“A pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza”, por Mia Couto

Trecho de discurso proferido por Mia Couto na abertura do ano letivo do Instituto Superior de Ciências e Técnologia de Moçambique:

“A pressa em mostrar que não se é pobre é, em si mesma, um atestado de pobreza. A nossa pobreza não pode ser motivo de ocultação. Quem deve sentir vergonha não é o pobre mas quem cria pobreza.

Vivemos hoje uma atabalhoada preocupação em exibirmos falsos sinais de riqueza. Criou-se a ideia que o estatuto do cidadão nasce dos sinais que o diferenciam dos mais pobres.

Recordo-me que certa vez entendi comprar uma viatura em Maputo. Quando o vendedor reparou no carro que eu tinha escolhido quase lhe deu um ataque. “Mas esse, senhor Mia, o senhor necessita de uma viatura compatível”. O termo é curioso: “compatível”.

Estamos vivendo num palco de teatro e de representações: uma viatura já é não um objecto funcional. É um passaporte para um estatuto de importância, uma fonte de vaidades. O carro converteu-se num motivo de idolatria, numa espécie de santuário, numa verdadeira obsessão promocional.

Esta doença, esta religião que se podia chamar viaturolatria atacou desde o dirigente do Estado ao menino da rua. Um miúdo que não sabe ler é capaz de conhecer a marca e os detalhes todos dos modelos de viaturas. É triste que o horizonte de ambições seja tão vazio e se reduza ao brilho de uma marca de automóvel.

É urgente que as nossas escolas exaltem a humildade e a simplicidade como valores positivos.

A arrogância e o exibicionismo não são, como se pretende, emanações de alguma essência da cultura africana do poder. São emanações de quem toma a embalagem pelo conteúdo.”

*Por Mia Couto

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*Fonte: pensarcontemporaneo

TV usada derruba banda larga de uma vila inteira no País de Gales

Durante meses os moradores de Aberhosan, uma vila de 400 habitantes no País de Gales, experimentaram um problema estranho em suas conexões de banda larga: todos os dias, pontualmente às 7 da manhã, a rede ficava lenta ou caía.

Diagnósticos na rede mostravam que tudo estava normal, e nem mesmo a troca de grande parte dos cabos que atendem a vila resolveu o problema. Determinado a chegar à raiz do problema, um engenheiro local chamado Michael Jones pediu ajuda da equipe de engenheiros-chefes da OpenReach, organização responsável por toda a infraestrutura de interconexão de lares e empresas no Reino Unido à rede nacional de banda larga e telefonia.

“Tendo esgotado todas as outras possibilidades, decidimos fazer um último teste para ver se o problema estava sendo causado por um fenômeno conhecido como SHINE (Single High-Level Impulse Noise), em que a interferência elétrica emitida por um aparelho pode impactar o funcionamento de redes de banda larga”, disse Jones.

“Usando um aparelho chamado Analisador de Espectro, andamos pela vila debaixo de uma chuva torrencial às 6 da manhã na tentativa de encontrar um ‘ruído elétrico’ que suportasse nossa teoria. E às 7 da manhã, em ponto, ele apareceu! Nosso aparelho detectou uma grande onda de interferência eletromagnética na vila”, relembra.

A fonte do sinal era inesperada. Segundo Jones, “a origem do ruído era uma casa na vila. Descobrimos que às 7 da manhã, todas as manhãs, um dos moradores ligava uma velha TV, e a interferência gerada por ela derrubava a banda larga de toda a vila”.

Os moradores ficaram estupefatos que sua velha TV fosse a causa dos problemas de banda larga de toda a vila, mas imediatamente concordaram em desligá-la e não usá-la novamente. De acordo com a Openreach, desde que isso foi feito a rede nunca mais apresentou problemas.

*Por Rafael Rigues

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*Fonte: olhardigital