Mês: julho 2020
Desde o tempo de Galileu, negação da ciência passou do campo religioso para o político, diz astrofísico
No dia 22 de junho de 1633, o astrônomo Galileu Galilei, considerado por muitos o criador do método científico, recebia sua sentença frente a um tribunal da Inquisição. Pela acusação de defender o modelo de Copérnico, em que a Terra girava em torno do Sol, Galileu foi considerado um herético, forçado a repudiar as ideias heliocêntricas e sentenciado a prisão domiciliar, além de ter sua obra Diálogo incluída no Índice de Livros Proibidos do Vaticano.
Pouco menos de 400 anos após esses acontecimentos, uma pesquisa do Instituto Datafolha realizada em julho de 2019 apontou que 7% dos brasileiros acreditam que a Terra seja plana. O número representa um movimento que ganhou impulso nos últimos anos, o dos chamados terraplanistas, que questionam o formato esférico do planeta, noção que já era consenso inclusive na época de Galileu.
Foi com o intuito de analisar o ressurgimento de movimentos de negação a resultados científicos como esse que o astrofísico romeno Mario Livio lançou no início de maio o livro Galileo and the Science Deniers (Galileu e os negacionistas da ciência, editora Simon & Schuster, a ser lançado em português pela editora Record), no qual faz uma nova leitura da vida e descobertas de Galileu e compara a resistência que enfrentou na época ao negacionismo existente hoje.
Uma das principais diferenças, segundo ele, é que a oposição à ciência deixou de ter cunho prioritariamente religioso.
“Quando falamos sobre a negação das mudanças climáticas hoje ou olhamos para algumas das respostas iniciais à pandemia do Covid-19, fica claro que essas ações são motivadas em grande parte por conservadorismo político”, afirma o autor à BBC News Brasil.
Livio é astrofísico, escritor e palestrante, membro da Associação Americana de Avanço da Ciência, e vive na cidade de Baltimore (EUA). Ele atuou por 24 anos como astrofísico no Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, centro instituído pela Nasa para operar o telescópio Hubble. Também é autor de livros como Por quê? O que nos torna curiosos (Editora Record, 2018) e A equação que ninguém conseguia resolver (Editora Record, 2008).
Confira os principais trechos da entrevista.
BBC News Brasil – Por que é importante neste momento lançarmos um novo olhar sobre a vida de Galileu?
Mario Livio – Em primeiro lugar, é sempre bom analisar a vida de Galileu porque ele era uma pessoa fascinante. Ele foi um dos maiores defensores da liberdade intelectual, uma luta que é sempre relevante. Mas, na verdade, claro que o mais importante de olharmos para esse período em particular é que hoje ainda vemos muito negacionismo em relação à ciência no mundo.
Acredito que isso também seja verdade para o Brasil, pelo pouco que sei sobre a situação política que vocês estão atravessando.
A luta de Galileu foi contra a negação da ciência. Portanto, é importante entender, antes de tudo, que esse não é um fenômeno recente e analisar as semelhanças e diferenças entre a negação da ciência que existia no tempo de Galileu e a que existe no nosso tempo atual.
BBC News Brasil – O que podemos aprender sobre a luta de Galileu que pode ser aplicado à nossa realidade?
Livio – As motivações para se rejeitar as descobertas da ciência no tempo de Galileu e hoje são diferentes. No tempo de Galileu, o principal problema costuma ser descrito como um enfrentamento entre ciência e religião. Isso não é verdade, e ele mesmo nunca enxergou o conflito dessa forma.
Galileu era uma pessoa religiosa. O conflito que ocorria na realidade era entre a ciência e as interpretações literais da Bíblia feitas pela Igreja Católica. Era contra isso que ele lutava. O argumento de Galileu era de que a Bíblia não tinha sido escrita como um livro científico, e sim buscando a nossa salvação. Consequentemente, foi escrita em uma linguagem que possa ser compreendida por pessoas comuns.
Ele apontava que mesmo os planetas não eram nomeados na Bíblia e que a maior parte do conteúdo do livro era dito em metáforas, não deveria ser considerada de forma literal. Ele insistia que a Bíblia não continha erros. O erro era nosso de interpretar de maneira literal.
Quando olhamos para os negacionistas da ciência hoje, vemos que as motivações são diferentes. Quero dizer, existem casos que são parecidos. Por exemplo, há nos Estados Unidos pessoas que insistem em ensinar o criacionismo na escola junto com a teoria da evolução de Darwin. Essas pessoas também são motivadas pela religião.
Porém, quando falamos sobre a negação das mudanças climáticas hoje ou olhamos para algumas das respostas iniciais à pandemia do covid-19, fica claro que essas ações são motivadas em grande parte por conservadorismo político. Estamos em um ano de eleição presidencial nos EUA e existe uma vontade de se satisfazer os apoiadores.
Então as motivações são diferentes, mas o efeito é o mesmo, porque significa que a ciência está sendo posta de lado e os conselhos gerados com base científica não estão sendo levados a sério.
BBC News Brasil – Em 1992, o papa João Paulo 2o finalmente reconheceu que a Igreja Católica errou ao condenar Galileu. Mesmo com um certo atraso, e considerando essas diferenças que o senhor acaba de apontar, isso indica que a religião está deixando de ser a principal força antagonista da ciência e esse papel está passando hoje definitivamente para o campo da política?
Livio – Sim, você está absolutamente certo. Recentemente, o papa Francisco declarou que nem o Big Bang nem a teoria da evolução de Darwin estão em conflito com a fé. Então acho que a Igreja Católica é muito menos negacionista hoje do que era antigamente.
Mesmo aquelas pessoas que, por causa da religião, querem ensinar o criacionismo nas aulas de ciência vão contra as declarações do próprio papa. A motivação religiosa do lado da Igreja é muito menos pronunciada hoje, e é muito mais por causa do conservadorismo político que vemos esse negacionismo.
BBC News Brasil – Por que é importante para líderes populistas como Trump e Bolsonaro confrontar a ciência e disseminar a desinformação dessa maneira?
