Como a tecnologia está nos transformando em crédulos incondicionais

A tese é simples: com tanta coisa maravilhosa surgindo todos os dias, as pessoas estão acreditando que tudo é possível. Tudo mesmo.

“Google, quando o abacate que eu comprei vai ficar maduro?”

Por exemplo: acreditar que qualquer coisa que você pergunte ao Google, por mais bizarra que seja (“Google, quando vou morrer?”), possa de alguma maneira ser respondida.

Mas o ponto nem é a pergunta ser respondia, porque elas sempre são. A questão é o quanto você acredita nela ou não. E, desconfio, a credibilidade dos oráculos tecnológicos tem aumentado a cada geração.

Velhos e jovens: será que acreditam (ou desconfiam) de forma diferente?
Você já viu o novo aplicativo que você tira uma foto de um objeto, envia para um amigo e ele se materializa de verdade? O seu amigo só tem que apontar o celular para uma superfície, aí rola uma espécie de realidade aumentada e o objeto vai surgindo, que nem no teletransporte de Jornada nas Estrelas.

Um cara mais velho vai falar: “Hein??? Hahaha, bebeu???

E, talvez, um garotinho reaja de forma diferente: “Séééério??? Onde baixa??”

Claro, é um exagero, mas é só pra carregar nas cores da minha singela tese.

Por mais mágica que seja a promessa de uma nova tecnologia, as gerações mais novas gastam menos tempo desconfiando do que os mais velhos. Claro, faz parte da ingenuidade da idade mesmo.

Mas tem outro motivo: os mais velhos tem uma realidade e uma experiência prévia para comparar, enquanto que os mais jovens estão chegando ao planeta agora e ainda estão em modo tutorial. Você chega em um lugar novo e simplesmente observa e absorve. Quer conhecer. Os questionamentos vêm mais tarde.

Na escola era a mesma coisa, lembra? Você assistia as aulas com uma postura mais passiva, os questionamentos e as desconfianças (Cabral abriu demais a curva da Africa e acabou descobrindo o Brasil) isso veio muito mais tarde.

No começo das nossas existências, somos todos esponjas.


Tecno Fé

Tem uma expressão em inglês, que você deve conhecer e que resume bem essa postura, que é o “take for granted”. É aceitar algo como de direito, como fato inquestionável. É uma super familiaridade com as coisas, que parecem que sempre estiveram por aí desde sempre e que nem damos mais importância.

Algo próximo da própria definição de fé.

Fé é acreditar sem questionar. A coisa é a coisa e pronto. Eu acredito. Mesmo que o meu lado racional insista que unicórnios não existem. Veja bem, não estou criticando a fé. Estou apenas explorando o grau de devoção a uma crença qualquer.

Mas qual atitude é a melhor no fim das contas?

Será que a nova geração é mais aberta ao novo? Será que gente mais velha é mais desconfiada?

Pode ser que sim, mas o outro lado da moeda traz uma outra possibilidade. Os mais novos são também mais facilmente iludidos com falsas promessas. É uma geração que acredita em mágica. E, como sabemos, mágicas não são coisas reais. Mágicas são ilusões, truques.

Enfim, existe uma diferença enorme entre a saudável atitude de querer acreditar nas coisas e a crença cega e incondicional.


Concluindo

Não quero passar a impressão de que este post seja um daqueles que comparam gerações porque isso nunca funciona. Não dá para rotular atitudes por gerações, cravar atitudes coletivas baseado na data da certidão de nascimento como se fosse horóscopo (“se você nasceu depois do ano tal, então você é assim ou assado…”). Mas separar por blocões em ordem de chegada e de exposição ao planeta e as coisas da vida é uma forma de tentar enxergar tendências para a humanidade. E me parece que há uma mudança de atitude importante acontecendo.

A única coisa que acho que deveríamos ficar atentos é nunca esquecer do que existe por trás das mágicas. Eu costumo dizer que o meu filho cresceu vendo a louça aparecer de volta no armário, limpinha, como se fosse mágica. Claro, alguém teve que lavar tudo, mas ele não viu. E por isso vai aprendendo que louça fica limpa por mágica. Mas ignorar o processo é um erro grave.

Achar que toda essa liberdade de expressão ou a vontade de um mundo mais justo e evoluído é uma exclusividade da geração atual e esquecer que milhões de outros seres humanos brigaram por milhares de anos para que os jovens herdassem esse mundo bacana de hoje seria também um erro grave.

O ideal, como sempre, é pegar o melhor dos dois universos.

Crédulos, condicionais e conscientes dos processos e de como as coisas funcionam.

Para não sermos uma espécie que entra em extinção se acabar a energia elétrica.

*Por Wagner Brenner
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*Fonte: updateordie

Copo compostável é feito de borra de café

Sua composição é resistente ao calor e projetada para manter o café quente por mais tempo.

Reaproveitando a borra de café, um casal nos Estados Unidos desenvolveu um copo compostável e reutilizável. A ideia é que o produto substitua os utensílios plásticos usados em cafeterias “para viagem”.

O copo compostável, batizado de Kreis Cup, é fabricado com borra de café e materiais à base de plantas, sendo totalmente livre de plásticos. A borra é seca, tratada e depois suspensa em um polímero natural seguro para alimentos.

Sua composição é resistente ao calor e projetada para manter o café quente por mais tempo. Por ser durável, o copo ecológico pode ser aplicado em programas retornáveis em que o cliente ganha desconto quando leva sua própria caneca.

Fabricação sustentável e boa durabilidade já seriam grandes vantagens do Kreis Cup frente aos copos de plástico, comumente usados. Entretanto, este copo ainda é compostável, o que significa que, ao chegar ao fim de sua vida útil, se desintegra facilmente no solo – em condições adequadas.

Neste momento, o produto está angariando verba na plataforma de crowdfunding Kickstarter para chegar ao mercado. A menos de 24 horas para o fim da campanha, já foram arrecadados mais do que o dobro da meta de financiamento.

Outra companhia na Alemanha criou um produto similar, confira aqui.

Impacto do café
Sendo a bebida mais consumida no mundo, depois da água, o café gera toneladas de resíduos. De acordo com o Akatu, em 2017, consumimos 1,29 milhão de toneladas deste produto no Brasil e, com isso, geramos 838 mil toneladas de borra.

Ao ser reaproveitada, evita-se que a borra de café seja despejada no lixo e, posteriormente, seja enviada para aterros – onde vão emitir metano. Tal gás é 28 vezes mais nocivo do que o CO2 para o aquecimento global.

Além da necessária responsabilidade empresarial pelos resíduos, individualmente, também é possível aproveitar os nutrientes da borra de café para fertilizar o solo e fortalecer suas plantinhas ou até para limpar suas folhas. Confira ainda 9 maneiras de reaproveitar o pó de café.

*Por Marcia Sousa
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*Fonte: ciclovivo