6 dicas para uma Road Trip perfeita

Quem não gosta de uma road trip? Juntar alguns amigos, ou família, e seguir pela estrada, conhecendo lugares e pessoas que nos inspiram? Confira algumas dicas para que sua viagem seja inesquecível!

Já todos sabemos que viajar é uma das mais ricas experiências que podemos ter. No entanto, não é preciso ir muito longe, muito menos de avião. É preciso sim, coragem, entusiasmo, um bom roteiro e, sobretudo, um carro em bom estado. Sim, carro. Porque uma viagem de carro pode ser infinitamente mais confortável, além de nos dar a oportunidade de fazer nosso próprio roteiro, em nosso próprio tempo, sem depender de horários, estações, aeroportos, check-ins e check-outs. Porque uma road trip é o jeito mais íntimo de experienciar uma viagem inesquecível. Seguindo estas dicas, você pode ter uma das mais incríveis jornadas sobre quatro rodas. Prepare as malas porque a estrada é toda sua!

1. Companhia
O escritor Ernest Hemingway já alertava: “jamais vá a uma viagem com alguém que você não ame”. O que ele quis dizer é muito simples: viajar com alguém significa estar ao lado desta pessoa quase 100% do tempo. Significa compartilhar com esta pessoa experiências únicas, as quais serão memórias únicas. Significa abrir mão de algumas de nossas vontades em nome da política da boa vizinhança em fazer concessões para que ambas as partes sintam-se satisfeitas. Ao escolhermos uma companhia para viajar, temos que ter em mente que vamos compartilhar todos os momentos, portanto, esta pessoa precisa ser alguém com a qual nos damos bem, nos identificamos e, também, com a qual somos tolerantes e pacientes. Viajar com alguém, enfim, é deixar a individualidade de lado e abrir espaço para a vontade e experiências do outro. É puro amor.

2. Roteiro
Por mais que a idéia de uma Road Trip nos lembre do primo cool das viagens, do rebelde sem causa, do carro maneiro na estrada, da velocidade e liberdade experienciada, da espontaneidade, é preciso de muita organização. Planejamento é a palavra. Nada de sair pela estrada sem eira nem beira. Uma viagem sem uma mínima programação somente servirá como fonte de estresse e preocupação se algo der errado. Portanto, seja organizado.
Pegue o mapa e veja a rota que será feita na ida e na volta. Também verifique todas as paradas que serão feitas para descanso, em hotéis, pousadas ou em acampamentos.

3. Orçamento
Uma road trip precisa de planejamento financeiro, um fator essencial para que sua viagem não vire uma grande trapalhada cheia de estresse. Anote a quantia necessária para todos os dias de sua road trip, o quanto você gastará com comida, hospedagem, gasolina e quaisquer outras despesas extras que podem ocorrer. Viajar com uma grana a mais é sempre sábio e isso pode ser dividido entre você e sua(s) companhia(s). Porém, o mais importante é conversar antes sobre a responsabilidade financeira de cada um, com quanto cada um pode colaborar e etc. Isso evitará qualquer discussão futura ou estresse por causa de dinheiro, o que é muito comum em viagens em grupo.

4. Comida
Uma road trip deve ter muitos snacks! Isso mesmo! Não há nada pior do que uma longa viagem de carro sem alguma coisa para petiscar. Até porque, alguns pacotes de petiscos farão uma grande diferença na hora de economizar dinheiro na estrada. Mas tenha bom senso, isso não significa que você deve comer junk food ou toda a sorte de comida fast-food, ou quilos de bolachas e biscoitos e salgadinhos. Não. Se você fizer isso, além de comprometer sua saúde, também compromete sua viagem, já que uma indigestão ou – o que é pior – uma dor de barriga é certeira com uma dieta pobre destas. Portanto, seja esperto e planeje com antecedência! Os snacks devem ser fáceis de carregar e com pacotes práticos mas, essencialmente, devem ser saudáveis!

5. Bagagem
Seja sensato. Uma road trip não exige uma bagagem pesada, portanto, viaje o mais leve possível, até porque você não quer ter sobrepeso no carro. O ideal é uma mala pequena para cada pessoa. Praticidade é a palavra. Não perca tempo carregando bagagens desnecessárias, saiba desapegar-se de coisas materiais.
Uma das mais importantes experiências ao embarcar numa road trip é descobrir nossos limites, portanto, permita-se arriscar alguns dias somente com o mínimo necessário. Tenha certeza de que isso será um aprendizado valioso!