Livio – Olha, eu gostaria muito de saber a resposta para essa pergunta. Trump quer ser reeleito e claramente tenta agradar sua base eleitoral. Imagino que ele acredite fortemente que seus seguidores compartilham visões semelhantes a essas. Ele também tem levado em consideração questões financeiras e de negócios acima de qualquer tipo de dilema moral ou mesmo, até certo ponto, da preservação de vidas humanas.
Eu não estou totalmente familiarizado com a evolução da covid-19 no Brasil, mas sei que vocês estão enfrentando graves problemas. Nos EUA, a resposta inicial do governo foi dizer: ‘Ah, estamos só com 15 casos agora e logo isso cairá zero. Não precisamos mudar muita coisa, estamos fazendo um bom trabalho’.
Claro que esse pensamento era completamente falso. Sabemos agora, de acordo com modelos matemáticos sérios, que se a resposta inicial tivesse sido mais rápida e clara, muitas vidas teriam sido salvas.
Neste momento, já tivemos no país uma resposta mais robusta para a pandemia, mas agora corremos o risco de uma reabertura apressada da economia. Não acredito que isso seja somente motivado pela necessidade de ajudar os trabalhadores americanos. Enquanto as pessoas não estiverem seguras o suficiente para retomar suas atividades, não importa muito se os negócios estarão abertos ou não. A população precisa se sentir segura para que isso dê certo.
O governo americano emitiu regras segundo as quais os negócios devem reabrir, mas ele não seguiu as próprias diretrizes. Quase 20 Estados começaram a reabrir num momento em que o número de casos estava crescendo constantemente ao longo de duas semanas inteiras.
Então a reeleição e os interesses das grandes corporações parecem ser mais importantes para essa administração do que seguir os conselhos ditados pela ciência, e acredito que algo parecido esteja acontecendo no Brasil neste momento.
BBC News Brasil – O negacionismo é maior hoje em dia do que era algumas décadas atrás?
Livio – Não acredito que esse número tenha aumentado. Uma pesquisa recente do Instituto Gallup mostrou que pouco mais de 30% dos americanos acreditam que os seres humanos foram criados há menos de dez mil anos. Esse dado ainda é incrivelmente alarmante, mas, por outro lado, essa porcentagem está em seu nível mais baixo da história. Então, não temos mais pessoas acreditando nisso do que antes e não acredito que existam mais negacionistas hoje do que em gerações anteriores.
O que acontece, porém, é que os negacionistas atualmente têm muito mais visibilidade. Estão, por exemplo, dentro do governo americano em um número muito maior do que em administrações anteriores. Espero que isso seja apenas uma moda passageira. Quero dizer, que isso seja menos uma ideologia de fato do que uma posição tomada puramente por conveniência política.
BBC News Brasil – Por se tratar de questões de saúde, esse negacionismo hoje acaba tendo um impacto muito mais forte do que na época de Galileu?
Livio – No tempo de Galileu, um dos principais conflitos entre ciência e religião envolvia o sistema de Copérnico, que dizia que todos os planetas, incluindo a Terra, giravam em torno do Sol, em oposição ao de Aristóteles, um sistema em que tudo girava em torno da Terra. A Terra como centro parecia melhor para a ortodoxia católica porque o ser humano estaria no centro da criação divina, numa visão antropocêntrica do universo.
Eu não sou epidemiologista nem médico. Sou astrofísico, então não finjo entender bem a ciência de uma pandemia. Mas, como cientista, sei analisar números. Acredito muito nos números.
Compare o caso dos EUA com o da Coreia do Sul, por exemplo. Olhei os números dos dois países até o dia 14 de maio. A Coreia do Sul tem uma população de 52 milhões de pessoas. Lá, eles tinham uma média de cinco mortes por milhão de habitantes até essa data. Nos EUA, que têm uma população de 322 milhões, a média nessa mesma data era de 264 por milhão.
Por que isso? O que os epidemiologistas me dizem é que desde o começo da pandemia na Coreia houve uma insistência para a criação de medidas de controle de contato físico e de isolamento de casos comprovados da doença, com rastreamento dos infectados. Por isso eles conseguiram controlar. Os EUA não fizeram praticamente nada até o início de março, então muito tempo foi perdido.
Isso é muito perturbador. No tempo de Galileu, claro que houve grandes consequências pessoais para ele devido aos que negavam suas descobertas. Ele ficou em prisão domiciliar durante oito anos e meio e seus livros foram proibidos. Hoje, no entanto, estamos falando de muitas vidas humanas.
É inacreditável que existam pessoas que arrisquem a vida de seus filhos por rejeitarem a aplicação de vacinas. Mesmo considerando a questão das mudanças climáticas, é uma coisa que afeta o futuro da vida na Terra. A vida não vai ser extinta por isso, mas um país como Bangladesh ou mesmo o estado da Flórida podem ficar debaixo d’água.
Nunca foi uma boa ideia apostar contra a ciência. Mas quando vidas humanas e o próprio futuro do planeta estão em jogo, essa aposta fica ainda mais injusta. Essa é uma lição importante que podemos aprender com o caso de Galileu.
BBC News Brasil – Galileu era uma figura complexa. Ele não era apenas versado em ciências, mas também se interessava por artes e era bastante religioso. Para alguns historiadores, a defesa de suas descobertas científicas era inclusive uma tentiva de ajudar a Igreja, impedindo que cometessem um erro ao interpretar a Bíblia de forma literal. Quanto de verdade há nisso?
Livio – Acredito que isso seja verdade. No livro Galileo and the Science Deniers, aponto que Galileu era uma pessoa complexa. Nem sempre era a pessoa mais agradável. Era muito solidário com os membros de sua própria família, mas podia ser bem cruel com os que discordassem dele.
Ele era um homem do Renascimento. Tinha grande interesse por música e era um ótimo tocador de alaúde. Sabia de cor passagens inteiras da obra de Dante, Ariosto e Tasso, e escreveu um ensaio sobre a poesia italiana. Também tinha muitos amigos pintores, como Artemisia Gentileschi.
Não podemos ser ingênuos, Galileu lutou primariamente por aquilo em que acreditava. Ele era muito honesto e acreditava estar o tempo todo certo, e que os outros estavam errados. Mas é verdade também que, ao assumir essa luta, ele pensou estar impedindo a Igreja de cometer um erro grave.
