Startup evita o desperdício de mais de 10 toneladas de alimentos

Empresa recupera excedentes de produção e oferece refeições com até 70% de desconto aos consumidores

Em 2020, cerca de 811 milhões de pessoas passaram fome no mundo ao mesmo tempo em foram desperdiçadas 931 milhões de toneladas de alimentos. No Brasil, esta triste contradição se repete: o país está novamente no mapa da fome, com quase 50 milhões de pessoas nas faixas de insegurança alimentar grave ou moderada, enquanto muita comida vai parar no lixo, todos os dias.

Os dados do Programa Mundial de Alimentos (WFP), da Organização das Nações Unidas (ONU) retratam um grave problema social e também ambiental. A perda e desperdício de alimentos deixa uma pegada de carbono de 3,3 gigatoneladas de CO2. Além disso, para a produção de comida que vai parar no lixo, são usados recursos naturais que acabam sendo também desperdiçados.

Combater o desperdício de alimentos é uma das medidas mais importantes para solucionar o problema da fome e a crise climática, além do desequilíbrio ambiental. E um dos focos do desperdício está em estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes e padarias, que acabam descartando alimentos em perfeitas condições que estão próximos à data de vencimento ou são excedentes da produção.

Atuando nesta etapa, entra a startup Food To Save. Com um modelo simples e sustentável, a empresa oferece aos consumidores próximos aos estabelecimentos parceiros, entregas de alimentos ou refeições com até 70% de desconto, evitando o desperdício, gerando receita para os comerciantes e economia para os clientes.

A foodtech já evitou que mais de 10 toneladas de alimentos fossem descartados na Capital Paulista e Grande ABC, nos últimos cinco meses.

A venda dos produtos é feita por meio de“sacolas surpresa”, que podem ser adquiridas via delivery ou retiradas diretamente nos estabelecimentos escolhidos.

São mais de 100 estabelecimentos cadastrados na Capital Paulista e Grande ABC, entre restaurantes, padarias, hortifrutis, sacolões, docerias, e muitos outros.

“QUEREMOS COMBATER O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO PAÍS E FAZER COM QUE MAIS PESSOAS TENHAM ACESSO A BONS ALIMENTOS. SE A GENTE PODE FAZER ISSO DE FORMA MAIS SUSTENTÁVEL E AJUDANDO O MEIO AMBIENTE, POR QUE NÃO?”

Lucas Infante, CEO e cofundador da startup desperdício de alimentos food to save

O CEO e cofundador da startup, Lucas Infante, revela tem como objetivo chegar a 600 estabelecimentos até o fim do ano, expandindo a atuação para todos os bairros da grande São Paulo, e muito em breve estar nas principais cidades do país.

Ainda segundo Infante, o diferencial da plataforma é também buscar estar presente em todos os lugares, desde bairros nobres até regiões mais periféricas.

Como funciona a Food To Save?
Os pedidos podem ser feitos direto no site da foodtech, ou pelo aplicativo, disponível para Android e IOS. Basta inserir o CEP da residência em que deseja receber os produtos ou retirá-los, e visualizar os estabelecimentos mais próximos que possuem sacolas disponíveis no dia.

De acordo com o que estiver disponível, a plataforma mostra o valor que deverá ser pago e o tipo de produto que irá na sacola surpresa, podendo o cliente escolher entre doce, salgada e mista.

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo

Estudo reúne evidências robustas de que Covid-19 é uma doença sazonal

Pesquisadores espanhóis avaliaram ondas da doença em 162 países e concluíram que transmissão do coronavírus é maior em locais com menor temperatura e umidade

Cientistas encontraram fortes evidências de que a Covid-19 é mais transmissível durante determinadas épocas do ano, como é o caso da gripe. As conclusões apontam que a doença também está ligada às baixas temperaturas e umidade e foram publicadas na revista científica Nature Computational Science, nesta quinta-feira (21).

Um modelo teórico anterior apontou que a Covid-19 não tinha ligação com o clima, porém, outras pesquisas indicaram que a propagação da doença na China ocorreu em latitudes específicas de 30 a 50º N, com umidade baixa e temperaturas entre 5 a 11ºC.

Pesquisadores do Instituto de Saúde Global de Barcelona, na Espanha, foram entender melhor isso e conduziram uma análise mais aprofundada em 162 países dos 5 continentes, avaliando a temperatura e a umidade nas fases iniciais de propagação do Sars-CoV-2.

Concluiu-se, então, que taxas de transmissão mais altas do vírus ocorriam em locais mais frios e com menor umidade. Em seguida, um método estatístico desenvolvido pelos cientistas reforçou a associação ao considerar a evolução da doença ao longo do tempo em todas as ondas epidêmicas, seja em escalas municipais ou mundiais.

De acordo com os cientistas, as primeiras ondas diminuíram conforme umidade e temperatura aumentaram. Já as segundas ondas aumentaram conforme os termômetros subiam e o clima ficava menos úmido. Porém, esse padrão não acontecia durante o verão em todos os cinco continentes avaliados. “Isso pode ser explicado por vários fatores, incluindo encontros em massa de pessoas jovens, turismo, uso de ar condicionado, entre outros”, aponta Alejandro Fontal, líder do estudo, em comunicado.

Apesar disso, a pesquisa conseguiu prever a queda e ascensão das ondas epidêmicas, principalmente a primeira e a terceira na Europa. Os pesquisadores estimam que os efeitos climáticos que ajudam na transmissão do vírus são mais evidentes em temperaturas de 12 a 18ºC e umidade entre 4 e 12 g/ m³, porém, eles salientam que essas medidas são apenas indicativas.

Ao que tudo indica, a Covid-19 é sazonal e parecida não só com a gripe, mas com doenças causadas por outros coronavírus mais benignos, concluem. Em condições de umidade baixa, há a redução do tamanho dos aerossóis pelos quais são transmitidos esses vírus sazonais, contribuindo para maior contágio. “Esse vínculo garante ênfase na ‘higiene do ar’ por meio da melhoria da ventilação interna, pois os aerossóis são capazes de permanecer suspensos por mais tempo”, diz Xavier Rodó, coautor da pesquisa.

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*Fonte: revistagalileu