Dia: 7 de setembro, 2020
Nossos corpos estão cronicamente em “modo de ameaça”, mas ser gentil recalibra nosso sistema nervoso
Ser gentil com os outros impacta positivamente sua saúde física e mental, de acordo com esta pesquisa inovadora do professor de Stanford, Dr. James Doty.
A bondade é uma virtude admirada e aplaudida, na maioria dos casos. Mas você sabia que ser gentil também pode ser bom para sua saúde? Na verdade, ser compassivo com os outros pode redefinir nossos sistemas consistentemente estressados de volta ao nosso “modo de descanso” padrão, causando todos os tipos de efeitos positivos em nossa saúde geral.
De acordo com o Dr. James Doty , professor de Stanford e autor de Into the Magic Shop: A Neurosurgeon’s Quest to Discover the Mysteries of the Brain and Secrets of the Heart , o sistema nervoso não funciona perfeitamente se estiver em modo de ameaça o tempo todo. E, no entanto, nosso estilo de vida cheio de adrenalina, “em movimento”, nos faz operando principalmente no modo de ameaça, o que pode ser uma das razões pelas quais contraímos uma variedade de doenças diferentes.
Nossos corpos liberam proteínas inflamatórias em resposta ao estresse. Por causa dessa liberação, nosso sistema nervoso mostra uma diminuição nas capacidades do nosso sistema imunológico, que é o que responde a ameaças como germes ou bactérias que causam doenças.
A constante superestimulação de nossos sistemas nervosos causada por nosso modo de vida acelerado também nos torna muito mais inclinados a tirar conclusões precipitadas (muitas vezes críticas) sobre outras pessoas. Esse tipo de julgamento rápido embota nossa própria capacidade de agir por compaixão pelos outros. Isso, por sua vez, nos deixa operando em um modo de ameaça constante, o que tem efeitos negativos de longo prazo em nossa saúde.
Bondade e compaixão nos colocam no “modo de descanso”, começando no sistema nervoso
A capacidade de sentir e agir por compaixão pelos outros pode ter um efeito enorme em sua saúde geral.
O Dr. Doty explica isso melhor neste artigo Uplift :
“Quando alguém age com intenções compassivas, isso tem um efeito positivo enorme em sua fisiologia. Isso os tira do modo de ameaça e os coloca no modo de descanso e digestão. O que acontece quando isso ocorre é que muda a forma como respondem aos eventos . “
De acordo com o Dr. Doty, em vez de uma resposta rápida que geralmente é baseada no medo, ansiedade ou estresse, nosso tempo de resposta é mais lento e deliberado, o que tende a resultar em ações mais eficazes, criativas e compassivas. Somos capazes de mudar as respostas que temos aos eventos porque estamos permitindo que a área de controle executivo de nosso cérebro funcione no nível mais alto.
Vários estudos na Emory University demonstraram isso e deram resultados que apóiam a ideia de que atos compassivos regulares ou práticas de meditação baseadas na compaixão podem reduzir as interações neuroendócrinas negativas em nossos cérebros (que são as interações entre nosso sistema nervoso e o sistema endócrino).
O sistema nervoso simpático vs o sistema nervoso parassimpático
Quando mudamos para nosso sistema nervoso parassimpático (o que fazemos instintivamente quando agimos por compaixão), saímos do sistema nervoso simpático em que a maioria de nós vive devido ao nosso estilo de vida agitado.
Quando essa mudança acontece, nossa variabilidade da frequência cardíaca aumenta, o que causa um impulso em nosso sistema imunológico. Esse reforço do sistema imunológico pode nos ajudar a combater infecções ou doenças.
Agora, vamos falar sobre telômeros. Para visualizá-los, você pode imaginar pequenas cápsulas que protegem as extremidades dos cromossomos durante a divisão celular. Os telômeros ficam mais curtos cada vez que um cromossomo se copia durante a divisão celular, o que acontece constantemente. Eventualmente, os telômeros ficam muito curtos para fazer seu trabalho de proteger as informações genéticas armazenadas nos cromossomos, o que faz com que as células parem de se replicar – um processo conhecido como morte celular. É assim que os telômeros agem como um relógio de envelhecimento em cada célula que temos; quanto mais rápido seus telômeros encurtam, mais avançado se torna o processo de envelhecimento.
A pesquisa do Dr. Doty mostrou que um dos efeitos positivos de longo prazo de viver em nosso sistema nervoso parassimpático (referido como nosso modo de “repouso”) é que nossos telômeros realmente aumentam de comprimento.
Em teoria, com o tempo, ser gentil e compassivo pode, na verdade, retardar o processo de envelhecimento em algumas células do nosso corpo.
Assim como mostrar compaixão pode recalibrar nossos sistemas nervosos fora do modo de ameaça e de volta ao modo de descanso, sentir compaixão ou bondade de outras pessoas também tem um impacto positivo em nossos sistemas. A pesquisa da professora Stephanie Brown da Stony Brook University provou que experimentar a compaixão também pode levar a melhorias tremendas em nosso bem-estar físico e mental.
Seja amável. É bom para a sua saúde.
Esta pesquisa inovadora nos permite compreender os benefícios que as interações humanas podem ter na saúde de nossas mentes e corpos.
