Cinco coisas que caíram em desuso com a popularidade do WhatsApp

O WhatsApp foi lançado em 2009 e, com o tempo, seu uso se tornou massivo, criando um novo formato para a comunicação instantânea nos celulares Android e iPhone (iOS). Trocar mensagens, realizar ligações e videochamadas ficou mais fácil e barato, agora dependendo apenas de planos de Internet móvel ou Wi-Fi. Por isso, algumas práticas anteriores ao surgimento do aplicativo, como chamadas de voz por operadoras e o envio de SMS, acabaram caindo em desuso.

As mudanças ocorridas com a chegada do app ultrapassam a tela. Costumes como tocar a campainha são menos utilizados hoje em dia, já que muitas pessoas acabam usando o aplicativo para avisar que chegaram à casa do amigo, por exemplo. Os convites de aniversário em papel também têm sido substituídos por versões virtuais ou grupos em que o anfitrião passa os detalhes da festa. Confira, a seguir, uma lista que traz cinco coisas que caíram em desuso com o WhatsApp.

1. Campainha
As transformações causadas pela chegada do WhatsApp podem até ficar mais evidentes em práticas do dia a dia que envolvam ligações e mensagens de texto, mas até mesmo a campainha passou a ser menos utilizada, já que usuários podem simplesmente abrir o aplicativo e enviar “Cheguei”. O questionamento foi feito inicialmente pelo usuário @youngandjoven, no Twitter.

2. Mensagens SMS
Antes da existência do WhatsApp, o usuário precisava colocar crédito por meio de uma operadora para enviar mensagens SMS. Os “torpedos” eram muito utilizados, mas o serviço acabava ficando caro, já que a cobrança se dava por mensagem enviada. Com a chegada dos smartphones e do WhatsApp, a prática caiu em desuso no Brasil, principalmente por conta da rapidez e da facilidade no uso do aplicativo. O uso do Wi-Fi ou de um pacote de dados móveis gera menos custos e possibilita compartilhar mais facilmente fotos, vídeos e documentos.

3. Chamadas de voz com operadoras
A facilidade em mandar mensagens pelo WhatsApp deixou de lado a necessidade de realizar chamadas de voz por operadoras. O aplicativo possibilita conectar pessoas durante todo o dia e ainda permite o envio de mensagens de voz e outros áudios.

Além disso, o mensageiro também disponibiliza chamadas de voz pela Internet, tornando o custo por ligação extremamente baixo. Se o usuário estiver em uma rede Wi-Fi, é possível conversar por longos períodos sem gastar um centavo.

4. MSN Messenger
Quem nasceu nos anos 90 provavelmente passou tardes nos chats do MSN trocando mensagens e até mesmo jogando com os amigos. Embora simples, o mensageiro possuía funções similares às do WhatsApp, como colocar frases de status, fazer chamadas de vídeo e utilizar emojis. Com a chegada dos smartphones, o programa caiu em desuso, até que, em 2012, a Microsoft decretou seu fim.

5. Convites de aniversário
Como a maior parte das pessoas se comunica pelo WhatsApp, o aplicativo também é muito utilizado para marcar reuniões ou festas de aniversário. Com isso, os tradicionais convites de aniversário físicos são cada vez menos utilizados. Há ainda quem prefira fazer um convite virtual e mandar individualmente para cada contato. Outra alternativa é criar um grupo e passar as informações para todos de uma vez só. Veja como fazer convite virtual grátis para enviar pelo WhatsApp.

*Por Marcela Franco
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*Fonte: techtudo

Arnaldo Jabor morre aos 81 anos em São Paulo

Cineasta, cronista e jornalista estava internado Hospital Sírio-Libanês, na região central da cidade, desde dezembro, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Ele morreu na madrugada desta terça (15).

O cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, de 81 anos, morreu na madrugada desta terça (15) em São Paulo. Ele estava internado desde dezembro do ano passado no Hospital Sírio-Libanês, na região central da cidade.

O velório será realizado uma cerimônia fechada para familiares e amigos próximos em São Paulo na tarde desta terça-feira (15). À noite, o corpo de Jabor será levado para o Rio de Janeiro, onde será realizada uma nova cerimônia, aberta ao público, no Museu de Arte Moderna (MAM).

O corpo será cremado na capital fluminense.

Jabor havia sido hospitalizado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a família, ele faleceu por volta da meia-noite, em decorrência de complicações do AVC.

Jabor dirigiu “Eu sei que vou te amar” (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes. Era colunista de telejornais da TV Globo desde 1991 e deixou pronto um filme inédito, ‘Meu último desejo’, longa-metragem baseado em conto de Rubem Fonseca

Trajetória
Arnaldo Jabor teve extensa carreira dedicada ao cinema, à literatura e ao jornalismo. No cinema, dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Também era cronista e jornalista.

Formado no ambiente do Cinema Novo, Jabor participou da segunda fase do movimento, um dos maiores do país, conhecido por retratar questões políticas e sociais do Brasil inspirado no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa.

