Dia: 6 de outubro, 2021
A estratégia simples da Nike que ajudou Steve Jobs a salvar a Apple
Em 1997, quando Steve Jobs voltou ao comando da Apple, companhia fundada por ele havia duas décadas, a situação por ali estava longe de ser promissora.
A empresa havia perdido para a Microsoft a corrida pelos microcomputadores pessoais. Com dívidas elevadas e o risco de fechar as portas, boa parte do mercado de tecnologia via a Apple como negócio ultrapassado.
Um ponto de virada importante na história da empresa, hoje uma gigante avaliada pelo mercado em 2,3 trilhões de dólares, foi uma comparação feita por Jobs durante um encontro com funcionários da companhia em 1997.
Relembrado pelo colunista Jason Aten, da revista americana de empreendedorismo Inc.com, o discurso de Jobs serve de lição a todo empreendedor às voltas com dúvidas sobre como posicionar um produto ou serviço diante do mercado.
Na reunião com funcionários, Jobs reforçou a necessidade de transformar de novo a Apple numa marca valiosa. O tema era uma verdadeira obsessão para ele, que costumava acompanhar propagandas de empresas desejadas pelo mercado naquele momento. Uma delas era a fabricante de artigos esportivos Nike.
No relato de Aten, Jobs falou o seguinte aos funcionários da Apple:
A Nike vende uma commodity; eles vendem tênis. Ainda assim, quando você pensa na Nike, você sente algo diferente do que sente ao pensar numa companhia de sapatos. Nas publicidades deles, você vocês sabem, eles nunca falam sobre os solados especiais, e como os solados deles são melhores que os da Reebok. O que a Nike faz nas propagandas deles? Eles prestigiam grandes atletas e prestigiam um estilo de vida ligado aos esportes. É isso o que eles de fato fazem.
Steve Jobs
Jobs usou várias palavras para descrever o que Aten resume em duas — “Sem produtos” — como sendo a estratégia de marketing da Apple dali para frente.
Ou seja, em vez de ficar falando das qualidades técnicas dos produtos da Apple, a lição aprendida por Jobs com os comerciais da Nike é a de apostar num marketing calcado em ideias de um futuro melhor e mais desejável para os potenciais consumidores.
Para Aten, as palavras de Jobs foram aspiracionais. A partir dali, a companhia investiu no slogan Think Different (Pense Diferente) e em campanhas publicitárias associando a marca a figuras visionárias em suas áreas de atuação, como Mahatma Gandhi, Muhammad Ali, Martin Luther King Jr, Einstein e Richard Branson.
Segundo o colunista da Inc.com, a campanha publicitária transformou a Apple de uma fabricante de computadores beges sem-graça numa companhia capaz de lançar o iMac, modelo icônico na virada dos anos 2000 pelo design inovador, com CPU e teclados embutidos numa peça só fabricada em cores berrantes como laranja e violeta.
Anos mais tarde, a empresa viria mudar radicalmente a maneira de consumir música, com os iPods, e de fazer a interação digital, com os iPhones. Tudo isso a partir de uma estratégia de posicionamento de marca básica, porém poderosa, inspirada na Nike.
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*Fonte: exame
A ciência explica como o hábito de reclamar adoece o nosso cérebro
Por que as pessoas se queixam? Certamente que não é apenas para torturar os outros com sua negatividade, como muitos poderiam pensar. Muitas pessoas têm o hábito de reclamar, talvez para exteriorizar suas emoções e pensamentos, talvez para desabafar e se sentir melhor, e até aí, tudo bem, é importante mesmo expressar suas emoções.
Mas a ciência sugere que existem algumas falhas graves nesse raciocínio. Porque ao tornar a queixa uma constante, não apenas expressa uma carga enorme de negatividade que, além de não fazer a pessoa se sentir melhor, também contagia os ouvintes, fazendo com que eles se sintam piores. “As pessoas não peidam em elevadores mais do que precisam. ficar se queixando o tempo todo é semelhante a peidar emocionalmente em uma área fechada. Parece uma boa ideia, mas é muito danoso”, disse o psicólogo Jeffrey Lohr, elucidando a tese de forma memorável.
Dessa forma a ciência afirma que o hábito de reclamar não nos faz bem. Expressar essa negatividade pode fazer com que nos sintamos ainda pior. Desabafar por meio das emoções pode parecer uma boa ideia, porém, geralmente, não é. Tanto para quem se queixa o tempo todo, como para quem ouve.
