Dia: 6 de junho, 2022
Como um engenheiro escondeu adegas de vinho sob a Ponte do Brooklyn
As famosas torres da ponte do Brooklyn, em Nova York, não são as estruturas mais altas do Ocidente. No entanto, foram imortalizadas em filmes e séries diversas. Além disso, caminhar por essa ponte é quase que uma obrigação para qualquer turista que visite a cidade.
Mas você sabia que, bem embaixo da ponte, há uma história regada a vinho que pouca gente conhece?
As adegas secretas da ponte do Brooklyn
No ano de 1876, após sete anos do início da construção e cerca de sete anos antes da conclusão da ponte do Brooklyn, duas adegas subterrâneas foram criadas: uma, no lado do Brooklyn e a outra do lado de Manhattan.
Tudo começou antes da ponte existir e tem mais a ver com uma estratégia para angariar recursos financeiros do que para esconder vinhos.
Por ocasião dos planos para a construção de uma estrada que ligaria o Brooklyn a ilha de Manhattan, o engenheiro-chefe de pontes, Washington Roebling, bem como seu pai, antes dele, estavam em dúvida sobre o que fazer com às duas instalações comerciais que funcionavam nos pontos de ligação de cada lado.
Na margem do East River no Brooklyn, a Rackey’s Wine Company já mantinha bons negócios envolvendo vinhos. Do lado de Manhattan quem dominava o comércio de bebidas era a Luyties & Co.
E foi então que Roebling, que conhecia bem cada detalhe da construção enxergou uma solução simples para conseguir compensar alguns dos custos de seu projeto estimado em 15 milhões de dólares.
Roebling conseguiu que duas adegas de vinhos fossem criadas uma de cada lado da ponte do Brooklyn.
Além delas, a construção também contaria com diversas câmaras alugadas para comércios e empresas locais, que poderiam usar esses espaços para armazenar produtos.
Com o passar do tempo esses espaços ganharam nomes de ruas francesas, bem como pinturas de videiras e vinícolas como decoração.
Quando a ponte foi concluída, as adegas já estavam funcionando. Devido às ótimas características do lugar como temperatura e umidade adequadas para armazenar vinhos de excelência, não demorou muito para que os nova-iorquinos começassem a comparar as adegas da ponte do Brooklyn com as melhores da França.
Por cerca de 40 anos os moradores do Brooklyn e de Manhattan puderam aproveitar a festa que acontecia sob a estrutura, embora muitos dos que passavam sobre ela não faziam ideia do que havia embaixo.
Mas, como tudo o que é bom precisa ter um fim, no final da década de 1910, um movimento de moderação começou a tomar conta dos EUA e, com a chegada da Lei Seca, o vinho e demais bebidas alcoólicas desapareceram das adegas da ponte do Brooklyn (e de todo o país).
Com isso, as instalações passaram a ser usadas para guardar jornais, o que não pareceu ser uma boa ideia devido à umidade.
Após a Lei Seca, o vinho retornou ao lugar. Então, vieram as duas Grandes Guerras e as coisas mudaram novamente.
*Por Denisson Antunes Soares
……………………………………………………………..
*Fonte: megacurioso
Cientistas conseguem cultivar madeira em lab sem cortar uma única árvore
Em um mundo onde 15 bilhões de árvores são cortadas todos os anos, uma equipe de pesquisadores do MIT afirma que é possível cultivar madeira em laboratório a fim de substituir os produtos que impulsionam o desmatamento florestal.
Para realizar isso, eles desenvolveram uma técnica em que a madeira pode ser produzida em qualquer formato e tamanho dentro de um laboratório sem cortar uma única árvore. A nova descoberta promete ajudar a reduzir o desmatamento e permitir que as pessoas criem móveis de madeira sem afetar a natureza.
Como foi possível cultivar madeira em laboratório?
No estudo, os pesquisadores do MIT pegaram células das folhas de zínia comum e as mantiveram em um líquido por alguns dias. Após isso, eles trataram as células vegetais em um meio à base de gel repleta de nutrientes e hormônios.
As células eventualmente deram origem a novas células vegetais. Os pesquisadores também descobriram que poderiam alterar as características físicas e mecânicas das células recém-geradas, modificando os níveis hormonais no meio do gel. O material vegetal com altas concentrações de hormônio endureceu ao longo do teste.
Sobre o papel dos hormônios no crescimento das células vegetais, a pesquisadora Ashley Beckwith explicou que “no corpo humano, você tem hormônios que determinam como suas células se desenvolvem e como surgem certas características. Da mesma forma, alterando as concentrações hormonais no caldo nutriente, às células vegetais respondem de forma diferente. Apenas manipulando essas pequenas quantidades químicas, podemos provocar mudanças bastante dramáticas em termos de resultados físicos”.
Usando um processo de bioimpressão 3D, Beckwith e seus colegas também conseguiram imprimir em 3D estruturas personalizadas a partir das células cultivadas no gel. O material vegetal impresso em laboratório foi nutrido no escuro por três meses, e os resultados foram surpreendentes. Não só a madeira do laboratório sobreviveu, mas também cresceu o dobro da taxa de uma árvore normal.
A descoberta também é livre de resíduos
De acordo com uma estimativa, o atual método de fabricação de móveis resulta em um desperdício de quase 30% de toda a quantidade de madeira. Surpreendentemente, a técnica de bioimpressão 3D para cultivar madeira em laboratório não produz resíduos e pode ser usada para produzir material vegetal de qualquer forma ou tamanho.
“A ideia é que você possa cultivar esses materiais vegetais exatamente na forma que você precisa, então você não precisa fazer nenhuma fabricação subtrativa após o fato, o que reduz a quantidade de energia e desperdício”, disse Beckwith.
Por enquanto, os cientistas demonstraram que é possível cultivar madeira em laboratórioe que suas propriedades mecânicas podem ser manipuladas. No entanto, a pesquisa ainda está em seus estágios iniciais, o que indica que mais pesquisas e testes serão necessários antes que a técnica possa ser desenvolvida e usada para produzir móveis 3D em um ambiente comercial.
*Por Leticia Silva Jordao
…………………………………………………………..
*Fonte: socientifica