Dia: 3 de dezembro, 2020
Fato ou conspiração: celulares gravam suas conversas para exibir anúncios?
Todo mundo conhece alguém que conta uma história similar: estava falando sobre um produto ou serviço em voz alta com outra pessoa enquanto o celular estava por perto. Em alguns instantes, você vê um anúncio sobre aquele mesmo serviço na internet. Será que os microfones dos smartphones são usados para ouvir tudo o que você diz com o objetivo de servir anúncios?
Essa crença é bastante comum, e uma pesquisa da Consumer Reports, organização dedicada à defesa do consumidor mostra que cerca de 43% dos americanos que possuem um smartphone acreditam que os dispositivos estão sendo usados para gravação não-autorizada de conversas. Acontece, no entanto, que nenhum estudo (e já houve vários) conseguiu provar que essa crença é real.
Em um desses testes, realizado entre 2017 e 2018, pesquisadores da Northeastern University liderados pelo professor de ciência da computação David Choffnes analisaram 17 mil dos aplicativos mais populares para Android, mas não conseguiram encontrar um único caso em que o microfone tenha sido ativado indevidamente e transmitido dados de voz. Outro experimento, desta vez focado apenas nos maiores aplicativos (como Instagram, Facebook, Google, Chrome, Amazon), realizado pela empresa de segurança Wandera, teve o mesmo resultado.
Tudo indica, portanto, que trata-se de uma teoria da conspiração. Choffnes indica que a coleta massiva de dados de voz e o processamento dessa informação dependeria de um salto no poder computacional dessas plataformas, tornando a operação menos viável. Ele aponta que esse tipo de monitoramento pode ser mais interessante para casos específicos, geralmente em ações de ciberespionagem direcionadas para figuras de alto escalão, e não tanto para nós, usuários comuns.
Mas se os aplicativos não estão pegando suas conversas, de onde vêm essa impressão de que estamos sendo vigiados? Os anúncios não podem ser coincidência, podem? O fato é que existem outros métodos de monitoramento aos quais estamos sujeitos online e que são tão ou mais efetivos para entender nossas preferências do que coletar nossas conversas.
Google e Facebook, por exemplo, monitoram basicamente tudo o que você acessa na internet graças a ferramentas incorporadas aos sites e aplicativos que você usa cotidianamente. Além disso, sua localização pode ser facilmente deduzida pelos apps graças a informações de GPS e das torres de celular com as quais seu dispositivo se comunica. Sabendo onde você está, os lugares que você frequenta e o tipo de coisa que desperta o seu interesse, fica mais fácil direcionar anúncios de uma forma precisa para o seu gosto.
Além disso, o fato de não estarem ativando seu microfone sem permissão não quer dizer que os aplicativos não apresentem comportamentos indevidos. Choffnes menciona em seu estudo que 9 mil aplicativos estavam capturando a tela dos celulares e transmitindo a informação para outras empresas, o que pode revelar informações altamente privativas, como endereço, número de cartão de crédito e tantas outras coisas.
Assim, o mais provável é que, se você viu um anúncio de um tênis sobre o qual você estava conversando com um amigo, que você em algum momento tenha procurado sobre esse tênis na internet.
*Por Renato Santino
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*Fonte: ciclovivo
As pessoas mais caras são aquelas com quem a gente pode tomar o vinho mais barato
São elas, sim. Aquelas que não vão nos julgar pelo dinheiro que temos no bolso, na conta, na herança da família. As pessoas que nos são mais caras não dão a mínima se tudo o que temos é barato e comprado a prestação. Não ligam se o nosso carro não tem ar condicionado e faz barulho quando abre o vidro. Não reclamam se o vidro emperra. Não ficam tristes de ganhar no aniversário nada mais que uma mensagem de texto, um telefonema ou uma bobagem da loja de um e noventa e nove. Basta que seja sincero.
De todas as pessoas que encontramos na vida, as mais valiosas são as que chegam antes do dinheiro e as que ficam depois que ele acaba.
Não, isto não é um elogio à pobreza, não. É só uma celebração de toda gente leal que resta no planeta. Porque amigo é amigo com dinheiro ou na miséria. Pode até desistir de uma amizade. Acontece. Quase todo mundo vai embora quando é traído, enganado, maltratado, preterido. Afinal, ser amigo não é igual a ser trouxa ou aceitar tudo. Agora, nenhuma pessoa decente abandona seu amigo só porque a grana acabou.
Não, eu não estou dizendo que todo “pobre” é legal e todo “rico” é canalha. Estou afirmando que gente boa de verdade vive para além das limitações de orçamento. Não se aproxima e nem foge de alguém tão somente pela mera semelhança ou diferença financeira. Gente boa de verdade não expulsa de seu clube um companheiro na falência nem se achega a um desconhecido apenas por lhe saber endinheirado.
Não, não é mau frequentar lugares caros, pagar mais por seus gostos, viajar o mundo, viver em um bom bairro. Se o dinheiro é seu e foi ganho honestamente, o que há de errado? Nada!
Assim como nada há de impróprio em viver com poucos recursos por necessidade, pagar menos para morar, comer, vestir. O sujeito que vende o almoço para comprar a janta não é melhor nem pior que o esbanjador e vice-versa. São só pessoas em posições diferentes, vivendo realidades diversas.
Pessoas não têm preço. Porque preço é próprio de coisas e objetos. Pessoas têm valor. Umas mais, outras menos. E eu tenho a impressão de que o valor da gente não se mede pelo preço que a gente paga nas coisas.
Não é por nada, não. Mas para mim as pessoas mais caras do mundo são aquelas que não reclamariam de tomar champanhe francês ao meu lado, de frente para a Torre Eiffel, como também não rejeitariam um vinho barato em minha companhia. Nem gostariam menos de mim por isso.
*Por André J. Gomes
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*Fonte: fasdapsicanalise