Dia: 15 de setembro, 2022
CACHAÇA: A história da amada bebida brasileira
A cachaça — bebida alcoólica gerada a partir da fermentação da cana de açúcar — é provavelmente a mais tradicional bebida brasileira. Mas saiba que este orgulho nacional tem uma história complexa, com partes ainda não totalmente esclarecidas. É esta história que contamos agora.
A origem da cachaça
Ao contrário de outras bebidas, a cachaça já nasceu marginalizada: ela foi inventada no Brasil por pessoas escravizadas nos engenhos de açúcar durante o século XVI. Seria, portanto, uma bebida sem status, consumida apenas por pobres – a elite preferia tomar vinhos e a bagaceira (aguardente produzida com o bagaço da uva).
Há três possíveis origens da produção da bebida no país: ela pode ter surgido em Pernambuco, entre 1516 e 1526; em Porto Seguro, na Bahia, em 1520; ou no litoral de São Paulo, entre 1532 e 1534, no Engenho do Governador.
Quando a produção da cachaça foi se espalhando, tornando-se a bebida alcoólica mais consumida no Brasil colonial, a Corte Portuguesa resolveu proibir sua venda e consumo. A alegação era que a bebida causava ameaças à segurança e à ordem, fazendo os trabalhadores renderem menos. Em São Paulo, no ano de 1847, a Câmara Municipal criou uma lei que mandava prender quem vendesse cachaça.
Mas os historiadores contam que o motivo da “desordem” era apenas aparente. O que a metrópole não queria é que se aumentasse o consumo de cachaça entre a classe média, o que ameaçaria o comércio da bagaceira, que vinha de Portugal.
Mas as proibições jamais conseguiram acabar com o consumo da bebida. A saída da Corte Portuguesa foi tentar taxar a venda da cachaça, para poder lucrar em cima. Mas também não tiveram sucesso, uma vez que havia muita sonegação.
Um fato importante é que as medidas de taxação da cachaça contribuíram imensamente com o descontentamento da colônia contra o poderio de Portugal, motivando os ideais independentes que dariam impulso à Conjuração Mineira. Como era vista como símbolo de resistência e de luta por independência, a cachaça era servida nas reuniões dos inconfidentes.
As vantagens da bebida e a relação com o tráfico escravagista
O sucesso comercial da cachaça se relacionou à expansão da produção de açúcar no Brasil e na possibilidade de exportar a bebida. Isto porque, diferente da cerveja e do vinho, que estragava em viagens longas para outros continentes, o transporte de destilados, com alto teor de álcool, era mais propenso às exportações.
No fim do século XVII, o Brasil perde a exclusividade na produção de açúcar, que começa a ser produzido também na América Central. Quem controlava esta indústria eram os holandeses que haviam sido expulsos do litoral de Pernambuco. Só que o açúcar produzido lá tinha menos qualidade, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma nova bebida: o rum.
Esta crise no açúcar brasileiro fez com que as usinas fossem adequadas para produzir cachaça para exportação. Estima-se que entre 1710 e 1830, cerca de 310 mil litros de cachaça foram enviados para Luanda, capital de Angola. 25% deste volume serviu como moeda de troca por pessoas escravizadas.
A marginalização e a popularização da cachaça
Ainda assim, a cachaça continuou sendo enquadrada como uma bebida de baixa qualidade, e que se associava aos brasileiros (considerados inferiores) e não aos europeus.
A revalorização da cachaça esteve diretamente ligada à Semana de Arte de 1922, movimento que buscou fazer um retorno às raízes brasileiras. A bebida passou então a ser enaltecida como um símbolo da cultura nacional. Mario de Andrade, inclusive, publicou um estudo chamado Os Eufemismos da Cachaça.
O caminho da bebida seria, gradativamente, ganhar uma maior legitimidade como elemento fundamental da cultura brasileira. Um marco desta história é o decreto promulgado em 1996 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso que define “caipirinha” como a bebida típica brasileira, exclusivamente elaborada com cachaça, limão e açúcar, e delimita cachaça como “denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de trinta e oito a quarenta e oito por cento em volume”. O decreto ajuda a estabelecer critérios para fabricação e comercialização da bebida, além de confirmá-la oficialmente como produto brasileiro.
*Por Maura Martins
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*Fonte: megacurioso
Há exatos 22 anos, o aclamado “Quase Famosos” chegava aos cinemas
O filme que conta a trajetória de vida de Cameron Crowe virou parte da história do Rock and Roll
No dia 13 de setembro de 2000, chegava aos cinemas americanos um dos filmes que mais marcou a história moderna do Rock and Roll: Quase Famosos, de Cameron Crowe.
Quase autobiográfico, o longa criado por Crowe conta a história de um adolescente aspirante a jornalista que consegue um freela incrível na revista Rolling Stone durante os anos 70. Como tarefa, ele segue a banda fictícia Stillwater na estrada, e a experiência muda sua vida.
Quando dissemos autobiográfico, é verdade, já que o próprio Cameron foi um redator da revista na adolescência. O roteiro do filme é baseado em suas histórias acompanhando bandas como Poco, The Allman Brothers Band, Led Zeppelin, Eagles e Lynyrd Skynyrd pelos Estados Unidos.
No filme, quem interpreta sua versão cinematográfica é Patrick Fugit, vivendo o jovem William Miller. No elenco, ainda há nomes como Kate Hudson (Penny Lane), Frances McDormand (Elaine Miller), Fairuza Balk (Sapphire), Philip Seymour Hoffman (Lester Bangs) e vários outros atores incríveis.
Prêmios de Quase Famosos e Trilha Sonora
Hoje considerado quase um filme cult, Quase Famosos levou um Oscar de Melhor Roteiro Original no ano seguinte ao seu lançamento, além de outras três indicações.
No Grammy, a trilha sonora do longa, que tem nomes como Mike McCready (Pearl Jam), Nancy Wilson (Heart) e Peter Frampton, levou a melhor.
E falando na trilha, o trabalho ganhou uma edição de 20 anos em 2020, que você pode ouvir na íntegra logo abaixo.
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*Fonte: tenhomaisdiscosqueamigos