Ele tinha medo de que, se as pessoas interpretassem literamente a Bíblia, acreditariam, por exemplo, que o Sol em determinado momento parou sobre a cidade de Gibeão, como diz o livro de Josué. Como depois seria provado que é a Terra que gira em torno do Sol, as pessoas passariam a crer que havia erros na Bíblia. Galileu queria impedir que isso ocorresse apontando que a Bíblia não deveria ser lida de forma literal. Numa frase que ficou famosa, ele também disse não acreditar que o mesmo Deus que nos deu os sentidos, inteligência e raciocínio fosse nos proibir de usá-los.
BBC News Brasil – Em um dos últimos capítulos do livro, o senhor faz uma comparação entre as visões de Galileu e Einstein sobre religião. Pode falar sobre isso?
Livio – As posições de Galileu e Einstein sobre religião eram bastante diferentes. Galileu era religioso, mas sabia que a Bíblia não era um livro científico. Para ele, a religião tinha mais a ver com comportamento moral e ético.
Einstein, por outro lado, acreditava no Deus de Spinoza. Ele admirava e reverenciava a existência do Universo e das leis que o regiam. Essa era a sua religiosidade. Ele não acreditava em um Deus que interferia nos acontecimentos mundanos e recompensava ou castigava de acordo com o comportamento humano. Então, de certa forma, eles enxergavam a religião de formas opostas.
BBC News Brasil – No livro, o senhor menciona a importância da invenção da imprensa para a disseminação de descobertas científicas e, em determinado ponto, a compara à criação das mídias sociais. É irônico que hoje elas sejam usadas para informação e também para desinformação por meio de fake news?
Livio – Na realidade, não é muito diferente do que aconteceu com a invenção da imprensa. Se é verdade que a imprensa ajudou a difundir livros de ciência, literatura e poesia, mesmo naquela época as pessoas já imprimiam muitas obras que promoviam a desinformação. Claro que não tinham um alcance tão grande quanto a internet hoje, mas a semelhança existia.
A diferença é que, como a internet é tão acessível para todo mundo, essas teorias da conspiração acabam alimentando muito mais os negacionistas. Foi o que aconteceu, por exemplo, com histórias como a de que o coronavírus foi fabricado em um laboratório na China. Uma vez que a história foi divulgada, muitos começaram a repeti-la. O problema é que muito poucos acompanham quando a verdade sobre aquilo é revelada.
O mesmo aconteceu no caso das vacinas. Espalhou-se em certo ponto uma pesquisa científica errada que transmitia a ideia de que certas vacinas podiam causar autismo. Mais tarde, houve a admissão desse erro. Mas, como isso só aconteceu muito tempo depois, ainda há muitas pessoas que acreditam nisso até hoje.
É lamentável, mas não sei exatamente o que se pode fazer. As redes sociais criaram mecanismos para excluir conteúdo de ódio, mas é virtualmente impossível apagar tudo.
BBC News Brasil – Mesmo no tempo de Galileu, já era estabelecida a noção de que a Terra é redonda. No momento, temos um grupo de pessoas que acreditam que ela seja plana, os chamados terraplanistas. Isso representa um passo para trás?
Livio – Isso é algo quase inacreditável. Temos imagens da Terra vista do espaço. Do topo do monte Everest, é possível inclusive enxergar a curvatura da Terra. Então esse é um fenômeno que eu nem sei exatamente como descrever. Acredito que tenha a ver com pessoas querendo se sentir especiais, porque não consigo enxergar uma razão clara para existirem terraplanistas hoje em dia. Por sorte, eles não representam um grupo muito grande, mas um só que acredite nisso talvez seja gente demais.
BBC News Brasil – Para Galileu, era muito importante que toda descoberta científica fosse baseada em evidências. O negacionismo vem de uma falta de compreensão das evidências conseguidas pela ciência, que ainda hoje é distante do dia a dia da população em geral?
Livio – Acredito que o papel da ciência, em grande parte, é também fazer com que as descobertas e o conhecimento científico sejam conhecidos pelo público. Galileu era extremamente bom nisso. Ele escreveu a maioria de seus livros em italiano em vez de latim para que pessoas comuns fossem capazes de lê-los. Ele também enviou telescópios para toda a Europa, com instruções de uso, para que as pessoas pudessem ver com seus próprios olhos aquilo sobre o que ele escrevia.
Claro que há alguns ramos da ciência hoje que podem ser complexos demais e requerem um conhecimento muito detalhado de matemática, mas os conceitos gerais poderiam ser aprendidos por todos. Acredito que os telescópios espaciais, como o Hubble, fizeram um ótimo trabalho em criar imagens incríveis que todos podem apreciar mesmo sem entender completamente a ciência por trás delas.
BBC News Brasil – Essa é uma forma eficaz de lutar contra o negacionismo, explicar com mais afinco conceitos básicos para o público geral, eliminando muitas dessas ideias erradas?
Livio – Sim, e tem sido essa a minha intenção. Até o momento publiquei sete livros com apelo popular sobre ciência, todos voltados para pessoas comuns, que não são versadas em ciências.
BBC News Brasil – Esse problema tem ligação com um ponto que o senhor discute no livro, a respeito da separação entre as ciências e disciplinas de humanidades?
Livio – Sim, essa é uma separação que existe até hoje entre esses dois tópicos. Isso foi apontado pelo químico e escritor C. P. Snow em uma palestra e em seu livro Duas Culturas.
Segundo Snow, um grupo de literatos na Inglaterra, a partir da década de 1930, começou a denominar seus membros de intelectuais, ao mesmo tempo em que excluíam os cientistas desse grupo. Eles não perceberam que, enquanto reclamavam que cientistas não eram familiarizados com trabalhos da área de humanidades, eles mesmos desconheciam completamente o teor de trabalhos científicos.
Uma das coisas que tento fazer ao escrever livros de apelo popular é tentar reduzir um pouco essa distância entre as duas áreas de conhecimento. Galileu não teve esse problema, ele era um cientista e um humanista. Muitas pessoas do Renascimento, como Leonardo da Vinci, também eram assim.
Hoje acredito que esse fenômeno represente uma falha no sistema educacional, porque esse é o lugar onde deveríamos aprender que tanto as humanidades quanto as ciências fazem parte de uma única cultura humana. É preciso que todos conheçam ao menos o básico de ambas para que não continuemos vendo pessoas defendendo absurdos como a Terra plana.
