Por que o tempo parece passar mais rápido à medida que envelhecemos?

Por que o tempo parece passar mais rápido à medida que envelhecemos

QUANDO ÉRAMOS CRIANÇAS, AS FÉRIAS DE VERÃO PARECIAM DURAR PARA SEMPRE, E A ESPERA ENTRE OS NATAIS PARECIA UMA ETERNIDADE. MAS QUANDO CRESCEMOS, O TEMPO PARECE PASSAR EM UM PISCAR DE OLHOS!

Por que, quando envelhecemos, o tempo parece passar rapidamente, com semanas, meses e estações inteiras desaparecendo de um calendário borrado em uma velocidade estonteante?

Essa viagem no tempo aparentemente acelerada não é o resultado de preencher nossa vida adulta com responsabilidades e preocupações de adultos. Estudos científicos, de fato, mostram que o tempo percebido passa mais rapidamente para as pessoas mais velhas, fazendo com que nossas vidas pareçam ocupadas e apressadas.

Existem várias teorias que tentam explicar por que nossa percepção do tempo acelera à medida que envelhecemos. Uma ideia é uma alteração gradual de nossos relógios biológicos internos.

A desaceleração do nosso metabolismo à medida que envelhecemos corresponde à desaceleração do nosso batimento cardíaco e da nossa respiração. Os marcapassos biológicos das crianças batem mais rapidamente, o que significa que elas experimentam mais marcadores biológicos (batimentos cardíacos, respirações) em um período fixo de tempo, fazendo com que pareça que mais tempo se passou.

Outra teoria sugere que a passagem do tempo que percebemos está relacionada à quantidade de novas informações perceptivas que absorvemos.

Com muitos novos estímulos, nossos cérebros demoram mais para processar as informações, de modo que o período de tempo parece mais longo. Isso ajudaria a explicar a “percepção de câmera lenta” frequentemente relatada momentos antes de um acidente. As circunstâncias desconhecidas significam que há muitas informações novas para assimilar.

O cérebro é o responsável pela sensação de acelerar o tempo

Na verdade, pode ser que, quando confrontados com novas situações, nossos cérebros registrem memórias mais ricamente detalhadas, de modo que é nossa lembrança do evento que parece mais lenta do que o próprio evento. Este é o caso experimentalmente de sujeitos em queda livre.

Mas como isso explica o encurtamento contínuo do tempo percebido à medida que envelhecemos? A teoria diz que quanto mais velhos ficamos, mais familiarizados nos tornamos com o que nos rodeia. Não notamos os ambientes detalhados de nossas casas e locais de trabalho.

Para as crianças, no entanto, o mundo é um lugar frequentemente desconhecido, cheio de novas experiências com as quais se envolver. Isso significa que as crianças devem dedicar muito mais poder do cérebro para reconfigurar suas ideias mentais do mundo exterior.

A teoria sugere que isso parece fazer com que o tempo passe mais devagar para as crianças do que para os adultos presos a uma rotina.

Portanto, quanto mais nos familiarizamos com as experiências do dia-a-dia, mais rápido o tempo parece passar e, geralmente, essa familiaridade aumenta com a idade.

O mecanismo bioquímico por trás dessa teoria foi sugerido ser a liberação do neurotransmissor dopamina após a percepção de novos estímulos, ajudando-nos a aprender a medir o tempo.

DEPOIS DOS 20 ANOS E CONTINUANDO NA VELHICE, OS NÍVEIS DE DOPAMINA CAEM FAZENDO O TEMPO PARECER CORRER MAIS RÁPIDO.

Mas nenhuma dessas teorias parece se relacionar precisamente com a taxa quase matemática e contínua de aceleração do tempo.

A aparente redução da duração de um período fixo à medida que envelhecemos sugere uma “escala logarítmica” para o tempo. Escalas logarítmicas são usadas em vez das escalas lineares tradicionais ao medir terremotos ou som. Como as quantidades que medimos podem variar em graus tão grandes, precisamos de uma escala de medição de alcance mais amplo para realmente dar sentido ao que está acontecendo. O mesmo vale para o tempo.

Na escala Richter logarítmica (para terremotos), um aumento de uma magnitude de dez a 11 não corresponde a um aumento no movimento do solo de 10% como faria em uma escala linear. Cada incremento na escala Richter corresponde a um aumento de dez vezes no movimento.

Hora da criança

Mas por que nossa percepção do tempo também deve seguir uma escala logarítmica? A ideia é que percebemos um período de tempo como a proporção de tempo que já vivemos.

Para uma criança de dois anos, um ano é a metade de sua vida, e é por isso que parece um período extraordinariamente longo de espera entre aniversários quando você é jovem.

Para uma criança de dez anos, um ano é apenas 10% de sua vida (o que torna a espera um pouco mais tolerável), e para uma de 20 anos é apenas 5%. Na escala logarítmica, para uma criança de 20 anos experimentar o mesmo aumento proporcional de idade que uma criança de dois anos experimenta entre aniversários, ela teria que esperar até completar 30 anos. Diante desse ponto de vista, não é surpreendente que o tempo parece acelerar à medida que envelhecemos.

Normalmente pensamos em nossas vidas em termos de décadas – nossos 20, 30 e assim por diante – o que sugere um peso igual para cada período. No entanto, na escala logarítmica, percebemos diferentes períodos de tempo com a mesma duração. As seguintes diferenças de idade seriam percebidas da mesma forma sob esta teoria: cinco a dez, dez a 20, 20 a 40 e 40 a 80.

Não quero terminar com uma nota deprimente, mas o período de cinco anos que você experimentou entre as idades de cinco e dez anos pode parecer tão longo quanto o período entre as idades de 40 e 80 anos.

Portanto, ocupe-se. O tempo voa, esteja você se divertindo ou não. E está voando cada vez mais rápido todos os dias.

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*Fonte: seuamigoguru

WhatsApp deixará de funcionar em celulares antigos; veja lista

A partir de 1º de novembro, aplicativo não oferecerá suporte para mais de 40 modelos com sistemas operacionais antigos

A partir do dia 1 de novembro, o WhatsApp vai deixar de funcionar em celulares com versões mais antigas dos sistemas operacionais Android e iOS (confira a lista abaixo).

Se a versão do sistema que seu celular usa é antiga, é melhor ficar de olho para não ser pego de surpresa.

As mudanças ocorrem porque, segundo o Facebook, os sistemas operacionais mais antigos são mais difíceis de garantir a segurança dos usuários.

O WhatsApp não será mais compatível com aparelhos Android com o sistema operacional 4.0.4 e versões anteriores, iOS 10 (sistema operacional do iPhone e do iPad) e o KaiOS 2.5.1 — terceiro sistema operacional mais popular do mundo.

O comunicado do WhatsApp alerta que: “para continuar usando o aplicativo é preciso atualizar o sistema ou transferir a conta para um aparelho com uma versão mais recente”.

Com relação ao iPhone, o comunicado recomenda aos usuários a usarem a versão mais recente do iOS, da Apple, ou que façam backup do seu histórico de conversas antes de 1º de novembro.

O WhatsApp seguirá funcionando nos modelos iPhone SE, iPhone 6S e iPhone 6s Plus, mas desde que os usuários atualizem o sistema operacional para uma versão do iOS 10 em diante.

