Dia: 11 de novembro, 2019
Pesquisas controversas sugerem novo papel para o clitóris
Existem duas teorias sobre a existência do clitóris e cada uma tem suas limitações. O biomédico Roy Levine, do Reino Unido, escreveu recentemente um artigo que defende a dupla utilidade do clitóris, tanto reprodutiva quando ligada ao prazer.
Essa abordagem pode ser desafiadora diante das teorias e crenças atuais, mas o pesquisador acredita ser o momento de rever as evidências. O clitóris foi mencionado em 1545 pelo médico e anatomista francês, Charles Estienne, como tendo função no trato urinário. A função sexual foi identificada por Renaldo Colombo em 1559, mas outros estudiosos fizeram contraponto a essa visão.
Em 1564, um cirurgião de Padua, Andreas Vesalius, considerou o clitóris como uma parte inútil que não existia em mulheres saudáveis. Apenas em 1844 o anatomista alemão George Kobelt publicou um livro com desenhos detalhados e precisos, feitos a partir de dissecações de genitália feminina e masculina. Seus estudos foram ignorados na Inglaterra e Estados Unidos.
A fixação com a ligação entre clitóris e prazer feminino fez com que a habilidade mais importante, de transportar e reter o esperma, fosse deixada de lado. A relevância para facilitar a reprodução foi identificada de forma breve por Levin no ano passado. Uma nova publicação do autor, realizada neste ano, defende essas funções de forma mais detalhada e apresenta estudos que dão apoio a esse ponto de vista.
Função reprodutiva
Antes de atingir o ápice do prazer, estudos recentes mostram que são ativados os principais sistemas cerebrais, incluindo áreas ligadas a excitação, recompensa, memória, cognição e comportamento social.
Essa ativação do cérebro causa alterações genitais como o aumento do fluxo sanguíneo, de oxigênio, de calor e lubrificação. Além disso a aproximação do orgasmo faz com que o colo do útero seja levantado para acomodar esperma e os músculos do assoalho pélvico se contraem de forma rítmica. Isso tudo aumenta o potencial de fertilização.
Mesmo que revisões detalhadas também proponham que o orgasmo feminino tenha papel na seleção de esperma, a fisiologia desse mecanismo ainda é discutida. Antes que seja possível chegar a conclusões é necessário realizar mais pesquisas.
Outras possibilidades
Estudo deste ano identificou que coelhas que não tinham orgasmo apresentavam ovulação 30% menor. Isso sugere que em nosso passado evolutivo distante, o orgasmo feminino pode ter estimulado a liberação de óvulos e ajudado nas chances de gravidez.
Com a mudança na localização do clitóris, esses benefícios podem ter deixado de existir. O biólogo evolucionista Gunter Wagner considera que se esta teoria estiver correta as ideias antigas perdem sua validade.
Mas Levin considera que essa teoria desconsidera o principal, que são as mudanças fisiológicas provocadas via cérebro ativado pelo clitóris, que preparam o trato genital feminino humano. Mesmo que tenham pouco efeito na ovulação, essas alterações auxiliam a sobrevivência do esperma, portanto o clitóris manteria sua função reprodutiva. [Science Alert, Clinical Anatomy]
*Por Liliane Jochelavicius
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*Fonte: hypescience
Estudo mostra como os navios afetam a formação de nuvens e o clima
Pesquisadores do Reino Unido divulgaram um estudo que afirma como as emissões de gases poluentes por navios são responsáveis por alterar a formação das nuvens e também o clima. O problema é causado principalmente por partículas como o enxofre, que são liberadas pelas embarcações.
Os cientistas estudaram 17 mil nuvens poluentes deixadas por navios no ar acima dos oceanos. Esses vestígios, analisados por dados de satélite, foram comparados com o rastreio via GPS da trajetória feita pelos veículos marinhos.
Foram incluídos na pesquisa navios que navegam por áreas como aos arredores da América do Norte, na região do Mar do Norte (que fica no Oceano Atlântico), Mar Báltico (no norte da Europa), Mar Negro (no leste europeu) e o Canal da Mancha, que separa a ilha da Grã-Bretanha do norte da França.
A pesquisa alerta para a necessidade de empresas de transporte e cruzeiros turísticos aderirem à regulações para conter a liberação do enxofre. A Organização Marítima Internacional (IMO), por exemplo, já estabeleceu uma medida para o setor diminuir emissões do gás em mais de 80%. A ação deve entrar em vigor no dia 1 de janeiro de 2020.
“Atualmente, é difícil para os reguladores saberem o que os navios fazem no meio do oceano”, contou em comunicado, o co-autor do estudo, Tristan Smith. “O potencial de que não haja aderência às regulações de enxofre de 2020 é um grande risco pois isso pode criar uma desvantagem comercial para as empresas que não colaboram.”
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*Fonte: revistagalileu