Dia: 25 de agosto, 2022
Desaparecido e procurado: A saga do misterioso sumiço de Belchior
O lendário músico brasileiro Belchior protagonizou uma busca incessante de autoridades sul-americanas em seus anos finais
Durante a segunda metade do século 20, o Brasil não apenas conheceu a força do músico e compositor Belchior, como também aprendeu a admirá-lo pela criação de grandes sucessos nas rádios, como “À Palo Seco” e “Medo de Avião”. Com isso, o artista cearense se tornou uma das maiores referências da música popular brasileira.
Contudo, na virada do século seguinte, o declínio de seu sucesso comercial – somado a mudança de vida do artista – resultou em seu desaparecimento.
De acordo com reportagem do ‘Fantástico’, da TV Globo, os problemas do cantor iniciaram, ainda em âmbito familiar, no ano de 2007, quando abandonou compromissos relacionados a carreira, deixando para trás familiares e até mesmo o produtor, sem nenhuma forma de contato.
Após reportagem, o caso tornou-se conhecido nacionalmente, beirando o lúdico; as poucas pistas encontradas sobre seu paradeiro, na época, foram dois carros, abandonados em estacionamentos em São Paulo, sendo um deles próximo ao Aeroporto de Congonhas, que já acumulava dívidas por ocupar a vaga.
A revista Época adicionou mais informações relacionadas ao desaparecimento; junto dele estaria Edna Assunção, produtora cultural a qual Belchior teria encerrado um casamento de 35 anos para iniciar um namoro. Com ela também teria saído do país, tomando um destino desconhecido pelos mais próximos.
Sumiço controverso
Apesar do sumiço, entre os anos de 2008 e 2017, diversas imagens do músico em diferentes pontos da América do Sul foram feitas por fãs. Em uma rara entrevista à TV Globo, em 2009, ele foi localizado no pequeno município de San Gregorio de Polanco, no Uruguai, agradecendo a repercussão: “Eu me sinto imensamente feliz por me ver tão amado e requisitado”.
Em paralelo a isso, começavam a surgir os primeiros problemas legais do sumiço; não apenas acumulava dívidas de estacionamento, mas começou a ser procurado da polícia uruguaia em 2012 após abandonar a estadia em um hotel com uma dívida de US$ 15 mil, onde esteve hospedado por seis meses, como informou o portal G1.
No ano seguinte, passou a ser alvo de mandados de prisão pelo Brasil, devido ao não pagamento de pensões alimentícias para uma filha e à ex-mulher. Dessa forma, passou a ser ainda menos visto, com relatos de que residia em Porto Alegre, mas não mantinha um endereço fixo, chegando a habitar uma instituição de caridade e até dormir em casa de fãs.
Antes de falecer, em 2017, sofreu com contas bloqueadas devido a um processo trabalhista movido por um ex-funcionário, totalizando uma dívida de R$ 1 milhão. Seu paradeiro final foi no município gaúcho de Santa Cruz do Sul, quando faleceu por causas naturais aos 70 anos. O corpo, no entanto, retornou a cidade-natal para o sepultamento.
*Por Wallacy Ferrari
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*Fonte: aventurasnahistoria
Amazônia e Pampa lideram queimadas de janeiro a julho de 2022
O Brasil queima no Norte e no Sul de seu território. Dados do MapBiomas mostram que 2.932.972 hectares foram consumidos por queimadas nos primeiros sete meses do ano. Embora maior que o estado de Alagoas, essa área é 2% menor do que a que foi consumida pelo fogo no ano passado.
Na Amazônia e no Pampa, no entanto, a situação é diferente: esses são os únicos biomas com aumento na área afetada pelo fogo. Na Amazônia o fogo atingiu uma área de 1.479.739 hectares, enquanto que no Pampa foram 28.610 hectares queimados entre janeiro e julho de 2022. Nesse período, foi registrado um aumento de 7% (ou mais de 107 mil hectares) na Amazônia e de 3372% no Pampa (27.780 ha).
Esses dados fazem parte da nova versão do Monitor do Fogo, que o MapBiomas lança nesta quinta-feira, 18 de agosto, em sua plataforma.
Esta versão usa imagens do satélite europeu Sentinel 2, que tem duas importantes características para esse tipo de mapeamento: ele passa a cada cinco dias sobre o mesmo ponto, aumentando a possibilidade de observação de queimadas e incêndios florestais; além disso, tem resolução espacial de 10 metros.
Isso acrescenta cerca de 20% a mais na área queimada em relação aos dados do Mapbiomas Fogo coleção 1, que traz o histórico de fogo anualmente desde 1985. Também permite que a partir de agora os dados sejam divulgados mensalmente.
Monitor do Fogo
O Monitor do Fogo do MapBiomas difere e complementa o monitoramento do INPE porque avalia as cicatrizes do fogo, e não os focos de calor. O motivo é simples: dados de focos de calor representam a ocorrência de fogo (e potencialmente contribuem para seu combate) mas não permitem avaliar a área queimada.
O Monitor de Fogo, por sua vez, revela em tempo quase real (diferença de um mês) a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade da destruição que é apontada pelos focos de calor da plataforma do INPE.
“Este produto é o único nessa frequência e resolução a fornecer esses dados mensalmente, o que facilitará muito a prevenção e combate aos incêndios, indicando áreas onde o fogo tem se adensado”, explica Ane Alencar, coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas. “Além do poder público, é uma ferramenta de grande utilidade para a iniciativa privada, como o setor de seguros, por exemplo”, completa.
Fogo em 2022
Os dados dos sete primeiros meses de 2022 mostram que três em cada quatro hectares queimados foram de vegetação nativa, sendo a maioria em campos naturais. Porém, um quinto de tudo que foi queimado no período foi em florestas. Metade das cicatrizes deixadas pelo fogo localizam-se no bioma Amazônia, onde 16% da área queimada corresponderam a incêndios florestais, ou seja, áreas de floresta que não deveriam queimar.
O Mato Grosso foi o estado que mais queimou nos sete primeiros meses de 2022 (771.827 hectares), seguido por Tocantins (593.888 hectares) e Roraima (529.404 hectares). Esses três estados representaram 64% da área queimada afetada no período.
No Cerrado, a área queimada entre janeiro e julho de 2022 (1.250.373 hectares) foi 9% menor que no mesmo período do ano passado, porém 5% acima do registrado em 2019 e 39% maior que em 2020. O mesmo padrão foi identificado na Mata Atlântica, onde houve uma queda de 16% em relação a 2021 (ou 14.281 hectares), porém um crescimento de 11% em relação a 2019 e 8% na comparação com 2020.
O Pantanal, por sua vez, apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos (75.999 hectares), com 19% de redução de 2022 para 2021 em relação a área queimada de janeiro a julho
Dentre os tipos de uso agropecuário das áreas afetadas pelo fogo, as pastagens se destacaram com 14% da área queimada nos sete primeiros meses de 2022.
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*Fonte: ciclovivo