No final de 2020, o WhatsApp já havia deixado de ser oferecido para alguns celulares e para todos os aparelhos com sistema operacional inferior à versão 4.0.3 do Android, 9.0 do iOS ou KaiOS 2.5.1 no Linux.

Lista dos celulares em que o WhatsApp não irá funcionar mais:
Apple – iPhone (2007), iPhone 3G (2008), iPhone 3GS (2009), iPhone 4 (2010) e iPhone 4S (2011);
Samsung – Galaxy Trend Lite, Galaxy Trend II, Galaxy S2, Galaxy S3 mini, Galaxy Xcover 2, Galaxy Core e Galaxy Ace 2
LG – LG Lucid 2, Optimus F7, Optimus F5, Optimus L3 II Dual, Optimus F5, Optimus L5, Optimus L5 II, Optimus L5 Dual, Optimus L3 II, Optimus L7, Optimus L7 II Dual, Optimus L7 II, Optimus F6, Enact, Optimus L4 II Dual, Optimus F3, Optimus L4 II, Optimus L2 II, Optimus Nitro HD and 4X HD, e Optimus F3Q
ZTE – ZTE Grand S Flex, ZTE V956, Grand X Quad V987 e Grand Memo
Huawey – Huawei Ascend G740, Ascend Mate, Ascend D Quad XL, Ascend D1 Quad XL, Ascend P1 S e Ascend D2
Sony – Sony Xperia Miro, Sony Xperia Neo L e Xperia Arc S
Demais aparelhos – Alcatel One Touch Evo 7, Archos 53 Platinum, HTC Desire 500, Caterpillar Cat B15, Wiko Cink Five, Wiko Darknight, Lenovo A820, UMi X2, Faea F1 e THL W8.

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Fonte: catracalivre

7 músicos que ganharão filmes biográficos em breve

Alegria de uns, tristeza de outros, os filmes biográficos de artistas resistem e agora mais do que nunca vêm ganhando um espaço maior nas telas.

Claramente, todas as vezes em que houver um lançamento desses, começam os questionamentos: “mas será que vai ser à altura do artista?”, “vão ser fiéis a todos os fatos?”… Estas são algumas das inúmeras reflexões a se ponderar quando pensamos em biografias de figuras célebres.

Listamos aqui 7 biografias de artistas já confirmadas, mas em estágios diferentes de desenvolvimento (todas com cronograma afetado por conta da Covid-19). Confira e conte pra gente nas redes sociais qual te deixa mais empolgado!


Elvis Presley

Expoente importante para a música americana dos anos 50, a vida de Elvis ganhará uma adaptação para o cinema. O artista esteve constantemente no foco de vários documentaristas. Todos eles buscaram retratar tanto a relação abusiva entre ele e o seu agente (Colonel Tom Parker), como as turbulências constantes no decorrer de sua vida.

Desta vez, Presley terá uma cinebiografia que vai retratar várias fases da sua carreira. O filme chega com direção de Baz Luhrmann (O Grande Gatsby, Moulin Rouge) e será protagonizado por Austin Butler (Elvis) e Tom Hanks (Colonel Parker).
Devido à pandemia, só chegará aos cinemas no meio de 2022.


Aretha Franklin
Importante defensora dos direitos civis e da luta das mulheres, Aretha Franklin soma em sua trajetória um total de 8 Grammys, além do título de ser a primeira mulher a entrar para o Rock and Roll Hall Of Fame.

A trama intitulada Respect será protagonizada por Jennifer Hudson, que foi escolhida a dedo pela própria Aretha, antes de sua morte em 2018. O filme já está pronto e tem data de estreia no Brasil: 9 de setembro deste ano.

Confira o trailer:

Bob Dylan
Nos anos 60, os Estados Unidos atravessaram vários acontecimentos importantes como o movimento de contracultura, a Guerra do Vietnã e o avanço dos movimentos por direitos civis. É com todo esse pano de fundo que Bob Dylan também ascende e se torna um nome importante para o Folk americano — o que dura pouco tempo, já que ele começa a transitar para o rock and roll.

Sua cinebiografia, ainda em estágio inicial de desenvolvimento, irá ambientar o ano de 1965, retratando justamente a sua mudança de gênero musical. Timothée Chalamet interpretará Bob Dylan e James Mangold (Garota, Interrompida) assina a direção.

Gucci Mane
Radric Davis, mais conhecido pelo nome artístico de Gucci Mane, é um importante pioneiro e expoente do trap americano. Esta não é a primeira vez que a vida dele é narrada ao grande público.

Em 2017, o rapper lançou sua autobiografia, que inclusive servirá de base para a roteiro do longa-metragem. O próprio Mane assinará a produção executiva e o projeto ainda se encontra em desenvolvimento inicial.


Bob Marley

Apesar de ter tido uma vida curta (faleceu aos 36 anos), Bob Marley deixou um legado imensurável para o Reggae, além de servir como fonte de inspiração para várias cenas musicais e artistas que surgiram na sequência.

O filme contará com produção da família do artista (Ziggy Marley, Rita Marley, Cedella Marley), está engatinhando nos estúdios da Paramount e Reinaldo Marcus Green (Monstros e Homens) assinará a direção.


Madonna

Uma das maiores divas do pop vai ganhar uma cinebiografia. Madonna virou uma grande referência não apenas no seu gênero musical, como também um exemplo de figura feminina na música, ao atuar em diferentes processos de sua própria carreira.

Mas calma que não acaba por aí. Madonna vai co-produzir, co-roteirizar e dirigir o longa-metragem. Todo o processo se encontra em desenvolvimento, ainda sem data de lançamento.

Peggy Lee
Intérprete extremamente marcante para o jazz nos anos 50, Peggy Lee, que teve uma carreira de mais de 60 anos, ganhará uma autobiografia com equipe à altura.

Michelle Williams (indicada ao Oscar) representará Lee nas telas, Reese Witherspoon co-produzirá, e até a Billie Eilish vem sendo cotada para co-produzir o longa-metragem.
O projeto está em estágio inicial de desenvolvimento, sem data de lançamento.

*Por Renata Moniz
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos

Facebook está perdendo popularidade entre os adolescentes

Quem está na internet desde que ‘tudo era mato’ já viu diversas redes sociais nascerem, se popularizarem e acabarem com a mesma rapidez, isso aconteceu com o ICQ, Fotolog, MSN Messenger, Orkut e muitas outras.

Enquanto existem algumas outras que estão aguentando firme a rapidez da atualidade, entre elas, é possível destacar o Facebook e seus outros braços (Instagram e WhatsApp), e o próprio Twitter.

No entanto, em março deste ano, um grupo de pesquisadores realizou um estudo interno que mostrou que o Facebook está perdendo a popularidade entre os adolescentes. O tempo que os jovens norte-americanos passam na plataforma diminuiu em 16%.

A rede também está sendo deixada de lado pelos mais velhos, estes começaram a passar 5% menos tempo no Facebook. Soube-se também que as pessoas começaram a criar contas mais tarde na plataforma.

Anteriormente, os residentes dos Estados Unidos criavam um perfil no Facebook entre os 19 e 20 anos, mas agora isso acontece entre os 24 e 25 anos, isso quando criam uma conta, pois cresceu o número de pessoas que não desejam mais acessar a rede social de Mark Zuckerberg.