Ao mesmo tempo em que todo mundo deve aprender sobre os trabalhos de Shakespeare, de poetas e artistas como Van Gogh, as pessoas também precisam entender as ciências, conhecer as leis da natureza às quais todo o universo deve obedecer. E, mais do que isso, entender a importância da ciência em nossas vidas. Para se ter uma ideia desse impacto da ciência, basta ver que a expectativa de vida na época de Galileu era aproximadamente a metade do que é hoje.
BBC News Brasil – Alguns defendem que colocar em dúvida conceitos científicos é uma questão de opinião, um exercício de liberdade de pensamento. O que o senhor responderia a isso?
Livio – Para ser honesto, acredito que seja um argumento bobo. Todos têm direito às suas opiniões, claro, mas não têm o direito de negar fatos comprovados. Isso é ingenuidade, não um exercício de liberdade de pensamento nem de expressão. Se você disser hoje que a Terra não gira em torno do Sol, isso não é liberdade de pensamento, já que é um fato que a Terra gira em torno do Sol.
A famosa filósofa Hannah Arendt escreveu um livro sobre as origens do totalitarismo. Nele, ela diz que o principal objetivo do totalitarismo não é convencer nazistas ou comunistas, mas sim aquelas pessoas para quem a distinção entre fato e ficção, verdade ou mentira, já não existe mais.
É uma afirmação muito poderosa, que fala sobre a importância dos fatos, aos quais só se chega por meio de uma observação experimental cuidadosa e paciente, analisando depois as informações conseguidas. Essa é a única maneira.
Hoje estamos vivendo algo que pode ser chamado de morte dos fatos, o que considero extremamente perigoso. Basicamente, a mensagem que nos chega de Galileu é: acredite na ciência. Acho que essa mensagem pode ser interessante também para o Brasil nas circunstâncias atuais.
*Por Leonardo Neiva
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*Fonte: bbc-brasil
Hoje faleceu Alan Parker, diretor de Pink Floyd The Wall, entre outros filmes famosos
O cinegrafista britânico Alan Parker, faleceu hoje aos 76 anos. Diretor conhecido por filmes como Expresso da Meia Noite, The Wall, Evita, Bugsy Malone, Fama e Mississippi em Chamas. De acordo com a Associated Press, Parker faleceu após lutar contra uma “longa doença”.
Em sua carreira, o diretor ganhou 10 Oscars, 10 British Academy Film Awards e foi nomeado “Sir” pela rainha Elizabeth II em 2002.
Alan Parker deixa a esposa Lisa Moran-Parker, os filhos Lucy, Alexander, Jake, Nathan e Henry e sete netos.
Buddy Guy – “Lay Lady Lay”
Só poderia ser de Buddy Guy, uma das melhores e mais incríveis versões da música de Bob Dylan.
Prefeito doa todo o seu salário há 5 anos para instituições de caridade
Existem prefeitos e PREFEITOS!
Este PREFEITO resolveu cumprir uma de suas promessas de campanha, a qual disse que: se fosse eleito destinaria todo o seu salário para as instituições de caridade de Veneza, Itália.
O nome dele é Luigi Brugnaro, prefeito de Veneza, Itália. Quando foi eleito fez a promessa, e desde que tomou posse da prefeitura em 2015 começou a doar todo o seu salário, até hoje, já doou cerca de 433 mil euros ( cerca de R$ 2.6 milhões de reais)- estes salários foram para um fundo de solidariedade social.
“Prometi na campanha eleitoral. O dinheiro é destinado a um fundo restrito para pessoas em dificuldade que moram na região”, afirmou Luigi.
O dinheiro tem sido distribuído entre 60 projetos sociais que apoiam vários bairros da cidade e para 150 associações que ajudam as pessoas na região.
“Anunciei na campanha eleitoral e agora mantenho essa promessa. Trabalhei de 15 a16 horas por dia, mas sempre disse que não receberia um euro de dinheiro público. A única coisa que recebo do município é um café”, revelou o prefeito.
Novos doadores
Luigi Brugnaro tomou outra atitude, resolveu doar a contribuição que recebe por ser vice-presidente da Bienal de Veneza.
E numa campanha do bem, pediu para que seus colegas políticos seguissem o seu exemplo. E assim começaram a surgir outros políticos que doavam seus salários também.
Um grupo de vereadores resolveu doar seus salários para ajudar as instituições de caridade.
Outro vereador, Paolo Pellegrini, disse que vai contribuir com 62 mil euros, assim, o valor que será enviado ao fundo aumentará para 475 mil euros.
“Tenho orgulho de saber que o dinheiro será destinado a projetos de um fundo público, dos quais não participei, que ajudarão pessoas necessitadas e associações voluntárias envolvidas na área”, festejou o prefeito Luigi Brugnaro.
*Por JCS
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*Fonte: sensivelmente
Buddy Guy – aniversário de 84 anos
Um dos últimos grandes nomes da primeira geração de sucesso da história da guitarra elétrica no blues americano, Buddy Guy, uma verdadeira lenda, hoje completa 84 anos. Saca só:
Buddy Guy (nascido George Guy, em 30 de julho de 1936 em Lettsworth, Louisiana) é um guitarrista e cantor norte-americano de blues e rock. Conhecido por servir de inspiração para Jimi Hendrix e outras lendas dos anos 60, Guy é considerado um importante expoente do chamado Chicago blues, tornado famoso por Muddy Waters e Howlin’ Wolf. Foi considerado o 23º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.
Parabéns mestre Buddy Guy, muita saúde e ainda muitos anos de bom blues pela frente!
Instituto Ocean Voyages bate recorde de maior remoção de lixo plástico do Pacífico
O Ocean Voyages Institute diz que fez história nesta semana, retornando ao porto de Honolulu na terça-feira, depois de remover com sucesso 103 toneladas de redes de pesca e plásticos de consumo do Great Pacific Garbage Patch.
Mais do que dobrou seus próprios resultados recordes de uma passagem de 25 dias no ano passado durante esta expedição de 48 dias. Mary Crowley, fundadora e diretora executiva do grupo, diz que estão voltando ao mar em dois dias para coletar mais detritos.
