Rolling Stone: Os 50 maiores baixistas em todos os tempos

Em 03/12, publicamos aqui no Whiplash.Net a seleção dos dez baixistas prediletos de Geddy Lee, em resumo de matéria da Rolling Stone. Lendo o texto original no site da revista, encontramos outro link bem interessante de 01/07, originalmente chamado “The 50 Greatest Bassists of All Time” e com nove favoritos do ex-Rush, curiosamente, além dele mesmo – a única exclusão é Jeff Berlin (Bruford).

Entre os eleitos, há variedade tanto de estilos quanto de épocas e origens, ou seja, não se trata de algo voltado apenas ao rock/metal ou repleto de artistas jovens para agradar leitores de mesma faixa etária, expediente até comum na internet. É a chance de conhecer nomes nem sempre unânimes, através de escolhas comentadas por Jonathan Bernstein, David Browne, Jon Dolan, Brenna Ehrlich, David Fear, Jon Freeman, Andy Greene, Kory Grow, Elias Leight, Angie Martoccio, Jason Newman, Rob Sheffield, Hank Shteamer e Simon Vozick-Levinson, em ordem alfabética de sobrenome.

Quer exemplos? Joseph Makwela, que “praticamente inventou o baixo sul-africano. Ele era as batidas do coração da Makgona Tshole Band, que era a versão de Johanesburgo dos Funk Brothers da Motown ou da Working Crew, de Los Angeles”; o jamaicano Aston “Family Man” Barrett, que tocou com Bob Marley; e o cubano Israel “Cachao” López, força motriz da Arcaño Y Sus Maravillas com seu irmão Orestes López, antes de rumar aos Estados Unidos. E há profissionais em carreiras alternativas: Bill Black, da The Blue Moon Boys (trio de apoio a Elvis Presley); Bob Moore, da Nashville A-Team (grupo de músicos de estúdio da cidade do Tennessee); e David Hood, da The Muscle Shoals Rhythm Section (de Muscle Shoals, Alabama, especializada em R&B, soul e country music).

Quem mais está na lista? Entre lendas do rock, Tony Levin, Geddy Lee, Bill Wyman, Chris Squire, John Paul Jones, Paul McCartney, Jack Bruce e John Entwistle; do metal, Cliff Burton e Geezer Butler; no meio do caminho, Lemmy Kilmister; e não menos importantes, Duff McKagan, Flea, Sting e Les Claypool. Há mestres “eruditos”, por assim dizer, como Stanley Clarke e Jaco Pastorius, e apenas cinco mulheres furam o “Clube do Bolinha”: Kim Deal, Esperanza Spalding, Kim Gordon, Tina Weymouth e Carol Kaye. O campeão? Sem spoilers! Por fim, para estimular a visita à fonte, aqui deixaremos apenas o ranking em si, com as bandas de maior representatividade de cada músico entre parênteses. E agora, “Os 50 maiores baixistas em todos os tempos”, em livre tradução nossa:

50) Thundercat (Suicidal Tendencies / carreira solo / contribuições)

49) Duff McKagan (Guns ‘N’ Roses / Velvet Revolver)

48) Kim Deal (Pixies / The Breeders)

47) Leland Sklar (Phil Collins / contribuições)

46) Peter Hook (Joy Division / New Order)

45) Esperanza Spalding (carreira solo / contribuições)

44) Joseph Makwela (Makgona Tshole Band)

43) Mike Watt (Minutemen / Firehose / Dos / Stooges)

42) Tony Levin (King Crimson / Stick Men / Peter Gabriel / Liquid Tension Experiment)

41) George Porter Jr. (The Meters / carreira solo / contribuições)

40) Bill Black (The Blue Moon Boys / Bill Black’s Combo)

39) Kim Gordon (Sonic Youth / Free Kitten / Body-Head)

38) Pino Palladino (The Who / Paul Young / contribuições)

37) John McVie (Fleetwood Mac / John Mayall & The Bluesbreakes)

36) Les Claypool (Primus / carreira solo / The Claypool Lennon Delirium)

35) Louis Johnson (The Brothers Johnson / carreira solo / contribuições)

34) Richard Davis (carreira solo / contribuições)

33) Lemmy Kilmister (Motörhead / Hawkwind)

32) Sting (The Police / carreira solo)

31) Bernard Edwards (Chic / contribuições)

30) Bob Moore (Nashville A-Team / contribuições)

29) Tina Weymouth (The Talking Heads / Tom Tom Club)