Joe Osborne, porta-voz do Facebook, afirmou que os jovens continuam na plataforma, mas que nos últimos anos a concorrência cresceu, com novas redes sociais que também demandam tempo dos adolescentes.

De acordo com a empresa, os próprios adolescentes privam o interesse dos demais, sejam irmãos mais novos, ou amigos próximos. É possível notar que a influência dos jovens em outros jovens é muito forte, pois um tende a copiar os padrões de comportamento dos outros, incluindo o que consumir na internet.

*Por Matheus Barros
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*Fonte: olhardigital

Afinal, porque é tão difícil adotar uma vida saudável? A ciência responde

Hábitos tidos como importantes para se levar uma vida saudável são relativamente conhecidos da população em geral. Contudo, mesmo tendo um “mapa do tesouro”, para a maioria das pessoas é muito difícil mudar os hábitos e passar a se alimentar melhor e fazer mais atividades físicas.

Apesar de uma vida saudável ser algo que pareça individual, os comportamentos ruins relacionados à saúde podem causar um problema social sério no futuro. Estima-se que em 40 anos, seja necessário que uma em cada três pessoas precisem trabalhar com saúde para suprir a demanda.

Estimativas assustadoras

Estima-se que em 2060 a demanda necessária para atender a população seja de que um em cada três pessoas seja um profissional de saúde. Crédito: CC0/Domínio Público
Para efeito de comparação, hoje, apenas uma a cada sete pessoas trabalha na área da saúde, sendo que a preparação para atuar neste campo é bastante complexa e morosa. Porém, este problema tem uma possível solução amplamente conhecida, a adoção de uma vida saudável.

Mas se parece tão simples na teoria, por que é tão difícil para tanta gente mudar de hábitos? A resposta está em nosso cérebro. A dificuldade de mudar de hábitos vai desde alguns mitos, derrubados pela ciência, mas que ainda acreditamos, até em não sermos tão fortes quanto pensamos.

Não é só saber o que fazer
Um desses mitos é o de que basta um médico nos dizer que reduzir o peso corporal vai resolver uma série de problemas de saúde existentes e futuros. Hoje, se sabe muito mais sobre os benefícios da atividade física, por exemplo, do que formas de incentivar as pessoas a se exercitar.

Isso pode querer dizer que existe um clima geral de muito otimismo em relação à autossuficiência das pessoas com a saúde. Ou seja, o pensamento hegemônico é de que basta sabermos os benefícios de algo, sem necessariamente descobrir como convencer as pessoas sobre como adotar esse hábito.

Existe um ditado popular que diz que “de boas intenções, o inferno está cheio”, e boas intenções não são só as que são direcionadas para terceiros. Muitas vezes, nós temos boas intenções para nós mesmos, como comer menos doces ou a velha resolução de ano novo de perder alguns quilos.

“Fraqueza de vontade”

Preparar alimentos saudáveis é mais trabalhoso do que optar por alimentos como fast food, por exemplo. Crédito: CC0/Domínio Público
Porém, só boas intenções não são suficientes para ter uma vida saudável, já que hábitos saudáveis são trabalhosos. Por exemplo, é muito mais difícil levar uma marmita com uma comida caseira do que simplesmente passar em um fast food ou pedir algo no delivery na hora do almoço.

Isso acontece porque a zona de conforto não tem esse nome à toa, ela é bastante confortável. Por mais que tenhamos muita força de vontade, só isso, pode não ser o suficiente para ter uma vida mais saudável.

Prestar atenção em tudo
O desenvolvimento de uma rotina é fruto de uma série de normas e hábitos, desde a distância entre a casa e o trabalho, até o modal de transporte usado para fazer esse trajeto. Sendo assim, mudar toda uma rotina para ter hábitos melhores pode precisar de muito mais do que “só” força de vontade.

A maior parte das escolhas que fazemos no nosso dia-a-dia não é exatamente consciente, mas numa espécie de “piloto automático”. Isso significa que a maior parte da nossa rotina acontece sem que estejamos exatamente prestando atenção naquilo que nós estamos fazendo.

Porém, a adoção de hábitos que levem a uma vida saudável depende de prestarmos bastante atenção em cada passo que estamos tomando e, caso eles possam nos prejudicar, fazer um esforço, esse sim, consciente e até mesmo “antinatural” para mudá-los.

*Por Kaique Lima
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*Fonte: olhardigital

O uso prolongado de computadores e celulares afeta o seu sono desta forma

A tecnologia transformou o significado dos sonhos, fazendo da noite uma espécie de dia virtual

Os sonhos são a paisagem do nosso mundo interior. Enquanto dormimos, nossa imaginação transforma o real, e dessa maneira nos dá um contexto para a experiência diurna. A mente, em sua agitação noturna de imagens e histórias, cria um incessante jogo de esconde-esconde com os sentimentos, com a memória e com nossos interesses e preocupações do dia. Apesar de serem intrinsecamente ambíguos e estarem abertos a múltiplas interpretações, os sonhos têm uma gramática que nos oferece um panorama da arquitetura da mente e das camadas entretecidas de elementos psicológicos que a compõem. Nelas, a atualidade e as vivências do passado recente e remoto convergem em formas notavelmente fluidas.

O uso prolongado de computadores e celulares afeta o seu sono desta forma
Sigmund Freud observou que uma das propriedades do inconsciente é a tolerância às contradições. Elas aparecem com frequência nos sonhos e nos mostram uma habilidade especial da mente para associar coisas que aparentemente carecem de características comuns. O sonho cria novas categorias que de outro modo nunca teríamos notado. Isso não é raro, é parte de sua estranheza comum. Já aconteceu com todos nós: como quando sabemos nesse estado que alguém é o nosso melhor amigo, mesmo que não se pareça com ele. Em outras circunstâncias, insistiríamos em corrigir o mal-entendido, mas não aqui. O sonho é uma experiência subjetiva fora do nosso controle, que nos oferece uma apreciação da interação íntima entre nosso mundo interior e o mundo social em que nos locomovemos.

Por este prisma podemos penetrar nos mistérios da mente e em sua relação com a cultura e a tecnologia. É extraordinário que Freud descobrisse esta chave nas atividades mentais de uma pessoa adormecida. Os sonhos como guia do inconsciente foram a base de suas teorias sobre os pensamentos reprimidos, que afloram enquanto dormimos. O professor de psicologia Daniel Wegner, de Harvard, sustenta que essa descoberta de Freud cria uma ponte com os avanços atuais das neurociências cognitivas. Estudos de imagens cerebrais confirmaram: a desativação da função inibitória da área pré-frontal do córtex cerebral durante o sono permite liberar os pensamentos que foram suprimidos durante a vigília e que contêm fatos relacionados com a memória reprimida.

Ao ligar os aparelhos logo depois de acordar, as imagens digitais substituem o que vivemos enquanto dormíamos

A maioria das pesquisas do sono concorda que ele promove o processamento cognitivo e contribui para a plasticidade cerebral. E que a falta de sono altera a transmissão de sinais no hipocampo, que é a área do cérebro onde se processa a memória em longo prazo. Estas observações foram confirmadas em outras espécies. Os estudos com moscas Drosophila realizados por Jeff Donlea e seus colaboradores da Universidade de Washington mostram que o sono não restaura apenas a capacidade de aprendizagem, mas também melhora a duração das lembranças.

