Dia: 14 de fevereiro, 2022
O que é NFT e por que esse mercado está cescendo?
Em linhas gerais, um token não fungível (NFT) é uma espécie de certificado de autenticidade digital que não pode ser replicado. Quando você compra um NFT, está adquirindo uma “cópia única” de uma obra, por mais estranho que isso possa parecer.
O exemplo mais fácil para ilustrar isso é pensar nas cópias de uma obra de arte. Uma cópia do quadro da Mona Lisa, por exemplo, pode ser comprada em qualquer lugar, mas só existe um quadro original, cuja posse é do Museu do Louvre, em Paris. A lógica do NFT é mais ou menos essa: ao adquiri-lo, o comprador passa a ser o “dono” daquele arquivo.
A ideia do “não fungível” é importante para entender por que os NFTs podem custar muito dinheiro. Basicamente, não fungível quer dizer que ele não pode ser trocado por outra coisa. Pense, por exemplo, em uma moeda de um real: ela pode ser trocada por outra moeda e terá exatamente o mesmo valor. A moeda, nesse caso, é “fungível”, o que não acontece com um NFT: cada cópia é única.
Um mercado em ascensão
O fato é que você provavelmente ouvirá cada vez mais dos NFTs nos próximos anos. Isso porque o mercado de NFTs — comercializados em valor de bitcoins em plataformas específicas — está crescendo. Cada vez mais temos colecionadores de NFTs que compram itens no intuito de lucrar a longo prazo, exatamente como ocorre no mercado “real” do investimento em arte.
O exemplo do site Bored Ape Yatch Club é exemplo desse fenômeno. Esse site se propõe a funcionar como uma espécie de “clube” para pessoas selecionadas — que são, na verdade, as que têm condições de comprar os NFTs das ilustrações. Lançado em abril de 2021, o site anunciou a venda de 10 mil NFTs das imagens dos macacos por 200 dólares na criptomoeda Ethereum. Todas as cópias foram vendidas rapidamente, o que supervalorizou esses NFTs. Não por acaso, Neymar pagou 6 milhões por 1 delas.
Se isso tudo será bom ou ruim a longo prazo para os artistas e demais produtores de conteúdo, ainda é muito cedo para saber. Uma das propostas em torno dos NFTs é que os artistas passem a ganhar dinheiro a partir da digitalização do seu trabalho — o que é uma demanda importante em um cenário em que tudo pode ser copiado na internet sem grandes problemas.
Porém, vale lembrar que há um investimento financeiro para se criar um NFT — e seu custo tende a aumentar à medida que mais gente entra nesse mercado. Criar um NFT custa cerca de 70 dólares na criptomoeda Ethereum; por isso, é preciso avaliar bem se vale a pena “se jogar nessa moda”.
*Por Mauira Martins
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*Fonte: megacurioso
Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT
Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT
Dois cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) recentemente conseguiram fazer o atlas mais detalhado até hoje das maiores zonas mortas no oceano, importantes regiões, que revelam novos fatos cruciais sobre elas no processo. O novo atlas de alta resolução foi descrito em dezembro de 2021 na revista Global Biogeochemical Cycles. Zonas mortas, que quadruplicaram desde 1950, são áreas deficientes em oxigênio, o que significa que são uma zona proibida para a maioria dos organismos aeróbicos (dependentes de oxigênio). Maiores zonas mortas no oceano, mapeadas pelo MIT.
Duas imensas Zonas Mortas no Pacífico
De acordo com o site http://www.ecowatch.com, “Aprendemos o quão grandes são essas duas zonas no Pacífico, reduzindo a incerteza na medição, sua extensão horizontal, quanto e onde essas zonas são ventiladas por águas oxigenadas e muito mais”, disse Andrew Babbin ao EcoWatch em um e-mail.
Babbin é um dos dois desenvolvedores do atlas. É professor no Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT. “Ser capaz de visualizar em alta resolução as zonas de baixo oxigênio é realmente um primeiro passo necessário para entender completamente os processos e fenômenos que levam ao seu surgimento”, disse ele.
De acordo com o www.ecowatch.com, as zonas mortas podem ser causadas pela atividade humana, especialmente pela poluição por nutrientes. Por exemplo, a segunda maior zona morta do mundo está no Golfo do México e é em grande parte causada pelo escoamento de nitrogênio e fósforo das cidades e fazendas industriais ao largo do rio Mississipi.