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Mesmo antes de se tornar um premiado diretor e roteirista, já mostrava paixão pela sétima arte. Foi também técnico sonoro, assistente de direção e crítico de cinema. Ele se formou pelo curso de cinema do Itamaraty-Unesco em 1964.

Em 1967, produziu o documentário “Opinião Pública”, seu primeiro longa metragem e uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

O primeiro longa de ficção que Jabor produziu, roteirizou e dirigiu foi “Pindorama”, em 1970. Ele tinha um excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico. No ano seguinte, foi indicado à Palma de Ouro, o maior prêmio do festival de Cannes, na França.

Sucessos de bilheterias e obras premiadas marcaram a carreira do cineasta. Em 1973, fez um dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: “Toda Nudez Será Castigada”, uma adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues. Por ele, Jabor venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973.

O filme tem críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes. É a história do envolvimento da prostituta Geni, interpretada pela atriz Darlene Glória, com o viúvo Herculano, personagem de Paulo Porto. O papel deu a Darlene o prêmio Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado. O filme também ganhou um troféu no evento.

Nelson Rodrigues seguiu inspirando Jabor. O filme “O Casamento” (1975) foi adaptado de um romance do escritor e faz uma crítica comportamental da sociedade. Ele premiou a atriz Camila Amado com o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado.

Outro sucesso do roteirista e diretor foi “Tudo Bem” (1978), o início de sua “Trilogia do Apartamento”. O filme investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira que já vivia o fracasso do milagre econômico.

Os protagonistas são Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo. Em atuações consideradas primorosas, eles gravaram em um apartamento de classe média da época. O filme tem um elenco coadjuvante estelar, com Zezé Mota, Stênio Garcia, Fernando Torres, José Dumont, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães, entre outros.

“Tudo Bem” venceu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e deu a Paulo César Pereio o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante na competição. O longa também foi selecionado para ser exibido no Festival de Berlim e na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.

Em 1981, Jabor escreveu e dirigiu o premiado “Eu te amo”, que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema brasileiro. O Industrial falido pelo milagre dos anos 70 conhece uma mulher e a convida para sua casa, onde vivem um intenso romance em meio às crises existenciais. A produção era de Walter Clark e a fotografia, de Murilo Salles.

Cinco ano depois, voltou com outro sucesso de bilheteria e crítica. “Eu Sei que Vou Te Amar”, de 1986, conta a história de um casal em crise, interpretado pelos jovens Fernanda Torres e Thales Pan Chacon. Foi mais um sucesso do cineasta gravado entre quatro paredes em uma casa projetada por Oscar Niemeyer, e deu o prêmio de melhor atriz para Fernanda Torres no Festival de Cannes.

Jornais e livros
Nos anos 1990, Jabor se afastou do cinema por “força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional”, segundo seu site oficial.

A partir de 1991, ele passou a escrever crônicas para jornais e também a fazer comentários políticos em programas de TV da Globo — “Jornal Nacional”, “Bom Dia Brasil”, “Jornal Hoje”, “Fantástico” — e de rádio na CBN.

Nela, abordava temas como cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito.

O cineasta Arnaldo Jabor é visto acompanhado do ator Thales Pan Chacon, do diretor da Photo Lauro Escorel e da atriz Fernanda Torres para a apresentação de seu filme “Parle-Moi D’Amour”, em maio de 1986 durante o Festival Internacional de Cinema de Cannes — Foto: AFP
O cineasta Arnaldo Jabor é visto acompanhado do ator Thales Pan Chacon, do diretor da Photo Lauro Escorel e da atriz Fernanda Torres para a apresentação de seu filme “Parle-Moi D’Amour”, em maio de 1986 durante o Festival Internacional de Cinema de Cannes — Foto: AFP

Nesse tempo, também se dedicou à literatura, com a publicação de oito livros de crônicas. O primeiro deles, “Os canibais estão na sala de jantar”, foi lançado em 1993. Já os dois últimos, “Amor é prosa”, de 2004, e “Pornopolítica” (2006), se tornaram best-sellers.

Em 2010, voltou a filmar depois de 24 anos afastado de uma de suas maiores paixões. Assinou roteiro e direção de “A Suprema Felicidade”, contando a história de Paulo (Jayme Matarazzo), um adolescente que precisa lidar com as frustrações do pai (Dan Stulbach) e se aproxima do avô (Marco Nanini).

Mais uma vez, o filme é indicado e leva categorias técnicas (direção de arte, figurino) em festivais brasileiros e internacionais.

Nem a pandemia parou Arnaldo Jabor – longe da redação, gravava as colunas em casa. Graças ao avanço da vacinação, conseguiu voltar pra redação da TV Globo, em São Paulo.

O último comentário foi no dia 18 de novembro, quando comentou sobre as suspeitas de interferência no Enem.

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*Fonte: g1