Entretanto, apesar do papel central dos sonhos nos processos mentais, seu significado veio se transformando sob o efeito da tecnologia, porque ela tem a capacidade de nos desvincular do nosso mundo interior. As imagens desses contextos empalidecem em comparação às da realidade aumentada à qual estamos constantemente expostos por meio dos dispositivos inteligentes. É como se fôssemos absorvidos por uma corrente de sonhos pré-fabricados. Fica difícil neutralizar a sobre-excitação que eles causam em nosso cérebro. O uso prolongado do computador, do celular ou da televisão altera o ciclo do sono e transformou a noite praticamente em um dia virtual. Por outro lado, ao ligá-los imediatamente depois de acordar, os sonhos e suas ressonâncias diurnas são deslocados pelas imagens digitais, que disputam nossa atenção e acabam nos seduzindo.

Não obstante, os sonhos continuam sendo a realidade virtual original. São uma experiência intensamente pessoal, e por isso extremamente relevante. Mantêm nossa mente aberta a perguntas nunca antes formuladas, permitem explorar tabus e a falta de sentido, sem que ninguém nos observe nem nos julgue; dão uma imagem a situações que geram ansiedade e a eventos traumáticos, o que ajuda a processá-los. Enquanto sonhamos, nossa experiência noturna nos induz a vislumbrar o vasto reino da imaginação e do pensamento criativo. Como afirma o psicanalista Thomas Ogden, os sonhos permitem brincar livremente com as ideias fora do entorno do controle consciente. Esta liberdade de sonhar é possível graças à proteção da privacidade.

Para o nosso cérebro, o simples fato de ter sonhado já é suficiente, mas aqueles que de vez em quando recordamos podem nos beneficiar significativamente em nossa vida diurna e nos ajudar a refletir sobre seu conteúdo. O que está em jogo é uma conexão essencial com nosso mundo interior. Que pensamentos vêm à mente? Que emoções provocam? O que pode ter precipitado o sonho daquela noite? E se ao despertar a lembrança se evapora, não é preciso se preocupar. De fato, só recordamos cerca de 10% deles. Pense que, afinal de contas, são apenas sonhos.

*Por David Dorenbaum
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*Fonte: elpais-brasil

Novo estudo aponta relação entre células de gordura e doenças degenerativas do cérebro

Uma publicação na revista científica digital iScience sugere que as células de gordura possuem um papel central no desenvolvimento de doenças degenerativas do cérebro e redução de atividades cognitivas.

O estudo, da Universidade de Marshall, em Huntington, West Virginia, observa a relação entre a adiposidade e o ciclo de estresse oxidativo no cérebro, que está relacionado ao envelhecimento precoce e à males, como o de Parkinson.

De acordo com a pesquisa, as células de gordura controlam a resposta sistêmica das funções cerebrais em mamíferos, impedindo a manutenção das bombas de sódio/potássio (Na/K-ATPase), cruciais para memória e cognição. A circulação destas afetam a expressão de importantes proteínas no corpo, mas também sinaizadores do hipocampo, cuja falta pode piorar as atividades neurológicas.

Células de gordura inibem a função regenerativa do cérebro
No teste, os cientistas usaram um rato geneticamente modificado que liberava o peptídeo NaKtide especificamente em adipócitos, para descobrir que eles inibiam as bombas de sódio/potássio. A neutralização do sinalizador nas células de gordura favorecia o mau funcionamento do cérebro da cobaia, levando a doenças e risco incremental de demência.

“Nós queríamos demonstrar que os disparos de bombas de sódio/potássio, especialmente em adipócitos, possuem um papel central para induzir alterações em regiões específicas do cérebro, mais notadamente no hipocampo, que é crítico para a memória e a função cognitiva”, afirma o líder da pesquisa, Joseph I Shapiro.

A pesquisa também concluiu que a alimentação ocidental possui um forte efeito na inflamação das células, que podem resultar no agravamento dessas condições.

“A dieta ocidental induz a estresse de oxidantes e alteração de adipócitos através das bombas de sódio e potássio, que causam inflamações sistêmicas e causam mudanças bioquímicas e comportamentais no cérebro”, afirma Komal Sodhi, primeiro pesquisador do estudo e professor de ciências biomédicas da universidade.


*Por Gabriel D. Lourenço

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*Fonte: olhardigital

O segredo do sucesso de ‘Amélie Poulain’, 20 anos: “Fala de coisas positivas, dos prazeres da vida”

Jean-Pierre Jeunet, diretor do filme que criou tendência e lançou Audrey Tautou à fama, explica o seu cinema em festival

Jean-Pierre Jeunet não parece cansado de falar de Amélie Poulain. Faz isso desde que o filme francês estourou nas bilheterias em 2001, que o corte de cabelo de sua protagonista, a jovem Audrey Tautou, fosse copiado à exaustão, seu pôster ficasse pendurado em milhares de quartos e sua música fosse ouvida nos cantos mais longínquos. Este ano, por ocasião do 20º aniversário do filme, voltou a trabalhar muito, sem esquecermos de Delicatessen, que codirigiu com Marc Caro e está completando 30 anos. “Esses dois filmes estão na primeira fila. Há tantos filmes quanto moléculas de água nas Cataratas do Niágara, mas com esses dois posso dizer que deixei uma marca no cinema”, disse Jeunet, 68 anos, horas antes de receber nesta sexta-feira a Palmeira de Honra da Mostra de Valência – Cinema do Mediterrâneo, que se encerra neste domingo.

O festival valenciano, como antes o de Cannes, que rejeitou o filme na sua seção oficial, também lembrou de O fabuloso destino de Amélie Poulain, um filme que continua a ser tema de teses universitárias. Qual foi o segredo do sucesso? “Uma coisa que toca a alma de todos é que seja uma personagem tão generosa, que realiza atos de generosidade sem pedir nada em troca. Amélie fala de coisas positivas, de pequenos prazeres da vida, como colocar a mão em um saco de sementes. E contém muitas histórias engraçadas, como a do anão de jardim que passeia pelo mundo todo. Também há coisas estranhas, como quando vemos o coração batendo, há também a descoberta de Audrey, a música [de Yann Tiersen] é extraordinária e há uma visão muito romântica de Paris. É uma mistura de muitas coisas diferentes.”

O filme fez um sucesso estrondoso, com mais de 35 milhões de espectadores, definiu tendências, criou um estilo entre o naive e o cintilante, com uma estética de desenhos animados, cores saturadas. É um dos filmes franceses mais influentes do século 21, de acordo com algumas publicações. Mas também foi menosprezado, chamado de brega, adocicado e escapista, críticas que se acentuaram ao longo do tempo em setores feministas, por exemplo. Afirmam que a protagonista perpetua o papel da mulher tradicional em busca do homem ideal, do companheiro que resolva todos os seus problemas, entre outras questões. Um crítico argumentou que na Paris de Amélie não aparecem personagens negros nem árabes, que a imagem da cidade foi branqueada.