O filósofo e cientista da computação, o americano Steven Parton também decidiu estudar por que o hábito de reclamar altera negativamente o humor da pessoa, podendo criar um estado permanente de baixo-astral em alguns indivíduos. Segundo ele, o cérebro constrói suas conexões com base em tudo a que é repetidamente exposto. Portanto, se alguém está habituado a fazer reclamações e ter pensamentos negativos, o órgão buscará fazer isso novamente, já que esse é o caminho mais fácil, pois ele já saberá por onde seguir. A boa notícia é que isso também acontece da forma contrária, com o pensamento positivo e a gratidão. Aqui estão três das maneiras que ele afirma que reclamar prejudica sua saúde:
1 – Queixas consolidam as sinapses da negatividade
Neste instante nosso cérebro está produzindo muitíssimas sinapses. Quando pensamos um neurônio libera uma série de neurotransmissores, por meio dos quais um neurônio se comunica com outro. E, assim, estabelece uma espécie de ponte através da qual passa um sinal elétrico. Desta forma é transmitida a informação no cérebro.
É interessante observar que a cada vez que se produz uma sinapse, esse caminho se completa. Desta forma são criadas verdadeiras autopistas neurais em nosso cérebro. São elas que nos permitem, por exemplo, dirigir de maneira automática ou caminhar sem ter de pensar como movemos os pés.
Estes circuitos não são estáticos. A função prática pode mudar, debilitar-se ou consolidar-se. Obviamente que, quanto mais sólida seja essa conexão, mais rápida chegará a informação e mais eficiente seremos ao realizar essa atividade.
O problema é o seguinte: quando nos queixamos, nossos pensamentos negativos enchem a nossa mente. E estaremos alimentando, precisamente, as redes neurais maléficas. Neste caso, quando alimentamos a negatividade ela traz de volta a depressão. Quanto mais nos queixamos, mais escuro veremos o mundo, porque são exatamente esses caminhos neurais que estamos potencializando em detrimento de outros muito mais positivos e benéficos para a nossa saúde emocional.
Investigadores da Universidade de Yale constataram que nas pessoas submetidas a um grande estresse ou que sofrem depressão, ocorre um desequilíbrio das sinapses que produz a atrofia neural. No cérebro destas pessoas aumenta a produção do fator de transposição chamado GATA1, que diminui de tamanho. As projeções e a complexidade das dendrites são essenciais para transmitir as mensagem entre os neurônios.
2 – Você é o reflexo de quem está a sua volta
As reclamações não somente afetam as conexões neurais da pessoa que se lamenta, como também de quem está ao seu redor. É provável que depois de haver ouvido um amigo se queixar durante várias horas, você se sinta como se ele houvesse drenado a sua energia vital. É provável que nesse momento também tenha tido uma visão um pouco mais pessimista do mundo.
Isto se deve ao fato de que o nosso cérebro está programado para ser empático. Os neurônios espelhos nos fazem experimentar as mesmas sensações que a pessoa transmite. Ou seja, alegria, tristeza ou raiva. Nosso cérebro tenta imaginar o que sente e pensa essa pessoa e, em consequência, o cérebro atua no sentido de modular nosso comportamento.
Nestes casos, a empatia se converte em uma “faca de dois gumes” apontada contra nós mesmos. Quando ouvimos uma pessoa se queixar, o nosso cérebro libera os mesmos neurotransmissores do queixoso. Desta forma, acabamos prisioneiros de suas queixas.
3 – O cérebro é o comando que controla o corpo
As queixas consolidam as sinapses “negativas” do cérebro e estas provocam um grande impacto em nossa saúde. Quando alimentamos a tristeza, o ressentimento, a raiva, o ódio e a ira, todas essas emoções se refletem em nosso corpo. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Aalto idealizou um mapa corporal das emoções, no qual se pode ver como estas emoções se refletem em zonas específicas do corpo,
Também não podemos nos esquecer de que detrás desses sentimentos e emoções negativos se escondem, muitas vezes, o cortisol. Um neurotransmissor que também atua como hormônio e serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imunológico e mantém os níveis de açúcar no sangue, assim como regula a pressão arterial.
No entanto, não devemos esquecer que por trás dos sentimentos negativos e emoções, um sistema imunitário deprimido aumenta a pressão arterial e o risco de desenvolver doenças tal como o câncer e as desordens cardiovasculares. O cortisol também prejudica a memória, aumenta o risco de depressão e ansiedade e, obviamente, diminui a esperança de vida.
Estudo publicado no site Inc. – com tradução livre do Portal Raízes. Se você gostou do texto, curta, compartilhe com os amigos, e não se esqueça de comentar. Pois isto contribui para que continuemos trazendo conteúdos incríveis para você. Siga o Portal Raízes também no Facebook, Youtube e Instagram.
Pesquisas: Science and Pseudoscience in Clinical Psychology
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*Fonte: portalraizes