6. Check-up no carro e GPS
Eis aqui dois fatores essenciais. Verificar se o carro está em perfeita condição para seguir uma viagem longa e pegar estradas nas mais diferentes condições é vital. Um check-up no carro é o que de mais óbvio se precisa fazer antes de embarcar numa road trip, é uma questão de segurança, e não é opcional.
Um GPS é altamente recomendável pela sua praticidade, uma vez que isso assegura que não se perca tempo dando voltas desnecessárias em lugares desconhecidos. Por mais que uma road trip significa um pouco de aventura, é sempre bom ter um guia na manga.

Essas dicas facilitam toda a preparação de uma road trip perfeita, mas o mais importante em tudo isto é o entusiasmo e o peito aberto para novas experiências, afinal, viajar é a única coisa com a qual gastamos dinheiro que nos faz mais ricos. Não é?

Boa viagem!

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*Fonte: obviousmag

Nós estamos cansados

Cobranças demasiadas, expectativas não alinhadas, vergonha de se mostrar vulnerável: o que está te distanciando do próprio eixo? Buscar essa resposta a partir de um mergulho profundo em si mesmo é um caminho para lidar com o estresse que tomou conta dos nossos dias

“Mais um dia, menos um dia”. Esse foi o lema que adotei como meu nas primeiras semanas de quarentena. A cada fim de tarde, imaginava que estava a menos um anoitecer de reencontrar as pessoas que amo e retomar a rotina que levava antes de tudo isso acontecer. Não que ela fosse perfeita, porque a gente sempre está aparando as arestas e isso é reflexo da nossa evolução. Mas, no geral, estava satisfeita.

Acontece que, depois de tanto tempo (já são mais de quatro meses sem sair de casa), percebi que colocar todo o meu foco no momento em que, finalmente, poderíamos nos dizer livres de pandemia não estava me deixando mais calma. Pelo contrário. Essa talvez tenha sido uma estratégia (ou uma fuga?) inconsciente para não precisar me debruçar sobre os meus próprios incômodos. Logo me percebi acumulando: trabalho, expectativas, emoções, frustrações. Não queria deixar a peteca cair, mas, depois, entendi que não é sobre mantê-la sempre no ar. É mais sobre reconhecer que, se eu canalizar toda a minha energia para cuidar da peteca, quem terminará no chão será eu mesma.

As causas também estão dentro da gente

Então, minha sugestão é que a gente busque identificar o porquê de tantos acúmulos. Será que são só as muitas demandas externas as responsáveis por isso? Refletindo sobre o trabalho, por exemplo, me deparei com um trecho de O caminho do artista (Sextante). Nele, a autora Julia Cameron diz que “embora já tenha sido reconhecida como um vício, a obsessão por trabalho ainda recebe certo apoio em nossa sociedade. A verdade é que frequentemente estamos trabalhando para evitar a nós mesmos, nossos cônjuges, nossos verdadeiros sentimentos”.

O livro foi publicado pela primeira vez em 1992, há quase três décadas, mas segue fazendo muito sentido. Sim, a sobrecarga existe e muitas empresas ainda estão descobrindo como se adaptar ao trabalho remoto, mas nós também temos a nossa parcela de responsabilidade ao não saber frear as demandas e limitar nossos espaços. E, talvez, essa dificuldade esteja justamente no fato de que, ao passar horas em frente ao computador, não precisamos ouvir os barulhos que moram dentro da gente ou desatar um nó que vai exigir boas doses de paciência e resiliência.

Muitas dicas são válidas para melhorar a nova relação com o ofício que desempenhamos: buscar um lugar confortável que não seja nossa cama, trocar de roupa ao acordar, fazer pequenas pausas ao longo do dia, cuidar da postura corporal, alimentar-se bem, exercitar-se na medida do possível, beber bastante água, meditar. Mas penso que, além de todas essas alterações práticas, a gente precisa alinhar outras questões um tanto mais subjetivas.

O problema pode estar na cobrança desmedida

O desequilíbrio não é só de atividades e tarefas, é também interno e, especialmente, hormonal. Quando algo não vai bem, o corpo percebe e responde. O estresse, por exemplo, que altera os níveis de cortisol e adrenalina, é uma resposta do nosso organismo à combinação das características do ambiente externo com as particularidades de cada um. É por isso que, mesmo que as condições sejam as mesmas, pessoas reagem de formas distintas aos acontecimentos.

Pode ser que você conheça alguém que esteja lidando muito bem com tudo isso – o que te deixa ainda mais aborrecido. Mas sentir muito não é sinal de fraqueza. Se suas emoções estão mais descompensadas e você está com dificuldade de equilibrar os pratinhos, não significa que não sabe reagir bem às dificuldades que surgem pelo caminho. Quem me explicou isso foi a psiquiatra Andressa Covolan. Ela me disse que o principal é a gente ir com calma.