“O longa fala de coisas positivas. Há um monte de filmes violentos que tratam da violência e das coisas negativas, há muitos mais. Fazer algo que faça bem às pessoas, que seja agradável, sem ser algo muito calculado, mas sim bastante espontâneo, é bastante difícil. E naquela época ainda não existia o chamado feel good movie”, explica. O diretor de Eterno Amor e Alien —a ressurreição, se refere ao subgênero da indústria cinematográfica que engloba filmes para “fazer o público se sentir bem”, entre os quais costumam incluir Simplesmente amor, La La Land e Intocáveis— este último tirou de Amélie o título de filme francês de maior bilheteria da história.

“Ainda não comecei minha desconstrução”, brinca Jeunet sobre as deficiências atribuídas a Amélie. “Alguém da produção se dedicou a contar as críticas publicadas e encontrou 450 positivas e cinco negativas. Há uma pessoa, um crítico, que sempre me critica. Um dia acordei suando de manhã porque havia recebido uma crítica muito positiva dele. E, na verdade, no filme também há personagens árabes no armazém ou nas estações, uma lésbica se aproxima da protagonista… “.

Como criador, Jeunet não gosta da realidade: “Eu me sinto mais como um pintor que quer mostrar o mundo à sua maneira, como nas pinturas de Turner, veem-se as coisas de forma diferente do que na realidade. Gosto muito do cinema de animação, os cineastas que transformam o mundo, como Tim Burton e Jacques Tati. Filmar a realidade me parece tão desinteressante como tirar uma fotocópia. Para isso, é melhor fazer documentários, como me dizia Marc Caro. Como espectador, gosto de cinema realista, por exemplo, o de Mike Leigh, mas como cineasta, não”.

Ele também não gosta de ver tanta polêmica em tudo, nos noticiários, nas redes de televisão, no cinema, tudo é taxado de polêmico. “Se alguém me visse assim de cabeça baixa, poderia dizer que é um desprezo pelo cinema espanhol. Enfim”, observa. Não pode falar da polêmica na França em torno do filme BAC Nord: sob pressão, elogiado por sua linguagem cinematográfica e desqualificado por sua suposta ideologia de extrema direita, porque não o viu. Tampouco viu Titane de Julia Ducournau, o inovador filme francês que comoveu e ganhou o último Festival de Cinema de Cannes. “Vi o anterior e foi suficiente”, diz ele com um gesto de rejeição, referindo-se ao longa-metragem Grave.

O diretor agora espera para ver como repercute seu último longa-metragem, produzido pela Netflix, Bigbud. Há nele “inteligência artificial, robôs, futuro, também política. Só posso dizer que quem gosta do meu cinema vai adorar e quem odeia vai adorar odiá-lo “, afirma.

*Por Ferran Bono
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*Fonte: elpais-brasil

Pearl Jam, como sobreviver ao ‘grunge’ em 10 passos

Há 30 anos era lançado ‘Ten’, o debut da banda de Eddie Vedder. Hoje, é um dos discos de rock mais vendidos de todos os tempos e esse e praticamente o único grupo de sua geração vivo e em forma. Aqui nos aventuramos a explicar os segredos desta longevidade

Há exatos 30 anos, o Pearl Jam era uma banda ainda semidesconhecida. Tinha feito seu primeiro show em um café em Seattle, em outubro de 1990. Seu prestígio no palco começava a dar um salto no circuito underground, assinaram contrato com o selo Epic e, em agosto, seu primeiro álbum, Ten, era lançado com pouca repercussão. Em outubro de 1991, o Red Hot Chili Peppers, que já era muito popular, os convidou como artistas de abertura para sua turnê em arenas nos EUA, ao lado de outra banda estreante chamada Smashing Pumpkins. Nas datas finais, coincidindo com o Natal, o Nirvana substituiu o grupo de Billy Corgan. Obviamente, hoje essas apresentações são lembradas como a turnê dos sonhos, e a pedra fundamental do boom do rock alternativo, embora na época nenhum de seus protagonistas previsse o que iria acontecer.

Em janeiro de 1992, o Nevermind tirava Michael Jackson do primeiro lugar nas paradas nos Estados Unidos e, em meados desse ano, Ten se tornaria finalmente um best-seller mundial. O grunge era o estilo da moda, tornando-se o grande modelo de sucesso e monopolizando a hegemonia no rock mundial, e a legião de bandas que aderiam à onda não parava de crescer. Os empresários e as gravadoras começavam a dizer aos grupos de rock: “Você precisa ter um som mais Seattle.” Mas muito poucos sobreviveram a isso. O destino do Nirvana é bem conhecido, e seu caso não foi o único. Os líderes de Alice In Chains, Stone Temple Pilots e Soundgarden também se perderam pelo caminho, morrendo por suicídio ou overdose, e todas as outras bandas de renome se dissolveram.

O Pearl Jam é a grande exceção e, 30 anos depois, continua a honrar o refrão de seu primeiro single, Alive: “I’m still alive” (ainda estou vivo). Aqui vão 10 pontos que podem ajudar a explicar isso.

Seus shows
Em uma pesquisa com seus leitores, a revista Rolling Stone classificou o Pearl Jam como a oitava melhor banda ao vivo de todos os tempos. Sua competência ao vivo foi sua maior cartada desde o início. Em 15 de fevereiro de 1992 estiveram pela primeira vez na Espanha, na sala de espetáculos Revolver, em Madri. Lá reuniram 400 pessoas. Maite Díez, então sua chefa de produto na Espanha, assim recorda aquele dia: “Foi um dos melhores shows que vi na minha vida, e já vi muitos! Seu som era impecável e seu desempenho era de uma potência, intensidade e emoção que me impactaram para a vida toda. O Pearl Jam tinha desenvoltura, talento e qualidade desde o início”. Mais importante ainda é que essa energia permaneceu intacta ao longo dos anos. Em seu regresso à capital espanhola, em 2006, diante de 15.000 pessoas no Palácio dos Esportes, é este cronista que se lembra do show como um espetáculo majestoso e inesquecível, com a banda aproveitando o seu já imenso repertório e tocando com rendimento pleno durante duas horas e meia. Não há lembrança de um show ruim do Pearl Jam.

São uma banda de rock clássico, mas com personalidade
Se comparados a seus companheiros da geração grunge, o Pearl Jam tinha raízes no rock clássico e no hard rock, sem medo de solos de guitarra nem das pegadas melódicas. Seu som não incomodava como outros que podiam se aproximar mais do punk ou do thrash metal. “Essa combinação de melodias comerciais com som de rock lhes dava esse potencial para fazer as massas se apaixonarem. Eram como a grande banda que faltava”, afirma Maite Díez.

Souberam escolher bem os amigos
Em meados da década de 1990, a indústria fonográfica enlouqueceu com o grunge, mas os membros do Pearl Jam tiveram a habilidade de se aconselharem com bandas alternativas com convicções fortes, mais experiência e os pés no chão. No livro El pop después del fin del pop (de 2004), do jornalista Pablo Gil, Eddie Vedder lhe diz: “Acho que tivemos muita sorte de poder conhecer pessoas que são mais inteligentes do que nós e aprender com elas. Gente como o Sonic Youth, com quem fizemos uma ótima turnê, ou Ian MacKaye, do Fugazi. Esse tipo de experiência é o que moldou quem somos”. Embora o mais fundamental de todos tenha sido Neil Young, para quem eles chegaram a tocar como uma banda ao vivo quando estavam no auge da popularidade e com quem gravaram um álbum, Mirror Ball, em 1995. O Pearl Jam continua encerrando muitos de seus shows com uma versão de Rockin ‘In The Free World do músico canadense.