Mas elas também podem ter causas naturais.
Zonas mortas de ocorrência natural
O novo atlas concentra-se em duas zonas mortas de ocorrência natural no Pacífico tropical. Uma está localizada na costa da América do Sul e mede cerca de 600.000 quilômetros cúbicos, ou o equivalente a 240 bilhões de piscinas olímpicas, informou o MIT News. A segunda é cerca de três vezes maior e está localizada no hemisfério norte, na costa da América Central.
As zonas mortas naturais e antropogênicas têm algo em comum: muitos nutrientes. No caso das do Pacífico, disse Babbin, esses nutrientes se acumulam por causa dos padrões de vento que empurram a água para o mar.
“As águas mais profundas sobem para preencher esse vazio, trazendo nutrientes mais altos para a superfície”, disse Babbin ao EcoWatch, num processo semelhante ao que se conhece como ‘ressurgência’. “Esses nutrientes estimulam uma enorme quantidade de crescimento de fitoplâncton, semelhante à forma como fertilizamos terras de cultivo e até mesmo nossos vasos de plantas em casa. Quando esses fitoplânctons afundam, as bactérias heterotróficas agem para decompor o material orgânico, consumindo oxigênio da mesma forma que os humanos fazem para respirar nossa comida”.
No entanto, diz o http://www.ecowatch.com, devido à localização dessas zonas, leva muito tempo para que as águas ricas em oxigênio cheguem à área e reponham o que as bactérias devoram.
Crise do clima e as zonas mortas
“Em essência, a demanda biológica de oxigênio supera o reabastecimento físico”, concluiu Babbin. Embora essas zonas específicas não sejam causadas pela poluição humana, entendê-las ainda é importante no contexto da atividade humana. As zonas mortas podem emitir o óxido nitroso, gás de efeito estufa, e existe a preocupação de que a crise climática possa fazer com que elas se expandam.
“É amplamente esperado que os oceanos percam oxigênio à medida que o clima fica mais quente. Mas a situação é mais complicada nos trópicos, onde existem grandes zonas com deficiência de oxigênio”, disse o co-desenvolvedor do atlas Jarek Kwiecinski ao MIT News. “É importante criar um mapa detalhado dessas zonas para que tenhamos um ponto de comparação para mudanças futuras.”
O novo atlas, conclui o ecowatch, melhora as tentativas anteriores de medir as ODZs do Pacífico devido à quantidade de informações que incorpora e à abordagem adotada para medir o teor de oxigênio da água.
Flutuadores robóticos e os dados da pesquisa
Os dados que Babbin e Kwiecinski usaram para o atlas foram coletados por cruzadores de pesquisa e flutuadores robóticos durante um período de mais de 40 anos, informou o MIT News. Os cientistas normalmente jogam garrafas em várias profundidades e medem o teor de oxigênio da água coletada pela garrafa. No entanto, essa medição não é totalmente precisa porque o plástico da própria garrafa também contém oxigênio.
Para evitar esse problema, a equipe por trás do atlas analisou dados de sensores conectados às garrafas ou a plataformas robóticas, o que lhes permitiu rastrear o conteúdo de oxigênio à medida que os sensores desciam pela coluna de água.
“Esse método nos permite contornar um viés que existe nos dados absolutos para ver apenas se o oxigênio está aumentando, diminuindo ou permanecendo o mesmo”, declarou Babbin.
“Esperamos que o atlas seja usado por todos!” disse Babbin. “Podemos prever que oceanógrafos e cientistas climáticos o usarão para planejar expedições ou relacionar alguns de seus dados a um amplo atlas/compilação. Esperamos que os modeladores climáticos possam usá-lo para validar seus modelos que tentam reproduzir a extensão do baixo oxigênio. Acreditamos ainda que esta compilação funcionará como um ponto de comparação com o qual medições futuras podem ser comparadas para finalmente revelar como essas zonas respondem diante de um clima em mudança”.
Caso tenha interesse…
Se você estiver interessado em conferir, o atlas está disponível no Biological and Chemical Oceanography Data Management Office (BCO-DMO), e os dados podem ser baixados do Woods Hole Open Access Server.
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*Por: Joao Lara Mesquita / marsemfim