“Estou tão orgulhoso de nossa equipe que trabalha duro”, diz Crowley. “Nós excedemos nosso objetivo de capturar mais de 100 toneladas de plásticos tóxicos para o consumidor e redes ‘fantasmas’ abandonadas – e nestes tempos desafiadores, continuamos a ajudar a restaurar a saúde do nosso oceano, o que influencia nossa própria saúde e a saúde das pessoas. planeta.”
Conhecida como o ‘Ghost Net Buster’, Mary Crowley é conhecida por desenvolver métodos eficazes para remover quantidades significativas de plásticos do oceano, incluindo 48 toneladas (96.000 libras) de plástico durante duas viagens de limpeza oceânica em 2019, incluindo uma que pegou redes que prenderam o lixo nas ilhas havaianas.
“Embora as limpezas de praia sejam a maneira mais eficiente de coletar lixo, a limpeza do oceano – interceptando-a antes de chegar à costa – é muito importante”, disse Nikolai Maximenko, da FloatEco, à GNN durante uma entrevista à imprensa do Zoom. “Nada pode substituir o esforço no oceano.”
A bordo do navio de carga, a equipe usa rastreadores de satélite GPS desde 2018, projetados com a ajuda do engenheiro Andy Sybrandy, da Pacific Gyre, Inc. A teoria de Crowley provou ser bem-sucedida de que um rastreador pode levar a muitas redes. O oceano frequentemente ‘classifica’ os detritos flutuantes para que uma rede de pesca marcada possa levar a outras redes e uma densidade de detritos em um raio de 24 quilômetros.
“Estamos utilizando equipamentos náuticos comprovados para limpar efetivamente os oceanos e inovar com novas tecnologias”, diz Crowley em um comunicado à imprensa. “O Ocean Voyages Institute é líder em pesquisa e limpeza do oceano há mais de uma década, concedido com menos alarde e atenção do que outros, mas com paixão e comprometimento e causando impactos significativos”.
O Ocean Voyages Institute descarregou o recorde de lixo plástico oceânico nesta semana enquanto atracava ao lado do Pier 29, graças ao apoio da Matson, com sede em Honolulu, em preparação para a reciclagem e descarte adequado. A equipe está comprometida com 0% de término em qualquer aterro sanitário e está enviando os detritos classificados para as empresas de reciclagem que serão transformadas em isolamento, energia etc.
O navio cargueiro S / V KWAI deixou o porto havaiano de Hilo em 4 de maio, após um período de quarentena auto-imposto de três semanas para garantir a saúde dos membros da tripulação, diante da pandemia do COVID-19.
Os faróis de rastreamento por satélite GPS estão sendo colocados nas redes de pesca por iates e navios voluntários.
O Ocean Voyages Institute está se lançando em uma segunda viagem que partirá em dois dias para continuar a limpeza da área, mas sua duração (entre 25 e 30 dias) será determinada por doações e captação de recursos. Você pode doar por cheque, paypal ou outro método no site deles.
“Nosso objetivo é ter outros 3-4 barcos trabalhando no próximo ano – todos trazendo grandes cargas de detritos”, disse Crowley (que passa a maior parte do ano em Sausalito, Califórnia) por telefone à GNN. “Temos embarcações querendo ajudar na limpeza, então agora podemos começar a fazer uma grande mudança, porque nossas soluções são escaláveis.”
A longo prazo, eles pretendem se expandir para outras partes do mundo que precisam desesperadamente de ajuda na limpeza, para que as redes de pesca abandonadas nunca mais entremeadas ou prejudiquem uma baleia, golfinho, tartaruga ou recife.
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*Fonte: pensarcontemporaneo
Egisto Dal Santo & Trouble Makers
Muito bom ver hoje uma “repostagem ” no Facebook do grande músico e produtor do rock gaúcho, Egisto Dal Santo, mostrando algumas das coletâneas do rock gaúcho por ele produzidas. E a Trouble Makers, antiga banda da qual fiz parte, esteve presente com algumas músicas nesse material. Bons tempos.
Muito grato mestre Egisto!
Renato Barros, líder do Renato e Seus Blue Caps, morre aos 76 anos
Vocalista e guitarristas era um dos primeiros ícones do Rock brasileiro
Outro grande nome da história da música popular brasileira nos deixou ontem. Renato Barros, líder do Renato e seus Blue Caps, aos 76 anos, devido a uma infecção pulmonar. Ele deixa duas filhas, Érika e Renata, e duas netas, Juliana e Fernanda.
A banda Renato e Seus Blue Caps está entre as grandes pioneiras para a chegada do Rock no Brasil, sendo colocada como uma das mais importantes da Jovem Guarda que conquistou os anos 60 por aqui.
Eles ficaram mais famosos pelas versões brasileiras de músicas em inglês, como “Menina Linda” (“I Should Have Known Better”, dos Beatles), “Não Te Esquecerei” (“California Dreaming”, do The Mamas & The Papas) e tantas outras. Por alguns anos, Erasmo Carlos fez parte do conjunto.
Renato é ainda coautor de “Devolva-me”, escrita em parceria com Lílian Knapp e um sucesso na voz de Adriana Calcanhotto.
Que descanse em paz.
*Por Felipe Ernani
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos
Robert Plant anuncia coletânea dupla com três faixas inéditas
Robert Plant anunciou o lançamento de uma coletânea, chamada Digging Deep: Subterranea, para o dia 02 de outubro. O material duplo contará com 27 faixas de sua carreira solo, além de três canções inéditas.
O trabalho vai reunir músicas de seus 11 álbuns, com destaques para os singles “Shining All Around”, “29 Palms” e “Hurting Kind”. As faixas inéditas são “Nothing Takes the Place of You”, “Charlie Patton Highway (Turn It Up – Part 1)”, de seu próximo álbum Band of Joy Volume 2, e uma versão de “Too Much Alike”, de Charlie Feathers, em dueto com Patty Griffin.
A coletânea também contará com antigos colaboradores, como Jimmy Page, Phil Collins, Buddy Miller, Nigel Kennedy, Richard Thompson, entre outros. A pré-venda está disponível neste link.
