Alimentos ultraprocessados ligados ao aumento do envelhecimento celular

Com a correria no dia a dia, manter uma alimentação equilibrada torna-se bastante complicado. No entanto, uma pesquisa recente revelou que a ingestão de uma grande quantidade de junk food, conhecido popularmente como “porcarias”, eleva as chances de que ocorra uma mudança em seus cromossomos. Dessa forma, alimentos ultraprocessados causam efeitos negativos à nível celular.

Envelhecimento celular pode estar ligado a alimentação

O estudo foi apresentado online, durante a European and International Conference on Obesity. Segundo os dados que foram divulgados, quando um indivíduo passa a ingerir mais de 3 porções diárias de alimentos ultraprocessados, os telômeros encontrados nas extremidades dos cromossomos seriam encurtados.

Além dos telômeros, as fitas de DNA que também compõem a estrutura cromossômica seriam reduzidas em questão de tamanho. Vale ressaltar que ambas as reduções ocorrem ao passar dos anos, mas pode ser acelerada em indivíduos que consomem uma grande quantidade de junk food no decorrer do dia.

A função do telômero é tida como uma espécie de biomarcador, que visa informar o envelhecimento de um indivíduo à nível celular. Essa pequena estrutura proteica é formada por uma porção não codificante do DNA. Devido a localização, os telômeros servem como um protetor da fita de DNA.

No entanto, os autores da pesquisa revelam que ainda não há nada comprovado acerca dos alimentos ultraprocessados com a diminuição dos telômeros. Esse primeiro estudo foi realizado somente como o início, para levantar informações acerca da temática.

A forma natural do encurtamento de um telômero é causada pelo envelhecimento. Portanto, a cada dia e a cada nova divisão celular, os telômeros tendem a se tornarem menores. Uma vez que, quando a célula tem seu material dividido, uma porção do telômero é perdida.

Um alerta científico sobre os alimentos ultraprocessados

De maneira geral, esse tipo de comida é caracterizada por serem altamente industrializadas. Portanto, sua composição consiste, basicamente, em alto teor de gorduras, óleos, amido e açúcares. Devido as altas concentrações, se tornam prejudiciais ao ser humano.

Já foram realizados alguns estudos dentro dessa temática. No entanto, a busca por uma ligação entre bebidas açucaradas, carnes processadas e alimentos gordurosos foram inconclusivas. As únicas características compartilhadas por eles são: aromatizantes artificiais, corantes, emulsificantes, conservantes.

Todos esses aditivos são utilizados para prolongar a vida dos alimentos industrializados. Para os especialistas, quanto maior for a concentração de aditivo, menor será a sua quantidade de nutrientes em relação as comidas menos processadas.

Uma pesquisa publicada na Oxford Academic revelou a ligação entre o consumo de comida ultraprocessada com a obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e depressão. No total, foram colhidas 886 amostras de DNA, no qual 645 pertenciam a homens e 241 a mulheres com mais de 55 anos.

O estudo começou a ser produzido em 2008, e quando o indivíduo fazia a sua doação, ele precisava relatar como era o seu dia a dia. Se era uma pessoa sedentária, atlética, se tinha alguma doença e como se dava a sua alimentação diariamente. Essa ‘entrevista’ acontecia a cada 2 anos, para que todos esses novos hábitos fossem captados, fornecendo uma maior veracidade para o projeto.

Os indivíduos que consumiam mais de 3 porções de alimentos ultraprocessados por dia tinham maior chances de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, taxa de gordura no sangue e telômeros encurtados. Enquanto as pessoas que evitavam comidas industrializadas tinham uma maior longevidade quanto ao tamanho de seus telômeros.

O artigo científico foi publicado no periódico do American Journal of Clinical Nutrition. Com informações de ScienceAlert.

*Por Ruth Rodrigues

 

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*Fonte: socientifica

Mundo perdeu 68% dos animais selvagens em menos de 50 anos, aponta WWF

Situação é mais alarmante em subregiões tropicais das Américas do Sul e Central, onde redução chega a 94%. Relatório mostra que diminuição da biodiversidade ameaça a segurança alimentar e pode levar a novas pandemias.

WWF rastreou mais de 4.000 espécies de vertebrados para o relatório.

O mundo perdeu mais de dois terços das populações de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes selvagens em menos de 50 anos, principalmente devido à atividade humana desenfreada, informou nesta quinta-feira (10/09) o Fundo Global para Natureza (WWF).