O efeito cascata positivo de ser gentil não afeta apenas nossa saúde, mas também pode impactar nossas interações com outras pessoas e desencadear uma reação em cadeia positiva com benefícios de longo alcance em comunidades inteiras. Reinicializar nossos próprios sistemas no modo de repouso, saindo do modo de ameaça, pode nos permitir processar as coisas com mais clareza e fazer escolhas melhores.
Em um mundo onde você pode ser praticamente qualquer coisa, seja gentil. É bom para a sua saúde.
*Adaptado de Big Think
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*Fonte: pensarcontemporaneo
Como a computação quântica vai abalar os negócios para sempre
A feira anual Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas, conta boa parte da história da tecnologia desde 1967. Na edição mais recente, 180 mil pessoas do mundo todo passaram pelos corredores do evento para conferir os produtos que as empresas expositoras vão tentar nos vender nos próximos meses. Alguns vão emplacar, outros vão cair no esquecimento. Mas um lançamento em especial, em 8 de janeiro, tem boa chance de ser lembrado para sempre: o Q System One, da IBM, primeiro computador quântico do mundo de uso comercial abrangente. O equipamento negro com aparência de escultura futurista é um marco histórico. Entramos numa nova fase de uma maratona iniciada há décadas. Trata-se de uma corrida para levar a tecnologia dos laboratórios até o dia a dia das companhias — um esforço que hoje inclui colossos como Alibaba, Google e Microsoft, além de startups. Em sua famosa curva de adoção de novidades, a consultoria Gartner estima de cinco a dez anos para que a computação quântica entre na fase de uso produtivo nos negócios (antes disso, a tecnologia deve passar pelo pico das expectativas infladas e pelo vale das decepções). O caminho vai ser tortuoso. Já temos, porém, algumas certezas.
A nova tecnologia será muito melhor para fazer simulações complexas e tratar de questões probabilísticas — e a IBM vai tentar convencer o mercado a acelerar a mudança. “Precisamos da computação quântica para simular a natureza. Isso vai ser fundamental para a descoberta, entre outras coisas, de novos medicamentos”, afirmou o americano Robert Sutor, vice-presidente da IBM responsável pela estratégia quântica da empresa e doutor em matemática pela Universidade de Princeton. Sutor enumera algumas outras atividades que vão se beneficiar de simulações mais perfeitas: gestão de investimentos, mensuração de risco em diferentes cenários, pesquisas de novos materiais.
Em cada setor é possível imaginar um exemplo de aplicação. A agricultura em grande escala depende de fertilizantes artificiais e a produção do insumo exige alta pressão e temperatura. O processo devora algo entre 1% e 2% do total de eletricidade consumido no mundo. Na natureza, bactérias realizam o mesmo processo químico em condições normais de temperatura e pressão. “Sabemos mais ou menos quais são as reações envolvidas, mas não conseguimos simulá-las [para entendê-las] na computação clássica”, diz Carlos Cardonha, de 36 anos, pesquisador na IBM. “A esperança é que com a computação quântica possamos fazer essas simulações. Resolvendo só esse problema, já se pagam todos os investimentos feitos por empresas e governos no setor nos últimos 30, 40 anos”, afirma o brasileiro, cientista da computação com mestrado em computação quântica na USP e doutorado no Zuse Institute, na Alemanha.
Na indústria farmacêutica, um dos processos mais complexos é simular, em detalhes, o dobramento e desdobramento de moléculas de proteínas, e sua interação com novas drogas. Hoje, é impossível reproduzir o que ocorre no nível molecular sem gastar muita energia e meses de processamento (uma iniciativa famosa na área é o folding@home, que se propõe a lidar com a questão usando o poder distribuído de milhões de PCs). A computação quântica pode reduzir o tempo de processamento desse tipo de problema para minutos, talvez segundos, e ajudar na engenharia de moléculas de remédios mais precisos no enfrentamento de doenças como Alzheimer e Parkinson.
Há previsões de mudanças tectônicas no setor de segurança da informação. Encriptação quântica pode ser invulnerável diante de ataques feitos por computação clássica. Mas algumas formas de criptografia comuns atualmente tendem a se tornar obsoletas de uma vez só, se o poder de processamento quântico for usado para quebrá-las — o que varreria do mapa empresas do setor que não se prepararem para a mudança. “Computadores quânticos representam um avanço de dimensão tal em poder de processamento que têm o potencial para expor o setor financeiro a violação sistêmica das medidas de segurança atuais”, escreveu em setembro Elisabetta Zaccaria, chairman da ONG Secure Chorus, que reúne entidades privadas e governamentais para debater segurança digital. “Esse avanço pode ser desastroso para o setor financeiro se não for adequadamente antecipado e administrado”, afirmou a executiva — ela estima que o choque vá ocorrer a partir de 2025.
Em novembro, em artigo na revista científica Nature, três pesquisadores (Aleksey Fedorov, Evgeniy Kiktenko e Alexander Lvovsky) do Centro Quântico Russo, em Moscou, e da Universidade de Oxford afirmaram que o blockchain — tecnologia hoje vista como futuro da segurança digital — será quebrado em apenas uma década pelo avanço da computação quântica. O perigo não vai se restringir aos serviços financeiros. Profissionais de segurança digital vão precisar rever seus métodos. Os hackers certamente já estão fazendo isso.
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*Fonte: epocanegocios