Sua unidade e fidelidade como banda
A imagem da capa do Ten, com as mãos de todos os componentes entrelaçadas e erguidas para o céu, é plenamente representativa deste aspecto. É verdade que eles não tiveram tanta sorte com os bateristas (chegaram a contar com cinco), mas seu núcleo duro, composto por Vedder (voz), Stone Gossard e Mike McCready (guitarras) e Jeff Ament (baixo), se manteve sólido e imperturbável. Em El pop después del fin del pop, Vedder também dizia: “Em qualquer relacionamento longo é necessário um alto nível de comunicação. Certas coisas que em geral não são ditas, ficam mais simples”. Não há também lembranças de conflitos de ego entre os membros do grupo nem mesmo projetos paralelos. Incursões solo, como as do vocalista, foram discretas, sem ameaçar a primazia da banda.

Acreditavam no que faziam e iam com tudo
No capítulo dedicado ao grunge no livro Teen Spirit: De viaje por el pop independiente (2003), de Javier Blanquez e Juan Manuel Freire, o músico Steve Turner, do grupo Seattle Mudhoney, contava que os membros do Pearl Jam sempre foram ambiciosos e estavam dispostos a fazer de tudo para se tornarem grandiosos. Ele sabia disso com razão, pois já em 1984 Turner tocara na influente banda Green River com Gossard e Ament e os viu crescer como músicos. Maite Díez confirma que “desde o início estava claro que queriam transcender. Sua vida era esse grupo, essas canções. Não percebi insegurança em nenhum momento, sabiam o que faziam e faziam muito bem, desde muito jovens todos eram grandes músicos. Além disso, conheciam bem os meandros do negócio, principalmente Stone Gossard, o mais “relações públicas” do grupo, que tinha o discurso mais elaborado com a mídia”.

Sabiam até onde poderiam ir em seu compromisso social
Há uma piada que diz: “Quantos componentes do Pearl Jam são necessários para trocar uma lâmpada?”. Eles respondem: “Mudar? Nunca vamos mudar!”. Como muitos de seus colegas de geração, eles sempre tiveram uma atitude de desconfiança em relação à grande indústria, mas, ao mesmo tempo, sabiam nadar dentro dela, agindo com cautela para não boicotarem seu crescimento como banda. Já com Ten, Vedder se opôs ao desejo de sua gravadora de lançar a música Black como single porque a considerava muito pessoal e não queria que esse tipo de exposição a pervertesse. Ele também se recusou a fazer videoclipes durante um tempo e uma promoção descontrolada; quis o vinil quando ninguém o buscava… Mas seu momento de maior conflito foi quando, em 1994, entraram com uma ação contra a empresa multinacional de venda de ingressos Ticketmaster por atividades monopolísticas e por não permitir que a banda controlasse o preço das entradas, que não queria que ficasse acima de 20 dólares (115 reais). Isso dificultou muito a realização de suas turnês seguintes, já que a Ticketmaster tinha contratos de exclusividade com a maioria das grandes casas de shows nos Estados Unidos, e seus fãs ficavam nervosos porque era muito difícil conseguir entradas para vê-los. Perderam a batalha judicial e até mesmo seu futuro como banda chegou a ser ameaçado. Em 1998, desistiram da luta e voltaram a trabalhar com a empresa. No entanto, por meio da Fundação Vitalogy, permanecem altamente comprometidos com questões como mudanças climáticas, apoio aos sem-teto e comunidades indígenas.

Tratamento dado aos fãs
O jornalista Bruno Galindo, que trabalhou como chefe de produto do Pearl Jam na Epic entre 1991 e 1992, pouco antes de Maite Díez, afirma que sua política de proximidade com o público é um dos fatores básicos para alcançarem essa longevidade. Além da já mencionada ação de fiscalização dos preços dos ingressos, mantêm desde 1990 o Ten Club, um fã-clube como os antigos para o qual gravaram singles exclusivos, editam um fanzine, permitem o download de shows completos e oferecem acesso prioritário para vendas de ingressos. Também importante para a sua sobrevivência foi o modo como lidaram com a tragédia no festival Roskilde, na Dinamarca, no verão de 2000. Enquanto o Pearl Jam se apresentava, um corre-corre e uma falha de segurança causaram a morte de nove pessoas. Quando se deram conta, interromperam o show para evitar uma grande catástrofe e cancelaram os agendados, ficando um tempo afastados dos palcos.

Uma discografia com poucos altos e baixos
É verdade que os cinco álbuns que lançaram na década de 1990 (Ten foi seguido por Vs em 1993, Vitalogy em 1994, No Code em 1996 e Yield em 1998) brilham com muito mais intensidade do que sua discografia subsequente, mas a banda compensou isso sem baixar demais o perfil e aumentando seu valor com os shows. Galindo vê um algo mais no fato de terem mantido “um som homogêneo sem grandes saltos ou mudanças no tempo”. Maite Díez, que continuou trabalhando com o Pearl Jam até eles deixarem a Sony em 2002, descreve sua carreira como “exemplar”. “Souberam se adaptar ao sucesso, que é sempre perturbador, à pressão de compor um disco após o outro, e permanecer na crista da onda em todo esse processo sem concessões para um pop rock mais suave”, avalia Díez. Mantiveram essa característica ao longo dos anos, sem recorrer a experimentos que pudessem decepcionar seu público.

Eddie Vedder
O cantor e líder indiscutível foi quem fez a diferença quando chegou a Seattle, vindo de San Diego, e cantou nas primeiras exibições, improvisando sobre as músicas previamente compostas pela banda. Sua força, empatia e poder de comunicação emocional o tornaram um dos vocalistas mais carismáticos —e imitados— do rock contemporâneo, como também um certo ar de mistério e não ter sucumbindo à superexposição do olhar do público e às tentações do estrelato do rock. Maite Díez conta que, na primeira vez que os ouviu, sentiu que “sua voz penetrante fazia estremecer até um morto”. Ao conhecê-lo, descobriu que “Eddie pode parecer tímido, mas essa timidez era talvez uma forma de se esconder. É um homem indiscutivelmente atraente e não queria entrar no jogo de se tornar um sex symbol. Só queria ser um músico de prestígio. Esse desejo de anonimato foi se radicalizando com o tempo, mas, sim, ele tem muito carisma, é muito simpático e extremamente educado”. Bruno Galindo o conheceu um pouco antes, quando foi com o saudoso jornalista Joaquín Luqui a um show para a imprensa no lendário CBGB, em Nova York, em 8 de novembro de 1991. Recorda que viu no vocalista esse carisma e proximidade, mas, sobretudo, um fã de música maravilhado por tocar em um lugar em que sempre sonhara em estar.

