Dia: 4 de dezembro, 2022
Sabia que as pessoas distraídas têm cérebros mais eficazes?
A ciência estabeleceu uma relação curiosa entre a atenção e a eficácia. Segundo a pesquisa de 3 investigadores, os cérebros mais eficazes são os das pessoas mais distraídas. A conclusão até foi acidental. Daniel Levinson e Richard Davidson, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e Jonathan Smallwood, pesquisador do Instituto Max Planck, na Suíça, observaram essa relação durante um estudo científico sobre
a memória.
O estudo, publicado na prestigiada revista Psychological Science, mostrou que as pessoas que mais facilmente absorvem novas informações e trabalham nelas são também as pessoas que mais facilmente se distraem.
Os pesquisadores concluíram que existe uma conexão entre a memória operacional, ou memória de trabalho, e a tendência do cérebro em se dispersar por outros pensamentos. Uma descoberta que valida um outro estudo associando a dificuldade de concentração a uma maior inteligência.
Desse jeito, quanto mais rotineira é a tarefa, mais a pessoa se distrai, pois “os cérebros tentam alocar recursos nos problemas mais prementes”, explica Jonathan Smallwood.
Conexão entre memória e atenção
“Os nossos resultados sugerem que o tipo de planificação que as pessoas fazem frequentemente na vida diária, como quando estão no ônibus ou tomam duche, é provavelmente realizado com a memória operacional”, continua o pesquisador.
O que acontece? Quando a pessoa faz algo rotineiro, o cérebro fica redefinindo prioridades, através da memória de trabalho. E assim a pessoa se distrai e fica menos capaz de memorizar nova informação fornecida pela tarefa rotineira.
Na pesquisa, os participantes precisavam realizar tarefas básicas. Por exemplo, sempre que aparecia determinada letra na tela eles tinham de carregar em um botão. Após os experimentos, os pesquisadores mediram a memória operacional. Os participantes tinham que memorizar séries de letras ao mesmo tempo que resolviam problemas
matemáticos. Os pesquisadores analisaram os resultados e notaram que os participantes com maior memória de trabalho foram os que mais esqueceram um livro que haviam lido durante o experimento.
“É como se a atenção estivesse tão concentrada em outros pensamentos que o cérebro da pessoa não teve espaço para memorizar o que havia lido”, resume Daniel Levinson. Note que isso é bem diferente de ‘editar’ a memória, como faz o pesquisador de Montreal que criou um método para apagar a memória ruim de uma separação amorosa. A pesquisa de Levinson, Davidson e Smallwood revelou que, quando a memória operacional aumenta a capacidade da pessoa realizar vários pensamentos ao mesmo tempo, a concentração se dispersa.
Ou, dito de forma mais simples, as pessoas mais distraídas têm os cérebros mais eficazes.
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*Fonte: equilibrioemvida
Cientistas calculam chances de lixo espacial matar alguém
Denomina-se por lixo espacial tudo aquilo que foi criado pelo homem e que está orbitando a Terra; isto é, que encontra-se ao redor do planeta. Como o próprio nome sugere, o detrito espacial não tem qualquer função útil, pois consiste, sobretudo, em diversas partes de foguetes que ficaram para trás após o lançamento, assim como satélites desativados, sondas e outros objetos.
É inegável que o avanço da tecnologia tem permitido diversas inovações em benefício da vida num contexto geral, principalmente em questões relacionadas ao aprimoramento de estudos em áreas variadas, como as condições climáticas, geolocalização, etc. No entanto, com mais objetos sendo lançados para o espaço, cada vez mais lixo espacial é produzido.
Nesse contexto, os cientistas calcularam os riscos de alguém ser morto em função do lixo espacial. Embora pareça remotamente difícil acontecer um acidente assim, afinal nunca houve antes, há certo risco.
Estudo calcula o risco de alguém ser vítima fatal do lixo espacial
Casos de ferimentos e danos à propriedade por conta do lixo espacial já foram notificados. Contudo, em se tratando de vítimas humanas atingidas por objetos que despencam do céu, parece, a priori, algo extremamente improvável. Mas com um número cada vez maior de lançamentos, será mesmo que não há risco ou este é iminente?
Cientistas fizeram um novo estudo – publicado na Nature Astronomy – no qual estimaram a chance de causalidades da queda de peças de foguetes nos próximos dez anos. No estudo, os pesquisadores investigaram a chegada descontrolada de detritos espaciais artificiais, como estágios de foguetes gastos, associados a lançamentos de foguetes e satélites.
Eles utilizaram modelagem matemática das inclinações e órbitas de partes de foguetes no espaço e densidade populacional abaixo deles, bem como 30 anos de dados de satélites anteriores. Assim, os cientistas puderam estimar onde os destroços de foguetes e outros objetos de lixo espacial aterrissam quando caem de volta à Terra.
Entre as descobertas, os cientistas acreditam que há um risco pequeno, mas significativo, de reentrada de peças na próxima década. Entretanto, é mais provável que aconteça nas latitudes do sul do que nas do norte.
Além disso, o estudo estimou que os corpos de foguetes têm aproximadamente três vezes mais chances de pousar nas latitudes de Jacarta na Indonésia, Dhaka em Bangladesh ou Lagos na Nigéria do que em Nova York nos EUA, Moscou na Rússia ou em Pequim na China.
Lixo espacial versus vida humana
Todos os dias, milhares de detritos espaciais chovem sobre a Terra e sequer, temos consciência dos perigos. Ao todo, são cerca de 40 mil toneladas de poeira advindas de partículas microscópicas de asteroides e cometas estabelecidas na superfície terrestre.
Dessa forma, os corpos de foguetes que retornam à Terra de maneira descontrolada — criando perigo para as pessoas na superfície, é um processo ainda conservador, visto que cada reentrada espalhe detritos letais por uma área de dez metros quadrados, há uma chance de 10% de uma ou mais baixas na próxima década, em média, como assinala o estudo. Assim, portanto, o risco de detritos de satélites e foguetes causar danos na superfície da Terra (ou na atmosfera ao tráfego aéreo) foi considerado insignificante.
Perigo para as operações seguras
Se por um lado, o risco do lixo espacial para a vida humana ainda ser irrelevante; por outro lado, os detritos espaciais podem obstruir a realização de operações seguras; isto é, satélites extintos — e seus fragmentos — são um grande problema em potencial no que diz respeito ao lançamento seguro de satélites em funcionamento.
Ademais, as baterias e o combustível que não foram utilizados também resultam em explosões na órbita da Terra que geram resíduos adicionais, aumentando a concentração de lixo espacial.
A alternativa seria investir nas tecnologias existentes que controlam a reentrada de detritos; porém, elas possuem uma implementação muito cara.
*por Daniela Marinho
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*Fonte: socientifica