“Costumo fazer uma analogia com meus pacientes. Em tempos pré-pandemia, quando colocávamos o celular para carregar, assim que o tirávamos da tomada, ele estava com a bateria cheia. Agora, ao tirarmos, por mais que tenha ficado um bom tempo ligado à fonte de energia, ele não ultrapassa os 60% da carga”, afirma a psiquiatra. “O mesmo acontece com o nosso corpo. É difícil restabelecer a mesma energia que tínhamos quando não precisávamos lidar com o que estamos enfrentando agora”, completa. Tem gente que consegue seguir sem muitas adaptações com essa carga reduzida, mas outros precisam de um pouco mais de tempo até se reajustarem.

Tempo de assimilação

De fato, nós sempre estamos suscetíveis a problemas e imprevistos – e os obstáculos fazem parte da vida de todo mundo. Mas é preciso entender que essa é a primeira vez que nossa geração vivencia algo dessa proporção. Não é um problema exclusivamente meu, seu ou dos nossos vizinhos. É de todos nós. E estamos, de alguma forma, reaprendendo a viver. Seja por concentrar todas as tarefas dentro de um mesmo ambiente, seja pelos novos cuidados de higiene, seja por precisar andar acompanhado de um novo acessório no rosto, seja pela ausência dos beijos e abraços, seja por ver nossos planos frustrados, seja por ter que se despedir de pessoas queridas… Tantas adaptações assim pedem um tempo de assimilação – e, vale lembrar, essa medida não é universal. Cada um encontrará a sua.

O que você espera fazer é possível de ser feito?

Outro ponto importante, me conta Andressa, é alinhar as expectativas. Por uma autocrítica exacerbada ou pelo excesso de comparação com a vida alheia, tentarmos ser bons em tudo e, frequentemente, não aceitamos menos do que o ideal de perfeição que preestabelecemos. Sabe aquela história do oito ou oitenta? Pois é. Assim, ao percebermos que o resultado final está distante do que esperávamos, ficamos frustrados e estressados.

Aqui, o segredo está em definir pequenas metas possíveis. Por exemplo, se você quer passar menos tempo conectado às redes sociais, uma mudança brusca pode não ser o melhor caminho. Se você passa cinco horas por dia com o celular na mão, experimente ficar quatro amanhã, três semana que vem, até chegar ao que considera ideal para você.

O mesmo vale se seu desejo é ter uma alimentação mais saudável. Comece fazendo alterações no cardápio de uma das refeições, como o almoço. Não adianta querer que, do dia para a noite, os preparos industrializados do freezer deem lugar aos orgânicos e frescos. Vá fazendo trocas graduais até que as novas práticas se tornem hábitos e estejam incorporados na rotina. Assim, fica mais fácil ser fiel a eles e não colocar tudo a perder na mesma rapidez com quem optou pela transformação.

Lembra-se da nossa conversa sobre trabalho? Aqui também é essencial que a gente redefina o conceito de produtividade. O canadense Chris Bailey, autor de Hiperfoco: Como Trabalhar Menos e Render Mais (Benvirá), afirma que ser produtivo é cumprir o que você se propôs a fazer – e não fazer tudo. Por vezes, a gente assume tarefas que não são nossas por um desejo inconsciente de dar conta de todas as demandas e, assim, mostrar valor. “A gente já faz coisas demais. Temos que aprender a ficar sem produzir nada”, reitera ele.

Seja vulnerável

Por fim, Andressa recomenda que a gente assuma a vulnerabilidade que nos habita. Não daremos conta de tudo, nem sempre acertaremos, deixaremos a desejar em alguns momentos. “É importante falarmos sobre isso com outras pessoas”, diz a médica. “Dá medo, vergonha, mas compartilhar as fraquezas é uma forma de nos fortalecermos, porque reconhecemos que há mais gente enfrentando as mesmas questões”, reconhece. Gosto muito de Super-herói de verdade, poema de Allan Dias Castro. Ele começa dizendo “as pessoas mais fortes não são as que fazem mais força para esconder suas fraquezas. São as que encontram na vulnerabilidade a sua maior defesa”. Está aí: assumir essa nossa condição é um caminho para reduzir a pressão que colocamos sobre nós mesmos.

Allan ainda convida: “vamos trocar essa cobrança de que a gente tem que ser forte o tempo inteiro e não engolir desaforo pelo superpoder de ser feliz de quem não engole o choro. Pra que a gente possa botar para fora tudo, tudo de bom que está aqui dentro, vem dessa leveza a força que é preciso. Ai, de vez em quando, sai até um sorriso”. Desejo que saiam muitos sorrisos de você.

*Por Nara Siqueira

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*Fonte: vidasimples