Tracklist de Digging Deep: Subterranea:
CD1
01. Rainbow
02. Hurting Kind
03. Shine It All Around
04. Ship of Fools
05. Nothing Takes the Place of You
06. Darkness, Darkness
07. Heaven Knows
08. In the Mood
09. Charlie Patton Highway (Turn It Up – Part 1)
10. New World
11. Like I’ve Never Been Gone
12. I Believe
13. Dance with You Tonight
14. Satan Your Kingdom Must Come Down
15. Great Spirit (Acoustic)
CD2
1. Angel Dance
2. Takamba
3. Anniversary
4. Wreckless Love
5. White Clean & Neat
6. Silver Rider
7. Fat Lip
8. 29 Palms
9. Last Time I Saw Her
10. Embrace Another Fall
11. Too Much Alike (feat. Patty Griffin)
12. Big Log
13. Falling in Love Again
14. Memory Song (Hello Hello)
15. Promised Land
*Por Marcos Chapeleta
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*Fonte: ligadoamusica
O que sonhos eróticos realmente significam, segundo sexólogas
Não sei você, mas quando acordo, raramente lembro meus sonhos eróticos. É uma pena, porque meus parceiros de cama já disseram que costumo gemer e me contorcer dormindo. Falando cientificamente, geralmente temos sonhos eróticos durante o sono REM, a fase do sono ligado a sonhos vívidos – quando o fluxo sanguíneo aumenta nos genitais, o que provoca o tesão.
De muitas maneiras, sonhos ainda são um mistério. Não lembramos muito deles porque nosso cérebro não quer confundi-los com a realidade. Segundo a psicóloga e sexóloga Laura Duranti, a qualidade e conteúdo dos sonhos eróticos depende de quem você é e sua relação com a própria sexualidade. Duranti explicou que nosso cérebro não se separa completamente da realidade durante o sono, mas “integra estímulos internos que recebe”, como a temperatura, o quarto em que você está dormindo ou o que (ou quem) você está tocando.
A posição durante o sono também é importante. “Alguns estudos, como o de Calvin Kai-Ching Yu da Hong Kong Shue Yan University, sugere que dormir de barriga pra baixo encoraja sonhos eróticos”, disse Duranti. Dormir de barriga pra baixo restringe a respiração e coloca pressão nos genitais, basicamente lembrando ao cérebro as sensações durante o sexo.
Quando são intensos o suficiente, esses sonhos podem fazer algumas pessoas gozarem. Algumas mulheres relatam que não conseguem atingir o orgasmo na vida real, mas o experimentam (ou algo similar) em seus sonhos. “Elas podem ser fisicamente capazes de gozar, mas não encontram o estímulo que precisam na vida real, seja com masturbação ou de outra pessoa”, disse Duranti.
A psicóloga e sexóloga Marilena Iasevoli disse que sexo é “uma liberação de energia” tanto no mundo dos sonhos como na realidade. “Nos sonhos é mais fácil se livrar de inibições, e abordar suas necessidades e desejos sem o monitoramento do corpo ou pensamentos – ou do parceiro”, ela disse. Segundo Duranti, isso é especialmente verdade quando nossos sonhos são sobre fantasias que não podemos realizar na vida real – estando num relacionamento ou não.
“Sexo pode ser um jeito de relaxar, e pode compensar ou até reparar assuntos inacabados com um parceiro, um ex ou uma pessoa fora do casal”, disse Iasevoli. Mas também podemos ter sonhos eróticos com pessoas por quem não sentimos atração na vida real. É tentador acreditar que nossos sonhos sempre revelam desejos subconscientes que não estamos prontos pra aceitar, mas é mais provável ser uma questão não resolvida com alguém. Se recentemente você sonhou que estava transando com um amigo querido, alguém de quem você não gosta ou por quem não sentiria atração normalmente, “o sonho também pode representar um laço forte que você tem com essa pessoa, um talento que inveja nela, ou um lado feminino ou masculino dela de que você gostaria de se apropriar”, explicou Iasevoli.
Mas nossos sonhos nem sempre são tão desinibidos quanto gostaríamos. Duranti diz que inseguranças também podem surgir nos sonhos, especialmente pra quem experimenta um profundo bloqueio emocional com sua sexualidade, tem medo de perder poder ou de se soltar. As duas especialistas concordam que o único jeito de viver completamente suas fantasias é descobrir o que está causando o bloqueio na vida real.
É importante lembrar que sonhos eróticos nem sempre são uma expressão dos nossos desejos mais profundos e sombrios. Muitas vezes, é simplesmente o cérebro tentando tirar sentido do que experimentamos naquele dia. Filmes, personagens de um livro ou até músicas que evocam fantasias sexuais enquanto você dorme. Então, dá próxima vez que você sonhar que está se pegando com um alienígena sensual – deixa rolar. Pode não significar nada.
*Tradução do inglês por Marina Schnoor
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*Fonte: vice
6 dicas para uma Road Trip perfeita
Quem não gosta de uma road trip? Juntar alguns amigos, ou família, e seguir pela estrada, conhecendo lugares e pessoas que nos inspiram? Confira algumas dicas para que sua viagem seja inesquecível!
Já todos sabemos que viajar é uma das mais ricas experiências que podemos ter. No entanto, não é preciso ir muito longe, muito menos de avião. É preciso sim, coragem, entusiasmo, um bom roteiro e, sobretudo, um carro em bom estado. Sim, carro. Porque uma viagem de carro pode ser infinitamente mais confortável, além de nos dar a oportunidade de fazer nosso próprio roteiro, em nosso próprio tempo, sem depender de horários, estações, aeroportos, check-ins e check-outs. Porque uma road trip é o jeito mais íntimo de experienciar uma viagem inesquecível. Seguindo estas dicas, você pode ter uma das mais incríveis jornadas sobre quatro rodas. Prepare as malas porque a estrada é toda sua!
1. Companhia
O escritor Ernest Hemingway já alertava: “jamais vá a uma viagem com alguém que você não ame”. O que ele quis dizer é muito simples: viajar com alguém significa estar ao lado desta pessoa quase 100% do tempo. Significa compartilhar com esta pessoa experiências únicas, as quais serão memórias únicas. Significa abrir mão de algumas de nossas vontades em nome da política da boa vizinhança em fazer concessões para que ambas as partes sintam-se satisfeitas. Ao escolhermos uma companhia para viajar, temos que ter em mente que vamos compartilhar todos os momentos, portanto, esta pessoa precisa ser alguém com a qual nos damos bem, nos identificamos e, também, com a qual somos tolerantes e pacientes. Viajar com alguém, enfim, é deixar a individualidade de lado e abrir espaço para a vontade e experiências do outro. É puro amor.
