Dia: 5 de março, 2022
Ciclo da água da Terra está mudando mais rápido que previsto
Um dos fatores que mais preocupa toda a humanidade é a preservação da água potável. Isso porque a mudança climática está modificando o ciclo da água que é depositada na terra.
Uma nova pesquisa, publicada na revista Nature, apontou que o ciclo da água está mudando mais rápido do que estava estimado, com base nas mudanças nos oceanos. Essa constatação mostra a necessidade de diminuir as emissões de gases que aquecem a atmosfera, antes que o ciclo da água mude de forma definitiva.
A mudança do ciclo da água
À medida que a Terra se aquece, o ciclo da água começa a intensificar-se no padrão em que o molhado fica mais molhado e seco ainda mais seco. Isso significa que a água doce está deixando as regiões mais secas do planeta e focando em regiões úmidas.
Isso representa que as áreas relativamente secas, ficarão secas com mais frequência, assim como as regiões úmidas podem ter mais tempestades e inundações extremas.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou que as mudanças do ciclo da água já estão acontecendo. Um exemplo pode ser as inundações sem precedentes na Alemanha e o aumento das chuvas em Mumbai, na Índia.
No entanto, essas mudanças são apenas o começo. Nas próximas décadas, a intensificação do ciclo da água pode tornar mais difícil para as pessoas conseguirem água potável em muitas regiões do planeta.
O problema é que mesmo que o ciclo da água esteja se intensificando, não se sabe com qual rapidez isso está acontecendo.
A utilização do oceano como um pluviômetro
O principal motivo para ser difícil medir as mudanças no ciclo da água é que não existem medidas suficientes de chuvas e evaporação da Terra. Resumidamente, é muito difícil instalar pluviômetros permanentes ou tanques de evaporação em 70% das superfícies de água do nosso planeta. Além disso, ao analisar as mudanças, é preciso de medições de décadas atrás.
Por isso, os cientistas decidiram usar o oceano, visto que eles podem ser mais ou menos salgados dependendo da região. Um exemplo é que o Atlântico é mais salgado que o Pacífico, isso porque quando a chuva cai no oceano, dilui a água e ajuda a torná-la menos salgada. No entanto, quando a água evapora da superfície, o sal fica no oceano, aumentando a salinidade.
Isso significa que as mudanças mais bem registradas na salinidade do oceano podem ser usadas como um pluviômetro para detectar modificações no ciclo da água. Estudos anteriores usaram esse método para rastrear as mudanças na salinidade na superfície do oceano. Essa nova pesquisa apontou que o ciclo da água está se intensificando cada vez mais.
Porém, o oceano não fica parado como um pluviômetro convencional, já que as correntes e ondas mantêm as águas dos oceanos em constante movimento. Por causa disso, fica uma incerteza sobre a ligação entre a salinidade e a mudança do ciclo da água.
Após isso, foram desenvolvidos novos métodos, que permitem vincular com precisão as mudanças na salinidade do oceano, isso por meio das modificações no ciclo da água, em que a água doce é levada das regiões mais quentes para as mais frias.
As estimativas apontam que o ciclo mais amplo da água está mudando na atmosfera, sobre a terra e por meio dos oceanos. O estudo apontou que de 46.000 a 77.000 quilômetros cúbicos de água mudaram dos trópicos para as áreas mais frias desde 1970.
Isso simboliza uma intensificação do ciclo da água de até 7%. Isso representa a mesma porcentagem de mais chuva em áreas mais úmidas e de menos chuva, ou mais evaporação, em locais mais secos. Isso é bem superior às estimativas que estavam entre 2 e 4%.
Como seria o futuro com a mudança do ciclo da água ?
A mudança no ciclo da água significa secas extremas e chuvas mais fortes e mais frequentes. Mesmo que os governos mundiais mantenham o aquecimento global em um teto de 2℃, prevê-se que a Terra terá eventos extremos em média 14% mais fortes em comparação aos anos de 1850-1900.
