Teste dos 10 segundos numa perna só mostra se sua saúde vai bem

Um teste de equilíbrio simples, como ficar numa perna só por apenas 10 segundo, pode determinar se a saúde de pessoas de meia-idade e idosos vai bem.

Cientistas brasileiros da Clinimex Medicina do Exercício, no Rio de Janeiro, concluíram após anos de estudo, que um teste de equilíbrio simples e seguro deve se tornar parte de um exame de saúde de rotina para adultos mais velhos. O estudo foi publicado no British Journal of Sports Medicine.

Pessoas de meia-idade incapazes de ficar nessa posição por esse período têm quase duas vezes mais chances de morrer na próxima década, de acordo com uma nova pesquisa. Por isso o teste, aparentemente simples, serve para ajudar na prevenção.

Exames de rotina

Ao contrário da aptidão aeróbica, força muscular e flexibilidade, o equilíbrio tende a ser razoavelmente bem preservado até a sexta década de vida, quando começa a diminuir de forma relativamente rápida.

No entanto, o teste de equilíbrio normalmente não é incluído nos exames de saúde de pessoas de meia-idade e idosos, possivelmente porque não há um teste padronizado e há poucos dados concretos que o vinculem a lesões ou doenças além da queda, disseram os pesquisadores.

A equipe de pesqsuisadores queria saber se um teste de equilíbrio pode ser um indicador confiável do risco de morte de uma pessoa por qualquer causa na próxima década e se um teste deve, portanto, ser incluído nos exames de saúde de rotina.

Estudo

Eles usaram participantes do estudo CLINIMEX Exercise, que foi criado em 1994 para avaliar as ligações entre várias medidas de aptidão física e o risco de problemas de saúde e morte por problemas cardiovasculares.

O estudo atual incluiu mais de 1.700 participantes com idades entre 51 e 75 anos (idade média de 61 anos) em seu primeiro check-up, entre fevereiro de 2009 e dezembro de 2020. Cerca de dois terços (68%) eram homens.

Peso e várias medidas de espessura de dobras cutâneas mais o tamanho da cintura foram tomadas, assim como detalhes da história médica. Apenas aqueles com marcha estável foram incluídos.

O teste dos 10 segundos

Como parte do check-up, os participantes foram solicitados a ficar em uma perna por 10 segundos sem nenhum apoio adicional.

Eles foram solicitados a colocar a frente do pé livre na parte de trás da perna oposta, mantendo os braços ao lado do corpo e o olhar fixo à frente. Até três tentativas em cada pé foram permitidas.

Cerca de um em cada cinco (348 no total ou 20,5 por cento) não passou no teste e isso aumentou em conjunto com a idade, mais ou menos dobrando em intervalos de cinco anos de 51 a 55 anos.

Entre os 51-55, quase cinco por cento falharam; para pessoas de 56 a 60 anos, oito por cento; para pessoas de 61 a 65 anos, 18%; e para pessoas de 66 a 70 anos, 37%.

Mais da metade das pessoas com idades entre 71 e 75 anos não conseguiu completar o teste, o que significa que as pessoas nessa faixa etária tinham mais de 11 vezes mais chances de falhar do que aquelas 20 anos mais jovens.

Durante um período de monitoramento de sete anos, 123 (sete por cento) pessoas morreram.

Doenças

Essas mortes incluíram: câncer (32%), doenças cardiovasculares (30%), doenças respiratórias (nove por cento) e complicações do COVID (sete por cento).

Não houve tendências temporais claras nas mortes, ou diferenças nas causas, entre aqueles capazes de completar o teste e aqueles que não puderam fazê-lo.

No entanto, a proporção de mortes entre aqueles que falharam no teste foi significativamente maior: 17,5% contra 4,5%, uma diferença absoluta de pouco menos de 13%.

Em geral, aqueles que falharam tinham uma saúde pior. Muitos eram obesos e/ou tinham doenças cardíacas, ou tinham pressão alta e muita gordura no sangue.

O diabetes tipo dois foi três vezes mais comum nesse grupo, cerca de 38% contra 13% naqueles que passaram no teste.

Risco de morte

Depois de contabilizar idade, sexo e condições subjacentes, a incapacidade de ficar sem apoio em uma perna por 10 segundos foi associada a um risco aumentado de 84% de morte por qualquer causa na próxima década.

“Este é um estudo observacional e, como tal, não pode estabelecer a causa”, disse o autor do estudo, Dr. Claudio Gil Araujo, da Clinimex Medicina do Exercício, Brasil.

“Como os participantes eram todos brasileiros brancos, as descobertas podem não ser mais amplamente aplicáveis ​​a outras etnias e nações. E informações sobre fatores potencialmente influentes, incluindo histórico recente de quedas, níveis de atividade física, dieta, tabagismo e uso de drogas que podem interferir no equilíbrio, não estavam disponíveis”.

“O teste de equilíbrio de 10 segundos fornece feedback rápido e objetivo para o paciente e profissionais de saúde em relação ao equilíbrio estático”, acrescentou o Dr. Araujo. “O teste adiciona informações úteis sobre o risco de mortalidade em homens e mulheres de meia-idade e idosos”.

Com informações do GNN
*Por Andrea Fassina
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*Fonte: sonoticiaboa

Você está pronto para conhecer o seu “gêmeo digital” gerado com Inteligência Artificial?

Na última quarta-feira (22), o astro da NBA, empreendedor e filantropo Carmelo Anthony apresentou seu “irmão gêmeo digital” – chamado Digital Melo – no palco principal da Collision Conference, evento realizado em Toronto, no Canadá, com cobertura in loco do Olhar Digital.

Para o ex-presidente do Google Eric Schmidt, fundador da Schmidt Futures, não está muito longe o momento em que nós todos teremos nossa própria réplica digital produzida por Inteligência Artificial (IA) – um “segundo eu”, nas palavras dele – vivendo no chamado metaverso.

De acordo com Schmidt, isso deve acontecer dentro dos próximos cinco anos. “Você terá um sistema que vai assistir você, que você poderá treinar, que poderá falar como você e que poderá representar você com algumas limitações em certas situações”.

Se a ideia de um mundo virtual habitado por avatares representando pessoas reais está realmente próxima de se concretizar, você está pronto para ter seu próprio irmão gêmeo digital?

Para ajudar (ou atrapalhar) a sua resposta, vamos lembrar de outro ponto que ganhou destaque na mídia recentemente sobre o mesmo assunto: um engenheiro do Google revelou que Inteligência Artificial da empresa, chamada LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo), ganhou vida própria e que teria, inclusive, contratado seu próprio advogado.

Imagem conceitual mostra uma mão tocando com o indicador a parte de trás da cabeça de uma mulher, com traços digitais azuis entre um e outro. A ideia é simbolizar a inteligência artificial

E então? Já imaginou a sua réplica digital ganhando vida própria? Será que isso é mesmo possível?

Em entrevista recente ao Olhar Digital News, o especialista em Tecnologia e Inovações, Arthur Igreja, comentou sobre essas novas tecnologias de IA que estão sendo desenvolvidas com níveis de inteligência próximo ao dos humanos para realização de tarefas específicas.

Ele disse que as pesquisas ainda estão distantes de alcançar uma IA com exatamente as mesmas características humanas. “Para a amplitude e complexidade do ser humano, que é o que se chama de inteligência artificial ampla, nós não estamos nem remotamente perto”.

Inteligência Artificial do Google realmente ganhou vida?
Para Igreja, o que aconteceu em relação à LaMDA tem a ver com o fato de que se trata de um robô programado para interagir por meio do diálogo e, devido à sua alta capacidade, pode ter impressionado o engenheiro. O especialista acredita que o afastamento do funcionário não significa necessariamente que o Google queira esconder algo da sociedade, mas apenas que a empresa está preservando seus projetos.

Entrevista completa com o especialista em Tecnologia e Inovações, Arthur Igreja, no Olhar Digital News.
O especialista descartou a possibilidade de máquinas se revoltarem contra a sociedade, como acontece em filmes de ficção científica. Ele alertou que, na verdade, devemos prestar atenção em empresas e pessoas que detenham essas tecnologias e possam utilizar desse poder de maneira equivocada.

É a mesma preocupação de Rob Enderle, um analista de tecnologia americano conhecido por ter trabalhado em várias empresas de tecnologia, incluindo EMS Development Company, a ROLM Systems e a IBM.

Em entrevista à BBC News, Enderle, que acredita que teremos as primeiras versões de gêmeos digitais humanos pensantes antes do fim desta década, disse que “o surgimento deles exigirá uma enorme quantidade de ponderações e considerações éticas, porque uma réplica pensante de nós mesmos pode ser incrivelmente útil para empregadores”.

“O que acontece se sua empresa criar um gêmeo digital de você e disser ‘ei, você tem esse gêmeo digital para quem não pagamos salário, então por que ainda pagamos você’?”, alertou Enderle, afirmando que a questão sobre quem é o dono de tais gêmeos digitais será uma das questões definidoras da iminente era do metaverso.

Quem seria responsável pelos atos praticados pelo “irmão gêmeo digital”?
Pesquisadora sênior em IA na Universidade de Oxford, a professora Sandra Wachter entende o apelo da criação de gêmeos digitais a partir de humanos. “É uma reminiscência de romances de ficção científica emocionantes e, no momento, esse é o estágio em que ele está”.

Questionada sobre como fica a questão da responsabilidade sobre as ações em caso de um avatar digital vir a cometer um crime, por exemplo, ou conquistar algum prêmio. Ela acrescenta que isso dependerá da ainda muito discutida questão ‘natureza versus criação’. “Vai depender de boa sorte e má sorte, amigos, família, seu contexto socioeconômico e ambiente e, claro, suas escolhas pessoais.”

Como vemos, o desenvolvimento de uma Inteligência Artificial tão fiel assim ao seu modelo humano é algo que implica em muitas ponderações. Temos um longo caminho a percorrer até que possamos entender e modelar a vida de uma pessoa do começo ao fim – se é que isso realmente se tornará uma realidade possível. Por enquanto, vamos continuar de olho na evolução de tais tecnologias.

*Por Flavia Correia
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*Fonte: olhardigital