Enlouqueça! A vida é muito curta pra se viver em uma caixa

Não fale muito alto. Leve guarda-chuva. Pense duas vezes. Não esqueça a blusa de frio. Exercite-se. Sorria para a foto. Coma uma maçã por dia. Beba água. Use filtro solar. Invista em previdência privada. Estude. Economize 30% do salário. Leia a Bíblia.

Seja prudente. Desde que se nasce, a cautela é um mantra: traz sanidade, decência e portas abertas para uma vida tanto reta quanto correta. Prudente é ser comedido diante de decisões, obedecer aos pais, usar roupas adequadas e entender que ser astronauta ou artista plástico é um sonho estupidamente infantil. Adulto mesmo é sagrar-se médico, engenheiro, advogado ou concursado.

Dizem que uma vida sem prudência é loucura. De fato, somente um louco é capaz de corajosamente sondar sua alma para descobrir que cautela excessiva é espelho de medos alheios.

Um louco decide raspar a cabeça e raspa. Escolhe trocar de emprego e troca. Entende mudar de país e muda. Gasta mais tempo voltando a lanterna na direção de sua alma do que na dos outros, pois compreende que suas limitações são suas, suas conquistas são suas e sua vida é absolutamente sua.

Um louco de verdade não acredita no ridículo, porque intuitivamente sabe que a vastidão do mundo abarca tantas possibilidades quanto é possível elas existirem. Quando se percebe tolo, ri de si com carinho e começa de novo, sem medo de errar ou vergonha do mundo… É que este louco — quanta loucura! — entende que a dor engrandece, a humilhação ensina, a perda fortalece e o erro é a melhor de todas as escolas.

Há alguns séculos, a própria Loucura, pelas palavras de Erasmo, enalteceu a si mesma com sabedoria: “Há duas coisas, sobretudo, que impedem o homem de chegar a conhecer bem as coisas: a vergonha, que ofusca sua alma, e o temor, que lhe mostra o perigo e o desvia de empreender grandes ações. Ora, a Loucura nos livra maravilhosamente dessas duas coisas”.

No palco da vida, quase todos os homens passam de uma coxia a outra como um jovem soldado que vai para a guerra: sem compreender seu sentido real, caminhando rumo ao fim com passos firmes, recheados de vazio e dor. Afogados em prudência espartana, reúnem todo seu espanto a restringir a própria vida e vigiar a alheia. Uma viagem exótica, uma mudança de profissão ou qualquer detalhe que demonstre um pouco de coragem são suficientes para que debochem, fuxiquem ou reprovem.

Pobres prudentes, que se resumem a preto e branco, censurando o arco-íris de seus irmãos! Pobres prudentes, que fecham os olhos ao grande mar de vida em seus próprios corações! Fossem mais insanos, dedicariam seu tempo ao precioso autoconhecimento e não a debruçar-se sobre o que lhes desinteressa.

Somente um louco é capaz de mergulhar em si e questionar seu espírito com teimosia e curiosidade até compreender a fome que o move. Torna-se então consciente de suas prisões e liberdades, e aí mora o grande segredo de seu riso: ciente do que o prende, consegue transgredir. Apenas quem conhece as próprias prisões é capaz de libertar-se.

Ser louco é sobretudo não tornar os velhos hábitos um estilo, ser destemido para lançar-se nas ondas da vida, não se matar com opiniões de pessoas amargas, rasgar-se e remendar-se a cada dia e, acima de todas as coisas, ter coragem de ser fiel a si.

Troque de roupa, de ideia, de rumo ou de amor. Livre-se de velhas dores, providencie novo começo, peça demissão, enfrente medos antigos, dispense a coerência e respire novos ares. Ninguém nunca disse que o caminho há de ser reto. Basta que ele seja.

*Por Lara Brenner

 

 

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*Fonte: revistabula

Humanos jamais vão migrar para outros planetas – diz Nobel de Física

Michel Mayor acaba de ser reconhecido com um Nobel graças aos trabalhos realizados em 1995 que culminaram na descoberta do primeiro planeta em outro sistema solar (um exoplaneta). Utilizando instrumentos feitos sob medida em seu observatório no sul da França, ele e seu aluno de doutorado Didier Queloz deram início a um campo de estudos que já revelou mais de 4 mil exoplanetas — que provavelmente ficarão para sempre fora de nosso alcance migratório.

Foi o que Mayor declarou esta semana, logo após aceitar as láureas. Ele disse que os humanos precisam abandonar a perspectiva de se mudar para outro planeta no caso de a vida se tornar impossível na Terra. “É completamente louco”, afirmou a AFP o astrônomo suíço de 77 anos, então professor da Universidade de Genebra. De lá para cá, os milhares de exoplanetas descobertos marcaram uma revolução na astronomia moderna.

Junto de seu colega Queloz, Mayor trouxe para o universo da astrofísica um estudo antes restrito às discussões dos filósofos: a possível existência de outros mundos no universo. Mas o cientista faz questão de deixar claro que pesquisa teórica é uma coisa, já o sonho de colonização, é outra. “Se estamos falando sobre exoplanetas, sejamos claros: não vamos migrar para lá.”