A interação entre o som e as letras
Embora tenhamos dito antes que o som deles não incomodava, o Pearl Jam foi inteligente o suficiente para que as letras incomodassem, sim, mas não se notasse. Em Ten, Eddie Vedder cantava sobre traumas familiares, doenças mentais, pessoas sem-teto e adolescentes se tornando assassinos e, no entanto, essas vibrações ruins não perturbavam, convertiam a banda em uma força arrebatadora épica e de liberação. Ao longo de sua carreira, continuaram a tratar de forma pessoal questões muito complexas, que expunham outra visão da juventude, e apresentavam, com grande empatia emocional, sem cair no egocentrismo exagerado, o diagnóstico de uma sociedade doente. Como se estivesse lutando para disfarçar a própria fragilidade, Vedder parece se retratar em suas canções como um homem que a todo momento se faz perguntas sobre o mundo ao seu redor. Sem querer, eles foram a voz de uma geração, mas nunca se acomodaram nisso.

*Por David Saavedra
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*Fonte: elpais-brasil

Pessoas maduras procuram a felicidade e não a opinião dos outros

Pessoas maduras procuram a felicidade e não a opinião dos outros.

PESSOAS MADURAS NÃO QUEREM TER ENCRENCAS COM NINGUÉM, NÃO SE COMPARAM COM OS OUTROS, NEM SE INTROMETEM ONDE NÃO SÃO CHAMADAS.

Não é nada fácil deixar de opinar sobre a vida de quem amamos, pois queremos que ele acerte, que sua vida dê certo.

Pais opinam com propriedade e devem orientar sempre seus filhos, pois isso faz parte da responsabilidade parental, mas, quando não temos responsabilidade alguma com a pessoa e nem fomos chamados para opinar, o silêncio deve prevalecer.

Mesmo assim, existem pessoas que jamais conseguirão se controlar e irão se intrometer nas nossas vidas, mesmo que nem haja intimidade suficiente para tanto. Ainda que ninguém tenha perguntado o que elas acham.

Caberá, então, a nós lidar com as intromissões da melhor forma possível, no sentido de nos resguardarmos e de não nos importarmos com os pitacos que não são bem vindos.

Também não dá para nos fecharmos a toda e qualquer opinião alheia, uma vez que existe quem torça realmente por nós e se importa com a nossa vida de forma verdadeira e bondosa.

Muitas vezes, quando estamos em meio a um redemoinho emocional, por exemplo, ficamos mais vulneráveis, sensíveis, enfraquecidos, o que pode nublar nossas tomadas de decisão.

Nesses casos, orientações de quem enxerga o caos de fora podem ajudar bastante. Mas de alguém confiável.

NA VERDADE, QUANTO MAIS A GENTE VIVE, MAIS A GENTE APRENDE A SELECIONAR O QUE CHEGA E O QUE SAI DE NOSSAS VIDAS.

Mais a gente consegue filtrar o que vem nos atingir, porque a gente percebe que é preciso proteger o nosso coração daquilo que nos torna infelizes.

O amadurecimento faz a gente buscar com mais força a felicidade, porque entendemos que tudo passa, e passa rápido, ou seja, o que é bom precisa ser vivido, revivido, sentido e guardado com intensidade.

O objetivo da vida é ser feliz, do seu jeito, com quem você ama, perto de quem te faz bem, fazendo o que te emociona, sem machucar ninguém nessa caminhada.

Pessoas maduras não querem ter encrencas com ninguém, não se comparam com os outros, nem se intrometem onde não são chamadas. E ainda selecionam com o que se importar, pois estão ocupadas em sorrir e em afastar a tristeza, sem azucrinar a paciência alheia.

É tão lindo vê-las cuidando da própria vida. Ah, essas pessoas maduras…

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*Fonte: seuamigoguru

Há 115 anos – Santos Dumont Realizava o Primeiro Voo Homologado da História

O brasileiro estreou sua criação em 1906, durante demonstração em Paris. Confira o episódio de hoje do ‘Aventuras em 1 minuto’

Percorrendo 70 metros de distância a apenas 2 metros de altura do chão, o dia 23 de outubro de 1906 era marcado como a data em que Santos Dumont colocava em prática o primeiro voo livre com um objeto que conseguia voar sendo mais pesado que o ar.

A criação do avião não apenas possibilitava que o item planasse pelos ares, como acoplou o brasileiro como piloto e inovou como forma de transporte. Porém, o que antecede o feito do histórico em Paris foi ainda mais complexo.

Essas e outras informações foram detalhadas no último vídeo da série “Aventuras em 1 Minuto”, que comemora os 115 anos do primeiro voo de sucesso da criação mais famosa do inventor mineiro.

*Por
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*Fonte:

Por que algoritmos das redes sociais estão cada vez mais perigosos, na visão de pioneiro da Inteligência Artificial

Stuart Russell, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, dedica-se há décadas ao estudo da Inteligência Artificial (IA), mas também é um de seus mais conhecidos críticos – ao menos do modelo de IA que ele ainda vê como “padrão” pelo mundo.

Russell tem advertido que o modelo predominante de Inteligência Artificial é, em sua opinião, uma ameaça à sobrevivência dos seres humanos.

Mas – à diferença dos enredos de filmes de Hollywood sobre o assunto – não porque ele ache que essas tecnologias vão se tornar conscientes e se voltar contra nós.

A preocupação principal de Russell é com a forma como essa inteligência tem sido programada por seus desenvolvedores humanos: elas são incumbidas de otimizar ao máximo possível suas tarefas, basicamente a qualquer custo.

E, assim, tornam-se “cegas” e indiferentes aos problemas (ou, em última instância, à destruição) que podem causar aos humanos.

Para explicar isso à BBC News Brasil, Russell usa a metáfora de um gênio de lâmpada atendendo aos desejos de seu mestre: “você pede ao gênio que te torne a pessoa mais rica do mundo, e assim acontece – mas só porque o gênio fez o resto das pessoas desaparecerem”, diz.

“(Na IA) construímos máquinas com o que chamo de modelos padrão: elas recebem objetivos que têm de conquistar ou otimizar, (ou seja), para os quais têm de encontrar a melhor solução possível. E aí levam a cabo essa ação.”

Mesmo que essa ação seja, na prática, prejudicial aos humanos, ele argumenta.
“Se construirmos a Inteligência Artificial de modo a otimizar um objetivo fixo dado por nós, elas (máquinas) serão quase como psicopatas – perseguindo esse objetivo e sendo completamente alheias a todo o restante, até mesmo se pedirmos a elas que parem.”

Um exemplo cotidiano disso, opina Russell, são os algoritmos que regem as redes sociais – que ficaram tão em evidência com a pane global que afetou Facebook, Instagram e WhatsApp durante cerca de seis horas em uma segunda-feira no início de outubro.

A tarefa principal desses algoritmos é favorecer a experiência do usuário nas redes sociais – por exemplo, coletando o máximo de informações possível sobre esse usuário e fornecendo a ele conteúdo que se adeque a suas preferências, fazendo com que ele permaneça mais tempo conectado.

Mesmo que isso ocorra às custas do bem-estar desse usuário ou da cidadania global, prossegue o pesquisador.

‘Se construirmos a Inteligência Artificial de modo a otimizar um objetivo fixo dado por nós, elas (máquinas) serão quase como psicopatas – perseguindo esse objetivo e sendo completamente alheias a todo o restante, até mesmo se pedirmos a elas que parem.’

