Feliz Ano Novo!

Com a chegada de um novo ano, é tempo de renovar as esperanças, de planejar novos objetivos e de agradecer por tudo o que temos na vida.

Que o próximo ano não seja apenas uma mudança de número, mas também uma possibilidade de valorizarmos ainda mais o que nos faz feliz.

Seja bem-vindo, 2023!

O Brasil Morreu – (Fabrício Carpinejar)

Pelé é sinônimo de Brasil. O Brasil morreu.
Nunca imaginamos viver tal enterro, tal comoção, tal velório.
2022 será o ano em que Pelé se despediu da humanidade.
É como perder a nossa explicação de país, de onde moramos, de quem somos.
Para os estrangeiros, Brasil é Pelé.
Ele era o nosso visto no passaporte, nossos antecedentes, nossos pré-requisitos, nossas recomendações.
Mais do que o carnaval ou o café, mais do que o samba ou a alegria.
Era o rei eleito pelo povo, a nossa única unanimidade, o sorriso brejeiro de quem chegou no auge e não perdeu a majestade com o desenrolar da vida.

Sua carreira foi perfeita. Não existe flagrante de um tropeço, uma pisada, um descuido, um escorregão, um carrinho de Pelé.
Seus olhos proféticos enxergavam o lance antes de sua consumação. Ele sabia sempre onde a bola iria cair. Ele bailava com a bola, sua parceira de dança, até que ela pousasse no fundo das redes. Ninguém cuidou de uma bola com igual capricho e atração.
Há quem beije a bola, mas só com Pelé a bola retribuía e beijava de volta.

Jamais existirá um outro Pelé — gênio vem, gênio se despede dos gramados e não há concorrente.
Pelé elevou o patamar de excelência a um nível impossível de ser superado. A um patamar insuportável. Ele era um alienígena perto de qualquer mortal. O melhor do mundo não é capaz de ser o melhor de todos os tempos como ele.

Em apenas um time, o Santos, ele marcou 1091 dos seus 1283 gols ao longo da trajetória, levando o clube santista a conquistar duas Copas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes.

E ele era tão fora da curva que alcançou a marca do milésimo gol em 1969, muito antes de sua aposentadoria, em 1977.
Pelé acumulou recordes, façanhas, milagres. As torcidas adversárias frequentavam as arquibancadas para saudá-lo mais do que para torcer pelos seus times. Ele parou uma guerra civil na Nigéria, em 1969, em inédito cessar-fogo na cidade de Benin, para que situacionistas e separatistas pudessem acompanhar o ídolo em campo. Aos 17 anos, na Suécia, já brilhava numa Copa do Mundo, com dois gols na final, um deles com direito a chapeuzinho no defensor. Popularizou o esporte nos Estados Unidos, jogando pelo Cosmos e atraindo público de 60 mil pessoas aos estádios, algo que nunca tinha acontecido para o futebol em solo americano. Ficou famoso até pelos quase gols, como o do chute de meio de campo contra a Tchecoslováquia e a finta de corta-luz contra o Uruguai.

O tricampeão do mundo (1958, 1962 e 1970) aprendeu a se desvencilhar dos goleiros sendo goleiro na infância. Seu apelido é uma derivação oral do Bilé, como era chamado nas peladas em Bauru pelos colegas quando atuava debaixo das traves.
Talvez tenha sido um goleiro disfarçado de atacante. Talvez esse tenha sido o segredo da sua altura, transferindo aos pés a exatidão e a ciência das mãos.

Tornou-se um assombro de agilidade, elasticidade, velocidade, drible. Suas cabeçadas tinham um impulso de um arqueiro matador. Suas bicicletas tinham a coreografia de um arqueiro que trocou de lado. Ele construía pontes, viadutos, passarelas da beleza na pequena aérea.

Se você não viu o Pelé jogar, tudo o que você vê de sublime no futebol veio de Pelé.
Quis o destino que o atleta do século partisse logo depois de uma Copa do Mundo, a maior festa do futebol. Para lembrar que esse palco sempre será dele.

Se Thomas Edison inventou a lâmpada, o mineiro Edson Arantes do Nascimento inventou a luz própria. Sua camisa 10 virou luz.


AUTOR: Fabrício Carpinejar

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*Fonte: Publicado no jornal Zero Hora, GZH, 29/12/2022

Pelé! Muito obrigado…

Sou de uma geração onde o nome Pelé significa excelência, o dez, o máximo, o auge, o cume, o topo, a beleza e a leveza no gingado com a bola e isso sempre me passou uma certa tonalidade de eterno. Hoje faleceu o REI, aquele que em poucos casos, teve esse título conquistado por puro merecimento. Foi muito mais do que um jogador de futebol, foi do povo, foi emblemático e representativo para tanta gente mundo afora. Agora essa sua eternidade vem com os fatos da sua bela história, seu legado e que bom que temos tantas fotos e filmes para provar a sua genialidade. Descanse em paz PELÉ. Sua grandeza o mundo inteiro reconhece!

Dia triste para o futebol. Nem tenho mais palavras pera descrever, só consigo dizer… OBRIGADO!!!

Estudo mostra que brasileiro ouve 37 músicas por dia

O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) acaba de disponibilizar em seu site oficial, um estudo feito a partir dos processos de matching automático das informações recebidas das plataformas digitais com o banco de dados da instituição.

Os dados mostram que o Brasil vive um crescimento sem precedentes no consumo de música, muito por conta do streaming que habita os dispositivos móveis digitais que são carregados por praticamente todos os cidadãos.

A cada segundo, diz a entidade, 100 mil músicas nacionais e estrangeiras – de todos os segmentos – são ouvidas nas mais diferentes plataformas, o que perfaz oito bilhões de execuções em um dia.

Parece um número absurdo, mas, na verdade, é como se cada brasileiro ouvisse 37 canções em um dia. Como cada música possui em média três minutos, é como se você gastasse quase duas horas por dia curtindo um som.

“A identificação musical é uma das atividades fundamentais para o Ecad. Sem ela e sem o apoio da tecnologia, que é nossa grande aliada, o trabalho de arrecadação e distribuição de direitos autorais não seria feito de forma correta e precisa. Por isso, mais de 80% de nosso investimento é feito em tecnologia. Nosso objetivo é transformar o Ecad em uma entidade cada vez mais digital e orientada a dados”, disse Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad.

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*Fonte: radiorock89

Mulheres têm mais empatia do que homens? Este estudo diz que sim

Mulheres têm mais empatia que os homens. Pelo menos, essa é a afirmação de um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) na última segunda-feira (26). Uma pessoa empática é intelectualmente capaz de entender o que a outra está pensando ou sentindo, ou seja: consegue se colocar no lugar do outro. E para chegar à descoberta, os pesquisadores conduziram alguns testes cognitivos em mais de 300 mil pessoas de 57 países diferentes.

O teste ajuda a medir a capacidade de reconhecer o estado mental ou as emoções de outra pessoa. Na prática, os participantes devem olhar fotos da área ao redor dos olhos de alguém, e indicar se está esboçando alguma expressão facial, identificar o que essa pessoa está pensando ou sentindo a partir disso.

Em 36 países, as mulheres tiveram uma pontuação mais alta em empatia cognitiva do que os homens. Em 21 dos países, as pontuações de mulheres e homens foram semelhantes. Curiosamente, o estudo não apresentou um único país em que os homens pontuassem melhor, em média, do que as mulheres.

“Nossos resultados fornecem algumas das primeiras evidências de que o conhecido fenômeno — que as mulheres são, em média, mais empáticas do que os homens — está presente em uma ampla gama de países em todo o mundo”, afirmam os pesquisadores por trás do artigo.

Os pesquisadores teorizam que as diferenças sexuais na empatia cognitiva podem resultar de fatores biológicos e sociais. No entanto, vale o alerta de que que os resultados são apenas uma média, e que nada impede que um homem possa ser mais empático que uma mulher, especificamente falando.

Os responsáveis pelo artigo também reconhecem que as descobertas levantam novas questões para pesquisas futuras sobre os fatores sociais e biológicos que podem contribuir para a diferença média observada entre os sexos na empatia cognitiva.

*Por Nathan Vieira
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*Fonte: canaltech

Antropoceno, a era geológica dos humanos, pode ser oficializado em breve

Geólogos de todo o mundo estão votando para decidir se estamos prestes a mudar de época geológica ou não, pulando do atual Holoceno — que começou há 11.700 anos, com o fim da última era do gelo — para o Antropoceno, que significa, literalmente, a “era dos humanos”. Para aprovar ou reprovar a mudança de terminologia, diversos comitês de cientistas da área estão realizando painéis e votações.

Não há consenso sobre a necessidade da mudança, e por diversas razões. A principal delas, refletida, inclusive, no nome da possível nova época, é a influência humana no planeta. Hoje, sabemos que as modificações que fazemos têm consequências para todo o planeta, o que nem sempre foi considerado. Nos anos 1920, por exemplo, se pensava que a Terra era grande demais para se afetar por nós. Embora não consigamos destruí-la, fisicamente falando, conseguimos modificar paisagens e clima de formas até mesmo irreversíveis.

Os períodos geológicos da Terra são marcados pelas rochas e grandes eventos: podemos estar prestes a ganhar um período dedicado aos efeitos dos humanos no planeta com o Antropoceno

O que significa o Antropoceno
No momento, um dos 4 comitês decidem, internamente, em qual ano acreditam que o Antropoceno tenha se iniciado. Após a decisão, que deve ocorrer no final do verão, em 2023, a proposta final será submetida aos outros 3 comitês de geólogos pelo mundo, que votarão para rejeitar ou oficializar a nova época. Pelo menos 60% de cada comitê deve aprovar a proposta do grupo para avançá-la ao próximo. Caso contrário, a decisão pode ser adiada por anos.

Em um certo sentido, oficializar o Antropoceno é reconhecer a influência das ações humanas no nosso planeta, assumir que tais efeitos ficarão marcados nas rochas, perceptíveis por milênios. Afinal, transições geológicas levam esse tipo de mudança global em consideração, e é por isso que alguns cientistas estão preocupados com a escolha, seja ela a favor ou contra o Antropoceno.

Uma das grandes preocupações é a de que a oficialização da nova época seja usada como um palanque para declarações políticas, uma maneira de avançar pautas ecológicas, por exemplo. No tempo geológico, por exemplo, o Antropoceno seria um grão de areia, um microssegundo na história. Marcações geológicas temporais ajudam os cientistas a compreender e estudar períodos sem registros escrito e permitem poucas observações científicas apenas por meio de seus vestígios.

Já a “era dos humanos” é detalhadamente documentada, com poucos espaços verdadeiramente em branco — não haveria necessidade de uma terminologia geológica, já que temos os anos exatos de cada acontecimento importante. Se aceitar a nova época parece muito precipitado, há quem diga que negá-la também seria, representando outro espectro do palanque político, desta vez um que nega a influência humana no planeta, ou que acredita que nossas ações serão apagadas pelas eras como folhas levadas pelo vento. De qualquer forma, essa decisão também terá de ser justificada por cada comitê.

As emissões humanas modificam o planeta, mas alguns cientistas creem que elas afetarão apenas nossa efêmera vida por aqui, e não a geologia do planeta ao longo dos Éons

Implicações científicas da mudança de época
As consequências do Antropoceno para a comunidade científica serão gerais, assim como é a classificação de um animal por um zoólogo ou de um planeta para um astrônomo. Classificar eras e épocas é um trabalho conservador como qualquer outro na ciência, já que mudará estudos acadêmicos, museus, livros didáticos e muito mais por gerações a fio.

A divisão geológica atual é dividida, de forma crescente, em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades. No momento, na Idade Megalaiana da Época do Holoceno, dentro do Período Quaternário da Era Cenozoica do Éon Fanerozoico — isso desde 4.200 anos atrás. Medir mudanças não é fácil, já que registros rochosos estão cheios de lacunas e mostram modificações de forma gradual. É raro encontrar pontos bem definidos como a queda do meteorito de Chicxulub na Península de Yucatán, que aniquilou os dinossauros e terminou o Período Cretáceo. Não há nada tão preciso quanto isso em termos geológicos.

O Período Cambriano, de 540 milhões de anos atrás, por exemplo, tem seu início contestado por décadas. O Quaternário, após longas discussões, foi remodelado em 2009. Em 2019, Grupo de Trabalho do Antropoceno definiu que ele começaria em meados do século XX, quando emissões de gases do efeito estufa, atividade econômica e população humanas subiram vertiginosamente. Mostradores geológicos como isótopos de plutônio de explosões nucleares, nitrogênio de fertilizantes e cinzas de usinas energéticas ficarão, perenes, no mundo.

E assim como outras marcações geológicas, o Antropoceno terá uma “cavilha de ouro”, um marco físico que demonstre, por registros rochosos, o que o difere do tempo anterior. A votação para o marco já aconteceu, levando 9 locais em conta, entre eles o gelo da Península Antártica, uma turfeira na Polônia, um recife de corais na costa do estado americano da Louisiana e uma baía no Japão. Também já foi votada a definição a ser dada ao Antropoceno, ou seja, se ele será uma época, uma idade do Holoceno ou outra marcação temporal.

A queda do meteoro em Chicxulub é uma marcação muito bem determinada de uma mudança de Era, terminando o Cretáceo, mas nenhum outro marco é tão bem definido assim. É um dos problemas de cravar o Antropoceno tão cedo e tão próximo de nós (Imagem: Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0)

Controvérsias e ideias
Há dúvidas sobre a definição no meio do século XX, que é estranhamente próxima a nós. Para os arqueólogos e antropólogos, chamar objetos da Segunda Guerra Mundial de “pré-antropocênicos” será, no mínimo, esquisito. Usar isótopos de bombas nucleares também é desconfortável, ou até mesmo sem sentido. Radionuclídeos dos eventos são marcantes para os humanos, mas não querem dizer nada para as mudanças climáticas ou outros eventos mais importantes causados por nós.

A Revolução Industrial, outro marco interessante, também deixaria de fora milênios de mudanças humanas como agricultura e desmatamento, que modificaram bastante o planeta. Reconhecer o Antropoceno é importante como uma forma de assumir responsabilidades, compreender que não só arranhamos a superfície da Terra, mas fazemos muito mais. Há um argumento que leva isso em consideração, mas dá outra ideia, menos inflexível: chamar o Antropoceno de evento.

Um evento é um acontecimento transformador para o planeta, mas que não aparece como uma mudança na linha do tempo, sem regulamentação pela burocracia científica. Quando o oxigênio invadiu os ares da Terra, há cerca de 2 bilhões de anos, ele se tornou o Grande Evento de Oxidação, assim como o são as extinções em massa. Cientistas de várias áreas já usam o termo “Antropoceno”, neste sentido, como um reconhecimento da chegada e influência humana por aqui. A ideia é boa — mas teremos de esperar o final das decisões, no ano que vem, para descobrir o que se fez, ou se desfez, acerca do Antropoceno.

*Por Augusto Dala Costa
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*Fonte: canaltech

Do Pinheiro de Natal à Lentilha do Revéillon: Como surgiram as “tradições” de Fim de Ano

Descubra as origens dos costumes que permeiam nossas celebrações do Natal e do Ano Novo

As comemorações do Natal e do Ano Novo são repletas de tradições, incluindo decorações, roupas e comidas típicas. Os significados por trás desses costumes, que por vezes repetimos sem pensar muito a respeito, remontam a séculos ou até milênios atrás.

Essas curiosidades históricas foram explicadas por Leonardo Lousada — que é pós-graduado em Ciências da Religião e também um cofundador do Conhecimentos da Humanidade, um canal do Youtube que se propõe a descrever os elementos sociais que “ajudaram a construir o mundo que conhecemos hoje” — em uma entrevista exclusiva ao site Aventuras na História.

Então é Natal
Muitas coisas sobre a vida são incertas, mas, mesmo durante os anos de acontecimentos mais incomuns, é possível ter uma certeza: durante o mês de dezembro, todos os espaços públicos serão preenchidos por decorações natalinas.

Parques, lojas, shopping centers e condomínios se preparam para a festa tradicional cristã com a adoção de fantoches de Papai Noel, renas, luzes coloridas, presentes de mentirinha, penduricalhos e, o mais importante — o imponente pinheiro de Natal.

A árvore, que aqui no Brasil costuma ser de plástico mesmo, é decorada com globos vermelhos, verdes e dourados, laços, pisca-pisca e uma estrela na ponta.

Embora muitos desses pingentes tenham sido desenvolvidos com o tempo, vale mencionar que aqueles na coloração vermelha datam de antes mesmo da chegada do cristianismo, quando a comemoração ainda não havia sido atrelada ao nascimento de Jesus Cristo.

Conforme contado por Leonardo Lousada, as populações do hemistério norte, onde a estação do mês de dezembro é o inverno, cortavam e levavam os pinheiros para dentro de suas casas para guardarem um pouco de vegetação consigo enquanto, lá fora, as temperaturas cruéis destruíam todo o resto.

[Eles] traziam uma árvore para dentro de casa para simbolizar a vida que eles esperavam que continuasse depois do inverno e colocavam enfeites vermelhos ou até frutos vermelhos porque isso simbolizava o sangue da vida, a vida que eles esperavam que ressurgisse depois deste período de inverno que começa perto do Natal”, explicou ele.

“Depois de três meses de inverno, que era um inverno rigoroso da Europa, as pessoas tinham essa esperança: acabou o inverno, a vida vai voltar. O verde das árvores e o vermelho dos frutos vão voltar. É por isso que a cor verde e a vermelha começaram a ser usadas no natal”, acrescentou Lousada.

Essas decorações vermelhas foram posteriormente ressignificadas pelo cristianismo, para quem os pingentes dessa cor simbolizam o “o sangue de Cristo” e também o seu amor pela humanidade, ambos partes do famoso sacrifício do Messias descrito nas passagens bíblicas.

Já os presépios provavelmente teriam surgido como uma ferramenta didática útil para explicar o nascimento de Jesus e o significado do Natal dentro da religião cristã.

Existe uma lenda associada a isso que São Francisco de Assis, por volta do ano 1220, estaria na Itália em uma região e montou um presépio de argila para explicar para as pessoas que ele estava conversando sobre cristianismo como foi o nascimento de Jesus. Não temos dados históricos disso, mas é uma possibilidade. Pegando o gancho da lenda, isso mostra que as pessoas construíam os presépios para mostrar, contar a história do Natal”, pontuou o pós-graduado em Ciências da Religião.
Um detalhe curioso é que um terceiro elemento importante da celebração, que é a aguardada ceia à meia-noite, é na verdade um toque brasileiro à data da passagem do Papai Noel.

Isso porque, em outras partes do mundo, o Natal é comemorado no dia 25 de dezembro mesmo, que em geral é marcado por um grande almoço em família. É apenas no Brasil que, em vez da refeição diurna, temos uma ceia na véspera.

“Então, essa questão de ser meia noite, é justamente por isso, para que seja a passagem do dia 24 para o dia 25, tem a festa, a comemoração no dia 24, mas se aproveita para fazer a meia noite , que entra no dia 25, data oficialmente comemorativa”, explicou Leonardo.

O ano termina e começa outra vez
O Réveillon — que, aliás, é uma palavra de origem francesa que significa “despertar” — não possui uma caracterização tão forte quanto o Natal, mas ainda tem seus costumes típicos.

Aqui no Brasil, muitos deles são, na verdade, conectados às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé. É o caso as cores das roupas usadas, que são conectadas com significados específicos, simbolizando o que cada um quer em sua vida naquele ano que está nascendo.

“As cores são associadas aos orixás e da qualidade que esses orixás representam. Acabamos passando o ano novo de branco por simbolizar a paz, mas também por simbolizar a luz que temos associada a figuras que usam branco em religiões como umbanda e candomblé, como é o caso de Oxalá, que é o sol. Ele representa a questão do velho e do novo. O Oxalá tem dois aspectos: Oxalufan e Oxaguiam, um é velho, outro é novo, então também representa esse ano velho e ano novo que estão nascendo”, conta Lousada.

Assim como ocorre com o Natal, todavia, que é muitas vezes celebrado por pessoas que não são adeptas ao cristianismo, esses costumes pegos emprestados das religiões de matriz africana se tornaram parte da cultura popular brasileira, sendo exercidos até por quem nunca pisou em um terreiro.

Claro que com o tempo perde a raiz religiosa e passa a ser uma tradição cultural de um povo. Muita gente usa roupas nessas cores associando apenas a qualidade, mas não sabe de onde vem”, reflete o especialista.
A tradição de pular as sete ondinhas, da mesma forma, vem do culto à deusa Iemanjá, a orixá do mar. É também para ela que são as flores por vezes deixadas na praia durante o Ano Novo.

Tem uma ligação do fato de Exu ser o filho de Iemanjá e estar relacionado ao número sete, então também é uma forma de pedir ajuda para Exu em algumas vertentes das religiões afro, que associam a areia da praia a Exu porque é o que faz a transferência de um caminho para outro, do mar para a terra, ou seja, é como se fosse um caminho do meio, e aí você pula na areia as sete ondinhas”, explicou o pós-graduado.
Por fim, assim como temos o peru como comida típica natalina, o Réveillon brasileiro é marcado pelo tradicionalprato de lentilha. Neste caso, se trata de um elemento originado da cultura italiana, que foi trazida para o país pelos imigrantes.

Esses imigrantes comiam lentilha logo após a meia noite para trazer prosperidade. Primeiro, a lentilha é um grão e os grãos são muito associados à fertilidade, à prosperidade. E a lentilha lembra uma moeda, então, associavam a forma da lentilha à uma moeda, há muitas moedas, logo isso trazia muita prosperidade”, concluiu Leonardo Lousada.

*Por Ingredi Brunato
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*Fonte: aventurasnahistoria

Os 6 Melhores Filmes de Todos os Tempos, segundo 1600 críticos

O mundo é feito de filmes bons e ruins, mas é claro que não gostaríamos de perder tempo assistindo aos que não merecem nossa atenção. Foi pensando nisso que Sight and Sound, influente publicação britânica de cinema, fez um levantamento com nada menos do que 1600 críticos da sétima arte em todo o mundo.

Na realidade, a revista, que caminha para seus 100 anos, faz uma listagem dos “Melhores Filmes de Todos os Tempos” desde 1952. A cada 10 anos, a Sight and Sound faz uma atualização, inclusive incluindo novos críticos. Com a versão 2022 da famigerada lista, conheça os primeiros colocados.

6. 2001 – Uma Odisseia no Espaço (Reino Unido, 1968)
Um dos filmes mais emblemáticos da carreira de Stanley Kubrick, 2001 – Uma Odisseia no Espaço foi lançado em 1968. O longa-metragem acompanhe uma equipe de astronautas no século XXI, liderados por David Bowman, enviados a Júpiter para investigar um monólito encontrado na nave Discovery, controlada pelo computador HAL 9000.

O que eles não contavam é que o computador entraria em pane e tentaria assumir o controle da nave, eliminando os tripulantes. Para os críticos, o filme é uma contemplação do diretor (que também foi roteirista) sobre a natureza e as origens da humanidade, sobre a evolução humana, em uma espécie de especulação antropológica.

5. Amor à Flor da Pele (Hong Kong, 2000)
O diretor Wong Kar Wai é conhecido pela estética de seus filmes, mas em Amor à Flor da Pele ele foi além, criando sua obra-prima. O longa-metragem é uma história de amor comovente, uma visão sobre as dores do desejo reprimido. Chow e Li-Zhen passam muito tempos juntos, a ponto de notar que seus parceiros estão tendo um caso.

Entre eles também surge um amor, que vive na tensão, à espreita. O trabalho narrativo, a fotografia do filme e as atuações fazem do filme, cuja história se passa na década de 1960, uma bela fábula sobre o amor.

4. Era uma Vez em Tóquio (Japão, 1953)
Era uma Vez em Tóquio conta a história de um casal de idosos que deixa sua filha no campo e parte para Tóquio, onde pretendem visitar os demais filhos. Acontece que a relação é fria, já que os filhos recebem seus pais com indiferença. A única pessoa que parece ter sentimentos pela dupla é uma das noras, que perdeu o marido na guerra.

A complexidade das relações na sociedade japonesa surgem na tela quando a mãe adoece e os filhos a visitam. O filme dirigido e roteirizado por Yasujirô Ozu parece simples, mas é elegante, mergulhando profundamente nas diferenças das relações familiares do país asiático.

3. Cidadão Kane (EUA, 1941)
A história do fictício magnata da notícia, Charles Foster Kane, é um clássico, a estreia de Orson Welles na direção, com apenas 26 anos de idade. Cidadão Kane acompanha os jornalistas, após a morte do empresário, que tentam entender qual era o significado da última palavra que havia pronunciado antes de sua morte.

Para isso, investigam sua trajetória, desde a infância pobre. Descobre-se que ele era um homem solitário, obrigado a viver a vontade dos outros e por quem ninguém nutria importância. O longa-metragem é um comentário sobre a sociedade norte-americana do início do século XX. O filme foi o 1º lugar da lista por 50 anos, caindo de posição na edição de 2012.

2. Um Corpo que Cai (EUA, 1958)
Alfred Hitchcock é um gênio do cinema, e Um Corpo que Cai é uma de suas grandes obras. O filme acompanha o detetive Scottie Ferguson, contratado para seguir a esposa de um velho conhecido, Madeleine Elster.

Ele aceita a tarefa, mas tem a difícil missão de encarar seu medo de altura, já que a mulher demonstra uma estranha atração por lugares altos. É um thriller sobre obsessão, no melhor estilo Hitchcock possível.

1. Jeanne Dielman (França, 1975)
Chamado por críticos de “épico do cinema experimental”, Jeanne Dielman, da diretora Chantal Akerman, oferece uma perspectiva feminina e feminista sobre eventos recorrentes da vida cotidiana. O longa-metragem acompanha três dias na vida da protagonista que dá nome ao filme, uma mulher ainda jovem, mas viúva, que mora com seu filho adolescente.

A rotina tediosa deles é quebrada nos instantes em que Jeanne se prostitui ocasionalmente, criando um cenário de sufocamento pela rotina e pelos anseios masculinos sobre a personagem. A obra é conduzida até uma situação limítrofe, criando um clássico do cinema, cuja trama contém discussões ainda pertinentes.

*Por Alejandro Sigfrido Mercado Filho
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*Fonte: megacurioso

Por que você matar moscas é tão difícil? Cientistas explicam

Quantas vezes você já tentou matar uma mosca e não conseguiu? A agilidade destes insetos é surpreendente, mas, até então, os cientistas não tinham evidências muito claras que poderiam justificar a velocidade desses desagradáveis insetos.

Velocidade da visão das moscas é o motivo pelo qual elas voam tão rápido e conseguem escapar com tanta agilidade de seus algozes

Os pesquisadores da Universidade de Galway, na Irlanda, descobriram que as moscas-varejeiras são capazes de captar movimentos a uma frequência de 300 hertz (Hz), que permite medir intervalos de tempo em radiações e rotações. Através dela, cientistas conseguiram demonstrar um pouco da agilidade destes insetos na hora de enxergar movimentos e antecipar sua trajetória.

Entre os animais vertebrados, como nós, a taxa mais alta está nos pássaros do tipo papa-moscas-preto (e o nome justifica a habilidade), que vê a 146 Hz. Os seres humanos, por exemplo, enxergam a 65 Hz, ou seja, são bem mais lentos que os vertebrados mais ágeis e que as próprias moscas. Cachorros, por exemplo, conseguem enxergar a 75 Hz.

A medida foi obtida através de um exame oftalmológico chamado eletrorretinograma, que é capaz de medir a velocidade de movimento ocular de diversos animais.

“Ter uma visão rápida ajuda uma espécie a perceber mudanças de maneira mais ágil no ambiente. Essa percepção detalhada é muito útil se você se mover rapidamente ou precisar identificar a trajetória de uma presa em movimento”, explica Kevin Healy, da Universidade de Galway, em comunicado.

Agora, da próxima vez que você passar a vergonha tentando matar uma mosca, pode se consolar ao pensar que elas enxergam a 300 Hz. Ou também pode comprar um bom spray inseticida que, provavelmente, será mais eficaz na hora de acabar com os insetos na sua residência.

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Fonte: hypeness

Amazon revela os livros mais vendidos no Brasil em 2022

Romance de Colleen Hoover segue em primeiro lugar após ter sido best-seller da Bienal de São Paulo

A Amazon revelou os 25 livros mais vendidos no Brasil em 2022. É Assim Que Acaba, romance de Colleen Hoover lançado em 2018, que fez sucesso no mundo inteiro este ano e foi o mais vendido da Bienal do Livro de São Paulo, foi o best-seller. A obra, destinada ao leitor jovem adulto, foi seguida por O Homem Mais Rico da Babilônia, livro de George S Clason lançado originalmente em 1926 e que ganhou uma edição no País este ano.

A terceira posição ficou para Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, de Taylor Jenkins Reid, lançado em 2019. E Collen Hoover aparece mais uma vez, em quarto lugar (e depois em outras posições), com Todas as suas (im)perfeições – também de 2019.

Entre os autores brasileiros, destaque para dois nomes que já figuraram na lista nos anos anteriores: Itamar Vieira Jr., com Torto Arado, que foi o mais vendido da Amazon em 2021 e agora aparece em 22º lugar, e Thiago Nigro, que é best-seller desde 2019 com Do Mil ao Milhão. Sem Cortar o Cafezinho – hoje, o 13ª mais vendido na Amazon.

Apenas um infantil aparece na lista: Perigoso!, de Tim Warnes.

Os 25 livros mais vendidos na Amazon

1 – É Assim que acaba, por Colleen Hoover (Record)
2 – O homem mais rico da Babilônia, por George S Clason (HarperCollins Brasil)
3 – Os sete maridos de Evelyn Hugo, por Taylor Jenkins Reid (Paralela)
4 – Todas as suas (im)perfeições, por Colleen Hoover (Record)
5 – A garota do lago, por Charlie Donlea (Faro)
6 – Mais esperto que o diabo: O mistério revelado da liberdade e do sucesso, por Napoleon Hill (Citadel)
7 – Verity, por Colleen Hoover (Record)
8 – Mulheres que correm com os lobos: Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem, por Clarissa Pinkola Estés (Rocco)
9 – 12 regras para a vida: um antídoto para o caos, por Jordan B. Peterson (Alta Books)
10 – Pai Rico, Pai Pobre, por Robert T. Kiyosaki (Alta Books)
11 – Perigoso!, por Tim Warnes (Ciranda Cultural)
12 – Os segredos da mente milionária: Aprenda a enriquecer mudando seus conceitos sobre o dinheiro e adotando os hábitos das pessoas bem-sucedidas, por T. Harv Eker (Sextante)
13 – Do mil ao milhão. Sem cortar o cafezinho, por Thiago Nigro (HarperCollins Brasil)
14 – Heartstopper: Dois garotos, um encontro, por Alice Oseman (Seguinte)
15 – Até o verão terminar, por Colleen Hoover (Record)
16 – A revolução dos bichos: Um conto de fadas, por George Orwell (Companhia de Bolso)
17 – Vermelho, branco e sangue azul, por Casey McQuiston (Seguinte)
18 – O lado feio do amor, por Colleen Hoover (Record)
19 – Mindset: A nova psicologia do sucesso, por Carol S. Dweck (Objetiva)
20 – As obras revolucionárias de George Orwell – Box com 3 livros, por George Orwell (Princips)
21 – O Hobbit, por J.R.R. Tolkien (HarperCollins Brasil)
22 – Torto arado, por Itamar Vieira Junior (Todavia)
23 – Especialista em pessoas: Soluções bíblicas e inteligentes para lidar com todo tipo de gente, por Tiago Brunet (Academia)
24 – Mil beijos de garoto, por Tillie Cole (Planeta)
25 – Todo esse tempo, por Rachael Lippincott (Alt)

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*Fonte: revistapegn

1/3 da comida produzida no mundo é desperdiçada, aponta estudo

Levantamento alerta que desperdício tem custo estimado de US$ 1 trilhão por ano

Um terço da comida produzida ao redor do mundo é perdida ou desperdiçada, enquanto 811 milhões de pessoas passam fome, alerta o novo estudo Waste Management as a catalyst to a Circular Economy (Gestão de Resíduos como catalisador de uma Economia Circular). Desenvolvido pelo Ministério de Infraestrutura e Gestão de Água da Holanda e pelo Holland Circular Hotspot, o material revela que o desperdício gera uma perda financeira de US$ 1 trilhão de dólares. No Brasil, a publicação terá as soluções adaptadas para o contexto nacional pela Exchange 4 Change Brasil (E4CB), organização que orienta a transição para a economia circular no país.

O documento foi entregue pela assessora de Economia Circular do Ministério do Meio Ambiente do Reino dos Países Baixos, Jessica Leffers, ao gerente do departamento das Indústrias de Base do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marcio Henriques. A entrega, mediada pela E4CB e com o apoio do Consulado Geral do Reino dos Países Baixos em São Paulo, representa mais um passo na iniciativa do BNDES de firmar parcerias para o fomento de iniciativas circulares.

“Para alimentar a população mundial em 2050, nós vamos precisar de 56% a mais de comida, sem usar mais terra para a produção. Mesmo assim, essa quantidade de alimento produzido para o consumo humano está sendo perdida. As pessoas passam fome e desperdiçamos como se fosse um privilégio. Estratégias de economia circular podem promover soluções desde o começo da cadeia de valor”, destaca Jessica Leffers.

Segundo o relatório, o lixo orgânico que não é separado e é disposto em lixões e aterros contribui para a geração de graves poluentes quando não há métodos eficientes de manejo. “Quando tratados de forma apropriada, alimentos desperdiçados podem gerar altos valores financeiros e ambientais. Podem ser transformados em biogás, por exemplo, ou ter suas fibras usadas nas indústrias têxtil, de papéis ou de materiais de construção”, complementa.

Além do desperdício de alimentos, o estudo também destaca a necessidade de os países implementarem melhorias na gestão de outros tipos de resíduos. O fluxo de eletrônicos, por exemplo, deverá crescer 38% entre 2019 e 2030; atualmente, apenas 17,4% é arrecadado e reciclado. Entre os resíduos plásticos, 32% acabam no meio ambiente: a estimativa é que, aproximadamente, 3% do total do lixo plástico chegue aos oceanos. 40% dos resíduos plásticos são aterrados, 14% são incinerados e apenas 14% são recolhidos para reciclagem.

A diretora da Exchange 4 Change Brasil, Beatriz Luz, comenta que as práticas holandesas destacadas no documento têm o potencial de se adequar à realidade brasileira:

“Sabemos que, apesar das muitas diferenças que separam o Brasil e a Holanda, diversas soluções trazidas pelo levantamento podem ser adaptadas, levando em consideração as particularidades do nosso país. A publicação traz um plano de ação que apresenta um passo a passo do que é necessário para a criação de um ecossistema favorável à efetiva gestão dos resíduos. Então, faremos os diagnósticos, conversaremos com o setor e traremos recomendações para nos apropriar do que a experiência holandesa nos ensina.

O principal objetivo é apresentar as melhores práticas de empreendedores, autoridades públicas e instituições na gestão de resíduos na Holanda, que é referência mundial na implementação de uma economia circular. As soluções podem ser aplicadas em diferentes lugares e contextos, visto que muitos países enfrentam desafios semelhantes decorrentes da geração de resíduos e das mudanças climáticas.

Uma das principais mensagens do estudo é que nenhum ator faz a transição sozinho, destacando a importância de um esforço colaborativo por meio de ações, compromissos e conversas entre os diferentes elos da cadeia produtiva e junto a órgãos governamentais. Com isso, a publicação pretende estimular debates, fomentar a colaboração internacional e acelerar o desenvolvimento rumo a um novo modelo econômico e ambiental.

O levantamento Waste Management as a catalyst to a Circular Economy pode ser acessado através do link.

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*Fonte: ciclovivo

Qual o valor de uma árvore?

Um pesquisador da Esalq da cidade de Piracicaba decidiu responder esta questão. Confira!

O engenheiro florestal Flávio Henrique Mendes criou uma nova metodologia para calcular o valor aproximado que as árvores geram em serviços ecossistêmicos para a sociedade. O estudo foi desenvolvido durante seu doutorado, desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e acaba de ser publicado na revista científica Labverde.

Orientada pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do departamento de Ciências Florestais, a pesquisa desenvolveu um método simplificado de valoração baseado na relação entre a área da copa, o Índice de Área Foliar (IAF) e um parâmetro médio R$/m2 de copa encontrado na literatura, ou seja, na magnitude da copa, uma vez que a maior parte dos serviços ecossistêmicos provém dela.

Quanto vale uma árvore?
A cidade de Piracicaba foi a escolhida por Mendes para realizar o seu estudo aproximado. A pesquisa estimou que as árvores retornem cerca de R $41 milhões por ano para a cidade em serviços ecossistêmicos. “Áreas arborizadas exigem menor investimento do poder público em manutenção de vias, além dos benefícios para a saúde humana”, pondera o autor do estudo.

Método acessível
Na prática, o pesquisador utilizou um método bastante acessível à população em geral. Segundo o engenheiro florestal, o valor do Índice de Área Foliar (IAF) pode ser calculado utilizando-se lentes fotográficas grande-angular, também conhecidas como “olho de peixe” a um preço acessível. As áreas de copa também podem ser medidas no próprio local, usando-se equipamentos ou até mesmo utilizando o passo como medida.

Metodologia utilizada pelo pesquisador para calcular o Índice de Área Foliar (IAF) utilizando fotografias. | Montagem de fotos retirada do estudo “Valoração monetária da arborização urbana baseada na magnitude da copa em Piracicaba/Brasil”

O levantamento levou em conta uma base de registro da cidade de Piracicaba de 60.146 árvores urbanas localizadas em calçadas. “Esse conjunto pode retornar ao município aproximadamente R $41 milhões (USD 8,2 milhões) por ano em serviços ecossistêmicos”, comentou Mendes.

Sapucaia do XV
Um dos símbolos do conjunto arbóreo piracicabano é um exemplar de Sapucaia, plantado em comemoração ao final da I Guerra Mundial. Localizada ao lado do Estádio Municipal Barão de Serra Negra, a árvore chama a atenção do público em geral. “Como curiosidade, estimamos a valoração desta árvore símbolo do município e percebemos que sozinha ela retorna cerca de R $9 mil ao ano em serviços ecossistêmicos além, claro, dos valores históricos e sentimentais envolvidos no contexto dessa árvore”, aponta o pesquisador.

Segundo o autor do trabalho, investigações como esta, nas quais são aplicadas soluções baseadas na Natureza (SbN), poderão auxiliar no planejamento, gestão e formulação de políticas públicas. “A arborização urbana proporciona importantes serviços ecossistêmicos, porém, cada vez mais ela compete pelo espaço com grandes superfícies cinzentas, o que a pode tornar um elemento secundário no planejamento das cidades. A valoração monetária das árvores urbanas aparece, então, como mais uma alternativa capaz de mostrar a relevância desses seres vivos. Na prática, isso poderia viabilizar o pagamento por serviços ambientais como descontos em IPTU, por exemplo, aos moradores que possuem árvores em frente à sua casa”, finaliza.

Clique aqui e acesse o artigo na íntegra.

*Por Mayra Rosa
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*Fonte: ciclovivo