Dia: 16 de junho, 2021
Illuminati: 12 curiosidades sobre uma das sociedades secretas mais fascinantes da história
Illuminati é o nome dado tanto a uma sociedade real formada há 245 anos, quanto a uma sociedade fictícia.
A versão fictícia até hoje alimenta teorias de conspiração, incluindo alegações de que se trataria de uma organização global secreta e misteriosa cuja intenção seria dominar o mundo.
Supostamente, eles estariam por trás de algumas das maiores revoluções e assassinatos da história.
Mas quem realmente eram os Illuminati? É por que se diz que eles controlam o planeta?
Veja o que se sabe sobre esta que se tornou uma das sociedades secretas mais fascinantes da história.
1. Quem eram os Illuminati originais?
A Ordem dos Iluminados, ou Illuminati, foi uma sociedade secreta formada na Baviera (hoje parte da Alemanha contemporânea) que existiu de 1776 a 1785. Seus membros originalmente se referiam a si próprios como “perfectibilistas”.
O grupo foi inspirado pelos ideais do iluminismo e fundado pelo professor de direito canônico Adam Weishaupt (1748-1830). Ele queria promover a educação de razão e filantropia e se opor à superstição e à influência religiosa na sociedade.
Weishaupt buscava mudar a forma como os Estados eram governados na Europa, removendo a influência da religião no governo e dando ao povo uma nova fonte de “iluminação”, ou esclarecimento.
Acredita-se que a primeira reunião dos illuminati da Baviera ocorreu em uma floresta perto de Ingolstadt em 1º de maio de 1776. Lá, cinco homens estabeleceram as regras que orientariam a ordem secreta.
Com o tempo, os objetivos do grupo se concentraram em influenciar decisões políticas e mudar instituições como a monarquia e a Igreja.
Alguns membros dos Illuminati se juntaram aos maçons para recrutar novos membros.
Um pássaro conhecido como a ‘coruja de Minerva’ (Minerva é a antiga deusa romana da sabedoria) acabou se tornando seu símbolo principal.
2. Qual é a relação entre os Illuminati e os maçons?
Os maçons são uma ordem que se desenvolveu a partir de agremiações de construtores de catedrais da Idade Média.
Em alguns países, especialmente nos Estados Unidos, existe uma certa paranoia histórica sobre os maçons. Em 1828, um movimento político conhecido como Partido Antimaçônico foi estabelecido com o único objetivo de combater a ordem.
Como os Illuminati recrutaram originalmente os maçons, os dois grupos costumam ser confundidos um com o outro.
3. Como era possível se unir aos Illuminati?
Para se juntar aos Illuminati, você precisava ter o consentimento total dos outros membros, possuir riqueza e ter uma boa reputação dentro de uma família considerada adequada.
Além disso, havia um sistema hierárquico para os membros dos Illuminati.
Depois de entrar como “novato”, você se graduaria como “minerval” e depois para um “iluminado minerval”. Mais tarde, essa estrutura se tornou mais complicada, exigindo 13 graus de iniciação para se tornar um membro.
4. Os Illuminati tinham rituais?
Eles faziam rituais – embora a maioria permaneça desconhecida – e usavam pseudônimos para manter as identidades dos membros em segredo.
No entanto, graças a documentos secretos apreendidos, sabe-se como os novatos conseguiam passar para um nível superior na hierarquia dos Illuminati:
• Produzir um relatório sobre todos os livros que possuíam,• Escrever uma lista de seus próprios pontos fracos,• Revelar os nomes de seus próprios inimigos.
O novato então prometia sacrificar interesses pessoais pelo bem da sociedade.
5. O que é o olho que tudo vê?
O “Olho da Providência”, um símbolo que lembra um olho dentro de um triângulo, aparece em igrejas ao redor do mundo, bem como em edifícios maçônicos e na nota de um dólar americano.
Além de ser associado à maçonaria, também foi associado aos Illuminati como um símbolo do controle e vigilância do mundo pelo grupo.
Originalmente um emblema cristão, “o olho que tudo vê” tem sido usado em pinturas para representar a vigilância de Deus sobre a humanidade.
No século 18, começou a ser usado de novas maneiras, por exemplo, na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de Jean-Jacques-François Le Barbier (1738-1826), uma versão ilustrada do documento de direitos humanos aprovado pela Assembleia Nacional Constituinte de França em 1789.
Nesse caso, indicava um instrumento que representava o policiamento de uma nação que havia se tornado uma democracia.
Não há uma ligação oficial entre o olho que tudo vê e os Illuminati; a conexão atribuída a eles provavelmente se deve ao fato de que o grupo original compartilhava semelhanças com os maçons, que usavam a imagem como símbolo de Deus
6. Os Illuminati conseguiram dominar o mundo?
Algumas pessoas acreditam que os Illuminati controlam o mundo hoje. Segundo essa tese, eles seriam tão discretos que conseguiriam ter todo esse poder sem que as pessoas se dessem conta disso.
Como muitos membros da Ordem dos Illuminati se misturaram aos maçons e vice-versa, é difícil julgar o sucesso dos Illuminati, mas a maioria dos historiadores acredita que o grupo original só conseguiu ter uma influência moderada.
7. Houve algum membro famoso entre os Illuminati?
Em 1782, os Illuminati haviam crescido para cerca de 600 membros, incluindo nobres alemães como o barão Adolph von Knigge, que, como ex-maçom, ajudou a moldar a organização e a expansão do grupo.
Inicialmente, os alunos de Weishaupt eram os únicos membros, mas médicos, advogados e intelectuais logo passaram a fazer parte.
Em 1784, estima-se que havia entre 2 mil e 3 mil membros Illuminati. Algumas fontes dizem que o renomado escritor Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) também aderiu ao grupo, mas isso é contestado.
8. Os Illuminati desapareceram?
Em 1784, Karl Theodor, duque da Baviera, proibiu a criação de qualquer tipo de sociedade que não fosse previamente autorizada por lei. No ano seguinte, ele aprovou uma segunda regra, proibindo expressamente a existência dos Illuminati.
Durante a prisão de membros suspeitos dos Illuminati, documentos comprometedores (defendendo ideias como ateísmo e suicídio) foram encontrados em sua posse, bem como instruções para a realização de abortos.
Isso cimentou a crença de que o grupo era uma ameaça tanto para o Estado quanto para a Igreja.
Depois disso, a Ordem dos Illuminati parece ter desaparecido, embora alguns acreditem que ela continue ativa.
9. O que aconteceu com Adam Weishaupt?
Adam Weishaupt acabou sendo destituído de seu posto na Universidade de Ingolstadt.
Depois de ser exilado da Baviera, ele passou o resto de sua vida em Gotha, na Turíngia (Alemanha), e morreu em 1830.
10. Por que o mito dos Illuminati continuou vivo?
A partir do momento em que foram dissolvidos, as teorias da conspiração sobre os Illuminati começaram a se estabelecer.
Em 1797, o padre jesuíta Augustin Barruel sugeriu que sociedades secretas como a Ordem dos Illuminati haviam liderado a Revolução Francesa. Barruel é considerado o pai da antimaçonaria.
O primeiro presidente dos EUA, George Washington (1732-1799), escreveu uma carta no ano seguinte dizendo acreditar que a ameaça dos Illuminati havia sido evitada, acrescentando mais combustível à ideia de que a ordem ainda existia.
Livros e sermões condenando o grupo continuaram aparecendo, e o terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson (1743-1826), foi falsamente acusado de ser um de seus membros.
11. Por que tanta gente ainda acredita nos Illuminati hoje em dia?
A ideia dos Illuminati dominando o mundo nunca desapareceu totalmente e elA ainda se insinua na cultura popular.
Em 1963, foi publicado um texto chamado Principia Discordia, promovendo um sistema de crenças alternativo conhecido como “discordianismo”. O conteúdo apelava à anarquia e à desobediência civil perpetrando informações falsas, e entre seus seguidores estava o escritor Robert Anton Wilson (1932-2007).
Alguns seguidores do discordianismo enviaram cartas falsas a revistas afirmando que eventos como o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy (1917-1963), havia sido obra dos Illuminati.
Wilson posteriormente publicou um livro com Robert Shea, The Illuminatus! Trilogy, que se tornou um sucesso e inspirou um novo gênero de ficção de conspiração, incluindo o romance do americano Dan Brown (e filme subsequente) Anjos e Demônios.
Nestas obras, os Illuminati também estavam ligados ao satanismo e a outros ideais que estavam muito distantes daqueles associados ao grupo bávaro original do século 18.
12. O que é a nova Ordem Mundial e como ela se conecta aos Illuminati?
Aqueles que acreditam na teoria de uma Nova Ordem Mundial defendem a ideia de que um grupo de elite global estaria tentando governar o mundo.
Além dos presidentes dos Estados Unidos, várias estrelas pop foram acusadas de serem membros, incluindo até Beyoncé e Jay-Z. Ambos negam as acusações.