2. Roteiro
Por mais que a idéia de uma Road Trip nos lembre do primo cool das viagens, do rebelde sem causa, do carro maneiro na estrada, da velocidade e liberdade experienciada, da espontaneidade, é preciso de muita organização. Planejamento é a palavra. Nada de sair pela estrada sem eira nem beira. Uma viagem sem uma mínima programação somente servirá como fonte de estresse e preocupação se algo der errado. Portanto, seja organizado.
Pegue o mapa e veja a rota que será feita na ida e na volta. Também verifique todas as paradas que serão feitas para descanso, em hotéis, pousadas ou em acampamentos.
3. Orçamento
Uma road trip precisa de planejamento financeiro, um fator essencial para que sua viagem não vire uma grande trapalhada cheia de estresse. Anote a quantia necessária para todos os dias de sua road trip, o quanto você gastará com comida, hospedagem, gasolina e quaisquer outras despesas extras que podem ocorrer. Viajar com uma grana a mais é sempre sábio e isso pode ser dividido entre você e sua(s) companhia(s). Porém, o mais importante é conversar antes sobre a responsabilidade financeira de cada um, com quanto cada um pode colaborar e etc. Isso evitará qualquer discussão futura ou estresse por causa de dinheiro, o que é muito comum em viagens em grupo.
4. Comida
Uma road trip deve ter muitos snacks! Isso mesmo! Não há nada pior do que uma longa viagem de carro sem alguma coisa para petiscar. Até porque, alguns pacotes de petiscos farão uma grande diferença na hora de economizar dinheiro na estrada. Mas tenha bom senso, isso não significa que você deve comer junk food ou toda a sorte de comida fast-food, ou quilos de bolachas e biscoitos e salgadinhos. Não. Se você fizer isso, além de comprometer sua saúde, também compromete sua viagem, já que uma indigestão ou – o que é pior – uma dor de barriga é certeira com uma dieta pobre destas. Portanto, seja esperto e planeje com antecedência! Os snacks devem ser fáceis de carregar e com pacotes práticos mas, essencialmente, devem ser saudáveis!
5. Bagagem
Seja sensato. Uma road trip não exige uma bagagem pesada, portanto, viaje o mais leve possível, até porque você não quer ter sobrepeso no carro. O ideal é uma mala pequena para cada pessoa. Praticidade é a palavra. Não perca tempo carregando bagagens desnecessárias, saiba desapegar-se de coisas materiais.
Uma das mais importantes experiências ao embarcar numa road trip é descobrir nossos limites, portanto, permita-se arriscar alguns dias somente com o mínimo necessário. Tenha certeza de que isso será um aprendizado valioso!
6. Check-up no carro e GPS
Eis aqui dois fatores essenciais. Verificar se o carro está em perfeita condição para seguir uma viagem longa e pegar estradas nas mais diferentes condições é vital. Um check-up no carro é o que de mais óbvio se precisa fazer antes de embarcar numa road trip, é uma questão de segurança, e não é opcional.
Um GPS é altamente recomendável pela sua praticidade, uma vez que isso assegura que não se perca tempo dando voltas desnecessárias em lugares desconhecidos. Por mais que uma road trip significa um pouco de aventura, é sempre bom ter um guia na manga.
Essas dicas facilitam toda a preparação de uma road trip perfeita, mas o mais importante em tudo isto é o entusiasmo e o peito aberto para novas experiências, afinal, viajar é a única coisa com a qual gastamos dinheiro que nos faz mais ricos. Não é?
Boa viagem!
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*Fonte: obviousmag
Nós estamos cansados
Cobranças demasiadas, expectativas não alinhadas, vergonha de se mostrar vulnerável: o que está te distanciando do próprio eixo? Buscar essa resposta a partir de um mergulho profundo em si mesmo é um caminho para lidar com o estresse que tomou conta dos nossos dias
“Mais um dia, menos um dia”. Esse foi o lema que adotei como meu nas primeiras semanas de quarentena. A cada fim de tarde, imaginava que estava a menos um anoitecer de reencontrar as pessoas que amo e retomar a rotina que levava antes de tudo isso acontecer. Não que ela fosse perfeita, porque a gente sempre está aparando as arestas e isso é reflexo da nossa evolução. Mas, no geral, estava satisfeita.
Acontece que, depois de tanto tempo (já são mais de quatro meses sem sair de casa), percebi que colocar todo o meu foco no momento em que, finalmente, poderíamos nos dizer livres de pandemia não estava me deixando mais calma. Pelo contrário. Essa talvez tenha sido uma estratégia (ou uma fuga?) inconsciente para não precisar me debruçar sobre os meus próprios incômodos. Logo me percebi acumulando: trabalho, expectativas, emoções, frustrações. Não queria deixar a peteca cair, mas, depois, entendi que não é sobre mantê-la sempre no ar. É mais sobre reconhecer que, se eu canalizar toda a minha energia para cuidar da peteca, quem terminará no chão será eu mesma.
As causas também estão dentro da gente
Então, minha sugestão é que a gente busque identificar o porquê de tantos acúmulos. Será que são só as muitas demandas externas as responsáveis por isso? Refletindo sobre o trabalho, por exemplo, me deparei com um trecho de O caminho do artista (Sextante). Nele, a autora Julia Cameron diz que “embora já tenha sido reconhecida como um vício, a obsessão por trabalho ainda recebe certo apoio em nossa sociedade. A verdade é que frequentemente estamos trabalhando para evitar a nós mesmos, nossos cônjuges, nossos verdadeiros sentimentos”.
O livro foi publicado pela primeira vez em 1992, há quase três décadas, mas segue fazendo muito sentido. Sim, a sobrecarga existe e muitas empresas ainda estão descobrindo como se adaptar ao trabalho remoto, mas nós também temos a nossa parcela de responsabilidade ao não saber frear as demandas e limitar nossos espaços. E, talvez, essa dificuldade esteja justamente no fato de que, ao passar horas em frente ao computador, não precisamos ouvir os barulhos que moram dentro da gente ou desatar um nó que vai exigir boas doses de paciência e resiliência.