28) Aston “Family Man” Barrett (Bob Marley And The Wailers / contribuições)

27) David Hood (contribuições)

26) Israel “Cachao” López (Arcaño Y Sus Maravillas)

25) Cliff Burton (Metallica)

24) Geddy Lee (Rush)

23) Bill Wyman (The Rolling Stones / carreira solo / Bill Wyman’s Rhythm Kings)

22) Flea (Red Hot Chili Peppers / Atoms For Peace)

21) Geezer Butler (Black Sabbath / Ozzy Osbourne / Heaven And Hell / GZR)

20) Rick Danko (The Band)

19) Verdine White (Earth, Wind & Fire / carreira solo)

18) Chris Squire (Yes / The Syn / Conspiracy / Squackett)

17) Robbie Shakespeare (Sly And Robbie / The Revolutionaries / The Aggrovators / contribuições)

16) Charlie Haden (Ornette Coleman Quartet / The Liberation Music Orchestra / Quartet West / carreira solo / contribuições)

15) Donald “Duck” Dunn (Booker T. & The M.G.’s / Otis Redding / contribuições)

14) John Paul Jones (Led Zeppelin / Them Crooked Vultures / Seasick Steve)

13) Stanley Clarke (carreira solo / Return To Forever)

12) Willie Dixon (carreira solo / Chuck Berry / Bo Diddley / Howlin’ Wolf / contribuições)

11) Phil Lesh (The Warlocks / The Greatful Dead / Phil Lesh And Friends / Furthur)

10) Ron Carter (carreira solo / George Benson / Miles Davis / contribuições)

9) Paul McCartney (The Beatles / carreira solo / Wings)

8) Jaco Pastorius (carreira solo / Weather Report / Trio Of Doom)

7) Larry Graham (Sly And The Family Stone / Graham Central Station / carreira solo)

6) Jack Bruce (Cream / carreira solo / The Graham Bond Organisation)

5) Carol Kaye (contribuições / trilhas sonoras / The Wrecking Crew)

4) Bootsy Collins (James Brown / Parliament-Funkadelic / Bootsy’s Rubber Band / contribuições)

3) John Entwistle (The Who / The John Entwistle Band / The Best)

2) Charles Mingus (Mingus Big Band / Mingus Dynasty / carreira solo / contribuições)

1) James Jamerson (The Funk Brothers / baixista da Motown nos anos 60 e 70)

*Por Vagner Mastropaulo

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*Fonte: rollingstone

Pesquisas apontam: quem passa menos tempo no Facebook é mais feliz

Cientistas advertem: o Facebook ativaria um poderoso processo de comparação social. “Os indivíduos tendem a postar informação, fotos e anúncios que fazem com que suas vidas pareçam sensacionais. Exposição frequente a esse tipo de informação pode levar o outro a sentir que sua vida é, em comparação, pior”.

O Facebook me intoxica. Me intoxica com reclamações de pessoas que não conheço. Com fotos de comidas que às vezes parecem vômito. Com vídeos de animais sendo maltratados. Com frases que nunca foram escritas por Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Caio Fernando Abreu ou Mario Quintana.

Me intoxica com seu patrulhamento – sempre tem um pentelho para dizer que você não deve pensar, postar ou escrever algo – e com a avalanche de informações misturadas que se encontram ali: bons artigos, boas músicas, resenhas, vídeos interessantes.

Se eu fosse clicar em todos os artigos que me chamam a atenção, ou fosse escutar num só dia todas as boas músicas que os bons amigos indicam, não faria outra coisa da vida.

Portanto, não são apenas os sem-noção que colaboram para a minha intoxicação. Os com-noção (e excelentes postagens) colaboram, e muito, porque sempre fico com a sensação de que perdi alguma coisa quando não clico ou não leio algo que supostamente acharia interessante.

Além disso, as mensagens inbox. Às vezes simplesmente não estamos com saco (nem tempo) para começar uma conversa por ali e o truque de não visualizar para o outro não ser notificado não surte o menor efeito, pois ele percebe que você está online (uma vez que posta ou curte postagens alheias) e subentende que você não leu sua mensagem porque não quis. E entre o seu direito de não querer responder e o sentimento de rejeição do outro nasce a sua culpa e o julgamento do outro de que você é arrogante, metido, insensível ou sei lá o quê.