“As redes sociais criam vício, depressão, disfunção social, talvez extremismo, polarização da sociedade, talvez contribuam para espalhar desinformação. E está claro que seus algoritmos estão projetados para otimizar um objetivo: que as pessoas cliquem, que passem mais tempo engajadas com o conteúdo”, pontua Russell.

“E, ao otimizar essas quantidades, podem estar causando enormes problemas para a sociedade.”

No entanto, prossegue Russell, esses algoritmos não sofrem escrutínio o bastante para que possam ser verificados ou “consertados” – dessa forma, seguem trabalhando para otimizar seu objetivo, indiferentes ao dano colateral.

“(As redes sociais) não apenas estão otimizando a coisa errada, como também estão manipulando as pessoas, porque ao manipulá-las consegue-se aumentar seu engajamento. Se posso tornar você mais previsível, por exemplo transformando você em uma eco-terrorista extremista, posso te mandar conteúdo eco-terrorista e ter certeza de que você vai clicar, e assim maximizar meus cliques.”

Essas críticas foram reforçadas no início de outubro pela ex-funcionária do Facebook (e atual informante) Frances Haugen, que depôs em audiência no Congresso americano e afirmou que os sites e aplicativos da rede social “trazem danos às crianças, provocam divisões e enfraquecem a democracia”. O Facebook reagiu dizendo que Haugen não tem conhecimento suficiente para fazer tais afirmações.

IA com ‘valores humanos’
Russell, por sua vez, detalhará suas teorias a um público de pesquisadores brasileiros em 13 de outubro, durante a conferência magna do encontro da Academia Brasileira de Ciências, virtualmente.

O pesquisador, autor de Compatibilidade Humana: Inteligência Artificial e o Problema de Controle (sem versão no Brasil), é considerado pioneiro no campo que chama de “Inteligência Artificial compatível com a existência humana”.

“Precisamos de um tipo completamente diferente de sistemas de IA”, opina ele à BBC News Brasil.

Esse tipo de IA, prossegue, teria de “saber” que possui limitações, que não pode cumprir seus objetivos a qualquer custo e que, mesmo sendo uma máquina, pode estar errado.

“Isso faria essa inteligência se comportar de um modo completamente diferente, mais cauteloso, (…) que vai pedir permissão antes de fazer algo quando não tiver certeza de se é o que queremos. E, no caso mais extremo, que queira ser desligada para não fazer algo que vá nos prejudicar. Essa é a minha principal mensagem.”

A teoria defendida por Russell não é consenso: há quem não considere ameaçador esse modelo vigente de Inteligência Artificial.

Um exemplo famoso dos dois lados desse debate ocorreu alguns anos atrás, em uma discordância pública entre os empresários de tecnologia Mark Zuckerberg e Elon Musk.

Uma reportagem do The New York Times contou que, em um jantar ocorrido em 2014, os dois empresários debateram entre si: Musk apontou que “genuinamente acreditava no perigo” de a Inteligência Artificial se tornar superior e subjugar os humanos.

Zuckerberg, porém, opinou que Musk estava sendo alarmista.

Em entrevista no mesmo ano, o criador do Facebook se considerou um “otimista” quanto à Inteligência Artificial e afirmou que críticos, como Musk, “estavam pintando cenários apocalípticos e irresponsáveis”.

“Sempre que ouço gente dizendo que a IA vai prejudicar as pessoas no futuro, penso que a tecnologia geralmente pode ser usada para o bem e para o mal, e você precisa ter cuidado a respeito de como a constrói e como ela vai ser usada. Mas acho questionável que se argumente por reduzir o ritmo do processo de IA. Não consigo entender isso.”

Já Musk argumentou que a IA é “potencialmente mais perigosa do que ogivas nucleares”.

Um lento e invisível ‘desastre nuclear’
Stuart Russell se soma à preocupação de Musk e também traça paralelos com os perigos da corrida nuclear.

“Acho que muitos (especialistas em tecnologia) consideram esse argumento (dos perigos da IA) ameaçador porque ele basicamente diz: ‘a disciplina a que nos dedicamos há diversas décadas é potencialmente um grande risco’. Algumas pessoas veem isso como ser contrário à Inteligência Artificial”, sustenta Russell.

“Mark Zuckerberg acha que os comentários de Elon Musk são anti-IA, mas isso me parece ridículo. É como dizer que a advertência de que uma bomba nuclear pode explodir é um argumento antifísica. Não é antifísica, é um complemento à física, por ter-se criado uma tecnologia tão poderosa que pode destruir o mundo. E de fato tivemos (os acidentes nucleares de) Chernobyl, Fukushima, e a indústria foi dizimada porque não prestou atenção suficiente aos riscos. Então, se você quer obter os benefícios da IA, tem de prestar atenção aos riscos.”

O atual descontrole sobre os algoritmos das redes sociais, argumenta Russell, pode causar “enormes problemas para a sociedade” também em escala global, mas, diferentemente de um desastre nuclear, “lentamente e de modo quase invisível”.

Como, então, reverter esse curso?

Para Russell, talvez seja necessário um redesenho completo dos algoritmos das redes sociais. Mas, antes, é preciso conhecê-los a fundo, opina.

Russell aponta que no Facebook, por exemplo, nem mesmo o conselho independente encarregado de supervisionar a rede social tem acesso pleno ao algoritmo que faz a curadoria do conteúdo visto pelos usuários.

“Mas há um grupo grande de pesquisadores e um grande projeto em curso na Parceria Global em IA (GPAI, na sigla em inglês), trabalhando com uma grande rede social que não posso identificar, para obter acesso a dados e fazer experimentos”, diz Russell.

“O principal é fazer experimentos com grupos de controle, ver com as pessoas o que está causando a polarização social e a depressão, e (verificar) se mudar o algoritmo melhora isso.”

“Não estou dizendo para as pessoas pararem de usar as redes sociais, nem que elas são inerentemente más”, prossegue Russell. “(O problema) é a forma como os algoritmos funcionam, o uso de likes, de subir conteúdos (com base em preferências) ou de jogá-los para baixo. O modo como o algoritmo escolhe o que colocar no seu feed parece ser baseado em métricas prejudiciais às pessoas. Então precisamos colocar o benefício do usuário como objetivo principal e isso vai fazer as coisas funcionarem melhor e as pessoas ficarão felizes em usar seus sistemas.”

Não haverá uma resposta única sobre o que é “benéfico”. Portanto, argumenta o pesquisador, os algoritmos terão de adaptar esse conceito para cada usuário, individualmente – uma tarefa que, ele próprio admite, não é nada fácil. “Na verdade, essa (área das redes sociais) seria uma das mais difíceis onde se colocar em prática esse novo modelo de IA”, afirma.

“Acho que realmente teriam que começar do zero a coisa toda. É possível que acabemos entendendo a diferença entre manipulação aceitável e inaceitável. Por exemplo, no sistema educacional, manipulamos as crianças para torná-las cidadãos conhecedores, capazes, bem-sucedidos e bem integrados – e consideramos isso aceitável. Mas se o mesmo processo tornasse as crianças terroristas, seria uma manipulação inaceitável. Como, exatamente, diferenciar entre ambos? É uma questão bem difícil. As redes sociais realmente suscitam esses questionamentos bastante difíceis, que até filósofos têm dificuldade em responder.”

*Por Paula Adamo Idoeta
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*Fonte: bbc-brasil