a fotografia foi capturada.
Nos dispositivos móveis, o processo pode variar um pouco conforme o modelo e o sistema operacional. Mas, basicamente, basta abrir o aplicativo de galeria de imagens do aparelho e localizar a opção “Detalhes” para ter acesso aos metadados de cada foto.
Por fim, existem serviços online que fazem esse trabalho. Em sites como Metapicz e AddictiveTips basta fazer o upload de uma imagem ou inserir a URL da foto para visualizar todas essas informações.
Ocultando os metadados
O processo para limpar os metadados das fotos é muito simples. Sem instalar nada em computadores Windows, você precisa ir a “Propriedades” > “Detalhes” do arquivo de imagem e clicar no botão “Remover propriedades e informações pessoais”.
Para fazer o mesmo nas fotos de smartphones e tablets, você pode recorrer a alguns aplicativos, como Exif Eraser (Android) e Metapho (iPhone).
Relação dos metadados e redes sociais
A empresa de segurança digital Kaspersky Lab realizou testes para saber quais redes sociais expõem os metadados das fotos dos usuários. Nesse experimento, chegou à conclusão que Flickr, Google+ e Tumblr não deletam as informações das imagens publicadas em suas plataformas.
Já Instagram, Facebook e Twitter apagam esses dados logo que o usuário publica uma foto. Aqui, é importante ressaltar que essas redes sociais limpam os metadados, mas conservam uma cópia dessas informações para uso próprio.
Portanto, o ideal é que você limpe todos os dados de uma imagem antes de publicá-la em qualquer plataforma. O mesmo vale para quando você for enviar uma imagem para alguma pessoa via e-mail ou WhatsApp, por exemplo.
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*Fonte: segurançauol