“O Tempo que Foge” – Belíssimo poema para refletir

Nós todos sabemos que a vida muitas vezes não é longa o suficiente para viver tanto quanto gostaríamos, mas muitas vezes, além disso, não somos capazes de valorizar o que temos, o que vemos, desperdiçamos tempo com coisas que não merecem, não porque sejam irrelevantes, mas porque nosso coração não está nelas.

Ricardo Gondim nos presenteia com esse lindo poema (“O Tempo que Foge”), que nos mostra uma bela apreciação da vida, que se conseguirmos nos inspirar nele, podemos sem dúvida dar muito mais valor a cada segundo com esse presente que chamamos vida.

O valioso tempo dos maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!

*Por Ricardo Gondim

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*Fonte: pensarcontemporaneo

Há exatos 30 anos, Temple of the Dog lançava um dos maiores discos do Grunge

O tempo passa e lá se vão 30 anos desde o lançamento do único disco do Temple of the Dog, um dos maiores projetos do Grunge.

Lançado em 16 de abril de 1991, o álbum veio como uma homenagem a Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone e nome gigante da cena de Seattle. Na formação da banda, todos eram seus amigos: desde Chris Cornell, nos vocais, até Matt Cameron, na bateria.

Cornell, especificamente, era colega de quarto de Wood, e foi o que mais sentiu sua morte. Andrew se foi jovem demais, aos 24 anos, vítima de uma overdose de heroína.

Sem muitas pretensões de fato, os membros se uniram no estúdio para gravar as músicas que escreveram pensando no amigo. Cornell, encabeçando a trupe, acabou chamando mais um nome que ainda seria gigante para fazer parte do projeto: Eddie Vedder, que empresta sua voz à icônica “Hunger Strike”.

Quando lançado, o disco não fez tanto barulho — mas foi ele que “fechou negócio” para uma das maiores bandas que saíram daquela cena nos anos 90.

Isso porque, enquanto o projeto acontecia, o Pearl Jam já estava preparando seu disco de estreia, Ten, também lançado em 1991. Foi o sucesso deste trabalho que acabou alavancando também o álbum do Temple of the Dog, hoje um verdadeiro marco na história do Grunge.

Reunião e fim

Depois de acabar em 1992, quando cada banda seguiu seu rumo, o grupo voltou à ativa em 2016 para uma turnê comemorativa de 25 anos do disco. À época, até música inédita rolou durante os shows, e os membros nunca descartaram um novo álbum.

Infelizmente, no ano seguinte morreu Chris Cornell, vítima de um suicídio, dando fim a qualquer chance de uma nova reunião.

Ouça Temple of the Dog logo abaixo.

*por Stephanie Hahne

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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos