Novo estudo com quase meio milhão de pessoas, com idades entre 40 e 69 anos, revela benefícios da bebida
O consumo de chá, dos mais diversos tipos, é muito comum na Inglaterra. O país foi justamente o lugar escolhido para um estudo com cerca de 500 mil pessoas sobre os possíveis benefícios do consumo de chá preto. As conclusões foram animadoras: quem bebeu duas ou mais xícaras de chá por dia apresentou um risco de 9% a 13% menor de morte precoce por doença cardiovascular ou derrame, em comparação com os que não bebiam chá.
A relação entre o consumo do chá e a diminuição do risco de morte precoce foi mantida independente de outros fatores como também beber café, colocar leite ou açúcar ao chá, a temperatura da bebida e o efeito da demografia, estilos de vida, bem como genes que determinam a rapidez com que as pessoas metabolizam a cafeína.
Este não é o primeiro estudo que mostra que beber chá pode ser benéfico para nossa saúde. Pesquisas anteriores mostraram uma associação entre o consumo de chá verde e a redução da mortalidade em populações asiáticas, inclusive por câncer, mas os poucos estudos realizados em populações que bebem chá preto não tinham resultados tão consistentes.
A pesquisa foi realizada por uma equipe de pesquisa nos Estados Unidos liderada pelo Dr. Maki Inoue-Choi, do National Institute of Health’s National Cancer Institute. Os cientistas investigaram a associação entre o consumo de chá e a mortalidade no Reino Unido, usando dados de 500 mil pessoas inscritas no estudo do Biobank do país no início dos anos 2000.
Os pesquisadores acompanharam os participantes durante o período de estudo de 14 anos, até o início de 2020. Para aqueles que morreram durante esse período, os pesquisadores obtiveram a data e a causa da morte do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.
Os pesquisadores descobriram um risco de morte de 9% a 13% menor entre as pessoas que bebiam pelo menos 2 xícaras de chá por dia do que entre os que não bebiam chá. O consumo de chá foi associado à redução da mortalidade por doenças cardiovasculares e derrames – mas não a nenhuma redução de câncer ou doenças respiratórias do que os que não bebem chá.
A equipe controlou fatores demográficos, de saúde e estilo de vida em sua análise. Dados genéticos estavam disponíveis para a maioria dos participantes, permitindo que os pesquisadores avaliassem se as associações encontradas variavam com variantes genéticas que afetam a rapidez com que as pessoas metabolizam a cafeína. Eles descobriram que essas variantes não afetaram as associações, nem o consumo de café.
“Os resultados reforçam que o chá, incluindo o chá preto, pode fazer parte de uma dieta saudável”, diz a Dra. Erikka Loftfield, do NCI, autora sênior da pesquisa.
Os pesquisadores, no entanto, explicam que este é um estudo é observacional e não pode provar que o consumo de chá reduz diretamente o risco de morte. Eles também não avaliaram alguns aspectos do consumo de chá, como tamanho da xícara e intensidade do chá, que podem ser importantes.
Os resultados obtidos até agora foram publicados na edição de setembro de 2022 da Annals of Internal Medicine. Para determinar como exatamente o chá reduz o risco de morte, mais estudos serão necessários.
*Por Natasha Olsen
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*Fonte: ciclovivo