Pesquisadores descobrem que o Bluetooth do seu celular pode ser usado para te rastrear

Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que é possível rastrear uma pessoa por meio do Bluetooth Low Energy (BLE) de seu telefone celular ou de outro dispositivo com o recurso. Isso porque, segundo os estudos realizados, a comunicação via Bluetooth carrega uma impressão digital única.

Basicamente, foi constatado que cada chip Bluetooth individual tem uma pequena imperfeição, criada durante o processo de fabricação. De certa forma, apesar de serem produzidos em escala e terem medidas para impedir a identificação, todos esses chips são um pouco únicos.

Isolando o sinal de Bluetooth
Segundo os estudos, é um pouco trabalhoso realizar essa tarefa de rastreamento. Começando que o invasor precisa primeiramente isolar o alvo para explorar essa impressão digital. Depois disso, um receptor específico precisa estar em locais onde o celular costuma ser usado – para o telefone (e a pessoa) ser identificado quando estiver próximo ao receptor.

Ou seja, quem quiser rastrear alguém por meio do Bluetooth precisa estar relativamente perto do alvo, para conseguir efetivamente “bisbilhotar” suas transmissões pelo recurso. Quanto mais frequentemente o dispositivo BLE transmite, maior a probabilidade de o invasor receber uma transmissão se um usuário passar.

Não é tão fácil
No entanto, uma pessoa que queira rastrear alguém por meio de sinais Bluetooth do celular terá desafios muito complicados – além de ser realmente necessário estar perto do alvo para esse rastreamento ocorrer. Há diferentes tipos de chip, com diferentes implementações de hardware, e o potencial de comunicação por Bluetooth é mais poderoso em uns dispositivos do que em outros.

Os pesquisadores também observaram que um invasor precisaria de um certo nível de conhecimento tecnológico para fazer isso, mesmo que o equipamento necessário para essa tarefa não seja muito caro. “No entanto, a capacidade de um invasor de rastrear um alvo específico é essencialmente uma questão de sorte”, escreveram os pesquisadores.

*Por Ronnie Mancuzo
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*Fonte: olhardigital

Estudante irlandês cria “imã” que atrai microplásticos

Na busca por limpar as praias que frequentava, Fionn criou um método inédito e recebeu um prêmio do Google

Depois do brasileiro Gabriel Fernandes Mello Pereira ser premiado no Stockholm Junior Water Prize 2021, outro jovem estudante recebeu um prêmio internacional por uma solução para combater a poluição por microplásticos. O irlandês Fionn Ferreira venceu a Feira Internacional de Ciências do Google criando uma espécie de “imã” que coleta microplásticos.

Fionn vive no sul da Irlanda e tem uma forte ligação com a natureza. Adora remar em seu caiaque e, nestes passeios, observa a grande quantidade de plástico, em diferentes tamanhos, presente na água e no solo. A quantidade crescente de poluição plásticas nas praias que ele frequentava desde criança despertou no jovem de 18 anos a vontade de resolver problema.

“Eu estava em nossa praia e vi uma rocha com resíduos de derramamento de óleo e partículas de plástico presas a esse óleo”, disse Fionn em uma apresentação de vídeo para a Fundação Sopa de Plástico.

“Eu me perguntei por que isso está acontecendo. Descobri que as partículas de plástico são o que chamamos de apolares, e o óleo também é apolar e, então, eles se atraem”, explica ele.

Depois, ele ouviu falar de algo chamado ferrofluido, que era uma espécie de água magnética combinando óleo vegetal com pó de óxido de ferro magnetizado.

Com esta informação, ele decidiu misturar óxido de ferro magnetizado e óleo vegetal e criou uma substância que atrai as partículas de plástico. Este “ímã líquido” coleta microplásticos que podem ser removidos da água por magnetismo. Na mesma apresentação em vídeo, ele mostra que o óleo atraiu os microplásticos, e a imersão de um ímã sugou tudo.

Fionn desenvolveu sua pesquisa em casa, criando seu próprio laboratório. Foto: Reprodução | YouTube
“Comecei como um inventor solitário”, disse Ferreira à BBC . “Depois da Feira de Ciências do Google, de repente pude falar com os cientistas – eles me deram crédito pelo que fiz. Minha ideia não era mais um brinquedo inventado por uma criança.”

De fato, depois de 5 mil testes, foi comprovado que o método criado por Fionn é capaz de limpar de 87% a 93% dos microplásticos da água.

Ele demonstrou seu método na Google Science Fair de 2019 e ganhou uma bolsa de US$ 50 mil que usou para estudar química na Universidade de Groningen, na Holanda.

Fionn agora está tentando encaixar seu método em um dispositivo que ser conectado a dutos de água domésticos, ou aos canos de uma estação de tratamento de esgoto, permitindo que o ferrofluido limpe continuamente a água que passa por ele. O dispositivo também pode ser instalado em uma máquina que seria montada em barcos.

“Sua invenção, baseada em componentes muito simples, é inovadora. Ele tem um potencial poderoso para fornecer soluções que contribuirão para o esforço mundial de remoção de microplásticos do meio ambiente”, comemora Larissa Kelly, ex-professora de ciências de Ferreira no Schull Community College.

No vídeo abaixo, em inglês, Fionn explica como desenvolveu sua ideia:

*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo