“Entre Amigos” (Martha Medeiros)

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, “A Identidade”, que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo construído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o réveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

Martha Medeiros

Estudo revela como reverter cabelo branco causado por estresse

Pesquisadores avaliaram os fios de cabelos de um grupo de 14 voluntários de diferentes idades e descobriram como recuperar a cor do fio

Situações estressantes, como as vividas na pandemia, têm o poder de deixar o cabelo branco, mesmo em pessoas jovens. Agora, um estudo descobriu que é possível recuperar a cor do fio quando a causa for o estresse. A solução para isso é eliminar o agente estressor.

A descoberta é de um grupo de pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos. Eles dizem que quando a fonte do estresse é removida, o cabelo pode voltar à sua cor normal.


Pesquisadores dizem que é possível reverter cabelo branco quando a causa é estresse

No estudo, os pesquisadores analisaram os fios de cabelos de várias partes do corpo de um grupo de 14 voluntários de diferentes idades. Os cientistas observaram a cor de cada cabelo em detalhes e quantificava a perda de pigmentação em cada participante.

Paralelamente a isso, os participantes tinham que registrar seus níveis semanais de estresse em um diário.

Um dos exemplos mais marcantes foi o de um homem que recuperou a cor de cinco dos fios após passar duas semanas em férias.

De acordo com os pesquisadores, a perda de cor provavelmente se deve a alterações nas mitocôndrias, organelas celulares que fornecem a maior parte da energia para ativar as reações bioquímicas da célula.

“O estresse psicológico afeta os processos de energia nas mitocôndrias e, quando as mitocôndrias não funcionam bem, o cabelo perde pigmento”, explica Martin Picard, professor em Medicina Comportamental do Colégio de Médicos e Cirurgiões Vagelos, da Universidade de Columbia, e coautor do estudo.

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*Fonte: catracalivre