Mike Patton

Um dos mais malucos e incríveis vocalistas de bandas de rock do mundo chama-se Mike Patton (Faith No More) e acontece que a figura hoje está de aniversário, completando meros e badalados 53 aninhos. Desde que assisti pela primeira vez na MTV essa banda (bons tempos!!!), virei fan imediatamente. Sim, simples assim. Num piscar de olhos. Banda phoda, grooveria, baita pegada e um vocalista ducaralho – mas a banda toda é muito boa, sem dúvida.
Feito! Então hoje é dia sim de comemorar. Não posto aqui todos os aniversários de rockers (eles ou elas) todos os dias, nem é essa a minha intenção, mas quando alguém é importante para mim… ah! … daí sim vale a pena.

Saudações Mike Patton! Feliz aniversário e keep the faith (ôps!)…

A hipocrisia contemporânea: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”

O vocábulo hipocrisia vem do grego, “hupókrisis”, que significa “interpretar”, ou seja, encenar a respeito de sentimentos e crenças. Era também um termo utilizado na arte da retórica e nas atividades públicas da Grécia Antiga.

A palavra hipocrisia é nossa contemporânea, porém, como forma de simular falas, emoções e gestos que parecem verdadeiros. É fingir ser o que não é, um dos maiores males do comportamento humano, que causa mal-estar nas relações sociais e afetivas.

No entanto, a hipocrisia não se caracteriza como doença psíquica e sim num quadro de autoengano, que tem como origem uma enfermidade moral. É por isso que as pessoas hipócritas precisam criar uma identidade, a fim de aparentar que possuem “boas qualidades”, ocultando seus defeitos.

Assim, elas podem transitar livremente e não serem questionadas em seu falso moralismo. Um exemplo clássico de atos hipócritas é denunciar os outros por realizarem ações deploráveis enquanto praticam as mesmas atitudes.

Aliás, os indivíduos hipócritas são muito egoístas, que costumam exibir que têm amigos importantes na sociedade. Eles utilizam as redes sociais como “palco” para simular sinceridade e honestidade, contudo, o que fazem é falar mal da vida alheia, como um meio de descarregar seus recalques.

Sigmund Freud apresenta uma leitura atualizadíssima da hipocrisia do “homem civilizado”, que revela seus sentimentos obscuros e repletos de contradições e ambivalências, cujas origens estão repousadas sobre o recalcamento da sexualidade.

Para o pai da psicanálise, os sujeitos hipócritas desejam ser mais nobres do que os outros, porque sucumbiram à neurose. Entretanto, não querem renunciar suas cobiças sexuais, suas agressividades e não hesitam em prejudicar seus semelhantes por meio da mentira, do engano e da calúnia, contanto que fiquem impunes.

Em outras palavras, são aqueles que defendem o matrimônio, mas mantém relações extraconjugais, exaltam a importância da família, mas desprezam as novas configurações familiares, pregam a moral e os bons costumes, mas escondem sua perversidade, condenam a corrupção, mas praticam desvios de condutas, afirmam que são pessoas de Deus, mas desrespeitam a religião do próximo.

Essas contradições estão bem colocadas no ditado popular: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.” Elas ainda se encaixam no que disse o grande Marquês de Maricá: “A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns”.

Portanto, devemos – ficar atentos – à hipocrisia dos dias atuais, pois ela circula descaradamente no mundo real e virtual, causando todos os tipos de prejuízos.

*Por Jackson Cesar Buonocore

………………………………………………………………………
*Fonte: contioutra

Como é que as aves resistem à chuva e ao frio?

Com a chegada do Inverno muitas aves migram para África, mas outras permanecem nos locais onde nasceram, incluindo os pequenos passeriformes. João Eduardo Rabaça, da Universidade de Évora, explica como estas espécies fazem frente às temperaturas mais baixas.

O Inverno chegou e os dias ficam mais frios e chuvosos. Para os passeriformes, esta é uma altura “exigente”: “Noites longas e temperaturas baixas obrigam estas aves a encontrarem energia extra”, nota João Eduardo Rabaça, que é professor da Universidade de Évora e coordenador do LabOr – Laboratório de Ornitologia.

Estas pequenas aves dedicam-se a acumular “as reservas de gordura suficientes que lhes permitam sobreviver”, pelo que passam a maior parte do dia a comer. De acordo com o British Trust for Ornithology, os chapins-azuis (Cyanistes caeruleus) – que podemos observar em muitos espaços verdes, incluindo o Jardim Gulbenkian, em Lisboa – podem gastar cerca de 85% das horas de luz disponíveis num dia de Inverno em busca de alimento, refere este investigador.

Ao mesmo tempo, para os passeriformes em geral, o “revestimento plumoso permite a existência de bolsas de ar debaixo das penas, conferindo-lhes uma ajuda adicional para manterem o corpo quente.”

Algumas espécies começam a preparar-se para a estação mais rigorosa do ano logo no Outono, como acontece com o pardal-comum (Passer domesticus), exemplifica. “Cresce-lhes uma penugem por baixo da plumagem principal aumentando o peso do revestimento do corpo em 70%! E assim asseguram uma melhor proteção térmica.”

Mas há ainda outras estratégias pouco conhecidas. Quando estão em actividade, a temperatura corporal das aves é superior à dos humanos, pois “ronda os 41ºC, embora haja variações.” No entanto, para enfrentarem noites mais frias, em algumas espécies a temperatura corporal chega a baixar 10ºC ou mais ainda – um processo designado por torpor ou heterotermia diária, adianta o investigador. “Desta forma, as aves conseguem economizar energia. O caso mais impressionante é de uma espécie de beija-flor que ocorre nos Andes e que durante a noite pode atingir uma temperatura corporal de 3,26ºC!”, revela o coordenador do LabOr. “É um exemplo extremo, mas é também um extraordinário exemplo da capacidade de adaptação destes animais.”

Mais comum é a hipotermia regulada, que se traduz “numa redução da temperatura corporal mais modesta, normalmente à volta dos 5 a 6ºC.” Com este método, as aves precisam de muito menos energia para que o corpo regresse à temperatura “normal” quando chega a manhã.

Mas apesar de estar mais frio por estes dias, a verdade é que “o Inverno no sul da Europa e em particular no nosso país é bastante ameno quando comparado com a realidade do centro e norte da Europa, por exemplo”. Por essa razão – lembra o investigador, que é também autor do livro “As aves do Jardim Gulbenkian” – são inúmeras as aves que no final do Verão deixam as regiões setentrionais para migrarem rumo a sul, onde vão permanecer durante a estação fria. É o caso por exemplo do lugre (Spinus spinus) e do tordo-comum (Turdus philomelos).

*Por Ines Sequeira

………………………………………………………………………………..
*Fonte: wilder