As notificações em avalanche, os convites para aplicativos malas, a inserção forçada em grupos que nada tem a ver com a gente, as páginas que nunca curtimos, mas que nos são entubadas, as brigas políticas e a perseguição dos “politicamente-corretos” – tudo isso me intoxica.

No entanto, o que mais me intoxica é a sensação de que a minha vida, em alguns momentos, está menos interessante do que a vida do meu vizinho que está sempre viajando para lugares paradisíacos e, claro, postando muitas fotos; frequentando festas badaladas, bares, shows e restaurantes incríveis, comendo comidinhas refinadas e de chefes famosinhos em plena segunda-feira, indo a exposições interessantíssimas em plena quarta-feira, enquanto eu, pobre de mim, estou derretendo no calor do Rio de Janeiro e tentando escrever um novo livro.

Desde que li uma matéria que dizia que pessoas que passam menos tempo no Facebook são mais felizes passei a diminuir minha frequência na bolha azul.

” O Facebook ativaria um poderoso processo de comparação social. “Os indivíduos tendem a postar informação, fotos e anúncios que fazem com que suas vidas pareçam sensacionais. Exposição frequente a esse tipo de informação pode levar o outro a sentir que sua vida é, em comparação, pior”.

O resultado do meu afastamento virtual foi surpreendente. Não me comparar com ninguém (quem nunca?) me trouxe uma sensação de que a minha vida vai bem, obrigada, sem tamanho. Quando viajo, então, passo semanas sem entrar. E é tão bom desfrutar do que temos (o presente) e não do que não temos (a vida dos outros).

Quando nos concentramos em nós, nas nossas vontades, necessidades, vivências e aprendizado – e não no que devemos ser para o outro; no que queremos que outro pense de nós – há uma diminuição de ansiedade quase palpável (e tempo de sobra para aplicar em coisas que realmente nos são caras).

As famosas selfies não me incomodam. Algumas até me divertem. Gosto de ver meus amigos se sentindo bonitos em tempos onde quase todo mundo odeia a própria imagem – sim, porque para postar uma selfie a pessoa tem que estar se achando linda na foto.

Aliás, nunca consegui concordar completamente com os analistas de plantão que garantem que o excesso de fotografias em redes sociais é sinônimo de narcisismo crônico e/ou produto de uma sociedade narcísica. Ok, existe esse componente, isso é inegável, mas fecho com Ítalo Calvino, em seu conto A aventura de um fotógrafo, no livro Amores Difíceis (Editora Companhia de Bolso):

“ Somente quando põem os olhos nas fotos parecem tomar posse tangível do dia passado, somente então aquele riacho alpino, aquele jeito do menino com o baldinho, aquele reflexo do sol nas pernas da mulher adquirem a irrevogabilidade daquilo que já ocorreu e não pode mais ser posto em dúvida. O resto pode se afogar na sombra incerta da dúvida”.

Ou como aponta em outro trecho:

“ É só você começar a dizer a respeito de alguma coisa: ‘Ah, que bonito, tinha era que tirar uma foto!’, que já está no terreno de quem pensa que tudo o que não é fotografado é perdido, que é como se não tivesse existido, e que então para viver de verdade é preciso fotografar o mais que se possa, e para fotografar o mais que se possa é preciso: ou viver de um modo o mais fotográfico possível, ou então considerar fotografáveis todos os momentos da própria vida. O primeiro caminho leva à estupidez, o segundo, a loucura”.

Penso que a mania de fotografar tudo-o-tempo-todo, inclusive a si mesmo – além do advento dos telefones com máquinas digitais – tem mais a ver com uma necessidade de se esquivar do sentimento de transitoriedade (e do que é efêmero) do que qualquer outra coisa.

Voltando ao assunto inicial: por que não abandono a bolha azul se ela me intoxica tanto? Porque tem o humor de páginas como Artes Depressão, boas dicas dos amigos, a sensação de que estou próxima de pessoas que não vejo há anos por morarmos em cidades diferentes, pela ótima ferramenta que é para divulgação do meu trabalho e, também, por ser uma boa distração em noites de insônia não produtiva. O segredo, aprendi, é dosar – assim como se bebe água junto à ingestão de bebida alcóolica para não passar mal depois, se deve passar menos tempo no Facebook para não enjoar dos outros e de si mesmo.

*Por Monica Montone
Venha tomar um café comigo no canal do YouTube Dois Cafés e uma água com gás, onde falo sobre livros, comportamento, arte, cultura, moda e beleza.

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*Fonte: obviousmag