O relatório do IPCC aponta que algumas pessoas e ecossistemas serão mais atingidos do que outros. Por causa disso, foi notado que as nações mediterrâneas, o sudoeste e sudeste da Austrália e a América Central ficarão mais secas, já as regiões de monções e os pólos ficarão mais úmidos ou mais nevados.
Em áreas mais secas atingidas pela mudança no ciclo da água, pode-se esperar ameaças reais de viabilidade das cidades.
Década de pesquisa científica aponta a relação entre as emissões de gases de efeito estufa e o aumento das temperaturas globais, o que provoca a mudança no ciclo. Essa é a principal razão que os cientistas apontam para a diminuição desses gases e diminuir os danos das mudanças climáticas.
*Por Nathália Matos
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*Fonte: fatosdesconhecidos / Science Alert
Carlos Henrique Kaiser: o craque de futebol que nunca jogou futebol
Ao longo de mais de 20 anos de carreira, o gaúcho Carlos Henrique Raposo, mais conhecido como Carlos Henrique Kaiser, realizou o sonho de milhares de meninos e meninas por todo Brasil e o mundo, atuando como jogador de futebol em alguns dos mais importantes clubes brasileiros, com direito a passagens pelo futebol internacional. A palavra “atuou” aqui, porém, não representa somente o ato de desempenhar uma ação ou função, e é principalmente utilizada no sentido teatral do termo – referindo-se ao gesto de fingir, em um palco, ser um personagem: pois o que torna a história desse suposto atacante em uma das mais incríveis trajetórias do futebol em todos os tempos não são os gols, os passes, os dribles ou os títulos, mas sim o fato de que ele praticamente jamais entrou em campo ou disputou uma partida.
Kaiser não era de fato um jogador de futebol, mas sim um singelo charlatão, e foram raras às vezes em que pisou no gramado ao longo de seus 26 anos de carreira. Ainda assim, ele vestiu a camisa – e nada mais – de times como Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Bangu, América do Rio, além do Puebla, do México, Gazélec Ajaccio, da França, e do El Paso Patriots, dos EUA. Atuando principalmente durante a década de 80, Kaiser se aproveitou de uma época em que não havia internet, os jogos não eram todos transmitidos e as informações não circulavam com a intensidade de hoje para criar e sustentar a “carreira”: sua principal arma, porém, era mesmo a lábia, as boas relações, as amizades – e as supostas lesões, os esquemas e tramoias que criava para sustentar suas “atuações”.
O primeiro passo da fraude era se tornar amigo dos dirigentes e dos jogadores, e se tornar uma presença querida e folclórica dentro do clube, em uma época ainda mais desorganizada e amadora do futebol. Sua lista de amizades era extensa e reluzente, incluindo nomes como Carlos Alberto Torres, Renato Gaúcho, Ricardo Rocha, Romário, Edmundo, Gaúcho, Branco, Maurício e tantos mais. Outro ponto importante de seu “sistema” era a assinatura de contratos curtos, pelos quais recebia luvas e muitas vezes rapidamente era dispensado: apresentando-se sempre fora de forma, Kaiser quase sempre não chegava a jogar, lesionando-se nos treinos ou, se entrasse em campo, ele rapidamente se machucava, indo direto para o departamento médico, onde permanecia o máximo de tempo possível.
Por ter um bom porte físico e a “aparência” de jogador de futebol da época – ele garante que sua semelhança com Renato Gaúcho o ajudou não somente a conquistar espaço nos clubes como a viver também grandes aventuras amorosas –, Kaiser conseguiu sustentar a imagem de um jogador cheio de potencial, porém especialmente azarado. Ele é o primeiro a confirmar que não jogou mais de 20 partidas em toda sua vida, mas que não se arrepende: “Os clubes já enganaram tantos os jogadores, alguém tinha que ser o vingador dos caras”, afirma. A incrível história do “maior malandro do futebol mundial” foi contada no documentário “Kaiser: O Jogador de Futebol que Nunca Jogou”, dirigido pelo britânico Louis Myles, que conta com a participação de nomes como Bebeto, Carlos Alberto Torres, Ricardo Rocha e Renato Gaúcho, entre outros amigos e “companheiros” de profissão.
*Por Vitor Paiva
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*Fonte: hypeness