*Por Emma Slattery Williams
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*Fonte: bbc-brasil
A receita de 50 cientistas para resolver a crise climática e a perda de biodiversidade
Mudanças sem precedentes no clima e na biodiversidade, impulsionadas pelas atividades humanas, ameaçam cada vez mais a natureza, as vidas humanas, os meios de subsistência e o bem-estar em todo o mundo. A perda de biodiversidade e as mudanças climáticas são impulsionadas pelas atividades econômicas humanas e se reforçam mutuamente. Nenhum dos dois será resolvido com sucesso, a menos que ambos sejam enfrentados conjuntamente. A crise climática e a perda de biodiversidade são duas faces da mesma moeda. Um desafio não pode ser solucionado sem atacar ao mesmo tempo as causas do outro.
Esta é a principal mensagem de um relatório produzido por 50 dos maiores especialistas mundiais em biodiversidade e clima, reunidos em um workshop virtual de quatro dias ocorrido em dezembro, cujo objetivo era examinar as sinergias entre a proteção da biodiversidade e a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
O workshop e o relatório, divulgado em 10 de junho, foram promovido em conjunto pela IPBES (Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos) e pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) das Nações Unidas. O relatório IPBES-IPCC Co-Sponsored Workshop Report on Biodiversity and Climate Change pode ser baixado, em inglês, do site da IPBES.
“As mudanças climáticas causadas pelo homem estão ameaçando cada vez mais a natureza e sua contribuição para as pessoas, incluindo sua capacidade de ajudar a mitigar as mudanças climáticas”, observa Hans-Otto Pörtner, co-presidente do comitê científico que coordenou o trabalho do seminário. “As mudanças na biodiversidade afetam o clima, principalmente por meio dos impactos nos ciclos do nitrogênio, carbono e água. Quanto mais quente o mundo fica, há cada vez menos comida e água potável em muitas regiões do planeta”.
Esta mensagem se assemelha bastante àquela repetida com frequência pelo secretário-geral da ONU, António Guterres: a crise climática e a crise da biodiversidade estão intimamente ligadas, aspectos distintos da mesma “guerra à natureza” declarada pela humanidade.
De acordo com Pörtner: “A evidência é clara: um futuro global sustentável para as pessoas e a natureza ainda é alcançável, mas isso requer uma mudança transformadora, com ações rápidas e amplas nunca antes tentadas, com base em reduções de emissões de CO2 ambiciosas”.
Para os especialistas, é necessário reverter a degradação de ecossistemas ricos em carbono (florestas, turfeiras, pântanos, manguezais, …), focar fortemente em práticas sustentáveis de agricultura e manejo de recursos florestais, multiplicar iniciativas de conservação e cancelar subsídios para atividades prejudicial aos ecossistemas.
Entre os autores da publicação estão os brasileiros Maria de Los Angeles Gasalla, professora do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP); Aliny Patrícia Flausino Pires, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bernardo Strassburg, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e Adalberto Luís Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
“O relatório aponta que o clima e a biodiversidade se reforçam e, portanto, devem ser vistos como um todo. Para que qualquer uma dessas questões seja resolvida de forma satisfatória deve-se levar em conta a outra”, diz Gasalla, em entrevista à Agência Fapesp.
A cientista brasileira Thelma Krug, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e vice-presidente do IPCC, participou como observadora do encontro.
“O relatório incluiu, além dos aspectos procedimentais, uma síntese das discussões científicas que ocorreram durante os quatro dias de duração do workshop. É a primeira iniciativa conjunta entre o IPCC e a IPBES e buscou identificar as sinergias e os potenciais pontos negativos entre a proteção da biodiversidade e a mitigação e adaptação à mudança do clima”, diz Krug.
Já de acordo com Carlos Joly, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que participou como revisor do relatório, “A comunidade científica vem fazendo pressão, há bastante tempo, para que a biodiversidade e o clima sejam discutidos conjuntamente, mas, infelizmente, há países, como o Brasil, que são muito reticentes em reunir essas duas agendas sob o pretexto de que as discussões e resoluções que envolvam essas duas áreas críticas acabem sendo utilizadas para criação de barreiras para a exportação de produtos agropecuários pelo país”, explica.
A mudança delineada pelos 50 cientistas é profunda e deve acontecer rapidamente. Envolverá “uma profunda mudança coletiva de valores individuais e compartilhados em relação à natureza, como o afastamento da concepção de progresso econômico baseado exclusivamente no crescimento do PIB”, conclui Pörtner.
*por Peter Moon
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*Fonte: oeco