Os dados estão na 13ª edição do relatórioÍndice Planeta Vivo, lançado pelo WWF em todo o mundo e que aponta que o desmatamento crescente e a expansão agrícola são os principais responsáveis ​​pela queda de 68% das populações desses animais entre 1970 e 2016.

As regiões mais afetadas são subregiões tropicais das Américas do Sul e Central, onde a redução chega a alarmantes 94%. Para o relatório, o WWF rastreou mais de 4.000 espécies de vertebrados.

“A natureza está diminuindo globalmente a taxas sem precedentes em milhões de anos. A forma como produzimos e consumimos alimentos e energia e o flagrante desprezo pelo meio ambiente, enraizado no nosso modelo econômico atual, levou o mundo natural aos seus limites”, escreveu o diretor-geral da WWF, Marco Lambertini, no relatório.

Segundo o estudo, na América Latina e no Caribe, 51,2% da perda da biodiversidade se deve a mudanças no uso do solo, incluindo degradação e perda de habitat de vários animais. Essas mudanças, geralmente, são provocadas por agricultura insustentável, construção de infraestruturas, crescimento urbano e produção de energia e mineração. Para habitats de água doce, a fragmentação de rios e riachos e a retirada de água são ameaças constantes.

“A conclusão é clara, a natureza está se transformando e sendo destruída em uma velocidade sem precedentes na história, a um custo altíssimo para o bem-estar do planeta e da humanidade”, disse o diretor do WWF para a América Latina e Caribe, Roberto Troya .

O WWF alerta que “sem a biodiversidade do solo, os ecossistemas terrestres podem entrar em colapso, pois até 90% dos organismos vivos nesses ecossistemas, incluindo alguns polinizadores, passam parte de seu ciclo de vida nesses habitats.”

E, com a perda da biodiversidade, a segurança alimentar fica ameaçada. Muitas espécies e ecossistemas importantes para a alimentação e a agricultura estão em declínio e a diversidade genética dentro das espécies está diminuindo com frequência. A situação é grave pois esses ecossistemas contribuem para fornecer as condições necessárias para a produção de alimentos, por exemplo, regulando os fluxos de água e fornecendo proteção contra tempestades. Além disso, os ecossistemas abrigam polinizadores que permitem a reprodução de muitas espécies de culturas importantes, animais que protegem as culturas de pragas e reduzem a necessidade de agrotóxicos e micro-organismos e invertebrados que enriquecem os solos.

Pandemias mais frequentes

Outra alerta do WWF é que pandemias podem ser mais frequentes no futuro. Segundo o diretor-geral da WWF, a covid-19 é “uma manifestação clara” da ruptura na relação do homem com a natureza.

Embora as origens do novo coronavírus ainda permaneçam incertas, o relatório destaca que até 60% das doenças infecciosas atuais vêm de animais, e quase três quartos delas de animais selvagens. O estudo também pontua que metade de todas as novas doenças infecciosas emergentes de animais está ligada a mudanças no uso da terra, intensificação agrícola e indústria de alimentos.

A expansão agrícola e industrial em áreas naturais, muitas vezes, perturba os sistemas ecológicos que regulam o risco patogênico. Além disso, podem levar a um contato próximo entre a vida selvagem e as pessoas, aumentando a chance de uma doença se espalhar para os humanos.

Áreas intocadas

O relatório também destaca que 58% da superfície da Terra está sob intensa pressão humana. Desde 2000, 1,9 milhão de km², uma área do tamanho do México de terras ecologicamente intactas, foi perdida, a maioria nos campos tropicais e subtropicais, ecossistemas de savana e arbustos e florestas tropicais do sudeste asiático. Apenas 25% da área terrestre ainda pode ser considerada “selvagem”, a maior parte dela contida em um pequeno número de nações: Rússia, Canadá, Brasil e Austrália.

Além das espécies animais, há o risco crescente de extinção de espécies vegetais. Estima-se que uma em cada cinco (22%) está ameaçada de extinção, principalmente em áreas tropicais. O relatório também destaca que a Mata Atlântica no Brasil perdeu 87,6% da vegetação natural desde 1500, principalmente durante o século passado, o que levou à extinção de pelo menos dois anfíbios e deixou 46 espécies ameaçadas de extinção.

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*Fonte: dw