Na entrevista, o laureado frisou a importância de repensar o discurso de que podemos conviver com a alternativa de juntar as tralhas e partir de vez para outro sistema planetário, no caso de as coisas derem errado aqui na Terra. “Estamos falando de uma viagem centenas de milhões de dias usando os meios disponíveis hoje. Devemos cuidar de nosso planeta, que é bonito e continua absolutamente vivível”, disse. Vai ao contrário de certas visões bem atuais.

Tem ganhado popularidade o argumento de que devemos nos tornar uma civilização multiplanetária se quisermos sobreviver no longo prazo. Antes de morrer, em 2017, Stephen Hawking ressaltou a urgência de colonizarmos a Lua ou Marte em um período de 100 anos para evitar potenciais ameaças fatais para a civilização, como as mudanças climáticas, os asteroides, possíveis epidemias e o excesso de população. Elon Musk também reforça isso.

Sua empresa SpaceX atua com o objetivo maior de viabilizar a colonização humana em Marte, com o intuito maior de tornar a vida multiplanetária e evitar a extinção. Mas o fato é que não dispomos hoje da tecnologia necessária para desenvolver uma grande civilização em outros mundos quiçá no Sistema Solar, que dirá em estrelas distantes. E os métodos de propulsão disponíveis atualmente são muito lerdos para percorrer distâncias interestelares.

Há propostas teóricas para contornar o problema, como as naves geracionais: grandes “cruzeiros” em que só os descendentes distantes dos ancestrais que partiram alcançam o destino final. Mas são projetos ainda muito abstratos e mais restritos ao domínio da ficção científica. Vale salientar que Mayor não se refere aos planetas do Sistema Solar.

Em tese, o que ele rechaçou foram as ambições de habitar um eventual planeta habitável localizado nas redondezas da nossa galáxia, a algumas dezenas de anos-luz da Terra. Não especificamente sobre os planos de instituir colônias ou terraformar planetas menos amigáveis na vizinhança. Mais do que diminuir a importância de ir além da Terra, a intenção de Mayor era enaltecer a urgência de cuidar melhor do nosso planeta — o único no Universo que podemos chamar de casa.

*Por A. J. Oliveira

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*Fonte: superinteressante

Sem roteiro

Depois do final de semana anterior, que foi de chuva, chegou a vez de pegar a estrada novamente em um belo dia de sol. E o lado bom disso é que hoje não estava calor para andar de moto (prefiro andar no inverno do que no verão).
Hoje fui sozinho, tomei o rumo de Lajeado (RS 453), mas resolvi antes entrar em Cruzeiro do Sul – RS, fazia tempo que não entrava na cidade. Primeiro uma parada no estádio do Lajeadense. Depois para uma volta no centro da cidade e depois subir o morro, para lá do alto poder ter uma vista melhor e bonita do rio Taquari,

Feito esse desvio no roteiro inicial (sempre é bom mudar de última hora esses roteiros mentais de viagem – aí é que geralmente se aproveita mais), voltei para o caminho. Já era meio-dia passado, então resolvi almoçar mesmo em Lajeado. Depois procurar algum lugar para um bom café e então seguir em frente.

Hoje foi uma volta meio esquisita, é verdade, eu tinha um plano estabelecido inicialmente em minha cabeça que até incluía ir assistir ao novo filme do Coringa, no cinema do Shopping em Lajeado, mas aos poucos, ainda enquanto estava andando, fui reformulando esse roteiro, desisti do cinema e de ir até tal lugar e assim acabei rodando como barata tonta, prá cá e prá lá, pela região. Sem destino (easy rider). Vai na direção de Encantado, volta, dobra para tomar a direção daqui e dali. Uma função…rsrsrssr. E até de uma forma inesperada, foi mesmo assim foi muito bom. Enfim, nem todo rolê de moto é igual mesmo que se passe por caminhos tão normais de tantas outras vezes.

E obviamente, é claro, em alguns momentos enquanto pilotava me lembrei do amigo Fernando – “Thunder”, como era chamado; que faleceu na semana anterior e além de ser uma pessoa muita legal, gostava muito de andar de moto com a galera. No final de semana passado teve o 12º Vênus Rock e fizeram uma bonita homenagem no telão para ele. Agora acontecerá também o 3º Festival de Balonismo de Venâncio Aires (14 à 17 nov), sendo que no dia 16 de novembro vai acontecer um encontro de motociclistas – o 1º Moto Balão, que mais uma vez terá com uma homenagem especial para o Thunder.

Seja lá onde você estiver, descanse em paz meu amigo!

E assim foi a volta de moto de hoje, do final da manhã até agora na tarde. Um bom passeio, sem pressa, sem stress, parando onde eu estava afim e tudo de boas, só curtindo esse clima e a estrada.

Valeu e sempre grato por poder aproveitar bem cada um desses momentos.
\m/

*Abaixo algumas imagens do rolê de hoje (fiz bem poucas fotos, quase só do começo e outras já no fim da viagem).