Dia: 29 de agosto, 2022
Transforme seu celular em “toca-discos”
O Yamaha Design Lab anunciou um pequeno aparelho que, unido a smartphones, simula a experiência de ouvir um LP em um toca-discos. Chamado TurnT, o equipamento contém caixas de som e um braço, na ponta do qual está a sua “agulha”.
Essa “agulha”, no entanto, não é uma agulha de verdade, muito menos entra em contato com os microrrelevos dos sulcos de um vinil, mas sim com as telas lisa dos celulares. Com um app que cria um “LP” virtual, sincronizado às plataformas de streaming, o usuário consegue ter um pequeno gostinho do que é a experiência analógica.
Isso porque, para dar play nas músicas, ou para trocar de faixa, você precisa (assim como nos discos reais) mudar a posição da agulha. No TurnT, você precisa voltar ou avançar o álbum manualmente.
“O processo de ‘diversão séria’ ajuda você a respeitar a música e ter um tempo precioso com ela”, diz o vídeo de lançamento da Yamaha. Será?
Por aqui, vemos como uma novidade super interessante, mas é certo: não chega aos pés dos LPs de verdade. É apenas uma forma divertida de ouvir música pelo celular. Para curtir o áudio analógico de verdade, você precisa mesmo é de um toca-discos.
*Por Erick Bonder
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*Fonte: noize
Por que é tão difícil mudar de opinião?
Em pleno período eleitoral, uma verdade parece ainda mais evidente: é muito difícil mudar aquilo que já achamos. Estudos realizados pela psicologia cognitiva e pela neurociência demonstram que algo presente na política se estende para todos os ramos da nossa vida: nós costumamos formar nossa opinião muito mais por conta das emoções (como a raiva e o desprezo) do que por conta dos fatos.
É por isso mesmo que “saber a verdade” não é sempre suficiente para mudar uma opinião. Em outras palavras, mudar a própria mente não é nada fácil. Mas não é impossível. Neste texto, explicamos por que, para nós, é tão difícil mudar de ideia.
1. O confronto com as crenças
Idealmente, imaginamos que vivemos em um mundo regido pela racionalidade. Quando novas evidências desmentem as nossas crenças, nós avaliaríamos esses fatos e mudaríamos de ideia. Mas não é assim que costuma acontecer.
A neurociência explica que a culpa é um sentimento que costuma entrar em ação quando nos confrontamos com evidências que desmontam o que já achávamos. Este fenômeno tem até nome: é chamado de “perseverança da crença”.
Quando algo (como notícias ou mesmo conversas com os outros) sugerem que nossas crenças estão erradas, nós nos sentimos ameaçados. Quando isso envolve questões ligadas à nossa identidade pessoal ou político, sentimo-nos ainda mais atacados.
Curiosamente, o confronto com alguém com a visão de mundo diferente pode se tornar “um tiro que sai pela culatra”: as crenças originais se tornam ainda mais arraigadas que antes.
2. A busca pelo que confirma as crenças
Outra tendência cognitiva que temos é de buscar aquilo que a ciência define como “viés de confirmação”. Ou seja, naturalmente, nosso primeiro movimento é buscar novas informações que ajudem a confirmar aquilo que já pensávamos.
Fazemos isso de várias formas, como conversando com pessoas que pensam como nós ou procurando uma mídia tendenciosa. O problema do viés de confirmação é que ele nos impede de olhar para uma situação de forma objetiva, analisando vários ângulos — e, desta forma, descobrindo que estamos errados.
3. A questão dos hormônios
A verdade é que o funcionamento do nosso cérebro também não ajuda para que estejamos abertos às mudanças. O cérebro está preparado para nos proteger, o que envolve reforçar nossas opiniões mesmo quando elas estão equivocadas.
A explicação é científica: vencer uma discussão faz ocorrer no cérebro uma enxurrada de hormônios, como dopamina e adrenalina. Estas substâncias nos trazem as sensações de prazer presentes nos atos de comer, andar, fazer sexo — e sim, vencer um debate. É um sentimento tão bom que muita gente fica viciado nele.
Por outro lado, quando temos alto nível de estresse, o corpo libera cortisol, um hormônio que nos tira de nosso centro e desconstrói nossa racionalidade. É o cortisol, por exemplo, que nos dá o impulso para fugir quando sentimos que estamos correndo perigo.
Por isso, o desejo de estar certo é também um desejo de fugir do estresse, e o nosso cérebro nos protege a todo custo para evitar que isso aconteça.
4. Como treinar o cérebro para sair desta situação?
Embora seja muito difícil lidar com isso, a longo prazo, ter a mente aberta é mais vantajoso para a saúde. Mas, para isso, é preciso “religar” o cérebro e refazer nossos hábitos mentais.
O fato é que, para isso, precisamos de treinamento. Podemos, por exemplo, buscar aprender coisas novas, e tentar analisar um problema por meio de perspectivas diversas. Outra sugestão é fazer um exercício de tentar solucionar problemas apenas usando evidências objetivas, identificando o que é fato e o que é opinião.
Uma forma de fazer isso é analisar quais são as suas fontes de informação. São especialistas respeitados dentro do seu ramo? Como você sabe disso?
Outra dica é treinar a maneira pela qual você comunica suas certezas. Às vezes, o melhor jeito de convencer alguém de que está errado, tem a ver com sabermos apresentar isso de uma maneira não confrontativa, evitando passar a sensação de ataque. Ao invés isso, tente fazer perguntas que façam a pessoa questionar aquilo que acredita.
Por fim, fuja da arrogância: lembre-se que todos nós temos nossas convicções, não só aqueles que consideramos estar errados.
*Por Maura Martins
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*Fonte: megacurioso