Muitas dicas são válidas para melhorar a nova relação com o ofício que desempenhamos: buscar um lugar confortável que não seja nossa cama, trocar de roupa ao acordar, fazer pequenas pausas ao longo do dia, cuidar da postura corporal, alimentar-se bem, exercitar-se na medida do possível, beber bastante água, meditar. Mas penso que, além de todas essas alterações práticas, a gente precisa alinhar outras questões um tanto mais subjetivas.
O problema pode estar na cobrança desmedida
O desequilíbrio não é só de atividades e tarefas, é também interno e, especialmente, hormonal. Quando algo não vai bem, o corpo percebe e responde. O estresse, por exemplo, que altera os níveis de cortisol e adrenalina, é uma resposta do nosso organismo à combinação das características do ambiente externo com as particularidades de cada um. É por isso que, mesmo que as condições sejam as mesmas, pessoas reagem de formas distintas aos acontecimentos.
Pode ser que você conheça alguém que esteja lidando muito bem com tudo isso – o que te deixa ainda mais aborrecido. Mas sentir muito não é sinal de fraqueza. Se suas emoções estão mais descompensadas e você está com dificuldade de equilibrar os pratinhos, não significa que não sabe reagir bem às dificuldades que surgem pelo caminho. Quem me explicou isso foi a psiquiatra Andressa Covolan. Ela me disse que o principal é a gente ir com calma.
“Costumo fazer uma analogia com meus pacientes. Em tempos pré-pandemia, quando colocávamos o celular para carregar, assim que o tirávamos da tomada, ele estava com a bateria cheia. Agora, ao tirarmos, por mais que tenha ficado um bom tempo ligado à fonte de energia, ele não ultrapassa os 60% da carga”, afirma a psiquiatra. “O mesmo acontece com o nosso corpo. É difícil restabelecer a mesma energia que tínhamos quando não precisávamos lidar com o que estamos enfrentando agora”, completa. Tem gente que consegue seguir sem muitas adaptações com essa carga reduzida, mas outros precisam de um pouco mais de tempo até se reajustarem.
Tempo de assimilação
De fato, nós sempre estamos suscetíveis a problemas e imprevistos – e os obstáculos fazem parte da vida de todo mundo. Mas é preciso entender que essa é a primeira vez que nossa geração vivencia algo dessa proporção. Não é um problema exclusivamente meu, seu ou dos nossos vizinhos. É de todos nós. E estamos, de alguma forma, reaprendendo a viver. Seja por concentrar todas as tarefas dentro de um mesmo ambiente, seja pelos novos cuidados de higiene, seja por precisar andar acompanhado de um novo acessório no rosto, seja pela ausência dos beijos e abraços, seja por ver nossos planos frustrados, seja por ter que se despedir de pessoas queridas… Tantas adaptações assim pedem um tempo de assimilação – e, vale lembrar, essa medida não é universal. Cada um encontrará a sua.
O que você espera fazer é possível de ser feito?
Outro ponto importante, me conta Andressa, é alinhar as expectativas. Por uma autocrítica exacerbada ou pelo excesso de comparação com a vida alheia, tentarmos ser bons em tudo e, frequentemente, não aceitamos menos do que o ideal de perfeição que preestabelecemos. Sabe aquela história do oito ou oitenta? Pois é. Assim, ao percebermos que o resultado final está distante do que esperávamos, ficamos frustrados e estressados.
Aqui, o segredo está em definir pequenas metas possíveis. Por exemplo, se você quer passar menos tempo conectado às redes sociais, uma mudança brusca pode não ser o melhor caminho. Se você passa cinco horas por dia com o celular na mão, experimente ficar quatro amanhã, três semana que vem, até chegar ao que considera ideal para você.
O mesmo vale se seu desejo é ter uma alimentação mais saudável. Comece fazendo alterações no cardápio de uma das refeições, como o almoço. Não adianta querer que, do dia para a noite, os preparos industrializados do freezer deem lugar aos orgânicos e frescos. Vá fazendo trocas graduais até que as novas práticas se tornem hábitos e estejam incorporados na rotina. Assim, fica mais fácil ser fiel a eles e não colocar tudo a perder na mesma rapidez com quem optou pela transformação.
Lembra-se da nossa conversa sobre trabalho? Aqui também é essencial que a gente redefina o conceito de produtividade. O canadense Chris Bailey, autor de Hiperfoco: Como Trabalhar Menos e Render Mais (Benvirá), afirma que ser produtivo é cumprir o que você se propôs a fazer – e não fazer tudo. Por vezes, a gente assume tarefas que não são nossas por um desejo inconsciente de dar conta de todas as demandas e, assim, mostrar valor. “A gente já faz coisas demais. Temos que aprender a ficar sem produzir nada”, reitera ele.
Seja vulnerável
Por fim, Andressa recomenda que a gente assuma a vulnerabilidade que nos habita. Não daremos conta de tudo, nem sempre acertaremos, deixaremos a desejar em alguns momentos. “É importante falarmos sobre isso com outras pessoas”, diz a médica. “Dá medo, vergonha, mas compartilhar as fraquezas é uma forma de nos fortalecermos, porque reconhecemos que há mais gente enfrentando as mesmas questões”, reconhece. Gosto muito de Super-herói de verdade, poema de Allan Dias Castro. Ele começa dizendo “as pessoas mais fortes não são as que fazem mais força para esconder suas fraquezas. São as que encontram na vulnerabilidade a sua maior defesa”. Está aí: assumir essa nossa condição é um caminho para reduzir a pressão que colocamos sobre nós mesmos.
Allan ainda convida: “vamos trocar essa cobrança de que a gente tem que ser forte o tempo inteiro e não engolir desaforo pelo superpoder de ser feliz de quem não engole o choro. Pra que a gente possa botar para fora tudo, tudo de bom que está aqui dentro, vem dessa leveza a força que é preciso. Ai, de vez em quando, sai até um sorriso”. Desejo que saiam muitos sorrisos de você.
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*Fonte: vidasimples